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PROFISSIONAIS INSCRITOS ATIVOS

CLIPPING - 09/09/2015

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

Governo Federal triplica o valor cobrado para registro de novos medicamentos

07/09/2015 - Portal Snif Brasil


O Governo Federal anunciou, na Portaria 701 do Diário Oficial da União (DOU), um reajuste expressivo nos valores cobrados para registro de novas terapias. O maior aumento aconteceu com os medicamentos de referência, cujo tributo passou de R$ 80 mil para R$ 234 mil. Isso afeta justamente a entrada de tratamentos inovadores no país, que ainda não têm versões similares e genéricas.

Não nos cabe desconhecer as dificuldades orçamentárias vividas pelo setor público e pelo país neste momento, mas é preciso reafirmar, respeitosamente, que o grande problema das taxas está na baixa relação entre os valores pagos e os serviços recebidos?, afirma Antônio Britto, presidente-executivo da Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa).

Os medicamentos similares e genéricos também tiveram os tributos de registro reajustados. O primeiro passou de R$ 21 mil para R$ 61 mil e o segundo, de R$ 6 mil para R$ 17 mil. Até o registro de novas vias de administração do medicamento e de novas associações de princípios ativos sofreram reajuste, ambas passaram de R$ 21 mil para R$ 53 mil.

Temos reconhecido e aplaudido os lentos avanços da ANVISA na revisão de processos e redução de prazos. Entendemos, desejamos e apelamos para que as novas taxas venham acompanhadas de uma firme determinação no sentido de concluir muito rapidamente a agenda de avanços regulatórios, em particular, para pós-registro, transferência de titularidade, prazos de registro de produtos, inspeções nacionais e internacionais?, diz Britto.

Os novos valores serão cobrados a partir de 9 de setembro.

Cortes no orçamento

Recentemente, o governo anunciou mais um corte no orçamento previsto para a saúde. No total, os cortes deste ano somam R$ 13,4 bilhões, uma redução de 12%. A medida agrava o subfinanciamento da pasta, reconhecido em muitas ocasiões pelo próprio ministro da Saúde, Arthur Chioro.




No Sindusfarma, Anvisa esclarece dúvidas sobre IN que permite fabricação compartilhada

07/09/2015 - Portal Snif Brasil


O gerente-geral de Inspeção da Anvisa, Nélio Aquino, esteve no Sindusfarma para tirar dúvidas sobre a Instrução Normativa nº 02/2015, que autoriza o compartilhamento de instalações e equipamentos para a fabricação de medicamentos, cosméticos, produtos para a saúde e suplementos alimentares. No início do mês, a Anvisa acatou sugestão do Sindusfarma, que durante quatro anos defendeu a adoção da medida.

A aprovação dessa norma é muito benéfica para as empresas, pois aumenta a capacidade operacional e produtiva sem ter que aumentar a estrutura física, desde que feitas as análises de risco, e obedecendo a critérios rígidos de inspeção? declarou Nélio. Nélio respondeu a diversas perguntas de associados sobre aspectos da fabricação compartilhada e suas especificações técnicas.

A aprovação da IN 2 foi fruto de exaustivo trabalho, coordenado por Jair Calixto, gerente de Boas Práticas e Auditorias Farmacêuticas do Sindusfarma. Numa articulação iniciada em 2011, em conjunto com as empresas associadas, Jair demonstrou a viabilidade de produção de determinados produtos nas mesmas instalações farmacêuticas.




Abrafarma reúne grandes redes de farmácias do país no 2º Future Trends

07/09/2015 - Portal Snif Brasil


A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) anuncia detalhes da segunda edição do Abrafarma Future Trends. Agendado para os dias 9 e 10 de setembro (quarta e quinta-feira), o congresso reunirá mais de 1.500 empresários e altos executivos da indústria farmacêutica e das maiores redes varejistas do Brasil, que respondem por quase 50% do volume de vendas de medicamentos no mercado nacional.

Com palestrantes do Brasil e do Exterior, o Future Trends segue os moldes de congressos promovidos nos Estados Unidos. O evento permitirá um intercâmbio único entre os principais representantes do setor, abrindo um canal de debates sobre estratégias, inovações, tendências futuras e oportunidades de negócios?, explica Sérgio Mena Barreto, presidente executivo da Abrafarma.

Serão 45 horas de atividades, em uma programação estruturada em quatro grandes blocos ? Fórum de Alta Gestão, Encontre o Varejista, Super Sessões e Sessões Temáticas. No Fórum de Alta Gestão do primeiro dia, a abertura fica por conta de Rob Eder, editor-chefe da Drug Store News ? mais influente publicação especializada no varejo farmacêutico norte-americano ?, que abordará a transformação das farmácias nos Estados Unidos. Logo em seguida, Sérgio Mena Barreto e a CEO do Ibope Inteligência, Marcia Cavallari, discutirão o papel da farmácia no cenário da saúde brasileira com base na pesquisa inédita do Ibope, intitulada A saúde, a adesão ao tratamento e o papel da farmácia na visão do brasileiro.

À tarde, quem abre a sessão de palestras é a CEO da VIP-Systems, Regiane Romano, que falará sobre as tecnologias aplicadas aos pontos de venda para maximizar a experiência dos consumidores. Em seguida, o tema será O desafio da execução: como manter a qualidade na operação através de pessoas, a ser abordado por Rita Braghetti e Willian Malfatti, do Grupo Fleury. Encerrando o dia, Modesto Araujo, CEO da maior rede de farmácias mineira; e Rodrigo Pizzinato, da Extrafarma, rede recém-incorporada ao Grupo Ultra, debaterão os Desafios em novos formatos de lojas.

No segundo dia (10), o ciclo de palestras e debates recomeça com Rodrigo Arozo e Gizela Mangabeira, representantes do Instituto Ilos. Ambos farão, durante o Fórum de Alta Gestão, um raio-X da cadeia de suprimentos de medicamentos. Já o especialista canadense Jim Danahy debaterá o novo modelo de farmácia e o estímulo à adesão da população ao tratamento de saúde. À tarde, dois temas estarão em destaque. Cassyano Correr, coordenador do programa Abrafarma de Assistência Farmacêutica Avançada, discutirá Os serviços farmacêuticos como instrumento de melhoria da saúde, enquanto o especialista norte-americano Brian Harris, do The Partnering Group, discorrerá sobre a utilização do gerenciamento de categorias para se alinhar à necessidade do shopper.

Em paralelo às palestras e debates, ocorrerá a sessão Encontre o Varejista, na qual cada rede apresentará suas estratégias e expectativas futuras exclusivamente para seus parceiros comerciais.

O Abrafarma Future Trends será encerrado com o painel Brasil, para onde vamos?, que terá as participações do cientista político Alberto Carlos Almeida e do historiador Marco Antonio Villa, com mediação do jornalista e apresentador William Waack.

Horário: dia 9, das 7h30 às 18h30; dia 10, das 7h30 às 19h30

Local: Hotel Transamérica - Av. das Nações Unidas, 18.591 - Vila Almeida, São Paulo (SP)




Sindusfarma lança impostômetro' para medicamentos

09/09/2015 - Valor Econômico


O Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma) vai lançar um "impostômetro" nos próximos dias para medir o volume de impostos pagos pelos brasileiros na aquisição de medicamentos, por classe terapêutica e Estado. Desenvolvida em parceria com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), a ferramenta estará disponível no site da entidade e poderá ser consultada pelos consumidores. "Vamos mostrar imposto por imposto, Estado por Estado", disse ao Valor o presidente-executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini.

Estudo do IBPT mostra que os remédios de uso humano correspondem no país à terceira maior carga tributária no preço final, atrás apenas de refeições em restaurantes e tratores, com 30,6%. Medicamentos para gripe e resfriado, por exemplo, recolhem até 38,74% em impostos, considerando¬se o Rio de Janeiro. A média nacional é de 36,68% e, mundialmente, sem considerar o Brasil, está perto de 6,3%.

