Estudo sugere que os dois antidepressivos elevariam o risco de infecções gastrointestinais causadas pelo bacilo Clostridium difficile

 

Amostra do bacilo Clostridium difficile Amostra do bacilo Clostridium difficile

São Paulo, 9 de maio de 2013.

O uso de certos tipos de antidepressivos aumentaria o riscos de provocar infecções pelo bacilo potencialmente mortal Clostridium difficile, sugere um novo estudo. Este tipo de infecção é uma das causas mais comuns de infecção hospitalar e leva à morte mais de 7 mil pacientes a cada ano nos Estados Unidos. Vários medicamentos são suspeitos de aumentar o risco para esta infecção - incluindo antidepressivos.

Neste estudo, pesquisadores da Universidade de Michigan examinaram infecções por C. difficile em pessoas com e sem depressão, e descobriram que aquelas com quadro depressivo apresentaram um risco 36% maior do que as pessoas saudáveis. Idosos e viúvos tinham 54% mais chance de contrair a infecção por C. difficile do que pessoas casadas. Aquelas que viviam sozinhas corriam um risco 25% maior do que quem morava com outras pessoas.

Os pesquisadores investigaram se havia uma ligação entre os antidepressivos e a infecção por C. difficile, e descobriram que somente dois medicamentos - mirtazapina e fluoxetina - aumentaram o risco, e que cada um deles dobrava esse risco.

Os resultados, publicados esta semana no periódico Journal BMC Medicine, devem melhorar a identificação e o tratamento precoce da infecção pelo C. difficile em pessoas que tomam esses medicamentos, afirmaram os pesquisadores.

A razão para o aumento do risco de infecção em pessoas que tomam os antidepressivos é desconhecida, mas os pacientes com prescrição para tomar os medicamentos devem manter a recomendação - a não ser que o médico oriente o contrário, disseram os pesquisadores. A pesquisa mostrou uma associação entre o uso das substâncias e o aumento do risco de contrair a infecção, mas não prova uma relação de causa e efeito.

"A depressão é comum em todo o mundo", disse o líder do estudo, Dr. Mary Rogers em um comunicado da universidade à imprensa. "Nós sabemos há tempos que a depressão está associada a alterações no sistema gastrointestinal."

"A interação entre o cérebro e o intestino, chamada de eixo cérebro-intestinal, é fascinante e merece mais estudos", disse Rogers. "A nossa descoberta, de uma ligação entre depressão e o bacilo  Clostridium difficile , deve nos ajudar a melhorar a identificação de pessoas em risco, e, talvez, incentivar a exploração dos mecanismos cérebro-intestinais envolvidos."

 

Assessoria de Comunicação CRF-SP (com informações do Portal IG)

 

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