Evento em Araraquara debate diversidade, igualdade e inclusão na área farmacêutica

Dr. Adriano Falvo e Aparecida Silva, da prefeitura de AraraquaraDr. Adriano Falvo e Aparecida Silva, da prefeitura de Araraquara

São Paulo, 27 de junho de 2023.

O CRF-SP promoveu no último sábado (24/6) o Encontro Regional de Farmacêuticos, em Araraquara. O evento seguiu o conceito do Encontro Paulista, realizado em janeiro, e convidou diversos palestrantes para debater com farmacêuticos e acadêmicos da região temas voltados à saúde com diversidade, igualdade, equidade e inclusão na área farmacêutica.

Dr. Adriano Falvo, secretário geral, representou a diretoria do CRF-SP na abertura do evento e iniciou sua participação falando do sucesso das discussões sobre diversidade no Encontro Paulista e das ações do Conselho voltadas à inclusão, como a criação dos Grupo Técnicos de Trabalho das mulheres, e deficientes. “Hoje nos colégios, universidade e empresas a questão ao respeito à diversidade é intensa, mas temos ainda um trabalho muito grande para combater o preconceito”, disse.Dra. Ketylin Fernanda Migliato e Dra. Raquel Regina DuarteDra. Ketylin Fernanda Migliato e Dra. Raquel Regina Duarte

Também fez uma breve participação na abertura, a Sra. Aparecida Silva, do Fundo Social de Solidariedade e representando o prefeito da cidade, Edinho Silva.

Para iniciar os debates, o palestrante Alberto Carlos Andreone, do Centro de Testagem e Aconselhamento da Secretaria de Saúde de Araraquara, falou sobre cuidado farmacêutico na profilaxia (PrEP e PEP) do HIV em populações vulneráveis. Para ele, que é militante do movimento LGBTQIA+, foi muito importante dialogar com farmacêuticos sobre as necessidades deste grupo, pois o objetivo é tornar as pessoas multiplicadoras dos conhecimentos. “Os farmacêuticos prestam atendimento, que não precisa ser diferenciado, mas real e adequado, tanto para pessoas LGBTQIA+, quando para portadores de HIV/Aids”, afirmou.

Mesa Redonda Diversidade, Igualdade e Inclusão na Área Farmacêutica

Dr. Gustavo Guerra, Dra. Ketylin Fernanda Migliato e Alberto Carlos AndreoneDr. Gustavo Guerra, Dra. Ketylin Fernanda Migliato e Alberto Carlos AndreoneNa sequência, o evento contou com a participação do Dr. Gustavo Guerra, conselheiro e coordenador do Grupo Técnico de Trabalho de Diversidade do CRF-SP. Ele falou sobre o trabalho desenvolvido pelo GTT e seu objetivo de informar e promover o atendimento humanizado e igualitário a essa população. “A gente se reúne uma vez por mês, mas diariamente nos grupos de whatsapp a gente debate sobre esses assuntos tentando capacitar os farmacêuticos para que a gente tenha outro olhar para os pacientes e as pessoas que estão no nosso ciclo que são diversas, não só na sua sexualidade, mas num todo”, comentou.

A atividade teve a moderação da Dra. Ketylin Fernanda Migliato, delegada adjunta do CRF-SP da seccional de Araraquara.

Assistência Farmacêutica da Pessoa com Deficiência

Dra. Deuzilane Muniz Nunes e Dra. Grayce Miguel França participaram de forma on-lineDra. Deuzilane Muniz Nunes e Dra. Grayce Miguel França participaram de forma on-lineA atividade contou com três palestras. De forma online, a Dra. Grayce Miguel França, coordenadora Grupo Técnico de Trabalho Farmacêutico à Pessoas com Deficiência do CRF-SP, destacou a necessidade da pessoa com deficiência ter direito à saúde integral como qualquer outra. “Esse paciente não pode ser discriminado em virtude de sua deficiência e devemos assegurar uma assistência farmacêutica com acessibilidade, visando a promoção a proteção a recuperação da saúde e a prevenção de doenças. O farmacêutico deve dispensar a mesma qualidade de atendimento destinada à pessoa sem deficiência”, informou.

