Medicamento consegue evitar infertilidade após quimioterapia

 

Medicamento consegue evitar infertilidade após quimioterapiaMedicamento consegue evitar infertilidade após quimioterapiaSão Paulo, 16 de maio de 2013

 

Um estudo feito por pesquisadores israelenses e publicado na edição desta quinta-feira, 16, da revista científica Science Translational Medicine, conseguiu explicar um dos principais efeitos colaterais de tratamentos de câncer em mulheres jovens: a falência prematura dos ovários e a infertilidade. 

O estudo avaliou o mecanismo de ação de um quimioterápico conhecido como ciclofosfamida, um medicamento de uma geração mais antiga e que compõe coquetéis de tratamento principalmente para casos de câncer de mama.

Investigando seu efeito em camundongos, os pesquisadores observaram que o medicamento, ao mesmo tempo em que impede a proliferação de células cancerígenas, acaba promovendo o crescimento de folículos presentes no ovário. Esses folículos são aglomerados de células que contêm cada um, um óvulo. Ao longo da vida de uma mulher, a cada mês um pequeno número desses folículos começa a crescer até atingir a maturidade, quando ocorre a ovulação. Com o envelhecimento, esse número de folículos vai diminuindo.

Os pesquisadores descobriram que a ciclofosfamida acelera esse processo, fazendo com que todos os folículos comecem a crescer. E, uma vez que se inicia o amadurecimento, o caminho é sem volta. O reservatório, por fim, acaba sendo esvaziado. Daí a infertilidade.

A boa notícia é que os cientistas também descobriram que outro medicamento, apelidado de AS101, foi capaz de proteger os ovários durante o tratamento. Os camundongos que receberam a medicação juntamente com a quimioterapia mantiveram mais folículos em seus ovários após o tratamento do que aqueles que só tomaram o remédio anticâncer. E, quando elas acasalaram algum tempo depois, conseguiram ter tantos filhotes quanto animais que não tinham passado pelo tratamento.

O medicamento está em fase 2 de teste clínico - ou seja, está sendo investigado se ela pode ser considerada segura para humanos. Mas até se traduzir em um possível tratamento para mulheres ainda tem uma longa distância. 

Ainda é preciso saber se outros medicamentos quimioterápicos agem nos ovários do mesmo modo que a ciclofosfamida. Praticamente todas têm esse efeito de infertilidade, em maior ou menor grau, e de modo temporário ou permanente. Depois, é preciso ver se a AS101 teria o mesmo desempenho diante dessas outras medicações.

 

Assessoria de Comunicação CRF-SP (Com informações de O Estado de S. Paulo)

 

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