Na avaliação de Mussolini, o aumento dos custos de produção, combinado à elevada carga tributária, devem resultar já em 2015 em redução dos descontos concedidos pelos laboratórios. "Não se pode trabalhar pensando que se as vendas crescem, está tudo bem. O setor não está mal, mas se preocupa", disse. Para este ano, a expectativa é a de crescimento de 10% a 12%, segundo o IMS Health, acima da inflação projetada para o intervalo.

Os custos de produção têm sido fortemente pressionados pela valorização do dólar ¬ 95% dos insumos farmacêuticos usados no país são importados ¬, pela elevação dos preços da energia e reajustes com mão de obra. Ao mesmo tempo, os preços da indústria são controlados pelo governo e há cinco anos o aumento médio permitido tem ficado abaixo da inflação, argumentou Mussolini.

Ainda sobre taxas, na quarta-feira passada, o governo publicou no Diário Oficial da União (DOU) uma portaria que instituiu reajuste de até 193,55% nas taxas cobradas das indústrias farmacêuticas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para registrar novos medicamentos. O menor índice de aumento, que passa a valer, hoje, é de 153,43%.

Na avaliação de Mussolini, a medida, que também atinge fabricantes de alimentos e cosméticos, pressiona ainda mais os custos da indústria e pode levar à redução dos descontos oferecidos no varejo farmacêutico. "O consumidor não pode pagar pelos erros e pela falta de gestão do governo", disse. "É absurdo reajustar taxas em quase três vezes sob a alegação de que não se fez reajustes no passado".

A Interfarma, que reúne 56 laboratórios farmacêuticos multinacionais, não se posiciona contra a elevação da taxa, porém alerta que a medida vai elevar o custo para entrada de terapias inovadoras no país. O maior reajuste ocorreu na categoria de medicamentos de referência, cujo tributo passou de R$ 80 mil para R$ 234 mil.

"Temos reconhecido e aplaudido os lentos avanços da Anvisa na revisão de processos e redução de prazos. Entendemos, desejamos e apelamos para que as novas taxas venham acompanhadas de uma firme determinação no sentido de concluir muito rapidamente a agenda de avanços regulatórios, em particular, para pós¬registro, transferência de titularidade, prazos de registro de produtos, inspeções nacionais e internacionais", informou em nota.

Um raio¬X do IBPT sobre o mercado nacional de medicamentos aponta que, em 2014, foram recolhidos aos cofres públicos R$ 10,7 bilhões entre tributos federais e estaduais que incidiram sobre medicamentos e empresas do setor.




Italiana Chiesi quer dobrar de tamanho no Brasil até 2020

09/09/2015 - Valor Econômico


Para alcançar essa meta, além de contar com crescimento orgânico, a farmacêutica avalia aquisições, parcerias e licenciamentos ou outras oportunidades de expansão inorgânica que se mostrarem atraentes. "Estamos olhando ativos. Há várias frentes, mas ainda não temos nada na mesa", disse ao Valor o gerente-geral da Chiesi no país, José Fernando Almeida.

Neste momento, a farmacêutica está investindo R$ 21 milhões, em recursos próprios, para ampliar e modernizar sua fábrica de Santana de Parnaíba, no Estado de São Paulo, que hoje está a apta a produzir 13 milhões de unidades (caixas) por ano de medicamentos líquidos, sólidos e aerosol. Nessa primeira etapa de expansão, cujas obras devem ocorrer nos próximos seis meses, serão adicionadas pelo menos 4 milhões de unidades à capacidade instalada, com foco na linha de líquidos.

De acordo com Almeida, a estratégia da farmacêutica, que tem fábricas no Brasil, na França e na Itália, onde está também a sede, é transformar a unidade brasileira em um polo de exportação do Clenil, atendendo à demanda global pelo medicamento usado no tratamento da asma.

"Seremos os fornecedores mundiais de Clenil para a Chiesi", explicou. Como desdobramento do plano, as exportações da farmacêutica a partir do Brasil, hoje com destino a apenas ao Reino Unido e à Itália, chegarão a 26 países da Europa, África e Ásia. No ano passado, 25% da produção local foi embarcada.

Em 2020, essa fatia deve chegar a 40%.

A maior fatia de exportações ampliará a proteção natural (hedge) da operação brasileira frente à desvalorização do real.

Hoje, cerca de 95% dos insumos farmacêuticos são importados e os laboratórios têm sofrido pressão significativa do fortalecimento do dólar.

Com o investimento em curso, a previsão é a de que no início de 2017 a farmacêutica já conte com um "grande volume" exportado.

"Mas vamos crescer também em vendas domésticas", ressaltou o executivo.

As duas principais áreas de atuação da farmacêutica são a respiratória e neonatal, porém os planos até 2020 incluem a ampliação do portfólio de fármacos OTC (isentos de prescrição) e na área institucional (hospitalar).

Além disso, em dois anos, a Chiesi pretende entrar no mercado de tratamento de doenças raras com o lançamento de novas drogas. "Já estamos conversando com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) sobre um desses medicamentos", contou.

Com 80 anos de história, a Chiesi está presente no mercado brasileiro há quase 40 anos. Primeira afiliada da farmacêutica fora da Itália, a operação local é hoje a sétima em termos de faturamento. Até 2020, porém, a meta é alcançar a quarta ou a quinta posição.

Globalmente, o laboratório faturou 1,3 bilhão de euros em 2014, alta de 8,4% frente ao exercício anterior, enquanto o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) alcançou 363 milhões de euros, ou 27,1% da receita líquida. Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento somaram 237 milhões de euros, porém a Chiesi aplicou outros 89 milhões de euros para a compra do capital total da Chiesi USA.

A operação brasileira, segundo Almeida, se reporta ao comando de países emergentes e, junto com Rússia e Turquia, na avaliação do executivo, correspondem atualmente aos maiores desafios desse grupo. Para 2015, a expectativa para os negócios no país é a de crescimento de 12%, em linha com a previsão do IMS Health. "Essa fase desafiadora vai passar. É preciso ter capacidade para aproveitar o momento quando o cenário melhorar", ponderou.




CEO da Roche confia nos países emergentes

08/09/2015 - Portal Exame


As margens de lucro da Roche Holding AG estão sendo comprimidas pela recente queda do real, mas o CEO Severin Schwan está adotando uma perspectiva de longo prazo: os mercados emergentes continuarão sendo um motor de crescimento.

“Não tenho nenhuma dúvida de que o nosso crescimento no futuro virá dos mercados emergentes”, disse Schwan em uma entrevista na sede da fabricante de produtos farmacêuticos na Basileia, Suíça.

“Todos nós estamos extremamente preocupados com o crescimento do PIB na China, de 7 por cento. Ficaríamos muito satisfeitos se esse problema fosse na Europa. Tudo é relativo”.

O apetite do Brasil por remédios como o Zelboraf, fabricado pela Roche e indicado para o tratamento do melanoma, está aumentando, embora a desvalorização da moeda esteja eliminando os ganhos da maior fabricante de medicamentos contra o câncer.

As vendas da Roche no Brasil caíram para 447 milhões de francos suíços (US$ 457 milhões) no primeiro semestre, frente a 461 milhões de francos suíços um ano antes, apesar de elas terem aumentado 17 por cento excluindo o impacto das flutuações cambiais.

Brasil

“Nossos resultados consolidados em francos suíços sempre sofrem um impacto se há alguma desvalorização em relação ao franco”, disse Schwan.

“Observamos isso nos mercados emergentes. O Brasil, por exemplo, é uma questão importante para nós. O real passou de R$ 2 para R$ 3,50 em relação ao dólar e é claro que isso tem um impacto imediato sobre as nossas margens consolidadas”.

O Brasil terá o quarto maior gasto do mundo em assistência médica no próximo ano, na comparação com o décimo em 2005, disse a Roche em seu mais recente relatório anual, citando informações da IMS Health Holdings Inc.

Schwan também disse que a Roche não irá participar de fusões gigantescas nessa nova fase de consolidação do setor. Quanto a transações menores, “tudo depende das oportunidades”, disse ele. “Em termos gerais, buscamos produtos e tecnologias que fortaleçam as nossas franquias”.




