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Um terço das crianças toma antibióticos nos hospitais sem necessidade

 

São Paulo, 23 de março de 2018.

Quase 30% dos antibióticos prescritos a crianças internadas no mundo foram destinados a diminuir os riscos de uma possível infecção e não para tratar doenças. É o que revela uma pesquisa mundial publicada no Journal of the Pediatric Infectious Diseases Society.

Uma grande proporção dessas prescrições preventivas era de antibióticos de amplo espectro ou combinações de antibióticos, e por períodos prolongados, o que pode acelerar o desenvolvimento de bactérias e infecções resistentes aos medicamentos. O BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) estima que 10 milhões de pessoas morrerão por conta de superbactérias que suportam a ação das drogas usadas para combatê-las.

"Esse padrão e a alta taxa de prescrição profilática indicam um claro uso excessivo de antibióticos. Esperamos que os resultados do estudo ajudem a conscientizar os profissionais de saúde sobre a indicação adequada de antibióticos em crianças", afirmou Markus Hufnagel, professor da Universidade de Freiburg (Alemanha) e principal autor do estudo.

O estudo analisou as prescrições de medicamentos para 6.818 crianças que estavam internadas em 226 hospitais pediátricos em 41 países durante um dia de 2012. Ao todo, os pesquisadores encontraram 11.899 prescrições totais de antibióticos, e 28,6% destes foram para uso profilático.

Entre as crianças hospitalizadas que receberam pelo menos uma prescrição de antibióticos, 32,9% (2.242 pacientes) receberam um antibiótico para prevenir uma infecção potencial e não para tratar uma atual.

Dos antibióticos prescritos para uso profilático, 26,6% foram para prevenir infecções potenciais associadas a uma cirurgia futura, e a grande maioria desses antibióticos foi administrada por mais de um dia. Os restantes 73,4% das prescrições profiláticas foram destinados a prevenir potencialmente outros tipos de infecções. Aproximadamente metade (51,8%) de todas as prescrições de antibióticos preventivos foi para antibióticos de amplo espectro. Em 36,7% dos casos, dois ou mais antibióticos sistêmicos foram prescritos ao mesmo tempo.
Esses padrões contradizem as recomendações atuais para o uso profilático de antibióticos apropriados. As diretrizes exigem o uso de antibióticos de espectro estreito por períodos mais curtos, em um esforço para limitar o desenvolvimento da resistência aos antibióticos.

Para os pesquisadores, os resultados do estudo sugerem metas claras para melhorar a prescrição de antibióticos para crianças. Incluindo a redução do uso prolongado e preventivo de antibióticos antes da cirurgia, limitando o uso de amplo espectro e combinações de antibióticos, e diminuindo o uso dos medicamentos, em geral, para uso profilático em vez de terapêutico.

 

Departamento de Comunicação CRF-SP

(Fonte: Uol)

 

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