Evento reuniu 200 farmacêuticos e acadêmicos de Farmácia em São José dos Campos
São Paulo, 3 de abril de 2019
A Seccional de São José dos Campos do CRF-SP, em parceria com o Hospital de Clínica Sul, Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus (HMTJ) e Prefeitura de São José dos Campos, promoveu na última terça-feira, 2, o 1º Encontro de Farmacêuticos Hospitalares do Vale do Paraíba, na Unip de São José dos Campos.
O evento teve a participação de cerca de 200 farmacêuticos e acadêmicos de Farmácia da região e debateu a atuação clínica do farmacêutico nos hospitais e o seu impacto para as instituições, saúde da população e valorização do profissional.
Entre as autoridades, o encontro contou com a participação do secretário municipal de Saúde de São José dos Campos, Dr. Danilo Stanzani, que falou sobre a importância do farmacêutico no município.
“Estamos vivenciando em São José dos Campos, principalmente nos últimos dez anos, uma mudança de política com relação à Farmácia. Tínhamos grandes hospitais com dois farmacêuticos que atuavam apenas na dispensação de medicamentos. Hoje temos hospitais com esse número de profissionais bem ampliado e atuando na área clínica, fazendo reconciliação, orientação na alta, o que muda completamente o desfecho do paciente”, apontou.
A primeira palestra foi ministrada pelo coordenador do Grupo Técnico de Cuidados Farmacêuticos ao Idoso do CRF-SP, Dr. Gustavo Alves, que abordou o papel do farmacêutico frente ao envelhecimento populacional.
Em relação ao crescimento do papel do farmacêutico nos hospitais, Dr. Gustavo afirmou que as estatísticas apontam que os medicamentos são responsáveis por cerca de 30 % dos custos de um hospital e, que neste sentido, o farmacêutico tem papel fundamental, inclusive para a parte econômica dos sistemas.
“O farmacêutico clínico traz inúmeros impactos positivos no hospital, entre eles a melhoria da qualidade de vida do paciente e, principalmente, em relação a aspectos econômicos, já que a atuação do farmacêutico clínico aumenta a adesão ao tratamento medicamentoso, diminui o tempo médio de permanência do paciente no hospital, diminui complicações pós-cirúrgicas, aumenta a adesão ao protocolo, entre outras vantagens.”
Logo em seguida, o coordenador da Farmácia Clínica do Hospital Israelita Albert Einstein, Dr.Fabio Teixeira Ferracini, ministrou uma palestra sobre a importância e desafios da Farmácia Clínica e da reconciliação medicamentosa.
“Erros relacionados a medicamentos ocorrem em todos os hospitais do mundo. Os gastos por erros de medicamentos equivalem a 42 bilhões de dólares por ano e custa muitas vidas”. Entre as soluções para diminuir os riscos desses erros, Dr. Ferracini citou que o farmacêutico deve sempre se atentar aos “5 Ds”: “A Dose está em mg correta para a indicação, a conversão da Dose em mL está correta com a dose prescrita, a Diluição está apropriada, Delivery (a administração está correta) e Danger (foi visto todos os perigos relacionados à droga administrada”.
O impacto da Gestão Hospitalar na segurança do paciente foi abordado pelo coordenador administrativo do Hospital de Clínica Sul, Dr. Fernando Zanetti. Segundo ele, é importante que o farmacêutico pense na gestão econômica do hospital, mas não sem perder o principal foco, que é a saúde do paciente.
“O que a gente mais precisa no dia a dia, hoje, é focar na assistência ao paciente. Para isso, precisamos estar preparados para as novas demandas que estão aparecendo. Por exemplo, estamos vivendo a inversão da pirâmide em relação à idade da população no Brasil com o crescimento da população idosa e precisamos estar preparados para cuidar desses indivíduos com o máximo de preparo e conhecimento que pudermos ter”, relatou.
Por fim, a coordenadora do curso de Farmácia da Unip, Dra. Simone Lapena, dividiu com os participantes um pouco de seus conhecimentos sobre o uso racional de antimicrobianos e seus custos na assistência e segurança do paciente.
“O que vai fazer com que a gente tenha bons resultados é a competência. A competência só é adquirida com conhecimento. É importante que tenhamos oportunidades de trocar ideias e de transmitir nossos conhecimentos para melhorar a profissão e, consequentemente, a saúde da população. ”
Monica Neri
Departamento de Comunicação CRF-SP