Cientistas criam exame de sangue que determina idade biológica

09/09/2015 - O Globo


Um grupo de cientistas da Universidade King’s College, em Londres, desenvolveu um exame de sangue que pode estimar com mais precisão o envelhecimento de cada pessoa. A equipe acredita que o teste possa ser usado para determinar a idade biológica dos órgãos destinados a transplantes, evitando possíveis falhas. Outro uso importante seria o de prever o risco de alguém desenvolver doenças associadas à velhice, como o mal de Alzheimer.

A pesquisa, publicada esta semana na revista on- line “Genome Biology”, analisou os níveis de atividade de geneschave de indivíduos saudáveis de 65 anos, medindo no sangue deles os níveis de ácido ribonucleico ( RNA), responsável pela síntese de proteína na célula.

Os pesquisadores descobriram que a alta atividade dos genes está associada a uma melhor saúde cognitiva e melhor função renal, em um período de 12 anos. De acordo com o estudo britânico, o mesmo conjunto de moléculas é regulado tanto no sangue quanto nas regiões do cérebro associadas à demência. Isso permite, segundo a equipe de pesquisa, uma maneira mais rápida e fácil de, ao analisar uma amostra de sangue, conseguir diagnosticar o mal de Alzheimer precocemente.

Como o teste mede a vitalidade de certos genes, pode verificar, a partir das idades biológicas dos órgãos, qual é o risco de eles falharem depois de serem transplantados.

TRANSPLANTES MAIS SEGUROS

“Usamos o ano do nascimento, ou a idade cronológica, para julgar tudo, do valor de seguros até os procedimentos médicos. Em geral, entendese que pessoas de 60 anos não são todas iguais, claro, mas ainda não havia um teste confiável para detectar a idade biológica correspondente”, explicou ao jornal “The Independent” um dos responsáveis pelo estudo, o professor de Medicina James Timmons, da King’s College.

Segundo ele, a descoberta fornece a primeira “assinatura” molecular confiável da idade biológica de seres humanos e pode ser capaz de transformar a maneira como a idade é usada para tomar decisões médicas.

“Para o transplante de rins, órgãos mais antigos estão sendo usados com cada vez mais frequência, e, quanto mais velho for o doador, é mais provável que o transplante falhe posteriormente. Seria útil, portanto, conhecer a idade biológica do órgão antes de usá- lo”, analisou o pesquisador.

A aplicação do exame de sangue para ajudar a detectar os riscos de demência numa pessoa também trará, segundo o cientista, maior agilidade para o início do tratamento.




Mercado Aberto: Fórmula Transferida

09/09/2015 - Folha de S.Paulo

Colunista: Maria Cristina Frias


A farmacêutica alemã Merck planeja mais duas PDPs (parcerias de desenvolvimento produtivo), que transferem a tecnologia de fabricação de novos remédios para laboratórios públicos.

"Temos a intenção [de ampliar os acordos], mas ainda aguardamos uma definição do Ministério da Saúde", afirma Guilherme Maradei, presidente da empresa no país.

Uma das transferências seria para a produção de um hormônio de crescimento, segundo Maradei. "O governo hoje já tem despesas com esse medicamento." Sobre a segunda molécula, o executivo não deu detalhes.

A Merck tem hoje cinco concessões emitidas pelo governo para parcerias, incluindo um acordo que a empresa assina nesta quarta-feira (9) com o Bio-Manguinhos, da Fiocruz, e o laboratório nacional Bionovis.

Neste caso, a transferência de tecnologia será para a fabricação de um medicamento indicado para o tratamento de esclerose múltipla.




What's News: A Concordia Healthcare

09/09/2015 - Valor Econômico


A Concordia Healthcare, farmacêutica canadense, vai comprar a britânica Amdipharm, aquisição que vai lhe dar uma plataforma para se expandir globalmente e adicionar mais de 190 produtos farmacêuticos de nicho a seu portfólio. A Concordia vai pagar US$ 1,2 bilhão em dinheiro e US$ 700 milhões em ações à firma de private equity Cinven, atual dona da Amdipharm. Incluindo dívidas, o negócio é avaliado em US$ 3,5 bilhões.




A doença que rouba o ar

09/09/2015 - Correio Braziliense


“Eu sentia muito cansaço ao tomar banho e até mesmo quando penteava o cabelo, mas não imaginava o porquê disso. Como sentia dores abdominais, no início, fui diagnosticada com pedra na vesícula. Mas, depois de uma tomografia, foi descoberta a possibilidade de eu estar com linfangioleiomiomatose”, conta a bióloga Verônica Melo Borges, 40 anos. Em outubro do ano passado, a moradora de Brasília ouvia pela primeira vez o nome da doença, ao mesmo tempo em que descobria que era uma das poucas pessoas a desenvolver esse mal incurável — estima-se que 250 mil pessoas tenham a enfermidade em todo o mundo — e que conta com pouco apoio no Brasil.

Também designada simplesmente pela sigla LAM, a linfangioleiomiomatose é causada por uma mutação genética nos genes TSC1 e TSC2. A alteração leva à proliferação de cistos formados por células musculares lisas que tomam o espaço que serviria para os alvéolos pulmonares se expandirem durante a inspiração do ar. Vem daí a falta de ar sentida por quem tem o mal, um quadro que pode causar insuficiência respiratória grave, levando ao risco de morte.

A bióloga também tem o perfil da maioria das pessoas com o problema, que afeta, principalmente, mulheres entre 20 e 40 anos. O diagnóstico se tornou mais fácil nos últimos anos, mas muitos médicos ignoram a enfermidade. “Hoje, a LAM é entendida como neoplasia de baixa malignidade. Isso quer dizer que ela é um tecido que se prolifera sem controle. O diagnóstico é facilitado pela maior acessibilidade da população à tomografia, porém ela ainda é pouco conhecida pela comunidade médica”, afirma o pneumologista Marcelo Palmeira, do Hospital Universitário de Brasília (HUB).

Hormônio

A prevalência em mulheres em idade fértil está ligada à produção de estrógeno nesse período da vida. O hormônio atua como indutor na multiplicação de células musculares em todo o corpo feminino. Quanto mais cedo a paciente desenvolver a doença, maior será o risco de uma morte prematura por incapacidade respiratória. As pacientes não podem, portanto, usar anticoncepcionais e fazer reposição hormonal. A gravidez é contraindicada.

A formação dos cistos pode ocasionar uma passagem de ar para a pleura, membrana que envolve o pulmão. Esse bolsão de oxigênio impede que a pessoa inspire. “Esse ar fica represado entre o pulmão e a pleura, sendo necessário drená-lo, pois o pulmão fica muito comprimido. Então, colocamos um tubo pelo tórax para perfurar a pleura e esvaziá-la”, conta Palmeira.

Outra complicação recorrente é o derrame pleural, no qual também é necessário esse escoamento. Nesse caso, os cistos entopem os vasos linfáticos, responsáveis por carregar células que lutam contra infecções. O comprometimento do sistema linfático pode levar ao aparecimento de angiolipomas, tumores vasculares localizados nos rins. Apesar de serem benignos, eles podem se romper e provocar perigosas hemorragias.

Tratamento

Atualmente, não há cura para a LAM. O transplante de pulmão é uma opção, mas há risco de a doença voltar a se manifestar no novo órgão. O tratamento é feito, principalmente, pela administração da substância sirolimus. “Em alguns casos, o remédio consegue reverter a piora da doença e, na maioria das vezes, a estabiliza”, explica Bruno Baldi, pneumologista do Hospital das Clínicas de São Paulo, principal centro de referência para acompanhamento da LAM no Brasil.

A instituição recebe pacientes de todos os estados, conta o diretor da Divisão de Pneumologia do Instituto do Coração do hospital, Carlos Carvalho. “Atendemos mais de 100 mulheres com a enfermidade. Aqui, fazemos as avaliações necessárias para o diagnóstico e desenvolvemos pesquisas que podem levar a uma melhora na qualidade de vida das portadoras”, comenta. As principais pesquisas realizadas sobre a LAM no Brasil estão voltadas para o aumento da expectativa de vida. “Criamos um programa de exercícios aeróbicos com resultados positivos. Conseguimos melhora significativa na capacidade pulmonar”, completa.

