Farmacêuticos apontam as dificuldades e propõem melhorias para o setor

 

Farmacêuticos e estudantes durante o simpósioFarmacêuticos e estudantes durante o simpósio

São Paulo, 23 de maio de 2011.

Cerca de 100 farmacêuticos e estudantes participaram do simpósio “Varejo Farmacêutico: novos horizontes para a atuação profissional”, realizado pelo grupo Farmácia Estabelecimento de Saúde em 21 de maio, no Centro Universitário São Camilo, na capital. O evento foi dividido em dois paineis, o primeiro contou com apresentações de experiências positivas na área e o segundo apontou o posicionamento de entidades representativas e abordou também o impacto da regulamentação.

O presidente da Farma & Farma, dr. Rinaldo Ferreira, apresentou aos participantes os principais serviços prestados pela rede como o seguimento farmacoterapêutico, a educação em saúde por meio de folderes orientativos e apresentações para a comunidade. “Conforme a necessidade de cada um podemos orientar sobre alimentação como no caso de pacientes diabéticos ou celíacos”.

 Os serviços farmacêuticos também foram o destaque das palestras do dr. Pedro Paulo Becker, gerente de operações do Grupo Pão de Açúcar e dr. Ludmar Rodrigues Serrão, proprietário da Farma Cura. Ambos enfatizaram a importância do farmacêutico , que por meio da pretsação de serviços como a aferição da pressão arterial, por exemplo, poderá não diagnosticar, mas identificar pacientes com níveis alterados e encaminhá-lo ao médico. Os registros podem ser fundamentais para que o médico conheça o histórico do paciente.

 

Dr. Marcos Fiaschetti, dra. Margarete Kishi, dr. Marcelo Polacow, dr. Pedro Menegasso e dra. Maria Eugênia CuryDr. Marcos Fiaschetti, dra. Margarete Kishi, dr. Marcelo Polacow, dr. Pedro Menegasso e dra. Maria Eugênia Cury

 

Dr. Pedro Becker destacou também as dificuldades enfrentadas com as diversas vigilâncias sanitárias nos 65 municípios que possuem farmácias Pão de Açúcar. “Percebo que em muitos lugares, o farmacêutico ainda está inseguro para prestar os serviços”. Já dr. Ludmar, proprietário de uma farmácia em Cerquilho (SP) com sala de espera, espaço para crianças, sala para serviços farmacêuticos, enfatizou a responsabilidade do profissional. “Muitos médicos me pedem para acompanhar o tratamento medicamentoso dos pacientes”.

O primeiro painel foi encerrado com um espaço de discussão entre os palestrantes, moderado por dr. Pedro Menegasso, diretor-tesoureiro.

 

Dr. Rinaldo Ferreira, dr. Pedro Menegasso, dr. Pedro Paulo Becker e dr. Ludmar Serrão Dr. Rinaldo Ferreira (Farma & Farma), dr. Pedro Menegasso (CRF-SP), dr. Pedro Paulo Becker (Pão de Açúcar) e dr. Ludmar Serrão (Farma Cura)

A segunda etapa do simpósio começou com a dra. Maria Eugênia Cury, da Anvisa, apresentando a regulamentação diretamente relacionada ao setor, em especial, a RDC sobre o controle de antimicrobianos. Para ela, a facilidade de compra do medicamento é um risco sanitário e a retenção de receita atua sobre esse problema, além de ser mais uma perspectiva para atuação do farmacêutico. “A Anvisa se sente valorizada ao ser convidada para um evento como este. A interlocução com o órgão regulador é essencial”.

Há mais de 20 anos atuando no varejo, dr. Rogério Lopes Jr, da Federação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácias, Febrafar, mostrou um estudo que apontou a diminuição nas vendas de 36% de amoxicilina e 31% de penicilina nas farmácias e drogarias desde a publicação da RDC 44/10. Outro estudo do instituto Cpedc/Unicamp entrevistou mais de mil pessoas para saber o que era prioritário ao escolher uma farmácia e drogaria, os indicados foram: preço, localização, atendimento, estacionamento, facilidade de pagamento e outros.  

Como representantes do setor comercial o sr. Pedro Zidoi, da ABCFarma e dr. Juan Carlos Becerra, do Sincofarma, enfatizaram a necessidade do farmacêutico ser empreendedor, dono do seu negócio, além dos impactos regulatórios e dificuldades do pequeno e médio estabelecimento com o excesso de cargas tributárias.

 

Dr. Juan Carlos (Sincofarma), dr. Pedro Paulo Becker (Pão de Açúcar e Abras), dr. Marcelo Polacow (CRF-SP), dr. Pedro Menegasso (CRF-SP), dr. Rogério Lopes (Febrafar), dra. Maria Eugênia (Anvisa) e dr. Sante Fasanella (ABCFarma) Dr. Juan Carlos (Sincofarma), dr. Pedro Paulo Becker (Pão de Açúcar e Abras), dr. Marcelo Polacow (CRF-SP), dr. Pedro Menegasso (CRF-SP), dr. Rogério Lopes (Febrafar), dra. Maria Eugênia (Anvisa) e dr. Sante Fasanella (ABCFarma)

 

Desafios, dificuldades e propostas

A palestra do dr. Marcelo Polacow, vice-presidente do CRF-SP, chamou a atenção sobre os problemas enfrentados pelo farmacêutico que atua na dispensação. Entre eles a baixa remuneração, escalas de trabalho exaustiva, tratamento igual ao balconista e excesso de questões burocráticas e falta de tempo para atuar como assistencialista.

Dr. Marcelo também deixou claro que o CRF-SP acredita muito na prestação de serviços como forma de aumento da receita do estabelecimento e especialmente para valorizar o farmacêutico. “Ele precisa estar envolvido no plano de negócio da empresa e não ser encarado apenas como um técnico ou uma exigência legal”.

Para assumir essa postura, o farmacêutico deve estar preparado, desenvolver o espírito empreendedor. Uma área que pode ser explorada é a de dermocosméticos, já que um farmacêutico com conhecimento sobre o tema pode oferecer orientações importantes ao usuário.

 

Valorização profissional

Dr. Marcelo mostrou aos participantes o respeito obtido pelos farmacêuticos que atuam nos Estados Unidos nas chamadas drugstores. “Apesar de venderem todo tipo de produto, nenhum medicamento é vendido sem receita, o farmacêutico ganha 100 mil dólares por ano e é extremamente respeitado”.

 

21_05raquelDra. Raquel Rizzi, presidente do CRF-SP durante o simpósio

 

O evento foi finalizado por outro espaço de discussão moderado por dr. Pedro Menegasso. Também participaram do simpósio a dra. Raquel Rizzi, presidente do CRF-SP, dra. Margarete Kishi, secretária-geral, o conselheiro federal dr. Ely Camargo, os conselheiros regionais dra. Cecília Shimoda, dr. Fabio Ribeiro e dra. Priscila Dejuste, além de diretores e vice-diretores regionais e membros de Comissões Assessoras.

 

Thais Noronha

Assessoria de Comunicação CRF-SP

 

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