Revista do Farmacêutico 113 - Educação

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PUBLICAÇÃO DO CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Nº 113 - SET-OUT / 2013

Revista 113 setinha Educação


Novo selo de qualidade

Foto: Radius Images/Latinstok

CRF-SP reformula o sistema de avaliação de Instituições de Ensino Superior. Selo terá três categorias: ouro, prata e bronze

O CRF-SP entende que o desenvolvimento da profissão farmacêutica passa pela educação. O atual modelo educacional aumentou o acesso à formação, mas a qualidade na maioria das Instituições de Ensino Superior (IES) não acompanhou este crescimento. Sendo assim, a Comissão Assessora de Educação Farmacêutica do CRF-SP considerou importante elaborar um sistema de avaliação que permitirá certificar os cursos de acordo com o seu nível de excelência, baseando-se em experiências positivas em acreditação no mundo.

O novo Selo de Qualidade em Educação Farmacêutica foi lançado em agosto, ampliando e repaginando a certificação, que existe desde 2009. O sistema foi configurado para apreciar uma lista de itens e, a partir de uma avaliação criteriosa, concederá uma das três categorias de selo, de acordo com a pontuação obtida pelo curso de Farmácia: ouro (cinco estrelas), prata (quatro estrelas) e bronze (três estrelas).

Entre os critérios para compor a pontuação estão o projeto pedagógico, titulação do corpo docente, infraestrutura, plano de carreira docente, laboratórios, farmácia-escola institucional ou conveniada, biblioteca, entre outros.

De caráter opcional, o novo Selo de Qualidade em Educação Farmacêutica é um diferencial para as IES, evidenciando a formação que podem oferecer aos estudantes e estabelecendo um referencial para que a sociedade perceba o nível de estrutura e organização dos cursos disponíveis.  

“O Selo tem por objetivo estabelecer critérios de qualidade de forma a assegurar a formação mínima necessária para o exercício da atividade farmacêutica com competência e segurança”, disse a profa. msc. Danyelle Cristine Marini, coordenadora da Comissão Assessora de Educação Farmacêutica do CRF-SP.

Segundo a coordenadora, se há uma formação deficiente e existe a exigência de inscrição deste profissional no CRF-SP, ele passa, então, a buscar meios para avaliar a qualidade da educação farmacêutica e de propor junto aos órgãos competentes ações necessárias para melhorias.O novo Selo pode ser solicitado por todas as Instituições do Estado de São Paulo com curso de Farmácia reconhecido pelo Ministério da Educação. As informações sobre o procedimento para a requisição e a análise documental podem ser consultadas no portal do CRF-SP. Clique em Comissões Assessoras (menu ao lado esquerdo) - Educação Farmacêutica (logo abaixo do texto de apresentação, clique na imagem do Selo). 

Selo de QualidadeSistemas de Certificação

O Selo foi lançado durante o fórum “Sistemas de Certificação Institucional e de Curso”, no dia 3 de agosto, na sede do CRF-SP. O evento contou com a participação da diretoria e conselheiros do CRF-SP, membros das comissões assessoras e coordenadores de cursos de Farmácia do Estado de São Paulo. Os especialistas debateram sobre os problemas da educação farmacêutica e os atuais métodos de avaliação das Instituições de Ensino. 

O presidente do CRF-SP, dr. Pedro Menegasso, abriu o evento destacando a importância do debate. “Existe uma desconexão entre o modelo que é adotado nas instituições de ensino. Os cursos trabalham mais com o conteúdo teórico, mas não preparam o aluno para o mercado de trabalho.” Para ele, a iniciativa de reformular a certificação implicará em melhoria da qualidade.

O Prof. Dr. Geraldo Alécio de Oliveira apontou a necessidade de adaptações das instituições brasileiras às certificações de qualidade acadêmica internacionais. Relacionou uma série de fatores que influenciam na qualidade da educação farmacêutica, tais como o crescimento e diversidade de cursos, salas de aula com elevado número de estudantes, educação superior como modelo de negócio, dentre outros. “As instituições de ensino precisam considerar também a mudança do perfil e interesse dos estudantes”, comentou.

A jornalista Lisandra Matias falou sobre os critérios de avaliação dos cursos superiores realizado pela empresa que representa, a Editora Abril, com o Guia do Estudante. A publicação começou a avaliar cursos superiores brasileiros no início da década de 80. Em 2013, avaliou cursos de 124 profissões, numa pesquisa de opinião feita com professores e coordenadores de curso. 

A publicação é direcionada aos estudantes pré-vestibulares, com finalidade jornalística, portanto, não são realizadas devolutivas aos cursos para promover melhorias de qualidade. Segundo Lisandra Matias, sete entre dez estudantes adotam a lista como uma das principais referências na hora de escolher os cursos que irão ingressar.

Números surpreendentes  Atualmente, são mais de 400 cursos de graduação em Farmácia no Brasil. Destes, 104 estão localizados no Estado de São Paulo. As vagas acadêmicas passaram de 3.150 em 1996, para 18.750, em 2011, no Estado.

Representando o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Prof. Dr. Celso Spada apresentou os critérios do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), que é o programa do Ministério da Educação para analisar as instituições, os cursos e o desempenho dos estudantes de nível superior no Brasil. Segundo ele, o processo de avaliação é utilizado para orientação institucional dos estabelecimentos de ensino e para embasar a adoção de políticas públicas. “Ainda não temos uma cultura para avaliação de cursos, mas estamos caminhando para isso”, disse.  

 

Carlos Nascimento


 

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