O maior desafio de quem sofre com a doença, porém, é o acesso ao tratamento. Como a doença não está cadastrada no Ministério da Saúde, mulheres diagnosticadas não conseguem receber a sirolimus no Sistema Único de Saúde, que só fornece a droga para transplantados de pulmão ou rim. Cada caixa da medicação, suficiente para um mês de tratamento, custa R$ 2 mil. “As pacientes que têm a doença só conseguem o direito a esse remédio por meio de um mandado judicial”, diz Bruno Baldi. “Como muitas doenças raras, ela é muito negligenciada. Hoje, as pacientes ainda batalham por benefícios simples, como a isenção de impostos, a aposentadoria antecipada e um atendimento público com supervisão médica correta em seus estados de origem”, completa.

Outra luta é por tornar a doença mais conhecida, pois há poucas informações até entre pneumologistas. “É importante que a classe médica conheça a enfermidade e os sintomas para que reconheça na paciente os indícios da LAM”, defende Carvalho. Para alcançar esses objetivos, pacientes criaram a Associação LAM do Brasil.

Em 18 de agosto, um pequena vitória foi alcançada: representantes de associações de doenças raras fizeram da LAM o foco principal em discussão sobre políticas públicas na Comissão de Seguridade Social e Família na Câmara dos Deputados. Uma ação nesse sentido é urgente, lembra Marcelo Palmeira, do HUB. “A maioria das pacientes está na faixa dos 20 aos 35 anos. Daqui a uma ou duas décadas, estarão em um estado crítico de insuficiência pulmonar. Há pouco tempo, tive uma paciente que morreu aos 41 anos, sem conseguir acesso ao remédio”, lamenta o médico.

Depoimentos

Mulheres contam ao Correio como convivem com a LAM:

“Eu sempre coloco uma meta para mim: quero ver minha filha se formar no ensino médio. Quando alcançar essa meta, vou querer vê-la se formar no ensino superior. Depois, quero assistir ao casamento dela… Vai ser assim enquanto eu puder” Carmelina de Moura, 48 anos, economiária

“Quando contei para minha família, todos entraram em depressão. Meu pai não conseguia nem ver foto minha que chorava. Todos foram para a internet e, lá, descobriam que minha expectativa de vida era na base dos 10 anos. Ficaram desesperados”

Karina Garcia, 36 anos, autônoma

“Uma das coisas que mais me assustam é saber que, se eu tiver uma complicação repentina, é possível que os médicos por quem serei atendida não entendam o que eu tenho”

Maria Deusa Cavalcante, 55 anos, servidora pública




Ministério da Justiça quer mudar as regras para planos de saúde

09/09/2015 - O Globo


A crescente insatisfação dos consumidores com os planos e seguros saúde levou a Secretaria Nacional do Consumidor ( Senacon), vinculada ao Ministério da Justiça, a recomendar à Agência Nacional de Saúde Suplementar ( ANS) que modifique as normas que permitem tratamento diferenciado aos planos de saúde coletivos e individuais. Hoje, a agência só regula o reajuste anual das mensalidades de planos individuais. Os coletivos, que concentram 80% dos beneficiários, são livres para corrigirem os preços. Em alguns casos, os órgãos de defesa do consumidor já provaram que os reajustes anuais nesse modelo de contrato ultrapassam os 70%. A Senacon considerou que a diferenciação é “prejudicial aos consumidores”, que ficam vulneráveis e expostos a “práticas abusivas do mercado”. Além dos reajustes, a secretaria questionou a diferenciação das normas que dizem respeito à rescisão contratual. Ao contrário da regulamentação dos planos individuais, na norma dos planos coletivos, a ANS não veta a rescisão unilateral dos contratos.

A recomendação para mudança de vários itens da legislação atual foi feita em Relatório Consumo e Saúde Suplementar. Segundo o texto, as reclamações relativas ao serviço cadastradas nos Procons cresceram 30% entre 2011 e 2014 e chegaram a 25,2 mil em dezembro de 2014.

A tentativa da ANS de minimizar os abusos nos reajustes de planos coletivos, agrupando contratos menores, com menos de 30 beneficiários, foi considerada insuficiente pela Senacon. Nesses casos, a norma diz que as correções anuais de mensalidade devem ser iguais para todos os planos com até 30 usuários da mesma operadora, para tentar evitar que, em razão do baixo número de integrantes, a divisão de custos gere reajustes muito altos.

DESINTERESSE PELO INDIVIDUAL

Questionada sobre o motivo de não regular os reajustes dos planos coletivos, a ANS explicou que, como esse modelo é contratado por grandes empresas e sindicatos, com carteiras de usuários volumosas, estes possuem maior poder de barganha para fixar reajustes menores. Na prática, porém, nem todos os planos coletivos são contratados por grandes empresas. Isso porque a diferença nas regras levou a maioria das operadoras a perder o interesse pela venda do plano individual. Assim, para conseguir comprar o produto, muitos consumidores são forçados a aderir a planos coletivos oferecidos por pequenas associações.

De acordo com o portal da ANS, a agência “apenas acompanha os aumentos de preços, os quais devem ser acordados mediante negociação entre as partes e devidamente comunicados à esta agência em até 30 dias da sua efetiva aplicação”. As mensalidades dos individuais, por sua vez, explica a ANS, são corrigidas levando em conta a média dos reajustes coletivos.

Na última década, com exceção de 2008, mesmo as correções dos preços de planos individuais ficaram acima da inflação. Entre os coletivos, em muitos dos casos, o reajuste chega a patamares considerados abusivos. As operadoras justificam que a inflação médica — que leva em conta os preços de procedimentos e consultas — cresce em ritmo superior à inflação do país. O último reajuste para planos individuais, anunciado em junho deste ano, foi de 13,55%. A estimativa das empresas para aumento dos custos médicos era de 17%.

A Senacon questiona o método utilizado para os reajustes. Conforme avaliação, falta transparência aos cálculos. Atualmente, diz o relatório, “não se têm disponíveis dados qualificados do setor, tais como, faturamento das empresas, variação dos custos médico- hospitalares, definição de patamares mínimos de qualidade de atendimento e suficiência de rede prestadora, o que dificulta a possibilidade de aferição da regularidade dos reajustes praticados”.

Procurada para comentar os resultados do relatório da Senacon, a Federação Nacional de Saúde Suplementar ( Fenasaúde) não se pronunciou até o fechamento desta edição. A ANS informou que o relatório foi recebido e está sendo analisado.




Selo de qualidade definirá reajuste a médico e hospital de plano de saúde

09/09/2015 - Folha de S.Paulo


A qualidade dos hospitais, laboratórios, médicos e profissionais vinculados aos planos de saúde será requisito para definir a dimensão dos reajustes pagos pelas operadoras para quem presta os serviços aos pacientes.

O modelo, que deve valer a partir de dezembro para os estabelecimentos de saúde, prevê conceder aumentos inferiores ao IPCA (índice oficial de inflação) para quem não se enquadrar em alguns fatores de qualidade.

A proposta da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) valerá para os casos em que não houver um índice de reajuste pré-definido em contrato nem acordo entre as partes. Mas já provoca reclamações no setor.

Pela fórmula, hospitais e estabelecimentos de saúde que tiverem uma acreditação –espécie de selo de qualidade fornecido por empresas especializadas– receberão reajuste equivalente a 100% do IPCA.

Quem estiver ainda em processo de avaliação, por sua vez, recebe um pouco menos: 90% do índice. Já prestadores sem selo ou certificação de qualidade ficariam com 80%.

Para Yussif Ali Mere, presidente do Sindhosp (sindicato de hospitais paulistas), a possibilidade de reajuste menor conforme esses critérios é "absurda". "Nada contra usar a qualidade. Mas isso deveria ser algo a mais, não um redutor", diz Ali Mere.

Segundo ele, menos de 10% dos hospitais do país possuem acreditação, cujos custos variam, em média, de R$ 60 mil a R$ 80 mil.

