Especialistas alertam para o agravamento da resistência bacteriana e a importância do uso racional dos medicamentos

 

Especialistas alertam para o agravamento da resistência bacteriana e a importância do uso racional dos medicamentos fotos-jcb-prod-e-tatiana-popova-panthermediaEspecialistas alertam para o agravamento da resistência bacteriana e a importância do uso racional dos medicamentos fotos-jcb-prod-e-tatiana-popova-panthermediaSão Paulo, 15 de abril de 2013.

O mau uso dos antibióticos e o maior tráfego global de bactérias resistentes preocupa os especialistas. Segundo avaliação da diretora da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Chan, “o mundo está prestes a perder essas curas milagrosas", disse ela referindo-se a um futuro tenebroso e possível, no qual infecções comuns não terão cura, o que os especialistas chamam de era pós-antibióticos.

O Centro de Controle de Doenças dos EUA alertou esse ano para o problema da gonorreia resistente às cefalosporinas, classe de antibióticos usados no tratamento dessa doença sexualmente transmissível.As bactérias causadoras da tuberculose também geram preocupação, assim como a KPC, resistente à maioria dos medicamentos e que normalmente atinge hospitalizados.

Na semana passada, o Hospital de Clínicas da Unicamp anunciou 11 casos de infecções pela KPC entre dezembro e março.

Para piorar o cenário, o arsenal terapêutico e o desenvolvimento de novas drogas só diminuiu. A última classe de antibióticos foi descoberta em 1987. Esses medicamentos têm como alvo as bactérias, que sempre acham uma forma de sobreviver e se tornarem resistentes. Por isso, têm um tempo determinado de validade.

O corte em investimentos na pesquisa de antibióticos pelos laboratórios se deve, em parte, a fusões entre as grandes empresas do setor. Segundo a OMS, 8 das 15 maiores farmacêuticas que tinham programas de descoberta de antibióticos abandonaram essa área.

Em 2012, médicos e pesquisadores da Universidade de Uppsala, na Suécia viram uma oportunidade, e anunciaram um investimento de US$ 220 milhões para os quatro anos seguintes em pesquisas nessa área.

Mas só o lançamento de novos antibióticos no mercado não vai resolver o problema da resistência a antibióticos, segundo o dr. Diarmaid Hughes, professor de bacteriologia molecular da mesma instituição. "É preciso antes aprender sobre o uso e o abuso de antibióticos que fizeram o problema da resistência chegar nesse estado atual; chegar à raiz do problema antes do possível mau uso de uma nova geração de antibióticos."

A dra. Anna Sara Levin, do Hospital das Clínicas, toca no mesmo ponto. "Para não vivermos uma situação catastrófica no futuro, a solução é a prevenção. Isso inclui o uso racional dos antibióticos e o controle das infecções hospitalares." Segundo ela, a maior parte do problema no Brasil não está na geração desses micro-organismos resistentes, mas sim na sua transmissão. Ela completa afirmando que é primordial melhorar a qualidade dos serviços de saúde.

 

Assessoria de Comunicação CRF-SP
(Com informações de Folha de S.Paulo)

 

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