CRF-SP marca presença em debate sobre gestão do cuidado farmacêutico na atenção farmacêutica no SUS
Em sentido horário: Prof. Dr. Leonardo Regis Leira Pereira (USP/Ribeirão Preto); Dra. Luciana Canetto (vice-presdente do CRF-SP); Dr. Leonardo Regis Leira Pereira (USP/Ribeirão Preto); Dr. Felipe Tadeu Carvalho Santos (SMS/SP); e Dirceu Cruz Marques, assessora técnica do Cosems
São Paulo, 17 de março de 2022.
A vice-presidente do CRF-SP, Dra. Luciana Canetto Fernandes, participou na manhã de hoje (17) de uma roda de conversa temática sobre gestão do cuidado farmacêutico na atenção farmacêutica, atividade realizada dentro da programação do 35º Congresso de Secretários Municipais de Saúde de São Paulo (Cosems/SP). Em formato on-line, a roda de conversa debateu o panorama atual do cuidado farmacêutico no Brasil sob a visão de profissionais que apresentaram diferentes pontos de vista sobre a questão.
Em sua apresentação, a Dra. Luciana Canetto Fernandes expôs a atuação do CRF-SP enquanto órgão de ética regulamentador, trabalhando em favor das práticas que vão ao encontro das necessidades da população e dos farmacêuticos em suas áreas de atuação. “A profissão está mais forte e atuante, precisamos assumir o protagonismo previsto nas legislações mais recentes. O CRF-SP está aqui para estimular e auxiliar nessa maior inserção do cuidado farmacêutico no serviço público e na oferta de serviços de qualidade”.
Outra apresentação foi realizada pelo Prof. Dr. Leonardo Regis Leira Pereira, professor associado da Faculdade Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (campus Ribeirão Preto), que abordou a questão dos impactos clínicos, econômicos e sociais da atenção farmacêutica com base num levantamento realizado pela faculdade junto à população de Ribeirão Preto, especialmente em grupos de portadores de diabetes tipo 2 e hipertensão arterial.
Em ambos os casos, os resultados foram positivos e reiteraram a importância do cuidado farmacêutico ao reverter a curva de pacientes que até então necessitavam de um maior número de intercorrências médicas devido a essas doenças. “O cuidado farmacêutico foi significativo para que o grupo de pacientes a ele submetido tivessem redução nos níveis de hemoglobina glicada, triglicérides e frações de colesterol, além de melhor controle da pressão arterial”, detalhou o farmacêutico.
O Prof. Dr. Leonardo também apontou que a inserção oficial da Farmácia Clínica na grade curricular dos cursos de graduação de Farmácia é relativamente recente, já que a diretriz curricular nacional data de 2017, fazendo com que muitos profissionais atuantes hoje no SUS não tenham tido essa disciplina na época em que se graduaram.
“A DCN de 2017 deixa clara a questão da necessidade da formação clínica do farmacêutico, e nossa missão é refletir sobre como inserir essa questão na rotina de trabalho, sem abandonar as experiências acumuladas ao longo dos últimos anos”, afirmou o docente, que concluiu: “Nossa preocupação é trabalhar no sentido de tentar avaliar a situação real do SUS frente à questão do cuidado farmacêutico”.
O debate contou também com a participação do Dr. Felipe Tadeu Carvalho Santos, coordenador da Divisão de Assistência Farmacêutica da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo. O farmacêutico apresentou um panorama da assistência farmacêutica da capital paulista, onde o gasto com medicamentos chega a ultrapassar R$ 380 milhões e a média de atendimentos por dia é de cerca de 110 mil pessoas.
“É grande a dimensão e a capilaridade que as farmácias têm no sistema de saúde, são portas de acesso aos insumos farmacoterapêuticos à toda população. O desafio consiste em conseguir absorver todas essas oportunidades de realizar atenção farmacêuticas que batem à nossa porta e as necessidades de saúde que emergem”, ponderou o Dr. Felipe.
Renata Gonçalez
Departamento de Comunicação CRF-SP
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