Hoje, não há uma regra que determine que os hospitais precisam buscar esse tipo de certificação.

MÉDICO DE QUALIDADE

Além dos hospitais, clínicas e laboratórios, esse fator de qualidade deve servir como parâmetro de reajuste para médicos e profissionais a partir de dezembro de 2017.

Os critérios ainda serão definidos em reuniões com entidades de cada categoria.

Uma das sugestões iniciais já apresentadas, por exemplo, é definir a qualidade por título de pós-graduação. Assim, especialistas receberiam 100% do índice, e não especialistas, 80%, por exemplo.

Para entidades médicas, a medida embute um modelo de "ranking" de profissionais.

"É muito difícil mensurar a qualidade de um profissional. Um médico com 100% de cesariana [procedimento indicado só em casos específicos], por exemplo, pode trabalhar só com gestação de alto risco. Vai ganhar menos?", compara Márcio Bichara, secretário de saúde suplementar da Fenam (Federação Nacional de Médicos).

Para ele, a qualidade deveria ser um fator extra no reajuste –do contrário, diz, a medida pode afastar profissionais dos planos de saúde.

MUDANÇA DE CULTURA

A diretora da ANS Martha Oliveira rebate as críticas. Para ela, a resistência inicial das entidades é natural a uma "mudança de cultura".

"Temos um sistema de financiamento ruim do setor, no modelo de quanto mais produzo. E nunca se introduziu a questão da qualidade. Queremos garantir isso", diz.

Oliveira afirma que a diferença resultante da aplicação dos percentuais será pequena. No caso dos profissionais, diz, a agência deve atuar mais como mediadora da definição dos critérios de qualidade. "A ideia não é prejudicar ninguém, é estimular [a busca por qualidade] e fazer as pessoas verem essas informações."

Segundo ela, assim que houver definição dos critérios detalhados, a agência quer ampliar a divulgação desses parâmetros ao consumidor.

Hoje, há alguns desses fatores em "caderninhos" de planos de saúde com a lista de prestadores de serviços, por meio de letrinhas. "Queremos tornar isso mais visível."

Procurada, a FenaSaúde, entidade que representa planos de saúde, não respondeu aos pedidos da reportagem até a conclusão desta edição.




ANS flexibiliza regra de plano individual

09/09/2015 - Valor Econômico / Site


A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) flexibilizou as regras para as operadoras de planos de saúde que assumirem a carteira de clientes de convênios médicos individuais de empresas em processo de liquidação. Entre as medidas, um dos destaques é a possibilidade de reajuste anual de preço de até 20% a partir de 12 meses da transferência da carteira. Trata¬se de um índice superior ao estipulado pela ANS para os convênios individuais que, neste ano, aumentaram 13,55% e dos planos corporativos, cujo reajuste médio foi de 17%.

A flexibilização afeta diretamente a Unimed Paulistana que tem cerca de 160 mil usuários de planos individuais e enfrenta dificuldades para repassar sua carteira. Hoje, na cidade de São Paulo, nenhuma das grandes operadoras oferece convênio médico para pessoa física com a alegação de que o reajuste é regulado pelo governo.

A ANS criou outros incentivos relacionados às provisões, uma das principais queixas do setor. A operadora terá três anos a mais para constituir o lastro das reservas financeiras referentes a sinistros futuros (conhecido no setor como peona ¬ provisão de eventos/sinistros ocorridos e não avisados) e cinco anos adicionais para cumprir a margem de solvência (percentual do patrimônio que precisa ser reservado).

Além disso, a operadora ficará, durante seis meses, fora do programa da ANS que acompanha o cumprimento de prazo de atendimento. A cada trimestre, a agência analisa se a operadora está atendendo o prazo determinado e, caso contrário, a empresa fica impedida de vender novos planos de saúde. Em agosto, 73 planos de saúde e dental de 15 operadoras foram punidos. Desde o início do programa, há três anos, 155 operadoras foram proibidas de comercializar novos convênios médicos. "A resolução normativa da ANS reflete os equívocos da regulação de preço.

Sobre deixar a operadora fora de dois ciclos de monitoramento [cada ciclo é trimestral], acho que pode ser pouco tempo para ajustes", disse Antonio Carlos Abbatepaolo, diretor-executivo da Abramge, associação do setor.

Questionado sobre os impactos da resolução normativa da agência reguladora para os planos individuais, o presidente da Unimed Paulistana, Marcelo Nunes, se restringiu a dizer que "se a medida for benéfica ao usuário, será também à Paulistana." A Unimed Paulistana enfrenta resistência das demais cooperativas médicas.

A Central Nacional Unimed (CNU) e a Federação das Unimeds do Estado de São Paulo (Fesp) já sinalizaram que não têm interesse em ficar com a carteira da Paulistana, segundo Nunes. "Trabalhamos exclusivamente com planos empresariais. Mas estamos aguardando a decisão do sistema [Unimed]", disse Mohamad Akl, presidente da Central Nacional Unimed. Em 2001, a CNU absorveu parte dos planos individuais da Unimed São Paulo, que quebrou. Essa carteira, com cerca de 10 mil usuários, é deficitária, com taxa de sinistralidade de 164% em 2014.

As chances de a Paulistana conseguir um interessado nesta primeira etapa do processo de liquidação são pequenas. Se houver alguma oferta, poderá ocorrer na fase seguinte, quando é realizado um leilão. A resistência das operadoras é grande porque na etapa inicial do processo (alienação de carteira), há um risco jurídico maior de a compradora ter de assumir futuramente os passivos. A Paulistana tem um débito tributário de cerca de R$ 1 bilhão e dívidas com prestadores de serviços entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões. No leilão, a ANS separa a carteira de clientes e o risco é menor.

Vale destacar que no caso dos clientes da Qualicorp que têm Unimed Paulistana e estão migrando para a Fesp, não há esse risco porque a transferência é feita pelo usuário e não se trata de uma aquisição de carteira por parte da Federação.




Descobertas na crise

09/09/2015 - Valor Econômico / Site


Lee Newcomer, vice-presidente do grupo de saúde americano UnitedHealth, admitiu que a atual crise da economia brasileira pode afetar a aquisição de tecnologia e a introdução de novos procedimentos no país. A companhia é dona da Amil, uma das maiores operadoras de planos médicos do Brasil. "Isso aconteceu no Estados Unidos, durante a crise de 2008, mas algumas coisas nos surpreenderam, descobrimos que fazíamos exames demais. Podemos dizer que uma crise diminui os recursos, mas não necessariamente isso é ruim", afirmou ontem o executivo, em evento no Rio. Em sua apresentação, ele mostrou como iniciativas implementadas nos Estados Unidos conseguiram reduzir em 34% os gastos com o tratamento de câncer de mama. Os médicos foram instruídos a ampliar o atendimento clínico, o que reduziu as internações e gerou uma economia de US$ 33,4 milhões.

Mendelics coloca testes genéticos no radar brasileiro

07/09/2015 - O Estado de S.Paulo


Em três anos, a Mendelics, especializada em sequenciamento genético, tornou-se referência nacional. Em 2012, quando a startup foi fundada por três médicos egressos do Albert Einstein, Hospital das Clínicas e Laboratório Fleury e um bioinformata (programador de dados biológicos), a Mendelics recebeu um aporte de R$ 10 milhões do executivo Laércio Cosentino, da Totvs. Este ano, teve outra injeção de R$ 22 milhões do fundo de venture capital BBI, que foca em saúde. “Conseguimos reduzir muito o preço de testes genéticos no País ao criarmos um software capaz de interpretar 20 mil genes”, disse David Schlesinger, presidente e um dos fundadores da empresa.

A Mendelics foi vencedora do prêmio MIT (Massachusetts Institute of Technology) de inovação no ano passado. Qual é o foco da empresa? Começamos com teste genético, que chegava a custar até R$ 50 mil (dependendo do caso) e só era realizado no exterior. Hoje, fazemos aqui na Mendelics e custa até US$ 2 mil. Esses testes são capazes de identificar doenças raras e indicar o tratamento adequado, além de exames que identificam tumores.

