São Paulo, 21 de março de 2011.

A cidade de Santos foi a escolhida para a realização do 3º Fórum sobre as Práticas Integrativas e Complementares (PICs) na rede pública de saúde. No sábado, 19 de março, cerca de 50 pessoas reuniram-se para debater as formas de disponibilizar a homeopatia, acupuntura, fitoterapia e o termalismo aos pacientes do Sistema Único de Saúde.

Em 2006, o Ministério da Saúde deu um passo decisivo com relação a estas práticas, por meio implantação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares - PNPIC no SUS (Portaria nº 971 de 03/05/2006).

 

 

Profissionais debateram a inserção da homeopatia, acupuntura e fitoterapia no SUSProfissionais debateram a inserção da homeopatia, acupuntura e fitoterapia no SUS


Para que os gestores municipais conheçam os benefícios das PICs, o CRF-SP tem realizado os fóruns em que são mostradas experiências positivas de municípios que já contam com algum tipo de ação. Dr. Israel Murakami, conselheiro e coordenador da Comissão Assessora de Saúde Pública, deu as boas-vindas aos participantes, entre eles farmacêuticos, médicos, biólogos, assistente social e estudantes de Farmácia e Medicina. “É muito importante ouvir quem está na área e principalmente debater o assunto de forma multidisciplinar”, ressaltou dr. Israel. A diretora regional dra. Rosely Simões Barreto participou das discussões, ao lado da representante da secretária municipal de saúde, dra. Maria José da Silva. “Santos ainda está engatinhando em relação às práticas, mas já ouvimos experiências exitosas e queremos envolver nossos agentes comunitários”, disse dra. Maria. 

Experiências positivas

Santos - O médico homeopata dr. Roberto Debski, que desde 1993 trabalha na Prefeitura de Santos, expôs o longo caminho percorrido para a esclarecer a população a respeito da homeopatia. Na década de 90 o município passou por problemas como número insuficiente de funcionários, discriminação da área, falta de convênio com farmácias homeopáticas para garantir o acesso a medicamentos e muitos outros. “Fomos de casa em casa perguntando se as pessoas aceitavam tomar medicamento homeopático para prevenir a dengue. A aceitação foi excelente. Para mim foi a maior comprovação de aceitação popular da homeopatia”.

dr. Roberto Debski desde 1993 trabalha na prefeitura de Santosdr. Roberto Debski desde 1993 trabalha na Prefeitura de Santos


Assis   Biólogo, com pós-doutorado em Fitoterapia do câncer, Regildo Márcio da Silva, coordena o projeto Farmácia Verde em Assis, interior de São Paulo.  O projeto existe desde 2009 e reúne 22 municípios da região com o intuito de cultivar plantas medicinais orgânicas e orientar a comunidade sobre as formas corretas de preparo da matéria-prima e cultivo, além de alertar sobre os riscos do uso inadequado dessas plantas. O projeto engloba até a alimentação, já que muitas ervas plantadas são utilizadas na merenda de alunos das escolas públicas. “Houve a diminuição da incidência de resfriados, o que refletiu em menos crianças fora da escola por indisposição e consequências do mal estar”.

O biólogo Regildo Márcio da Silva coordena o projeto Farmácia Verde em AssisO biólogo Regildo Márcio da Silva coordena o projeto Farmácia Verde em Assis


Pindamonhangaba – Outro exemplo positivo veio da cidade localizada a 160 km da capital. A representante da Secretaria de Saúde e Assistência Social de Pindamonhangaba, Iracélis Fátima Moraes, apresentou as ações do município para popularizar o uso da Fitoterapia como a formação da Roda de Estudo de Plantas Medicinais (REP), em que os moradores da região reúnem-se com uma equipe multidisciplinar que orienta sobre a ação farmacológica e fazem até músicas sobre as plantas junto com a comunidade. Uma grande conquista foi a Portaria Municipal 3059, de 24/04/07. “É um documento que apoia a população, os técnicos e reforça a legislação sobre a implementação das práticas no SUS”, reforçou Iracélis.

Iracélis Fátima Moraes apresentou as ações de PindamonhangabaIracélis Fátima Moraes apresentou as ações de Pindamonhangaba


São José do Rio Preto – A padronização dos medicamentos fitoterápicos e homeopáticos no município é tarefa para a equipe de farmacêuticos. Dra. Carmen Lígia Marques, diretora da Assistência Farmacêutica, mostrou o trâmite para aquisição de medicamentos, dispensação e resultados. A farmacêutica destacou uma experiência baseada no alto índice de consumo de Ritalina® em crianças com déficit de atenção. Eram consumidos cerca de 17 mil comprimidos por mês, até que a equipe optou por utilizar a homeopatia. “O resultado foi surpreendente. Descobrimos que não basta medicar, mas entender o contexto da criança, o ambiente familiar e isso a homeopatia proporciona”.

Dra. Carmen Lígia Marques representou S J do Rio PretoDra. Carmen Lígia Marques representou S J do Rio Preto


 Bragança Paulista - Desde 2009 disponível no município, as PICs foram um pedido da própria população, que manifestou o interesse por meio de um questionário distribuído pela equipe da prefeitura. Dra. Ieda Sanches Garcia, diretora regional do CRF-SP em Bragança Paulista e voluntária do município para capacitações a respeito das PICs, apresentou o empenho para a divulgação da homeopatia e outras práticas. No momento 503 pacientes estão sendo acompanhados por médicos homeopatas. “Temos muito a fazer, o empenho e a dedicação de muitos profissionais estão sendo revertidos em benefícios à população”, afirmou dra. Ieda, que tem a parceria da médica dra. Elisabeth Carvalho, coordenadora das PICs na cidade. Entre os próximos passos estão a elaboração de uma lei municipal, a criação de um comitê, a implantação da farmácia viva, os canteiros municipais nas unidades de saúde, uma farmácia homeopática e uma cartilha sobre PICs. “Sempre digo que nosso único parceiro é o CRF-SP, que acredita nos impactos positivos das práticas. Com muito trabalho, paixão pela homeopatia e determinação tenho certeza de que a realidade do nosso Estado irá se transformar e em breve as PICs estarão ao alcance de todos”, finaliza dra. Elisabeth.

Dra. Ieda Sanches Garcia, diretora regional do CRF-SP em Bragança PaulistaDra. Ieda Sanches Garcia, diretora regional do CRF-SP em Bragança Paulista

 

 

Dra. Elisabeth Carvalho, coordenadora das PICs em Bragança PaulistaDra. Elisabeth Carvalho, coordenadora das PICs em Bragança Paulista


 O evento que também reuniu membros das Comissões Assessoras de Acupuntura, Plantas Medicinais e Fitoterápicos, Homeopatia, Análises Clínicas e Toxicológicas da sede, além de membros da Comissão de Saúde Pública de Santos e o coordenador das comissões de Ética, dr. Paulo Lorandi. O próximo Fórum será na capital, com data a definir.


Thais Noronha

Assessoria de Comunicação CRF-SP

 

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