Medicamento para pressão é contraindicado após derrame, diz estudo

 

Medicamento para pressão é contraindicado após derrame, mostra estudoSão Paulo, 21 de fevereiro de 2014

Um procedimento comum utilizado em pacientes que acabaram de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) pode estar com os dias contados. De acordo com um amplo estudo da Universidade Loyola, em Chicago, nos Estados Unidos, a prescrição de medicamentos para controlar a pressão arterial não traz benefícios para a saúde do doente nesta situação. A recomendação não reduziu o número de mortes nem de invalidez e especialistas afirmam que ainda pode causar danos à saúde.

Ainda assim, os pesquisadores ressaltam que é essencial controlar a hipertensão, principal fator de risco para o derrame.

O estudo publicado no “Journal of the American Medical Association” incluiu mais de quatro mil pacientes que sofreram derrame em 26 hospitais na China.

Eles foram selecionados aleatoriamente tanto para receber o medicamento quanto para interromper o seu uso.

Após 14 dias de acompanhamento ou a alta hospitalar, a equipe de pesquisa mostrou que não houve uma diferença estatística significativa entre os grupos.

“Na maioria dos casos, esse tratamento é desnecessário porque a pressão baixa naturalmente com o tempo, e reduzir a pressão pode ser contraindicado”, afirmou o autor do estudo, Jose Biller, coordenador do Departamento de Neurologia do Centro Médico da Universidade Loyola.

Segundo o diretor clínico do Hospital Pró-Cardíaco e professor de Cardiologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), Evandro Tinoco, esta nova recomendação já vem sendo apresentada em estudos científicos.

“Antes baixávamos a pressão nesta fase aguda, o que parecia fazer sentido, pois estaríamos melhorando o fluxo sanguíneo para o cérebro e, assim, protegendo-o”, explica Tinoco, que acrescenta: “Mas o que se observa é que este controle rigoroso da pressão não promove benefícios. Pelo contrário: isto pode aumentar o risco do paciente, pois, de alguma maneira, este aumento da pressão acontece para melhorar a chegada de sangue ao cérebro, já que a pressão intracraniana aumenta depois do AVC.”

Pelo menos 25% da população mundial tem pressão alta, um dos maiores fatores de risco para o AVC, junto com doença cardíaca, diabetes, colesterol alto, tabagismo e avanço da idade.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 5,7 milhões de pessoas morrem anualmente em decorrência de derrames. No Brasil, são 68 mil por ano, de acordo com o Ministério da Saúde.

Assessoria de Comunicação CRF-SP (Com informações do jornal O Globo)

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