Fizemos 90% do sequenciamento genético do País em 2014. Começamos a fazer também exames de pré-natal não invasivo que pode identificar doenças cromossômicas, como a Síndrome de Down.

Os custos caíram para o paciente?

No caso do pré-natal não invasivo, o custo é entre R$ 3 mil e R$ 4 mil. Aqui, sai por R$ 1.490 (pode ser parcelado em 10 vezes). Testes específicos (menos complexos) custam R$ 1.490. Outra diferença é que os resultados de testes genéticos têm um prazo de 4 a 6 meses.

O nosso é em até 60 dias.

A empresa tem acordos com laboratórios e planos de saúde?

Temos laboratórios cadastrados e já planos de saúde credenciados.




Sistema Único de Saúde tem 37 mil equipamentos fora de uso no País

08/09/2015 - O Estado de S.Paulo


Mesmo com as enormes filas de espera por exames e tratamentos, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem hoje cerca de 37 mil equipamentos fora de uso em todo o País,mostra levantamento inédito feito pelo Estado, com base em dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) do Data sus. São aparelhos para os mais diversos fins, desde equipamentos para diagnóstico por imagem, como ultrassom e tomógrafo, até máquinas que asseguram a sobrevivência dos pacientes, como cadeiras de hemodiálise e incubadoras para recém-nascidos.

O número de aparelhos inutilizados inclui máquinas quebradas, em manutenção, obsoletas ou novas, mas que ainda estão à espera de instalação. A existência de equipamentos sem uso na rede pública contrasta como tempo de espera que os pacientes enfrentam ao tentar agendar alguns tipos de exame.

Em Porto Alegre,uma empregada doméstica de 62 anos espera há quatro meses a confirmação da data de uma ecografia mamária, exame preventivo do câncer de mama. “Entreguei o encaminhamento em maio e, até agora, não foi marcado. Antes,o posto mesmo dava a requisição na hora e a gente só precisava ir até a clínica fazer, mas agora temos de esperar que avisem por telefone do agendamento”, diz a paciente, que não quis ser identificada.

Se a demora já é comum por causa da lista de espera, a situação se agravou há cerca de 20 dias, quando um dos aparelhos de ecografia da capital gaúcha apresentou problemas. De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre, “os reparos já foram acionados e o problema deve ser solucionado em até duas semanas”.

O Rio Grande do Sul é o terceiro Estado com o maior porcentual de aparelhos fora de uso em relação ao total de máquinas existentes nas unidades de saúde gaúchas. São 3.551 equipamentos inutilizados,7,2%do total.

Em primeiro e segundo lugar na lista dos Estados com mais máquinas sem utilização aparecem Rondônia e Distrito Federal (mais informações nesta página).

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia,Ruffo de Freitas Júnior,a oferta ainda insuficiente de exames de diagnóstico do tumor de mama faz com que muitos casos de câncer sejam descobertos já em estágio avançado. “Temos máquinas velhas, que precisam de manutenção ou de substituição, mas temos também o problema da subutilização dos aparelhos.

Os hospitais costumam fazer menos exames do que sua capacidade, por causa da falta de profissionais”, diz. Em todo o País,estão fora de uso 179 ecógrafos e 115 mamógrafos.

Particular. Em situações de maior urgência, a demora para conseguir um exame na rede pública leva pacientes a pagar pelo procedimento na rede particular.

Foi a alternativa encontrada pelo casal de aposentados Dalva Ferreira Lima,de 74 anos, e Manoel Rodrigo de Lima, de 73, diante da longa espera por um eletroencefalograma para o filho Samuel Barbosa de Souza Lima, de 18 anos, que sofre de dor de cabeça crônica e faz tratamento com um neurologista.

“Ficamos mais de um ano esperando pelo exame, que nunca foi realizado. Como ele estava ficando com o pescoço torto, por causa das dores de cabeça, a gente tirou dinheiro de outras contas e pagou a consulta e o exame particular”, contou Dalva.

A família, moradora de Buritama, no interior de São Paulo, teve de desembolsar R$ 450.

Segundo a aposentada,a justificativa dada pela unidade de saúde para a demora no agendamento do exame era de que os equipamentos estavam quebrados e a fila de espera era muito grande. Segundo os dados do Data sus, são 153 aparelhos de eletroencefalograma fora de uso em todo o Brasil.

Investimentos. Questionado sobre o número de equipamentos fora de uso na rede pública, o Ministério da Saúde informou que os aparelhos inutilizados representam 4,7% do total e, embora a manutenção regular dos equipamentos seja de responsabilidade dos gestores de cada hospital,o governo federal investe na melhoria da infraestrutura tecnológica de atendimento.

De acordo com o ministério, só na estrutura de serviços oncológicos foram repassados, no ano passado, R$ 38,3 milhões para a compra de equipamentos.

No mesmo período, o governo federal investiu R$ 1,8 bilhão em aparelhos de atenção básica e especializada, valor 51% maior que o aplicado em 2013.

A pasta afirma ainda que, além dos repasses,“realiza compra direta,centralizada,de equipamentos,visando a melhor distribuição e o reforço de determinados serviços no País”. Entre as ações recentes,a pasta destaca a aquisição de 80 aparelhos de radioterapia.

No DF, bactéria que transmite a cólera é encontrada em estação de esgoto 04/09/2015 - Folha de S.Paulo / Site

A secretaria de Saúde do Distrito Federal emitiu um alerta a hospitais da região após equipes de monitoramento ambiental detectarem, em uma amostra retirada de uma estação de tratamento de esgoto, uma bactéria que transmite a cólera.

É a primeira vez que a bactéria Vibrio cholerae é encontrada no DF –a região, no entanto, iniciou atividades de monitoramento constante da rede de esgoto há apenas dois anos.

A amostra, com o tipo O1 da bactéria, foi encontrada em junho em uma estação de tratamento da Caesb (Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal) na Asa Norte, em Brasília.

O resultado, que saiu apenas neste mês, foi confirmado após análise de laboratório especializado da Fiocruz. Outras amostras foram coletadas em seguida no mesmo local, mas a bactéria não foi encontrada novamente.

Ainda assim, a secretaria resolveu emitir um alerta aos hospitais como forma de encontrar possíveis casos da doença e, assim, evitar a transmissão. A orientação é que profissionais estejam atentos a casos de diarreia súbita e grave, um dos principais sintomas da doença, que também pode ser acompanhada de vômitos.

"Precisamos nos precaver. Se não fizermos o alerta, corremos o risco de não detectar a doença caso um paciente chegue na rede, porque não é habitual", explica a chefe do núcleo estadual de agravos de transmissão hídrica e alimentar, Rosa Maria Mossri.

Em nota, a Secretaria de Saúde do DF reforça que o resultado da análise foi positivo apenas para um trecho –a pasta descarta a contaminação de toda a estação de tratamento de esgoto ou mesmo da água que é consumida.

Os últimos casos de cólera no Brasil foram registrados em 2005, quando cinco casos da doença foram notificados em Pernambuco. Desde então, não há registro de novos casos.

O Distrito Federal, por exemplo, nunca teve casos autóctones da doença –todos os registrados eram importados, ou seja, de pessoas vindas de outros países.

A transmissão da cólera ocorre por meio do contato com água e alimentos contaminados pelas fezes de uma pessoa infectada. A doença, assim, é mais comum em países com más condições da rede de saneamento básico.

REFORÇO

Após o resultado positivo para a bactéria no DF, o Ministério da Saúde publicou um informativo às vigilâncias estaduais em que recomenda a realização de monitoramento ambiental para detecção de bactérias que transmitem a doença.

O objetivo é "detectar a circulação destes patógenos no ambiente, em tempo oportuno, com o intuito de serem adotadas as medidas de prevenção e controle necessárias para evitar a disseminação" dessas bactérias e, consequentemente, a propagação da cólera no país.

De acordo com o ministério, análises das amostras no DF e indicaram como baixo o risco de disseminação da Vibrio cholerae.

