Estudo com antirretrovirais pode reduzir a quantidade de medicamento ingerida pelos pacientes


Pesquisa com antirretrovirais pode reduzir a quantidade de medicamento ingerida pelos pacientes  Pesquisa com antirretrovirais pode reduzir a quantidade de medicamento ingerida pelos pacientes São Paulo, 5 de novembro de 2012.

A nanotectologia pode trazer benefícios aos pacientes portadores do vírus da Aids. Uma pesquisa com antirretrovirais que está sendo desenvolvida pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) consiste em encapsular com nanopartículas o princípio ativo do medicamento, de modo que a cápsula protetora só se desfaça e libere o medicamento na região do corpo em que o ativo é de fato absorvido. Caso os resultados sejam positivos, os pesquisadores esperam que a quantidade de medicamento ingerida pelo paciente possa ser reduzida, além da possibilidade barateamento do tratamento. 

O coordenador da pesquisa Adriano Marim, explica que parte do medicamento sofre uma degradação no organismo até chegar ao local em que será absorvido. Isso quer dizer que, se um paciente necessita de uma determinada dose, o medicamento tomado por ele (via oral) possui mais do que a quantidade terapêutica (pois há uma quantidade extra que será “desperdiçada”). O processo desenvolvido por sua equipe, de partículas com liberação controlada, pretende fazer com que o ativo só seja liberado na região de absorção. Antes disso, a micro ou nanocápsula o protege. 

O estudo, que já foi feito com vitaminas, é agora realizado com o antirretroviral zidovudina (AZT) e está na fase de testes da liberação in vitro, que deve acontecer até fevereiro de 2013. No caso do AZT, a liberação é feita em função do pH. “A cápsula só libera o ativo em um pH básico, como o do intestino. Assim, uma vez que a proteção não se desfaz no estômago, que tem um pH ácido e onde normalmente já ocorre uma dissolução dos componentes do medicamento, o fármaco segue intacto até o intestino, onde será absorvido”, diz Kleber Guimarães, integrante da equipe que realiza o estudo. No entanto, a liberação em função do pH é apenas uma das possibilidades no processo de liberação controlada. 

O equipamento utilizado para a encapsulação, o Nano Spray Dryer, o faz através da secagem por aspersão. Ele consegue secar até 100mL de solução por hora. Esta modificação da técnica ainda não está disponível em escala industrial, apesar de a secagem por aspersão já ser uma técnica amplamente utilizada, embora não em escala nanométrica. “Mas se conseguirmos provar a eficácia desse método, podem surgir outros interesses no escalonamento desta máquina ou até outras ferramentas para gerar”, diz Adriano Marim. 

O coordenador da pesquisa acrescenta que um dos resultados desejados é oferecer o mínimo de medicamento possível ao paciente, o que resulta em uma relação de risco/beneficio mais satisfatória no tratamento. Além disso, poderia reduzir efeitos colaterais, já que todas as drogas podem apresentar efeitos adversos. “Outro benefício seria a redução de custo do medicamento, porque o ativo é uma das partes mais caras da fórmula. E a liberação controlada ainda pode diminuir a interação com componentes da formulação do medicamento”, acrescenta. 

 

Thais Noronha (com informações Agência de Notícias da Aids)

Assessoria de Comunicação CRF-SP

 

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