Fórum sobre educação na área da Saúde discute formação profissionalFórum sobre educação na área da Saúde discute formação profissionalSão Paulo, 19 de março de 2014.

Audiência pública realizada na terça-feira (18/03) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) reuniu representantes de 12 conselhos da área da Saúde, entre eles o CRF-SP. O evento deu sequência ao debate realizado em outubro, que reforça a necessidade de reformulação na formação de profissionais da área da saúde.

Desta vez, a audiência reuniu parlamentares e um representante do Ministério da Saúde (Alexandre Medeiros, diretor do Departamento de Gestão da Educação na Saúde), além da professora Ana Estela Hadad, primeira dama da cidade de São Paulo, para debater sobre a deficiência na qualidade da graduação, sua consequente relação com a formação de profissionais despreparados para o mercado de trabalho, a abertura desenfreada de cursos de baixa qualidade e o encaminhamento de propostas para a reformulação do modelo de ensino adotado no país.

Os conselhos vão encaminhar um documento para o Ministério da Educação e da Saúde, em que propõem uma discussão permanente com o objetivo de garantir a qualidade de atendimento aos cidadãos. O grupo requer a formação de uma comissão inter-secretarial permanente, de nível estadual, para gerir os assuntos relacionados ao tema, além de uma comissão similar em âmbito federal, composta pelos conselhos federais para discutir e propor ações para a melhoria da qualidade da educação para os profissionais da saúde.

O documento foi assinado pelo Fórum dos Conselhos e Atividades Fins da Saúde (FCAFS), que reúne os Conselhos de Farmácia (CRF-SP), Odontologia (CRO-SP), Medicina (Cremesp), Biologia (CRBio-1), Biomedicina (CRBM-1), Educação Física (CREF4-SP), Enfermagem (Coren-SP), Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito-3), Fonoaudiologia (CRFa-2), Medicina Veterinária (CRMV-SP), Nutricionista (CRN-3). A exceção ficou por conta dos conselhos de Serviço Social (Cress) e Psicologia (Crp), que adotaram posicionamento contrário à maioria.Dr. Pedro Menegasso, presidente do CRF-SP, durante discursoDr. Pedro Menegasso, presidente do CRF-SP, durante discursoDr. Pedro Menegasso, presidente do CRF-SP, durante discurso

Durante pronunciamento, o dr. Pedro Menegasso, presidente do CRF-SP, reforçou a necessidade urgente de providências. Ele defendeu que os conselhos precisam ter voz na formação porque, por meio da fiscalização, reúne informações sobre o que está acontecendo no mercado. “A vítima de tudo isso é o cidadão, que ao invés de receber o cuidado necessário, acaba sendo vítima do péssimo atendimento”, disse.

Dr. Menegasso mais uma vez falou sobre os inúmeros problemas relacionados à formação do profissional como cursos que não atendem a carga horária mínima de 4 mil horas, não possuem laboratórios, professores contratados como autônomos e cumprem cargas horárias muito elevadas.

A sessão foi convocada pelo deputado estadual Carlos Neder (PT), que presidiu a mesa de debates, com apoio da Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa de São Paulo. “Vamos propor a pauta de discussão para os candidatos ao governo do Estado de São Paulo, até para que a gente tenha uma maior participação nas secretarias de estado. Ao lado isso, uma cobrança mais intensa do governo federal para que os seus órgãos ministeriais se abram a uma discussão permanente com os conselhos federais e regionais”, concluiu.

Triste comparação

Dr. Geraldo Alécio de Oliveira, diretor da Assoc. Bras. de Educ. Farm. (Abef)Dr. Geraldo Alécio de Oliveira, diretor da Assoc. Bras. de Educ. Farm. (Abef)Dr. Geraldo Alécio de Oliveira, diretor da Assoc. Bras. de Educ. Farm. (Abef)Os cursos de formação profissionais de nível técnico na área de saúde em países da Europa e América do Norte possuem carga horária superior à graduação no Brasil. É o que constatou o dr. Geraldo Alécio de Oliveira, diretor da Associação Brasileira de Educação Farmacêutica (Abef) em estudo apresentado aos participantes do Fórum.

Temos vários cursos que têm carga horária mínima de 3,2 mil horas, incluindo estágios. Na Inglaterra, o curso técnico é de 3 mil horas, exceto estágios. Posso assegurar que alguns cursos técnicos na Inglaterra são superiores à graduação no Brasil”, afirmou o especialista.

Na área da Farmácia, para dar outro exemplo, o professor comparou a graduação brasileira com a francesa. No país europeu a carga horária é em torno de 8 mil horas e aqui é a metade. “Se não houver uma revolução nas formas de ensino, nós podemos ter problemas graves no decorrer dos anos”, afirmou.

 

Carlos Nascimento
Assessoria de Comunicação CRF-SP

 

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