Segundo o documento, o reforço no monitoramento ambiental ocorre porque o Brasil recebe turistas e viajantes provenientes de países onde ocorre a transmissão da doença, como Haiti, República Dominicana, México e alguns países da África.




Cirurgia eleva o risco de infecção, diz organização

08/09/2015 - Folha de S.Paulo


A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que cesáreas só sejam feitas com indicação médica. Nesses casos, o procedimento ajuda a salvar vidas. Mas, em outros, diz a organização, a cesariana, como qualquer cirurgia, aumenta o risco de infecção e complicações.

No Brasil, o índice de cesárea é de 40% no SUS e de 84,6% na rede privada.

"Existe uma cultura da cesárea que funciona assim: quando a gestante chega no pré-natal, ela não recebe informações. Esse modelo leva as mulheres para as cesáreas", diz a psicóloga e pesquisadora Heloísa Salgado, que há três anos criou com amigas a página do Facebook "Eu quero parto normal".

O objetivo, diz, é disseminar informações.

"Para o médico de convênio, é muito melhor uma cesárea do que passar 24h no trabalho de parto de apenas uma paciente."




Mulheres criam grupos a favor de cesáreas

08/09/2015 - Folha de S.Paulo


Há quem diga que, para ser uma boa mãe, é preciso sentir as dores do parto. Mulheres que optam pela cesárea reclamam que têm de lidar com o preconceito de ativistas do parto normal, especialmente em redes sociais. Em resposta, elas vêm se organizando em grupos pró-cesárea.

Proliferam na internet comunidades como "Eu escolhi cesárea", "Não me obriguem a um parto normal" e "Parto cesárea-minha escolha & meu direito" –esta última declara que seu objetivo é reverter a "crucificação" do procedimento no Brasil.

"Elas costumam dizer que somos 'menos mães', que cesárea não é parto", diz Kauane Braciak, 24, administradora da "Mães, cesárea & cia". Criada há cerca de seis meses, a página já tem mais de 90 mil seguidores no Facebook.

O debate ganhou força com resolução da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) em vigor desde julho. A medida pretende diminuir a taxa da cesárea na rede privada, hoje em 84,6%.

Ela obriga a elaboração do partograma, documento sobre o que houve no parto, para que o plano de saúde pague a cirurgia. Sem indicação médica, a cesariana aumenta em até 120 vezes a chance de problemas respiratórios para o recém nascido e eleva o risco de morte da mãe, afirma a ANS.

TERMO

Muitos interpretaram que a nova regra proibiria a cesárea eletiva, já que a indicação médica para a cirurgia deve constar no partograma.

A ANS, porém, afirma que a gestante pode optar pela cirurgia –deverá assinar um termo de consentimento para manter a cobertura do plano.

Entre os motivos que levam mulheres a escolher a cesárea estão o medo da dor e o receio causado por experiências negativas, pessoais ou de outras mulheres.

Isso se deve, em muitos casos, à falta de condições (como leitos e recursos humanos) para um parto normal bem assistido, afirma Carlos Vital, presidente do CFM (Conselho Federal de Medicina).

Candida Antunes, 35, optou pela cesárea por considerá-la menos traumática. "Ouvi relatos de bebês que tiveram a clavícula quebrada no parto e de mulheres que não suportaram a dor ou o estresse. Fiquei alarmada", diz.

Em 2011, a ativista Nanda Café, do blog "Mamíferas", gerou polêmica ao escrever que a cesárea eletiva era mais criminosa do que um aborto.

"Defendo o direito da mulher ao próprio corpo, tanto que defendo o aborto. Se não quer parir, aborte", afirma.

"O corpo da mulher não pode ser dela só quando se fala em parto normal e aborto. Isso tem de valer também para o seu direito de escolher a cesariana", afirma Kauane, do "Mães, cesárea & cia".

Para o presidente do CFM, o confronto entre parto normal e cesárea não reflete o interesse da população, que é de ter um parto seguro. "Tem de prevalecer o parto normal, mas muitas vezes o parto seguro será o cesariano."




Plantão Médico: Suplemento alimentar: riscos e benefícios

05/09/2015 - Folha de S.Paulo


Com uma dieta equilibrada e hábitos de vida saudáveis, não há necessidade de suplementação de qualquer nutriente, segundo especialistas da área da saúde.

Por isso, o consumo de suplemento alimentar pode conter riscos (muitos) em relação aos seus benefícios (poucos).

Lucile T. Abe-Matsumoto, do Centro de Alimentos do Instituto Adolfo Lutz e Geni Rodrigues Sampaio e Deborah H. . Bastos, da Faculdade de Saúde Pública da USP, analisam nos "Cadernos de Saúde Pública" a regulamentação, consumo e implicações à saúde dos suplementos vitamínicos e minerais.

Por muitos anos, o suplemento de cálcio foi usado para prevenção e tratamento da osteoporose. Mas estudos atuais mostram que ele pode aumentar riscos cardíacos, formação de cálculos renais e distúrbios gastrintestinais.

Pessoas que ingerem o recomendado de cálcio e vitamina D e se expõem ao sol não necessitam de suplementos para manter a saúde.

Para Abe-Matsumoto, Sampaio e Bastos, a facilidade de comercialização, aliada a forte apelo publicitário, têm estimulado a população ao consumo indiscriminado desses produtos. Em 2013, essa indústria apresentou um faturamento de R$ 1 bilhão. A publicidade abusiva desses suplementos recebe advertências do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) –com suspensão ou correção das peças–, mas ressurgem com outros nomes, até que aconteçam novas queixas e sanções.




Mais Médicos: embuste sem fim.

06/09/2015 - Folha de S.Paulo


Em vez de insistir em programas ficcionais, Brasil deveria adotar medidas genuínas para atenuar o esfrangalho da saúde no país.

O Ministério da Saúde e os médicos brasileiros têm percepções inconciliáveis quando se expressam sobre o programa Mais Médicos e a respeito da saúde da nação. Recentemente, as mais altas autoridades do governo divulgaram que o programa mudou a vida de 63 milhões de pessoas, que agora recebem atendimento acolhedor e competente.

Enfatizaram que o Mais Médicos aumentou o número de consultas e anunciaram a abertura de milhares de vagas em novos cursos de medicina para atenuar a carestia de profissionais. Arremataram afirmando que os médicos brasileiros resistiram ao Mais Médicos por interesses corporativos e ideológicos.

Protagonistas de um sistema de saúde pública arruinado pela inépcia, os médicos da nação não compreenderam o discurso oficial, desconectado da realidade e adornado por preconceito injusto.

Nenhum médico brasileiro ou de outra nacionalidade ignora a necessidade de se produzirem mais médicos, dada a carência e sua má distribuição. Um médico é sempre melhor do que nenhum, sobretudo nas comunidades carentes. Nem por isso a classe médica é obrigada a aceitar um programa implementado de forma ilegal, não resolutiva e divulgado de maneira falaciosa.

Segundo o TCU (Tribunal de Contas da União), que auditou o Mais Médicos, o programa viola o artigo 5º da Constituição, pois brasileiros e estrangeiros residentes no país têm direitos iguais à vida, à liberdade e à igualdade.

O Mais Médicos acolheu 18.240 médicos, dos quais 11.429 cubanos. Estes, pessoas amistosas e resignadas, estão vivendo no Brasil confinados, sem liberdade de ir e vir, recebendo 30% do que auferem seus colegas estrangeiros e brasileiros.

Essa óbvia transgressão é agravada por outra ilegalidade intrigante. Pautados por um "contrato obscuro", o governo transfere para Cuba um adicional de R$ 1 bilhão ao ano, além dos salários. Esses recursos são entregues a uma "empresa anônima, cujos proprietários são desconhecidos". Confesso que o incômodo fica insuportável quando tento imaginar quem são eles.

O TCU revela também que existe "grande inconsistência na aferição dos resultados do programa", colocando em dúvida números majestosos apresentados oficialmente.

Como ressalva minha, se é verdade que 18.240 médicos atendem bem a 63 milhões de brasileiros, a felicidade poderá ser esparramada pela pátria, importando-se mais 25 mil médicos, inclusive cubanos.

