Falha hospitalar é a segunda maior causa de morte no Brasil

 

São Paulo, 22 de novembro de 2017

O Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, realizado pelo IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar) junto a Faculdade de Medicina da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) divulgou que cerca de 829 mortes diárias em hospitais públicos e privados ocorrem por falhas que poderiam ser evitadas.

Esse número corresponde a três mortes a cada cinco minutos e se torna a segunda causa de morte mais comum no país. Apenas doenças cardiovasculares vencem este número, totalizando em média 950 óbitos por dia, número informado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. 

Erros de dosagem ou aplicação de medicamentos também fazem parte das consequências de falhas que podem ser evitadas. Em 2016 houve 302.610 mortes em hospitais como consequência de erros que incluem os já citados erros de dosagem ou aplicação de medicamentos, uso incorreto de equipamentos e infecção hospitalar.

Tania Grillo, professora da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais e uma das coordenadoras da pesquisa, afirmou à UOL que não se trata de especificamente de negligência, mas de um incidente que poderia ter sido evitado.

Esses eventos adversos também podem gerar sequelas que comprometem o exercício das atividades da vida do paciente, causam sofrimento psíquico, além de elevar o custo assistencial. Na publicação, dos 19,1 milhões de brasileiros internados em hospitais durante o ano de 2016, 1,4 milhão foram "vítimas" de algumas das falhas citadas.

As infecções hospitalares são responsáveis por 14,7% das ocorrências em geral. Tania destacou também que a maior parte das falhas tem ligação a causas não infeciosas (85,3%). Os eventos adversos, segundo o anuário, custam anualmente R$ 10,9 bilhões e bebês com menos de 28 dias de vida e idosos acima dos 60 anos são as principais vítimas.

Outra informação é de que o tempo de internação dos doentes aumenta em três vezes mais por conta de problemas no atendimento. Lesão por pressão; infecção urinária associada ao uso de sonda vesical; infecção no local cirúrgico; fraturas ou lesões decorrentes de quedas ou traumatismos dentro do hospital; trombose venosa profunda ou embolia pulmonar; e, infecções relacionadas ao uso de cateter venoso central são condições mais frequentes, mas que nem sempre levam ao óbito.

A base para a publicação desses dados foram as altas hospitalares de 133 hospitais, que prestam serviços a operadoras de saúde suplementar do Brasil que cobrem 7.685.748 dos beneficiários. Foram avaliadas 100% das altas hospitalares cadastradas no período de 1º de julho de 2016 a 30 de junho de 2017.

 

 

Departamento de Comunicação CRF-SP (Fonte: UOL Notícias)

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