Revista do Farmacêutico 113 - Saúde Pública

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PUBLICAÇÃO DO CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Nº 113 - SET-OUT / 2013

Revista 113 setinha Saúde Pública


Olhar diferenciado

Foto: Thais Noronha

Expansão da carreira farmacêutica no setor público reforça a necessidade de o profissional assumir nova postura e desenvolver diferentes habilidades


A expectativa de aprovação do Projeto de Lei 4315/12 de autoria da senadora e farmacêutica dra. Vanessa Grazziotin, que determina a presença do farmacêutico em todas as Unidades de Saúde com dispensação e/ou distribuição de medicamentos do Sistema Único de Saúde (SUS), aliada à forte atuação do CRF-SP junto às administrações públicas de forma a contribuir para a ampliação da assistência farmacêutica em todo Estado de São Paulo, tornam essa área um setor em ascensão para o profissional.  

Prova disso é que a carreira farmacêutica é uma das que engrossa a oferta de vagas em concursos públicos e processos seletivos em todo o país. Não há uma estatística que aponte especificamente a quantidade de vagas em Farmácia mas, de acordo com recente levantamento publicado pelo jornal O Globo, até o ano que vem deverão ser abertas aproximadamente 80 mil vagas em todas as áreas profissionais.

 

Foto: Thais Noronha
O farmacêutico tem de ter um olhar não só para o medicamento, mas sim para o paciente (Foto: Thais Noronha)

 

 

Na avaliação do coordenador da Comissão Assessora de Saúde Pública e conselheiro do CRF-SP, dr. Israel Murakami, esse panorama significa mais um campo de trabalho para o farmacêutico que, até alguns anos atrás, estava esquecido ou sem a devida evidência. Mas, também reforça a necessidade de o profissional assumir uma nova postura de trabalho pautada na prestação de um atendimento de qualidade à população e no desenvolvimento de habilidades diferenciadas.

Dr. Israel explica que o farmacêutico tem de ter um olhar não só para o medicamento, mas sim para o paciente. “Esse olhar (postura) do farmacêutico é necessário, pois no SUS se trabalha com equipe multiprofissional e sua atividade é transversal. Isso significa que ele tem de interagir e intervir com diversos atores do serviço de saúde em que ele está inserido para que o objetivo seja atingido, ou seja, que o tratamento prescrito tenha o resultado esperado pelo paciente.”

 Nesse sentido, demonstrar atitude e ter iniciativa são condutas primordiais para que ele exerça sua atividade de forma plena no sistema público de saúde.  

Como começar

 

Foto: Arquivo Pessoal
Dr. Israel Murakami, conselheiro e coordenador da Comissão Assessora de Saúde Pública do CRF-SP (Foto: Arquivo Pessoal)

O conhecimento do farmacêutico tem inúmeras possibilidades de aplicação dentro da rede pública, e pode tanto estar ligado à parte assistencial do SUS, como à gestão administrativa, que envolve procedimentos de licitações, prestação de contas, elaboração de protocolos e gerenciamento de processos. No campo assistencial, o farmacêutico bem preparado pode atuar diretamente com a promoção da saúde e prevenção de riscos e agravos à saúde e no gerenciamento dos processos de trabalho.

 

Sendo assim, buscar conhecer as políticas públicas de saúde dos governos federal, estadual e, principalmente, municipal onde ele está inserido é o primeiro passo, além de conhecer a legislação pertinente à atuação do profissional. Dr. Israel Murakami afirma que é possível buscar essas informações em diversos sites, entre os quais na página do Ministério da Saúde, da Secretaria de Atenção Básica e do Departamento de Assistência Farmacêutica (ambos do Ministério da Saúde) e por meio da cartilha da Comissão Assessora de Saúde Pública do CRF-SP (disponível para consulta no portal www.crfsp.org.br, na área Publicações).

Ainda sobre a atribuição ou inserção do farmacêutico no SUS, vale destacar que recentemente foi publicada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) a Resolução nº 578/2013, que regulamenta as atribuições técnico-gerenciais do farmacêutico na gestão da assistência farmacêutica no âmbito do SUS. A Comissão Assessora de Saúde Pública do CRF-SP também está trabalhando em uma proposta de Resolução que trata das atribuições do farmacêutico na atenção básica, de forma a garantir e reconhecer seu papel no SUS.

Renata Gonçalez


 

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