Vacina contra a febre reumática será testada em humanos

 

Pesquisa apontou que o imunizante é seguro e tem capacidade de induzir uma resposta imunológica específica contra a bactéria Streptococcus pyogenesPesquisa apontou que o imunizante é seguro e tem capacidade de induzir uma resposta imunológica específica contra a bactéria Streptococcus pyogenes

São Paulo, 20 de maio de 2013

Uma vacina contra a febre reumática, doença inflamatória que acomete pessoas geneticamente suscetíveis após uma infecção bacteriana, deve começar a ser testada em seres humanos ainda este ano por pesquisadores do Instituto do Coração (InCor), da Universidade de São Paulo (USP).

Experimentos feitos em roedores e em pequenos porcos sugerem que o imunizante é seguro e tem capacidade de induzir uma resposta imunológica específica contra a bactéria Streptococcus pyogenes.

Na maioria dos infectados, esse patógeno causa apenas dor de garganta. Em crianças predispostas, porém, o contato com a S. pyogenes pode desencadear um quadro autoimune. Na tentativa de se defender da bactéria, o sistema imunológico começa a atacar tecidos do próprio organismo.  O coração é o principal alvo porque partes da bactéria têm sequências de aminoácidos e a conformação de algumas proteínas muito parecidas com as existentes nas válvulas cardíacas.

A doença também pode causar um quadro de dor nas articulações conhecido como poliartrite, que costuma melhorar com o tempo. Mas as lesões nas válvulas cardíacas são progressivas e permanentes, levando, cedo ou tarde, à necessidade de cirurgia corretiva.

Estima-se que apenas 3% ou 4% das pessoas sejam suscetíveis a desenvolver doença autoimune após a infecção pela S. pyogenes. Ainda assim, o custo do tratamento da febre reumática para o Sistema Único de Saúde (SUS) fica atrás apenas do gasto com a Aids.

A busca por um antígeno da bactéria capaz de induzir uma resposta imunológica protetora começou no ano 2000, com apoio do Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE), da FAPESP. Atualmente, a pesquisa é realizada no âmbito do Instituto de Investigação em Imunologia, um dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) instalados em São Paulo e apoiados pela FAPESP e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Agora, com o resultado em mãos, os cientistas estão prontos para iniciar estudos de fase 1 em humanos. Apenas aguardam a liberação do financiamento pré-aprovado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

No primeiro momento, serão vacinados apenas indivíduos adultos saudáveis (voluntários). O objetivo é verificar se o imunizante consegue induzir a produção de anticorpos específicos. Os voluntários serão acompanhados por cardiologistas, imunologistas e infectologistas e, paralelamente, será feito, pelos pesquisadores, o controle de autoimunidade. Caso os resultados sejam promissores, os testes poderão ser feitos em crianças e com um maior número de voluntários.

 

Assessoria de Comunicação CRF-SP

(Com informações da Agência FAPESP)

 

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