CRF-SP promove evento para debater a Curricularização da Extensão com coordenadores de cursos de Farmácia

 

Coordenadores de cursos de graduação em Farmácia e ministrantes do evento promovido no auditório da Sede do CRF-SPCoordenadores de cursos de graduação em Farmácia e ministrantes do evento promovido no auditório da Sede do CRF-SP

São Paulo, 8 de abril de 2022.

No último sábado (2), o CRF-SP promoveu em sua sede, na capital, o II Encontro de Coordenadores de Cursos de Graduação em Farmácia, com o intuito de debater a "Curricularização da extensão", um assunto que impactará diretamente os cursos de Farmácia que têm até dezembro de 2022 (conforme a Resolução nº 6/2018 do MEC) para estruturar a efetiva implementação da inserção curricular da extensão.

O evento foi realizado em formato híbrido, o que permitiu tanto a participação presencial bem como por meio de plataforma on-line, registrando ao longo do dia mais de 220 participantes. Pela internet, o presidente do CRF-SP, Dr. Marcelo Polacow, deu as boas-vindas ao público e ressaltou que as ações voltadas para o ensino farmacêutico são de extrema importância para a atual gestão.

Dr. Marcelo Polacow, presidente do CRF-SP, fez a abertura do evento de forma remotaDr. Marcelo Polacow, presidente do CRF-SP, fez a abertura do evento de forma remota

“Estamos nos aprofundando em temas como este. Ressalto a importância do trabalho realizado pelos coordenadores dos cursos de Farmácia do Estado de São Paulo para construir uma profissão sólida, forte, preparada para os desafios da sociedade brasileira e alinhada para a formação de um farmacêutico que esteja realmente preparado para executar com maestria e domínio técnico-científico e humanístico as suas missões”, disse o presidente.

O conselheiro federal por São Paulo (suplente), Prof. Dr. Leoberto Costa Tavares, fez uma apresentação na qual mostrou um panorama das mudanças ocorridas com relação às Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN).

“Estamos formando bem à luz das DCNs de 2017? ”, indagou o farmacêutico. “Na minha concepção, não me parece que isso está ocorrendo. A nova diretriz tem, sim, seus ganhos, como o resgate da atuação clínica do farmacêutico. Isso foi muito importante porque deixa em evidência o seu papel clínico e facilita o serviço de saúde de forma ampla, dando bastante visibilidade ao profissional. No entanto, essa questão ainda não está totalmente contemplada, bem como na formação focada em Gestão em Saúde e no eixo Tecnologia e Inovação, que ainda deixam a desejar na formação atual do farmacêutico em boa parte das Instituições de Ensino Superior (IES)”, completou.

A diretora-tesoureira do CRF-SP, Dra. Danyelle Marini, chamou a atenção para a educação a distância (EaD), um assunto que há anos é debatido intensamente no Conselho e que, devido ao período de restrições e distanciamento impostos pela pandemia de covid-19, acabou trazendo mais preocupações acerca da formação do farmacêutico. Ela mencionou o projeto de lei que altera o artigo 80 da Lei de Diretrizes de Base (LDB) e que atualmente tramita na Câmara dos Deputados.

“Ao ser apresentado, essa emenda parlamentar estabelece que o EaD pode ser realizado na área da Saúde desde que seja autorizado nas DCNs. Vamos começar a trabalhar contra essa emenda parlamentar e fazer o que for preciso para mobilizar os deputados e, assim, evitar que o EaD seja regulamentado nesse formato”, disse a diretora-tesoureira.

Legislação

Em apresentação on-line, Dr. Giovanni Carlos de Oliveira, que é docente e supervisor de estágio de curso de Farmácia, coordenador do Comitê de Ações na Comunidade do CRF-SP e delegado regional da Seccional de Fernandópolis, falou sobre a legislação envolvida na curricularização da extensão.

Dr. Giovanni Carlos de Oliveira abordou a legislação relacionada à Curricularização da ExtensãoDr. Giovanni Carlos de Oliveira abordou a legislação relacionada à Curricularização da Extensão

Dr. Giovanni traçou um panorama desde a Constituição Federal de 1988, que definiu como missões das universidades a promoção do ensino, da pesquisa e da extensão, passando pela Lei nº 13.005/2014, que estabeleceu a utilização de no “mínimo 10% do total de créditos curriculares exigidos para a graduação em programas e projetos de extensão universitária, orientando sua ação, prioritariamente, para áreas de grande pertinência social”, além da Resolução nº 7/2018 do CNE/CES, que estabeleceram as Diretrizes para a Extensão na Educação Superior Brasileira, a serem efetivamente implementadas até o final de 2021, medida que depois foi prorrogada por um ano de acordo com o parecer CNE nº 498/2020.

