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CRF-SP - Clipping de Notícias

CLIPPING - 20/01/2017

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 

Entenda o que é um remédio biossimilar

19/01/2017 - Revista Viva Saúde


Eles são medicamentos que copiam os fármacos biológicos. A vantagem é que custam menos e também garantem um tratamento seguro e eficaz.


REMÉDIO BIOLÓGICO X SINTÉTICO


A diferença se dá pela natureza dos remédios. "Os sintéticos são representados pelas moléculas químicas, estruturas mais simples, enquanto os biológicos são formados por estruturas proteicas complexas", resume Marilice T. de Souza, vice-presidente da União Farmacêutica de São Paulo (Unifar).


QUANDO UM BIOLÓGICO É INDICADO?


"Seu principal uso é na oncologia, com anticorpos monodonais (específico para uma região do antígeno) e outras enzimas. Mas esses medicamentos são usados em diversos tratamentos", informa Franklin Pimentel, médico do Setor de Mastologiado Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (USP Ribeirão Preto). Ele conta que outra área bem importante é a reumatologia, no tratamento de doenças auto imunes e também infectologia, neurologia e cardiologia.


E OS BIOSSIMILARES?


Esta é uma classe de medicamento que busca a similaridade dos medicamentos biológicos de referência. "Essa opção é produzida a partir da engenharia genética, que faz um produto de estrutura muito parecida com os medicamentos já utilizados", explica Pimentel. O médico afirma que a vantagem do procedimento é o valor no caixa. Os biossimilares podem chegar a ser até 40% mais baratos que os originais, tornando o tratamento mais acessível para os pacientes.


ATENÇÃO: ELES NÃO SÃO GENÉRICOS


A vice-presidente a Unifar, Marilice, expõe que os genéricos são medicamentos que possuem o mesmo princípio ativo de um medicamento de referência. "Devem possuirás mesmas segura nçae eficácia e ainda ter características técnicas que permitam a referida substituição", exemplifica. Já os biossimilares devem apresentar qualidade, eficácia e segurança, além de serem desenvolvidos para serem comparáveis ao biológico. Eles não podem ser considerados genéricos, pois não são idênticos aos originais. Como se trata de um organismo vivo, ele sofre variações. No máximo, esses fármacos podem ser definidos como altamente similares.




Mercado Aberto: Gasto público com remédio cresce em ritmo menor em 2017

20/01/2017 - Folha de S.Paulo


Colunista: Maria Cristina Frias

O orçamento do Ministério da Saúde destinado a medicamentos cresceu 3% em 2017, uma taxa menor que a de anos anteriores, aponta pesquisa da Interfarma, que representa as farmacêuticas.

Em 2016, o aumento da verba havia sido de 24,5% e, no ano anterior, de 12,6%.

A grande preocupação das empresas que vendem a governos é a crise fiscal de Estados e municípios, que têm orçamentos próprios, mas recebem repasses da Saúde.

Muitos deles têm reduzido o volume de compras e atrasado pagamentos —no último levantamento da Interfarma, feito há quatro meses, a dívida somava R$ 1 bilhão, afirma o presidente-executivo da entidade, Antônio Britto.

O problema não ocorre no âmbito federal, ele destaca.

O repasse a Estados e municípios se mantém estável e é uma prioridade da atual gestão, segundo o ministério.

À coluna, a pasta diz que também prevê parcerias com a indústria para ampliar a produção nacional de remédios, com investimento de R$ 6,3 bilhões nos próximos anos.

O desempenho do setor no varejo, que representa 75% de sua receita, segue em alta.

Em 2016, o faturamento com as vendas —sem considerar eventuais descontos de farmácias— cresceu 13,1% e chegou a R$ 85 milhões, segundo dados do IMS Health.

As farmacêuticas que tiveram o maior crescimento no segmento no ano foram Teuto (27,3%), Eurofarma (21,7%) e Aché (17,5%). A empresa com a maior receita foi a NC Farma, seguida por Hypermarcas.