Estaremos encerrando o padecimento interminável de 150 milhões de usuários do SUS, a um custo irrisório, cerca de R$ 4,5 bilhões por ano. Menos de 5% do Orçamento federal destinado à saúde e muito pouco, perto dos R$ 88 bilhões surrupiados somente da Petrobras. Preciso explicar porque ninguém se interessou por solução tão simples?

Ademais, segundo o Tribunal Contas da União, nas cidades inseridas no projeto, o número de consultas aumentou, em média, 19%.

Sem dúvida, mais brasileiros tiveram suas aflições abrandadas, mas, dado o nível de degradação da saúde, esse incremento é risível para se proclamar a nascença de um grande programa de assistência.

A experiência recente mostra que verdade e competência não representam virtudes marcantes dos nossos governantes. Por isso, em vez de insistir no discurso e em programas ficcionais, as autoridades da saúde deveriam adotar medidas genuínas para atenuar o esfrangalho.

Como fazer isso? Acho que não é difícil: destinando à saúde recursos decentes, valorizando o Programa de Saúde da Família, legítimo projeto de amparo aos desassistidos, restaurando a rede hospitalar do SUS e colocando-a sob gestão de organizações sociais sérias.

Também é preciso autorizar novas escolas médicas pautadas pela excelência, não por interesses de grupos predadores, remunerar de maneira justa os profissionais da saúde pública e importar médicos estrangeiros, desde que aprovados em exames de competência, para ajudar legitimamente os brasileiros.

Como explicava Geraldo Vandré: "Porque gado a gente marca;tange, ferra, engorda e mata; mas com gente é diferente".




744 MIL

08/09/2015 - IstoÉ


744 MIL clientes da Unimed Paulistana serão transferidos para outras operadoras de planos de saúde nos próximos 30 dias - a própria Unimed deverá promover as transferências. A determinação é da ANS e foi oficializada na quarta-feira 2 devido a "anormalidades econômico-financeiras e administrativas graves que colocam em risco a continuidade do atendimento". A operadora Unimed Paulistana (faturamento anual de cerca de R$ 2,7 bilhões) está em falência: fechou 2014 com patrimônio líquido negativo de R$ 769 milhões e passivo tributário de R$ 263 milhões. Ela terá por força de lei de manter a assistência aos beneficiários até que a transferência a outras operados esteja concluída. Durante esse período de transição, o conveniado tem de pagar normalmente a mensalidade.




FLEURY

05/09/2015 - IstoÉ Dinheiro


R$ 16 milhões foi por quanto o laboratório paulista vendeu a empresa carioca Cruzeiro do Sul Medicina Diagnostica à Rise do Brasil Participações. A conclusão do negócio depende de aprovação do Cade.




Como escolher o plano de saúde

05/09/2015 - IstoÉ


Em um cenário de demissões em diferentes setores da economia, muitos trabalhadores temem perder o plano de saúde da antiga empresa. Segundo determinação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), ex-trabalhadores demitidos sem justa causa podem continuar com o plano empresarial por até um terço do período de contribuição, no caso dos chamados planos contributários, em que parte da mensalidade do seguro era descontada da folha de pagamento. O limite máximo para uso do benefício é de dois anos e o mínimo de seis meses, "mas o ex-trabalhador tem de arcar com o valor total da mensalidade do plano", ressalta Joana Cruz, advogada e pesquisadora em planos de saúde do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Quem deseja contratar um novo seguro saúde, no entanto, deve estar atento a várias informações. "A primeira dica é não ter pressa. Plano de saúde não se compra por impulso", adverte João Luis Barroca, porta-voz da ANS.




Qual é a idade do seu coração?

05/09/2015 - IstoÉ


Grande parte das pessoas já sabe que determinadas condições apresentam sérias ameaças para o coração. Pressão alta e colesterol ruim elevado estão entre elas. Mas como conhecer exatamente o tamanho do desgaste provocado por esses fatores de risco? Na última semana, especialistas do Centro de Controle de Doenças (CDC), órgão do governo dos Estados Unidos, descreveram uma ferramenta capaz de ajudar nesta tarefa. Eles tornaram disponível um sistema online por meio do qual é possível calcular a idade do coração, nem sempre igual à idade cronológica dependendo do número de circunstâncias de risco manifestadas pelo indivíduo. O recurso pode ser acessado no endereço http://www.cdc.gov/vitalsigns/cardiovasculardisease/heartage.html

“É uma maneira interessante de estimular a prevenção. A doença coronariana é a que mais mata no mundo e a população ainda não se previne da maneira ideal” cardiologista Roberto Kalil Filho, diretor geral do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês (SP) O sistema registra o sexo e a idade da pessoa e também leva em consideração algumas das principais condições que repercutem na saúde cardíaca: o nível de pressão arterial, o peso e se o indivíduo é fumante ou diabético. A partir dos dados, informa se o coração é mais “jovem”, tem idade compatível com os anos de vida ou se, por causa dos fatores de risco que pesam sobre ele, já apresenta danos de um coração muito mais velho. Um dos exemplos apresentados pelo Centro de Controle de Doenças é o de uma mulher de 50 anos não fumante, hipertensa, diabética e obesa. Pelos cálculos, sua idade cardíaca é de 85 anos.

O objetivo do CDC – uma das mais respeitadas instituições do mundo – é tornar melhor compreensível o -impacto que o estilo de vida tem sobre o funcionamento cardíaco. “O conceito por trás da idade do coração é alertar os indivíduos, especialmente os mais jovens, para que modifiquem agora hábitos que não são saudáveis em vez de esperar sofrer um infarto ou um acidente vascular cerebral”, afirmou o epidemiologista Matthew Ritchey, da Divisão de Prevenção a Infartos e AVCs do centro americano. “É uma alternativa simples para ilustrar o risco. Estudos mostraram que a idade cardíaca pode motivar as pessoas a adotarem hábitos saudáveis e a aderirem mais às intervenções terapêuticas”, disse à -ISTOÉ Quanhe Yang, cientista sênior do CDC e um dos autores do trabalho.

O recurso chamou a atenção em todo o mundo. “É uma maneira interessante de estimular a prevenção”, considerou o cardiologista Roberto Kalil Filho, diretor geral do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. “A doença coronariana é a que mais mata no mundo e a população ainda não se previne da maneira ideal”, diz.

O sistema foi criado com base nas informações coletadas pelo CDC em todos os estados americanos e as que foram produzidas pelo Estudo Framingham, um projeto da Universidade de Boston e do Instituto Nacional de Coração, Pulmão e Vasos Sanguíneos dos EUA. Iniciado em 1948, ele registra os dados cardiovasculares dos moradores da cidade de Framingham, em Massachussets, abastecendo algumas das principais pesquisas sobre o tema realizadas nas últimas décadas.

A ferramenta permite o cálculo da idade cardíaca individual, mas possibilitou ao CDC a obtenção de um retrato amplo de como anda a vitalidade cardíaca dos americanos. As projeções mostraram que aproximadamente 69 milhões dos habitantes adultos dos Estados Unidos que não sofreram infarto ou acidente vascular cerebral têm um coração cinco ou mais anos mais velho do que a idade cronológica. Segundo o instituto, o número equivale ao total de pessoas vivendo em 130 grandes cidades daquele país. As estimativas também informam que um a cada dois homens e duas a cada cinco mulheres apresentam idade cardíaca cinco anos superior à cronológica - a média é de sete anos a mais. E três em cada quatro infartos ou acidentes vasculares cerebrais são motivados pela presença de fatores de risco que elevam a idade do coração.

É possível ter uma ideia, por exemplo, do impacto da pressão arterial. Homens que manifestam hipertensão (além de 140 mmHg) adicionam cerca de vinte anos a mais ao seu coração. Na faixa intermediária, entre 120 e 139 mmHg, somam dez anos a mais. Com as mulheres, o grau de envelhecimento é parecido. Nas hipertensas, o coração ganha em torno de dezoito anos além da idade cronológica e nas pré-hipertensas o prejuízo fica em torno de doze anos a mais.

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