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Revista do Farmacêutico

PUBLICAÇÃO DO CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Nº 115 - JAN-FEV-MAR / 2014

 

Formação universitária em pauta

CRF-SP faz pesquisa para traçar perfil dos recém-formados. Participe! Acesse o formulário pelo portal www.crfsp.org.br

 

educacao pesquisaDesde janeiro, os farmacêuticos do Estado de São Paulo que acessam o endereço do portal www.crfsp.org.br podem contribuir para o fortalecimento da profissão respondendo a pesquisa “Perfil do egresso dos cursos de Farmácia”, disponibilizada na parte superior do portal do CRF-SP. Trata-se de um questionário, elaborado pela Comissão Assessora de Educação Farmacêutica (CAEF) da entidade, com o objetivo de traçar o perfil de formação e atuação do farmacêutico e levantar os pontos fortes e os desafios da atual formação.

A iniciativa de promover a pesquisa, 12 anos após a implementação das diretrizes curriculares para o curso de Farmácia (Resolução CNE/CES nº 2/2002), reflete a principal preocupação dos docentes de Farmácia, sobretudo os que fazem parte da CAEF: saber se as mudanças ocorridas na última década estão contribuindo para a formação de um farmacêutico que atende às necessidades da sociedade, da profissão e do mercado de trabalho.

Na avaliação da coordenadora da Comissão Assessora de Educação Farmacêutica do CRF-SP, dra. Marise Bastos Stevanato, é inegável que as diretrizes curriculares estimularam a transição da formação tecnicista e fragmentada para outra integrada, generalista e com foco na atenção à saúde. As novas normas para o ensino farmacêutico provocaram avanços importantes, entre os quais o incentivo à interdisciplinaridade, a inserção do profissional no Sistema Único de Saúde (SUS) e a implantação de novas metodologias de ensino.

Contudo, o elevado número de cursos de Farmácia e a nova formação proporcionaram o surgimento de problemas relevantes, como a diminuição significativa da carga horária mínima, prejudicando a formação adequada do farmacêutico, especialmente nas instituições particulares, e deficiência nos conteúdos das antigas habilitações, refletindo na Saúde Pública e na profissão farmacêutica.

Frente ao cenário apresentado, se faz necessário o estudo das modificações ocorridas e suas implicações na formação desse profissional, afirma a dra. Marise: “O farmacêutico é o único da área de saúde que, além da vocação natural para a prestação de serviços de atenção à saúde nas áreas típicas de seu conhecimento, tem, em seu conteúdo formativo, uma forte característica para o desenvolvimento de produtos para saúde, tanto de forma industrial como magistral, envolvendo fármacos e medicamentos, cosméticos, domissaneantes, alimentos e reagentes, bem como para o controle da qualidade dos produtos fabricados em seu campo de atuação.”

Panorama atual

Os cursos de Farmácia, após a publicação das diretrizes curriculares nacionais, vêm passando por constantes transformações para adequarem seus projetos pedagógicos. Dentre os muitos pontos importantes dispostos no documento, o artigo terceiro merece destaque, pois se refere ao perfil do farmacêutico e, para sua construção, é necessário conhecer a região, as necessidades da comunidade local e a inserção profissional do farmacêutico.

Sendo assim, a construção do perfil de egresso é o ponto-chave para a elaboração do projeto pedagógico do curso, nele contidos a matriz curricular, as ementas, os estágios, os modelos de avaliação, os projetos de extensão, enfim, de toda a construção do curso.

Dra. Marise destaca que, para que isso ocorra, é necessário conhecer a oferta e demanda de farmacêuticos nos diferentes cenários. No Brasil, nos últimos anos, houve o crescimento na oferta de cursos, sendo, em 2011, predominante na região Sudeste, correspondendo a 49% (198) do total; 18% na região Sul, 15% no Nordeste, 12% no Centro Oeste e 6% na Norte.

“O aumento da oferta de cursos em instituições privadas pode ser verificado, principalmente, nas regiões mais ricas do país; por exemplo, na região sudeste, 89% (175) são de instituições de caráter privado”, analisa.

No Brasil, a concentração de profissionais e a proliferação de cursos de graduação em Farmácia em instituições privadas é uma realidade. Mesmo que ainda discreta, percebe-se pequeno aumento de cursos e vagas em instituições públicas, especialmente nas regiões norte e nordeste do país, provavelmente em virtude do REUNI (Reestruturação e Expansão das Universidades Federais).

Ainda segundo a coordenadora da CAEF: “O novo cenário gera a necessidade de enfrentar desafios, tais como a construção de processos regulatórios afinados com o sistema educacional e de saúde, que atuem nos processos de credenciamento de novas Instituições de Ensino Superior (IES), no dimensionamento do número de vagas, na distribuição geográfica dos cursos de Farmácia, e, inclusive, se as diretrizes precisam ser revisadas, modificadas ou redefinidas.”

Após a finalização da pesquisa, a CAEF irá tabular as informações recebidas e analisar de forma criteriosa os resultados para, então, propor iniciativas junto ao Ministério da Educação, às Instituições de Ensino, aos farmacêuticos e à sociedade.

Por Renata Gonçalez

  

                                                         

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