Conheça mais sobre a doação de córnea 

Farmacêutico incentiva doação de córnea Farmacêutico incentiva doação de córnea São Paulo, 13 de outubro de 2016 

O Banco de Olhos de Sorocaba, BOS, promove campanha de doação de córnea com objetivo de conscientizar à população sobre a importância de ser doador. Com o nome “Quem ama doa, doe seus olhos”, a campanha ressalta que no Brasil a cada doação de córnea sete pessoas continuam fila.  

O farmacêutico, como profissional da saúde, é um importante aliado para promover a vida e a saúde de várias maneiras diferentes. Além de poder mostrar a importância da doação de órgão, pode atuar auxiliando o tratamento farmacológico de pessoas que passam por transplantes, por meio da farmácia clínica e atenção farmacêutica como é o caso do estudante Bruno Borsari do curso de Farmácia Bioquímica da Faculdade Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual Paulista, Unesp.

“O farmacêutico tem um papel muito importante em qualquer assunto em que a promoção da vida esteja envolvida, basta ele pensar em como vai fazer isso”, considera.

Bruno Borsari atuou como estagiário no BOS, onde presenciou de perto o drama de familiares que aceitam doar as córneas de entes queridos, que faleceram, para ajudar na recuperação de pacientes com problemas graves na visão.

Da experiência, Bruno tirou sua vontade de participar da campanha. Para ele participar da campanha é um dever ético para todo profissional da Saúde.

“Acho de fundamental importância a conscientização da população de um ato que julgo ser um dos mais bonitos e gratificantes que a gente pode fazer, que é salvar uma vida, por meio da doação”, diz.

No Brasil, os números de doadores têm crescido, assim como os transplantes realizados. Por isso, é importante educar e conscientizar a população sobre todas as etapas do processo, que inicia com o diagnóstico de morte encefálica de um potencial doador e termina na recuperação do paciente que recebeu um novo órgão.

Doação de córneas

Entre janeiro e agosto deste ano, foram realizados no Brasil 7.305 cirurgias de transplante de córnea, sendo 2.716 procedimentos cirúrgicos realizados no Estado de São Paulo. Em mais da metade das operações, 1.378 pacientes receberam novas córneas saudáveis por meio do Banco de Olhos de Sorocaba - BOS (maior banco do Brasil). Em média, o hospital realizou 172 transplantes de córnea por mês. Farmacêutico participa de campanha de doação de córnea Farmacêutico participa de campanha de doação de córnea

Apesar da grande quantidade de cirurgias realizadas, a dimensão de pessoas à espera de uma nova córnea ainda é grande no estado. Ao todo, 3. 461 pacientes estão cadastrados na lista de espera no Estado de São Paulo. Desses pacientes, 1.089 se encontram na fila do BOS, que está localizado no Hospital Oftalmológico de Sorocaba e no Hospital Municipal do Tatuapé.

Essas unidades, de acordo com o superintende do BOS, Edil Vidal, são responsáveis pelo recebimento das doações de acordo com suas regiões de captações para avaliação, processamento e armazenamento, até a distribuição que é de responsabilidade da Central de Transplante do Estado (CNCDO).

Como qualquer outra cirurgia, o transplante de órgãos apresenta riscos para os pacientes, em razão da complexidade do tratamento. Mas também é um período muito doloroso para a família do doador. O transplante de órgãos, em geral, requer a compreensão e a sensibilidade de todos os envolvidos, desde familiares de doadores em potencial, até a equipe multiprofissional encarregada de gerir todo o processo do transplante.

Depoimento

Há doze anos, Kátia Alves recebeu a notícia de seu médico que o problema de visão que ela tinha era irreversível. O transplante para ela não seria opcional, mas a única chance de poder enxergar. Depois de todos esses anos, Katia falou sobre o quanto foi fundamental a doação das córneas, que hoje a faz ter uma visão saudável.

“Acho o máximo poder “olhar” para trás (há exatamente 12 anos) e ver o quanto fui agraciada com amor e generosidade. Quando soube que não seria opcional fazer um transplante de córnea, fiquei desnorteada e sem chão, mas após a cirurgia pude ouvir belas e fortificantes palavras do meu médico, que diziam assim: “Temos de ver todas as cicatrizes como algo belo. Combinado? Este vai ser o nosso segredo (...) Uma cicatriz significa: Eu sobrevivi. ” E hoje quando penso em tudo que vivi com a minha família e amigos, me faltam palavras para agradecer a força e esperança que me deram em meio as dificuldades. Os dias passaram e o que consigo sentir é apenas emoção, uma emoção ímpar, que somente quem ficou em uma fila de espera e voltou a enxergar sabe o que eu estou tentando descrever. Não me canso de agradecer”.

Procedimentos da captação, doação e transplante

O sucesso do procedimento cirúrgico é uma corrida contra o tempo, que depende de fatores de alta complexidade, desde o levantamento do histórico clínico do doador e do paciente, como a solidariedade de uma família que passa por um momento doloroso, e, por fim, do sucesso da cirurgia.

O Ministério da Saúde estabelece como procedimentos obrigatórios para o transplante de órgãos, as seguintes etapas:

1 - Diagnóstico de morte encefálica = quadro irreversível em que é diagnosticado a parada total das funções cerebrais.

2 - Autorização da família: a família deve ser obrigatoriamente consultada quanto à possibilidade de doação das córneas, após a confirmação de morte encefálica.

3 - Entrevista familiar: Após a família confirmar a doação, é realizado um minucioso histórico, que será o norte para a equipe multidisciplinar. A veracidade das informações é de suma importância.

4 - Retirada dos órgãos: Nos 27 centros de notificação integrados do Sistema Único de Saúde, SUS, os dados do doador são comparados com os das pessoas que aguardam na fila pelo órgão. Cada órgão tem um tempo para ser transplantado, após a retirada. No caso da córnea, a retirada deve ocorrer no máximo em 6 horas após confirmada a parada cardíaca. Tempo máximo de preservação extracorpórea da córnea é de 7 dias.  

5 – Transporte - Quando a doação é entre pessoas de diferentes Estados o Ministério da Saúde viabiliza o transporte aéreo dos tecidos e órgãos por meio de acordo voluntário de cooperação com companhias aéreas, que realizam o translado gratuitamente. A Força Área Brasileira (FAB) também é incumbida de realizar o transporte de tecidos e órgãos.

Por fim, a recuperação é um processo lento e demorado, pois ainda podem ocorrer causas adversas como rejeição e infecção, de modo que os pacientes acabem se submetendo a tratamento com imunossupressores por toda à vida.

Farmacêutico, participe da campanha “Doe amor, doe seus olhos”

Para aderir à campanha promovida pelo BOS “Quem ama doa, doe seus olhos” é preciso entrar no site www.bos.org.br e se cadastrar ou ligar para o número 0800-770-3311.

Após a confirmação do cadastro, o hospital enviará um cartão pelo correio.

É muito importante que o farmacêutico oriente seus pacientes sobre a importância da doação de órgãos.

 

Marcelo Staffa

 

Assessoria de Comunicação CRF-SP 

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