Combinação medicamento x álcool pode ser fatal
São Paulo, 26 de fevereiro de 2014.
Farmacêuticos devem estar atentos às interações medicamentosas mais comuns durante as folias de Carnaval, entre os dias 1º e 4 de março. A recomendação é reforçada durante o período de festas, em que muitas pessoas exageram da combinação: automedicação, álcool e folia.
“O brasileiro tem um hábito ruim de se automedicar e, pior, receber informações de pessoas leigas sobre isso. Nesse período de festas é importante que antes de tomar qualquer medicamento, mesmo aqueles que aparentam ser os mais inofensivos, sempre é necessário obter uma informação mais adequada com o farmacêutico”, alertou o presidente do CRF-SP, dr. Pedro Menegasso.
Perigo do álcool
É Importante que o farmacêutico alerte ao folião desavisado que a combinação de álcool e medicamentos pode ocasionar diversos problemas à saúde, como nos exemplos abaixo:
Analgésicos + álcool: irritação da mucosa do estômago, hemorragia gastrointestinal, tonturas e perda da coordenação motora.
Calmante + álcool: é uma das combinações mais perigosas. Nos casos mais graves, a pessoa não fica apenas “mais sonolenta”, pode evoluir para coma e morte
Dipirona + álcool: potencializa o efeito sedativo do álcool
Antibióticos + álcool: pode provocar vômitos, palpitação, dor de cabeça, queda da pressão arterial, dificuldade respiratória e levar até morte. Além disso, há o risco do álcool inibir o efeito do antibiótico, piorando o quadro de infecção pré-existente. Outro problema é que o álcool aumentar a toxicidade hepática.
Antidepressivos + álcool: provoca sonolência e diminui a eficácia dos antidepressivos.
Inibidores de apetite + álcool: provoca tontura, vertigem, fraqueza, desmaio e até confusão mental.
Insulina + álcool: pode levar a um quadro de hipoglicemia, causando grande mal-estar e até desmaio.
Anticonvulsivantes + álcool: aumenta a incidência dos efeitos colaterais do anticonvulsivante e pode precipitar uma crise convulsiva.
Antialérgicos + álcool: provoca sonolência.
Perigo das plantas
O uso de plantas medicinais, bem como os chás, xaropes caseiros ou até mesmo os medicamentos fitoterápicos também merece cuidado:
Boldo do Chile + anticoagulante = aumenta o risco de sangramentos
Camomila + anticoagulante = aumenta o risco de sangramentos
Guaraná + anticoagulante = aumenta o risco de sangramento
Erva de São João + anticoncepcional = risco de sangramentos e gravidez indesejada
Maracujá + álcool ou calmantes/sedativos = aumenta sonolência
Riscos da superdosagem
O farmacêutico também deve ficar atento com a associação de substâncias que podem provocar a superdosagem:
Paracetamol (analgésico e antitérmico) - Pode causar lesões no fígado. Se utilizado com anti-inflamatórios pode aumentar as chances de intoxicação.
Dipirona Sódica (analgésico e antitérmico) - Pode causar alergias e alterações sanguíneas que podem levar à hospitalização e até à morte.
Gravidez indesejada
O farmacêutico também pode alertar os pacientes durante o Carnaval, sobre o risco do consumo da pílula do dia seguinte sem orientação, considerando ser um período em que há o aumento do consumo indiscriminado deste medicamento. Criado para ser utilizado, em casos de emergência, para evitar a gravidez indesejada, esse medicamento tem sido utilizado indevidamente como um contraceptivo comum. A eficácia desta pílula diminui com o tempo e, ingerida após cinco dias da relação sexual, não faz mais efeito. Além disso, o uso repetitivo aumenta o risco de falha, não substitui outros métodos contraceptivos como a camisinha e o anticoncepcional e não protege de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs/Aids).
Além desse risco, o consumo de antiácido associado a contraceptivo oral (anticoncepcional) pode causar redução do efeito do contraceptivo pela diminuição da absorção.
Assessoria de Comunicação CRF-SP
CLIQUE AQUI PARA CONSULTAR OUTRAS NOTÍCIAS