Também por estar no Estado de Pernambuco, Dra. Deuzilane Muniz Nunes, docente do UNIVASF, falou de forma on-line sobre projeto Farmalibras, criado em 2015, e que tornou o Centro de Informações de Medicamentos (CIM) o primeiro e único serviço no Brasil que presta informações em libras para seus pacientes surdos. “Temos um núcleo de acessibilidade na universidade que que nos permitiu viabilizar um trabalho de inclusão que conquistou uma visibilidade nacional para o nosso trabalho desenvolvido no sertão pernambucano e que nos orgulha muito”, reforçou.

Dra. Abia Cristina FelippeDra. Abia Cristina FelippeJá a Dra. Abia Cristina Felippe, especialista em assistência farmacêutica para pessoas com deficiência auditiva/surdos, fez a sua apresentação presencialmente e falou sobre a importância da Linguagem Brasileira de Sinais para atendimento à população surda. Ela disse que começou a aprender sobre libras ainda criança e mais tarde viu a necessidade desses pacientes receberem as informações sobre saúde de maneira adequada. “Inclusive foi o meu projeto de TCC na faculdade, procurei me aprofundar em libras, porque o conhecimento que tinha não era suficiente para o atendimento aos surdos”, comentou.

A atividade teve moderação da Dra. Raquel Regina Duarte, docente da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp.

Assistência Farmacêutica da População Negra

Mesa redonda Assistência Farmacêutica da População Negra: da esp. p/ dir: Dra. Susana Herrera, Alessandra Laurindo, Maria Cristina Theodoro, Márcia Tania Alves, Dra. Cláudia Cristina Pereira de Araújo e Dra. Raquel Regina DuarteMesa redonda Assistência Farmacêutica da População Negra: da esp. p/ dir: Dra. Susana Herrera, Alessandra Laurindo, Maria Cristina Theodoro, Márcia Tania Alves, Dra. Cláudia Cristina Pereira de Araújo e Dra. Raquel Regina DuarteA atividade que fechou o Encontro Regional foi a mesa redonda Assistência Farmacêutica da População Negra. Dra. Suzana Yaskara Borges Herrera, farmacêutica e conselheira do CRF-SP, iniciou os debates apresentando dados do SUS para avaliar a situação de saúde da população negra. “Temos características e necessidade diferentes. Precisamos analisar os indicadores e formular um atendimento a essa população também diferenciado”, considerou.

Depois, Alessandra Laurindo, coordenadora do centro de referência Afro Mestre Jorge Araraquara-SP, falou sobre o histórico e a atual realidade da população negra na região. “Este ano, já atendemos cerca de 50 denúncias de racismo em Araraquara e a gente não tem visto, infelizmente, o poder judiciário agir com a urgência, nem com a convicção que a gente almeja. Tenho visto algumas condenações, mas não conheço ninguém em Araraquara que tenha sido preso por racismo”, lamentou.

Márcia Tania Alves, representando o núcleo de gestão assistencial (NGA-3) especialista em saúde da população negra, falou sobre as dores das pessoas que sofrem com o preconceito, exclusão, hostilidade e injustiça decorrentes do racismo. Também destacou o trabalho desenvolvido por seu departamento, onde todos os médicos são capacitados para atender a população negra de maneira adequada e humanizada. “Araraquara é uma cidade diferenciada em relação ao tema e sempre é convidada a participar de diversos congressos. Precisamos que a nossa ancestralidade esteja presente nas farmácias do Brasil”, disse.

O evento foi concluído com a apresentação da Dra. Cláudia Cristina Pereira de Araújo, membro do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial e coordenadora do Comitê de Ações Afirmativas para a Promoção da Igualdade Racial do CRF-SP. Para ela, discutir a saúde da população negra sob o olhar da assistência farmacêutica, possibilita abrir espaço para a inovação de ações e estratégias para esta população, ainda excluída dos serviços de saúde e que apresenta altos índices de vulnerabilidade. “Como coordenadora do comitê, me sinto no dever de levar esta discussão para outras regiões do Estado de São Paulo e também conhecer suas realidades”,

A atividade foi moderada por Maria Cristina Theodoro, gestora do Espaço Quilombo Rosa, da coordenadoria de trabalho e de economia criativa e solidária da Prefeitura Municipal de Araraquara, da rede nacional de mulheres negras no combate à violência, e promotora legal e popular “Plp” coletivo Bennu.

 

Carlos Nascimento
Departamento de Comunicação CRF-SP

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