São Paulo, 26 de setembro de 2018.
A programação do Simpósio Tendências Farmacêuticas também contou com as palestras do eixo Tecnologias em Saúde, com ênfase nas áreas de Indústria, Pesquisa Clínica e Distribuição e Transporte. No primeiro dia, a programação iniciou-se com a apresentação do painel ‘Biotecnologia’. O Dr. Tiago Tadeu Rocca de Morais falou sobre as drogas órfãs e o contexto delas no âmbito do Sistema Único de Saúde e da judicialização, já que muitos desses medicamentos não possuem registro no Brasil. Dentre os exemplos citados está o anticorpo monoclonal eculizunabe, indicado para o tratamento de um tipo de anemia hemolítica e que atende cerca de 450 pessoas a um custo de R$ 613 milhões por ano.
Dr. Tiago destacou a importância da atuação do farmacêutico no trato das drogas órfãs. “O profissional pode atuar nas áreas governamentais e no relacionamento com as associações que representam esses pacientes, bem como na cadeia logística desses medicamentos. Na pesquisa clínica, o Brasil também é um terreno fértil para o estudo dessas doenças porque temos a vantagem de sermos um povo heterogêneo, embora não haja estímulo e investimento o suficiente nesse setor”.
Já o Dr. Wolfgang Harry Löscher Filho abordou a questão dos medicamentos biossimilares e os anticorpos monoclonais, ambos produzidos a partir de organismos vivos e modificados por engenharia genética, amplamente utilizados no tratamento oncológico e de doenças autoimunes.
Segundo o especialista, são muitos os desafios a serem enfrentados no âmbito nacional para o desenvolvimento dessa classe de medicamentos. “Dentre eles podemos citar o receio em relação à baixa qualidade dos biossimilares, a extrapolação da indicação terapêutica, intercambialidade, a insegurança com relação ao modelo de parceria para desenvolvimento produtivo (PDP), além de um maior diálogo entre médicos e pacientes”.
O painel também contou com a participação do Dr. Igor Linhares de Castro, que falou sobre terapia gênica, com destaque para os procedimentos de imunoterapia oncológica.
No período da tarde, o tema radiofarmácia foi foco da apresentação da Dra. Raquel Benedetto, que discorreu sobre a aplicação de energia nuclear na saúde, radiofarmácia industrial, hospitalar, centralizada e licenciamento e assuntos regulatórios.
No mesmo dia, os ministrantes Dra. Elaine Manzano, Dra. Nancy Mesas do Rio e Dr. Luciano Oliveira Ferreira abordagem questões pertinentes a dispositivos médicos, do ponto de vista da regulação, comparativo com outros países e os principais produtos no mercado e em fase de aprovação.
No sábado, 22, o evento debateu a Indústria 4.0, a rastreabilidade e o operador logístico. Também foram realizadas oficinas sobre Tecnologias em Saúde nas perspectivas de como transformar ideias em modelos de negócio na área farmacêutica, inovação e propriedade intelectual, a propriedade intelectual em suas várias dimensões com destaque a patentes e aplicações práticas de patentes e informações contidas em patentes.
Renata Gonçalez
Departamento de Comunicação CRF-SP