“São muitos os desafios que as IES têm pela frente, sendo o maior deles inserir, da melhor forma possível, pelo menos, 10% das atividades de extensão na carga horária, além de preocupar-se com as alterações de matrizes curriculares e PPC (Proposta Pedagógica Curricular), as operações de sistemas de registro, experiência docente com extensão e o desenvolvimento da real necessidade da comunidade externa”, explicou.

Indicadores na curricularização

Dra. Maria Elisa Gonzalez Manso falou sobre a importância dos indicadores na elaboração dos projetos de extensãoDra. Maria Elisa Gonzalez Manso falou sobre a importância dos indicadores na elaboração dos projetos de extensão

Outra apresentação on-line foi realizada pela Dra. Maria Elisa Gonzalez Manso, docente e gestora de projetos de extensão universitária, que falou sobre indicadores na curricularização. Segunda ela, a legislação deixa claro que a extensão pressupõe uma troca de saberes, na qual a universidade e a sociedade desenvolvem um projeto de futuro.

“De nada adianta a instituição ter uma ideia fantástica se isso não irá proporcionar uma troca com a sociedade; que em nada repercutirá na comunidade”, explicou a palestrante, que concluiu: “Nesse sentido, a legislação parte da questão de se trabalhar com comunidades vulneráveis, conhecê-las em termos de iniquidades de saúde, de processos de desigualdade e de exclusão social e, então realizar projetos sociais”.

Programa de Apoio à Extensão do CRF-SP

A vice-coordenadora do GTT de Educação Farmacêutica do CRF-SP, Dra. Marise Stevanato Bastos, apresentou o programa de apoio à extensão elaborado pelo Conselho. “A curricularização da extensão veio para quebrar muitos paradigmas em relação a nós e ao assunto extensão. Até então, afirmávamos que fazíamos extensão, mas a Resolução nº 7/2018 veio para quebrar essa confiança”, afirmou.

A docente destacou que a proposta do CRF-SP abrange os projetos realizados pelo próprio Conselho capazes de gerar impactos locais e regionais, uma vez que muitos deles podem colaborar para a formação técnica e cidadã do graduando em Farmácia. “Temos diferentes realidades no Estado de São Paulo, mas, mesmo assim, há uma realidade em comum a todos: nossa população é carente em relação à educação em saúde e nós, farmacêuticos, temos muito a oferecer”.

Aprendizagem baseada em projetos

Dr. Diego Ceccato elucidou sobre aprendizagem baseada em projetosDr. Diego Ceccato elucidou sobre aprendizagem baseada em projetos

Também em formato on-line, o Dr. Diego Ceccato, que é docente e direcionou seus estudos para a área de metodologias ativas de aprendizagem, falou sobre “aprendizagem baseada em projetos”.

“Quando trabalhamos com um projeto, estamos pensando no rompimento desse modelo instrucionista. A ideia é promover a autoria discente, ou seja, o aluno é o autor do próprio material de aprendizagem. Ao invés de abordar com um estudante sobre um determinado conteúdo, eu elaboro experiências de aprendizagem que ele irá vivenciar e, então, trabalho depois os conceitos”, explicou o Dr. Diego Ceccato.

A programação também contou com a mesa-redonda “Troca de Experiências”, na qual foram apresentados os projetos de integralização curricular da extensão universitária desenvolvidos por duas IES.

Dr. Renato Menegon Farina e Dra. Telma Reginato (presenciais) e a Dra. Ana Inês Sousa (on-line) no painel Troca de ExperiênciasDr. Renato Menegon Farina e Dra. Telma Reginato (presenciais) e a Dra. Ana Inês Sousa (on-line) no painel Troca de Experiências

As apresentações foram realizadas pela Dra. Ana Inês Sousa, coordenadora adjunta de pesquisa da pós-graduação em Enfermagem e assessora especial da Pró-Reitoria e extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e pelo Dr. Renato Menegon Farina, docente e coordenador de curso de Farmácia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)/Campus Diadema.

 

Renata Gonçalez

Departamento de Comunicação CRF-SP

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