Confira manifesto do CRF-SP em defesa do SUS e seus méritos na covid-19


São Paulo, 28 de maio de 2021.

Na semana em que o Brasil atinge a lamentável marca de mais de 450 mil vidas perdidas para a pandemia de covid-19, é inaceitável assistir ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmar, durante audiência pública na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados, que parte da culpa pelo mau controle da pandemia no país deve ser atribuída a problemas do Sistema Único da Saúde (SUS).

A declaração faz com que todos nós, profissionais da saúde que há 14 meses estamos na linha de frente do combate à doença, nos questionemos: o que seria do país sem o SUS?

Especialmente neste cenário pandêmico da covid-19 que trouxe à luz o caráter abrangente, universal e o alcance gigantesco do Sistema ao permitir atendimento em hospitais a cidadãos de todas as classes sociais, seja pela impossibilidade de o paciente arcar com os custos de um atendimento particular, seja pela falta de vagas pelo sistema de saúde suplementar.

Essa visão é reiterada pela opinião de muitos especialistas de saúde, entre os quais a epidemiologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Ana Brito, que à imprensa declarou que sem a atuação do SUS, o número de óbitos poderia estar perto de 1 milhão, mais que o dobro do registrado dias atrás.

Concebido há pouco mais de 30 anos por meio da Constituição de 1988 e implementado efetivamente em 1990, o SUS transformou o cenário da saúde pública no Brasil ao ampliar o direito à assistência a todos os brasileiros. Até então, apenas trabalhadores com registro em carteira podiam usufruir de serviços públicos de saúde.

São muitos desafios a serem vencidos, e o nosso papel é alinhar a necessidade de melhorias reconhecendo a notável ampliação de acesso a serviços de saúde à população brasileira, a contribuição para a redução e controle de doenças, a melhoria das condições sanitárias e a reorganização da assistência à saúde como um todo.

Se nesta semana o país atingiu a triste marca dos 450 mil óbitos por covid-19, é preciso enfatizar que o Brasil também contabiliza 14.786.292 pessoas recuperadas da doença (dados do Ministério da Saúde em 28 de maio de 2021). Também é preciso celebrar as 65,2 milhões de doses da vacina aplicadas até aqui, graças à estrutura e à experiência que o SUS já possuía, antes mesmo da pandemia.

O que o ministro deveria reconhecer é que esses números, sim, devem ser atribuídos com louvor ao Sistema Único de Saúde – sobretudo aos que nele atuam.


Conselho Regional de Farmácia do Estado de SP

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