Ministério atrasa entrega e pacientes crônicos ficam sem remédio em SP

20/01/2017 - Folha de S.Paulo / Site


Colunista: Mônica Bergamo

Está em falta na rede pública do Estado o remédio Alfaepoetina, usado para prevenir anemia em pacientes que fazem hemodiálise. A Secretaria de Estado da Saúde alega que o governo federal entregou apenas 137 mil (10%) de um total de 1,3 milhão de ampolas previstas até dezembro. O Ministério da Saúde confirma os números, diz que entregará 375.400 frascos até quarta (25) e que novos repasses ainda serão agendados.


SEM REMÉDIO


Representantes de pacientes foram na terça (17) ao Ministério Público de São Paulo reclamar da ausência do remédio, que dizem ser fundamental para o tratamento. Eles afirmam também que não estão recebendo outro medicamento, o Calcitriol, comprado pelo Estado. A secretaria diz que o produto não está em falta e que vai verificar se houve um erro nos pedidos das clínicas.




Faz mal tomar remédio vencido, afinal?

18/01/2017 - Veja Online


O prazo de validade, seja de alimentos, produtos ou medicamentos funciona como uma garantia para o consumidor, por parte do fabricante, de que é seguro e eficaz – no caso de remédios – utilizar ou consumir aquele produto até o mês e ano determinados. E, portanto, via de regra, deve ser respeitado.

Mas, principalmente no caso de medicamentos, é comum mantermos em casa um kit básico de primeiros socorros ou um pequeno estoque com itens básicos, para os problemas mais comuns, em caso de necessidade. Há sempre o risco de, na hora daquela dor de cabeça insuportável, o remédio estar vencido. Nesse caso, há algum risco se você decidir tomar o medicamento mesmo assim? O que pode acontecer?

Essa foi a pergunta de um leitor do site americano Fox News a Manny Alvarez, médico e editor de saúde dos canais Fox News. De acordo com o especialista, o prazo de validade é a data limite na qual o fabricante garante completa segurança e eficácia do medicamento.

No Brasil, por determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), todos os fabricantes são obrigados a estampar nas embalagens, as datas de fabricação (mês e ano) e de validade (mês e ano), assim como o número do lote do medicamento, seja ele controlado ou não.




Ministério da Saúde restringe acesso a alguns remédios do Farmácia Popular

18/01/2017 - O Globo / Site


O Ministério da Saúde restringiu o acesso a alguns remédios do programa Farmácia Popular. A partir de agora, só pessoas de determinadas faixas etárias poderão retirar medicamentos de doenças como dislipidemia (colesterol alto), osteoporose, mal de Parkinson e hipertensão. Além disso, idosos serão impedidos de comprar contraceptivos nos estabelecimentos credenciados. Segundo o ministério, o objetivo é evitar fraudes.

Para dislipidemia, só a partir dos 35 anos será possível retirar remédios. No caso da osteoporose, a idade mínima é 40 anos. Mal de Parkinson só depois dos 50. Para hipertensão, é necessário ter completado 20 anos. No caso de contraceptivos, a idade vai de 10 a 59 anos.

O ministério disse ter feito uma auditoria que identificou irregularidades: havia muitas retiradas nas farmácias em determinada faixa etária em que uma doença era rara. Por isso houve a decisão de restringir o acesso. Segundo a pasta, isso significará uma economia de R$ 60 milhões.

No caso de uma pessoa que tem uma das doenças em que houve restrição e está fora da faixa etária permitida, ela poderá ter acesso a tratamento e medicamentos nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS), mas não por meio do programa Farmácia Popular.

Segundo o Ministério da Saúde, há 34.616 farmácias no país conveniadas no programa, distribuídas por 80% dos municípios. São disponibilizados 25 produtos, dos quais 14 são gratuitos, e o restante tem descontos que chegam a 90%. Para retirar o remédio, é preciso apresentar o documento de identidade, CPF e receita médica.




