Revista 106 - Acupuntura



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PUBLICAÇÃO DO CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Nº 106 - FEV - MAR - ABR / 2012

Revista 106  setinha Acupuntura


Também para as crianças

Sem contraindicações, a acupuntura e outros tratamentos complementares agem rapidamente em crianças

Acupuntura em mão de criança (Foto: Thais Noronha)
Na acupuntura, a criança responde mais rápido ao tratamento do que o adulto. Ela também pode ser utilizada em associação com a homeopatia, alopatia ou fitoterapia (Foto: Thais Noronha)

Superar o medo natural que algumas crianças possuem das agulhas é a parte mais difícil. Ultrapassada essa fase, os resultados são mais rápidos e efetivos do que os verificados em adultos. Em crianças, a acupuntura vem sendo utilizada com sucesso no tratamento de vários tipos de doenças, como sinusite, alergias e cefaleia, mas também tem apresentado bons resultados no tratamento de algumas fobias, como medo de dormir no escuro.

De acordo com o segundo relatório de Estatísticas de Saúde Nacional, dos Estados Unidos, divulgado em 2010, cerca de 150 mil crianças norte-americanas, incluindo bebês, são tratadas com acupuntura anualmente. E os principais problemas são respiratórios, enxaqueca e cólicas.

Tanto em crianças como em adultos, as agulhas têm a função de estimular a produção e liberação de substâncias que atuam no Sistema Nervoso Central. A acupuntura é adequada para qualquer tipo de desequilíbrio energético e, tanto em crianças quanto em adultos, o tratamento é o mesmo, com mudanças na forma de atendimento, na abordagem do paciente e nos instrumentos utilizados.  

Para a acupunturista e membro da Comissão Assessora de Acupuntura do CRF-SP, dra. Priscila Rico, os principais benefícios são a diminuição no uso de corticoides para tratamento de processos alérgicos e o alívio imediato de sintomas, como dores de cabeça decorrentes de quadros de sinusite, entre outros. Ela destaca os cuidados especiais do tratamento nesse tipo de paciente. “Não se deve reter as agulhas: deve-se fazer a inserção, estimular e retirá-las. Também não inserir agulhas na cabeça enquanto as fontanelas (moleiras) estiverem abertas.”

Se comparadas às agulhas de injeção, apesar de menores e mais finas, as utilizadas na acupuntura podem causar certo desconforto e até medo nas crianças. Neste caso, é importante que o farmacêutico converse, ouça, explique o que será realizado e, principalmente, que há a possibilidade de se retirar a agulha, caso o incômodo seja muito grande. Dra. Priscila Rico também recomenda ouvir os pais da criança, mesmo das maiores de cinco anos, para que os sintomas e sinais sejam descritos com eficiência.

A acupuntura pediátrica também pode ser utilizada de forma preventiva, com o objetivo de diminuir a incidência de viroses como resfriados e diarreias, por meio do fortalecimento do sistema imunológico e manutenção do equilíbrio energético. O dr. José Trezza Netto, professor e coordenador da Comissão Assessora de Acupuntura do CRF-SP, reforça que “a resposta é mais rápida e efetiva e a acupuntura pode ser utilizada em conjunto com a homeopatia, alopatia ou fitoterapia, sem efeitos colaterais.”

Fugindo das agulhas

Auriculoterapia (Foto: Thais Noronha)
A auriculoterapia chinesa é uma das alternativas eficazes para driblar o medo de agulha (Foto: Thais Noronha)

Se uma boa conversa não for suficiente e a criança resistir ao tratamento, é possível substituir as agulhas por técnicas totalmente indolores como laserterapia (estimulação de pontos com o laser), cromoacupuntura (irradiação de luzes coloridas que associa a função energética do ponto aos efeitos da luz), sementes (geralmente de mostarda), cristais radiônicos, stipper (técnica com pastilhas de silício), magnetoterapia (por meio de magnetos terapêuticos), escovação (por meio de escovas de dente), entre outros. Dra. Priscila Rico ressalta os benefícios do uso das sementes. “A auriculoterapia chinesa, ou seja, a inserção de sementes no pavilhão auricular da criança, apresenta ótimos resultados.”

Resultado positivo na prática

Tanto o dr. Trezza, quanto a dra. Priscila, relatam vários casos em que as diversas formas de tratamento proporcionaram benefícios às crianças, seja em relação ao uso da acupuntura por si só ou complementada por outras técnicas, os efeitos são evidentes.

Dr. Trezza atualmente trata de uma criança de 12 anos com quadro de ansiedade, medo e outros problemas emocionais. Optou pela utilização de cristais radiônicos com a técnica de Auriculoterapia Francesa (utilizando pontos localizados no pavilhão auricular) e, já nas primeiras sessões, o paciente apresentou melhora significativa nos sintomas, principalmente relacionados ao medo. “A criança tinha medo de dormir no escuro, de bichos que poderiam estar embaixo da cama, de ir à escola, entre outros. Todos estes sintomas já desapareceram. No momento, estou fortalecendo a parte emocional e estabilização do tratamento.”

Outro caso de sucesso é contado pela dra. Priscila Rico: “Já tratei criança com diagnóstico de sinusite crônica, que apresentava quadro de cefaleia intensa. Após a primeira sessão, houve melhora significativa, e após a terceira, a criança já não apresentava mais o quadro de cefaleia”. Ela relembra ainda um caso de criança com torcicolo, no qual em apenas uma sessão aliviou-se a dor que a importunava.

Thais Noronha 


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