No Reino Unido, bactéria causadora da gonorreia se mostra resistente ao antibiótico mais usado no tratamento da doença

 

Imagem microscópica da bactéria Gonorrhoeae neisseria, causadora da gonorreiaImagem microscópica da bactéria Gonorrhoeae neisseria, causadora da gonorreiaSão Paulo, 11 de outubro de 2011.

Reportagem publicada esta semana no portal da Revista Veja informa que, no Reino Unido, o antibiótico mais usado na última década para o tratamento de gonorreia não é mais recomendado. Testes laboratoriais demonstraram que a sensibilidade da bactéria Neisseria gonorrhoeae em relação ao medicamente diminuiu, segundo dados publicados pela Health Protection Agency (HPA). Em alguns casos, essa queda da suscetibilidade levou ao fracasso do tratamento em pacientes.

A publicação divulgou dados analisados em testes em laboratórios. A diminuição da sensibilidade das bactérias em relação ao antibiótico cefixima em 2009 foi de 10,6%, enquanto esse número em 2010 subiu para 17,4%. Até o ano de 2005, entretanto, nenhuma bactéria de gonorreia que fosse resistente à cefixima havia sido identificada na região.

Diante desse quadro, os médicos do Reino Unido agora são recomendados a usar uma combinação de dois medicamentos: a ceftriaxona, um antibiótico injetável mais forte que a cefixima, e a azitromicina, que é oral.

Até então, a gonorreia tem sido uma infecção de tratamento fácil. Porém, o organismo que causa a infecção tem uma habilidade incomum de se adaptar e ganhar resistência em relação a vários antibióticos, como a penicilina, tetraciclina e ciprofloxacina.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que antibióticos usados para esse tipo de doença sejam mudados quando a falha nos tratamentos alcance 5%. Entretanto, a mudança da cefixima está sendo feita de maneira mais preventiva e com base nos testes laboratoriais, que são indicadores que antecipam do desenvolvimento da resistência.

Para o professor Cathy Ison, especialista em gonorreia da HPA, as diretrizes do tratamento da gonorreia devem ser revistas, embora isso não necessariamente resolva o problema. Para ele, a história já mostrou que, conforme os medicamentos se desenvolvem, também se desenvolve a resistência das bactérias. "Na ausência de qualquer terapia alternativa para quando isso acontecer, nós enfrentaremos a situação de que a gonorreia no poderá ser curada. E isso somente nos lembrará da importância do sexo seguro como, quem sabe, o único jeito de controlar essa infecção no futuro", afirmou o professor na reportagem do portal Veja.

Entenda a doença

A gonorreia é uma doença sexualmente transmissível causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, que provoca infecção no revestimento mucoso da uretra, do colo uterino, do reto, da garganta ou da membrana ocular. Apesar de a doença poder se propagar pelo resto do corpo, causando problemas reprodutivos, as lesões costumam ser provocadas no local da infecção.

 

Assessoria de Comunicação CRF-SP

(Fonte: portal Revista Veja)

 

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