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Revista do Farmacêutico

PUBLICAÇÃO DO CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Nº 120 - FEV-MAR / 2015

 

Descongestionantes nasais

Medicamento pode causar reações adversas, como rinite medicamentosa e dependência

O uso abusivo de descongestionantes nasais gera a necessidade de quantidades cada vez maiores da substância para obter o mesmo resultado (Ingimage)O uso abusivo de descongestionantes nasais gera a necessidade de quantidades cada vez maiores da substância para obter o mesmo resultado (Ingimage)

Os descongestionantes tópicos são agentes simpaticomiméticos que agem sobre receptores adrenérgicos da mucosa nasal e induzem vasoconstrição, fazem encolher a mucosa edemaciada e melhoram a ventilação. São aplicados diretamente sobre a mucosa nasal na forma de gotas ou aerossóis. A absorção sistêmica é pouca ou nenhuma¹.

Porém, o uso abusivo e prolongado pode levar à contração de diversos outros vasos sanguíneos do organismo, causando arritmias cardíacas e desenvolvimento de hipertensão arterial. Por isso, são contraindicados a pacientes hipertensos, cardíacos, diabéticos ou portadores de hiperplasia prostática². Esses medicamentos podem provocar também dependência psicológica.

Alguns dos componentes desses medicamentos podem ser: nafazolina, tetrizolina, oximetazolina, xilometazolina, cloreto de benzalcônio, fenilefrina, cloreto de sódio e pseudoefedrina.

NarizÉ indicado o uso dos descongestionantes nasais por, no máximo, cinco dias em casos de rinossinusite e resfriado comum. Alternativas de tratamento podem ser adotadas no alívio dos sintomas, tais como a substituição por soro fisiológico associado ou não ao uso de corticoides nasais².

RISCOS

O uso contínuo de descongestionantes nasais pode causar dependência, gerando a necessidade de quantidades cada vez maiores da substância para obtenção do mesmo resultado. Em longo prazo, podem danificar a mucosa nasal e até mesmo provocar problemas cardíacos, conforme já citado.

O uso prolongado de agentes tópicos (mais de três a cinco dias) pode levar à rinite medicamentosa¹.

Efeitos colaterais dos descongestionantes

Comumente ocorrem efeitos colaterais, que incluem:

  • Queimação, irritação, espirros e secura da mucosa nasal;
  • Aumento da produção de muco;
  • Rebote da congestão nasal se usado por mais de 4 ou 5 dias.

Efeitos mais raros podem ser:

  • Hipertensão;
  • Dor de cabeça;
  • Náusea;
  • Tontura;
  • Insônia.

Importante: O paciente não deve utilizar descongestionante nasal se fizer uso de medicamentos anti-hipertensivos, antidepressivos ou se for portador de doenças da tireoide, diabetes ou problemas da próstata, a não ser sob estritas orientações médicas. 

 

Descongestionante (Ingimage)Exemplos de substâncias com ação descongestionante

Nafazolina

Uso: alívio temporário da congestão nasal associada ao resfriado comum, alergias do trato respiratório superior ou sinusite³.
Interações medicamentosas: o tratamento concomitante com inibidores da monoaminoxidase (MAO) pode resultar em crise hipertensiva, devido à inibição da metabolização da nafazolina. Recomenda-se evitar a administração conjunta desses medicamentos. Suspender o inibidor da MAO 14 dias antes da administração da nafazolina4.

Pseudoefedrina

Uso: alívio temporário de sintomas da congestão nasal decorrente do resfriado comum, alergias das vias aéreas superiores e sinusite; também promove a drenagem da secreção nasal ou sinusal.
Contraindicações: hipersensibilidade à pseudoefedrina ou a qualquer componente da formulação; uso concomitante ou em até 14 dias após o término da terapia com um inibidor da MAO.
Advertências e precauções: utilizar com cuidado em idosos, que podem ser mais sensíveis aos efeitos adversos; administrar com cuidado em pacientes com hipertensão arterial, hipertireoidismo, diabetes, doença cardiovascular, cardiopatia isquêmica, aumento da pressão intraocular ou hiperplasia prostática.
Interações medicamentosas: inibidores da MAO podem aumentar o efeito sobre a pressão arterial da pseudoefedrina. Simpaticomiméticos podem aumentar a toxicidade. Redução dos efeitos da metildopa e reserpina³

Fonte:
1 Manual de Farmacoterapia- Barbara G.Wells (et al.) – São Paulo: Mc Graw-Hill, 2006.
2 Centro de Informações de Medicamentos da Unifal-MG (http://cimunifal.blogspot.com.br/2014/07/descongestionante-nasal-entenda-o-risco.html).
3 LACY, C.F. et al. Medicamentos Lexl-Comp Manole: uma forma abrangente para médicos e profissionais da saúde. 1ª ed. São Paulo: Ed. Manole, 2009.
4 Ao Farmacêutico – P.R. Guia de Interações Medicamentosas

 

 

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