Farmácia Popular tem limite mínimo de idade para venda de remédios

18/01/2017 - Portal EBC


O Programa Farmácia Popular agora terá limite mínimo de idade para a compra de medicamentos. De acordo com as novas regras do Ministério da Saúde, o medicamento para colesterol alto só poderá ser vendido pelo programa para quem tem 35 anos ou mais. Já o remédio que trata de osteoporose só será vendido para maiores de 40 anos. Para comprar o medicamento que trata a Doença de Parkinson, o paciente precisa ter mais de 50 anos, e para hipertensão, pelo menos 20 anos. Os contraceptivos serão vendidos a pessoas entre 10 e 60 anos de idade.

Segundo a pasta, as restrições no sistema foram implantadas para maior controle dos medicamentos, levando em conta os parâmetros definidos por protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas do Ministério da Saúde.

Aos pacientes que estiverem fora da faixa etária estabelecida, a pasta orienta que, se precisar de um dos medicamentos, poderão requerer a inclusão do Cadastro da Pessoa Física (CPF) no sistema, pela Ouvidoria-Geral do Sistema Único de Saúde (SUS), no telefone 136, opção 8, ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

O ministério solicita às farmácias credenciadas que, em caso de alterações, façam a devida validação de dados na Receita Federal.


IRREGULARIDADES


As novas regras vieram depois da identificação de irregularidades recorrentes na indicação de medicamentos para pacientes com idade normalmente incompatível com a doença a ser tratada. De acordo com o Ministério da Saúde, a mudança faz parte de um processo de aperfeiçoamento do programa.

O Programa Farmácia Popular, criado em 2004, oferece medicamentos gratuitamente ou com descontos de até 90%. Além de remédios para hipertensão, diabetes e asma, os usuários também podem comprar outros compostos e até fraldas geriátricas e remédio para rinite.

A iniciativa, criada pelo Ministério da Saúde para ampliar o acesso a medicamentos no país, está presente em 80% dos municípios brasileiros e conta 34.616 farmácias conveniadas – em torno de metade das drogarias do país. Ao todo, são disponibilizados 25 produtos no programa; 14 deles gratuitamente.

Avanço da tecnologia revoluciona a medicina

20/01/2017 - Correio Braziliense


No início do século passado, a expectativa de vida dos seres humanos era de apenas 33 anos. Na década de 2000, dobrou para 70. Hoje, já se fala que a maioria das pessoas chegará facilmente aos 100 anos. A explicação para esse salto está nas inovações tecnológicas da medicina. A cada ano, dezenas de importantes descobertas científicas garantem mais tempo e qualidade de vida. Embora continue a busca pela cura do câncer e por antídotos de vírus mortais, muito foi feito para mitigar o sofrimento e o impacto de doenças graves. O futuro, no entanto, reserva ainda mais conquistas.

Além da modernização de equipamentos para auxiliar os médicos a chegarem a diagnósticos precisos e rápidos, as novas tecnologias permitem a prevenção de doenças crônicas, responsáveis por 72% das mortes antes dos 60 anos de idade, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). A área de cuidados com a saúde, que combina internet das coisas (IoT, internet of things, na sigla em inglês) industrial e comercial, é a que mais tem a ganhar com avanços. Pesquisa da Market Research aponta que o segmento de IoT aplicado à saúde vai movimentar US$ 117 bilhões até 2020.

Os chamados wearables, aparelhos “vestíveis”, garantirão o monitoramento de pacientes de baixo risco, sem que necessitem ficar internados em hospitais. Os mesmos tipos de sensores poderão acompanhar o dia a dia de idosos e monitorar sinais vitais e níveis de glicose no sangue, no caso de diabéticos. Frascos de medicamentos emitirão alertas caso o paciente deixe de ingerir seu remédio. E todas as informações apuradas serão enviadas diretamente aos profissionais de saúde.


MONITORAMENTO


Na opinião de Rubens Sakay, especialista em comportamento humano, o monitoramento do indivíduo por meio de equipamentos inteligentes que serão colocados dentro do organismo, injetados, ingeridos ou tatuados, já é uma realidade. “A tecnologia existe. São pequenos computadores que vão entrar no organismo ou que vamos vestir. Coisas testadas nas guerras para medir sinais vitais foram aprimoradas. Hoje, é possível enviar as informações ao computador e tornar o acesso disponível para médicos em qualquer lugar do mundo”, afirma.

