Trabalhava numa rede de drogarias muito movimentada no centro de Sorocaba/SP.

Numa manhã, quando a loja ficou tranquila por alguns minutos, observei um homem na calçada, pálido e inquieto. Sai da drogaria e perguntei se estava bem, mas ele respondeu que não, que se sentia muito mal. Rapidamente o levei para dentro da drogaria, ofereci água, uma cadeira para sentar, fiz algumas perguntas básicas e liguei imediatamente para o SAMU, pois ele relatou que já havia sofrido um AVC.

Devido ao trânsito, a ambulância demorou cerca de 40 minutos para chegar. Durante esse tempo eu fiquei ali, ao lado dele, tentando passar tranquilidade. O médico do SAMU chegou, examinou o paciente e rapidamente o levou para a ambulância. Ao sair ele me sinalizou que o caso era muito grave. Ao ser levado pelo SAMU, o homem só me pediu para avisar sua esposa. Depois disso não tive mais notícias.

Passadas duas semanas, uma balconista me chamou porque tinha um cliente na farmácia querendo falar comigo. Ali estava ele, o senhor que ajudei a socorrer, com uma rosa branca na mão. Era um presente para mim. Quanta emoção. Ele me agradeceu muito porque o socorri, mesmo ele não estando dentro da farmácia, e me contou que após entrar na ambulância sofreu duas paradas cardíacas e quase morreu. Se o socorro tivesse demorado um pouco mais, talvez não tivesse resistido.

Mas ele estava ali só para agradecer, porque larguei tudo o que eu estava fazendo para ficar 40 minutos ao lado dele, acalmando, rezando e torcendo para que tudo ficasse bem.

Dra. Shirley Aparecida Passos Lisboa, Votorantim/SP

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