Sakay vai além. “Num futuro próximo, as tecnologias de reconhecimento facial e multimetria, que existem hoje, serão aplicadas na área da saúde. Vão estar no seu espelho, e, pela manhã, será possível saber se você está bem ou não”, revela.

Para Anna Carolina Faleiros Martins, professora da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em inteligência artificial médica, a substituição completa de profissionais dificilmente vai ocorrer, por maior que seja a evolução da robótica e dos sistemas de diagnóstico. “Os sistemas de apoio a diagnósticos são programas inteligentes, mas é o profissional que alimenta o software com os sintomas que o paciente tem. A máquina apenas colabora na investigação das doenças”, afirma.

A professora da UnB ressalta, ainda, que a nanotecnologia, que fará monitoramento interno no corpo humano, também só chegará com o futuro no Brasil. “São possibilidades testadas em laboratório, no campo teórico. A aplicabilidade é fantástica, mas ainda temos muito tempo pela frente. Existem questões éticas a serem respeitadas”, alerta.

Além das inovações para prevenção, os investimentos mais consistentes estão na área de células-tronco e no desenvolvimento de robôs e de materiais compatíveis com o corpo humano para serem usados em impressoras 3D. Um dos objetivos é replicar órgãos para acabar com as filas de transplantes e reduzir os problemas com rejeição.

A professora de engenharia biomédica Maria Elizete Kunkel, coordenadora da Câmara Técnica de Extensão e Cultura do Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal de São Paulo, explica que a impressão 3D é uma realidade com o uso de polímeros de plástico na elaboração de próteses ósseas. “Para desenvolver um órgão, precisamos fazer uma mistura de gel com células da própria pessoa”, conta. “Já é possível construir um fígado, por exemplo, o problema é mantê-lo vivo e fazê-lo comportar-se como um fígado dentro da pessoa”, detalha. Para isso, ainda são necessárias outras tecnologias.


LIMITAÇÕES


A especialista explica que grande parte das novas tecnologias depende da internet. “Isso é uma das limitações no Brasil. Muitos hospitais têm dificuldade de ter redes e computadores bons”, diz. Cirurgias remotas já ocorrem na Alemanha. “A de próstata é mais segura do que a convencional. Os médicos dão preferência para o corte robótico, porque a precisão é maior”, assinala.

Outro grave problema, no país, são os recursos humanos. “O médico não têm condições de saber tudo. Por isso, precisa ter ao lado um engenheiro biomédico”, explica Maria Elizete. Nos Estados Unidos e na Europa, existem cursos de engenharia biomédica há mais de 30 anos. No Brasil, eles surgiram nos últimos 5 anos e as primeiras turmas formadas são recentes.

A professora também ressalta que o país compra as tecnologias de outros países, que, de tão caras, não chegam ao Sistema Único de Saúde (SUS). “Próteses biônicas custam em torno de R$ 300 mil, totalmente fora do padrão brasileiro. A esperança é que esses novos profissionais possam desenvolver tecnologias nacionais”, pontua.

Na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, há profissionais desenvolvendo tecnologias nacionais na área de diagnóstico por imagem aplicadas na medicina fetal. Heron Werner Júnior, médico da Clínica de Diagnóstico por Imagem (CDPI) do Rio, explica que a inovação possibilita reunir informações captadas por exames básicos de ultrassonografia e ressonância magnética com a impressão 3D do feto para identificar uma possível má-formação. “A tecnologia tem uma interface para que médicos de outras especialidades possam estudar os casos também”, comenta.




Cuidados farmacêuticos melhoram resultados de tratamentos pelo país

19/01/2017 - Portal Exame


No dia 20 de janeiro, o Brasil comemora o Dia do Farmacêutico. E, seguindo uma tendência verificada nos últimos cinco anos, mais brasileiros deverão se lembrar de cumprimentar esse profissional. A razão é bem simples. Os farmacêuticos estão mais próximos dos usuários de medicamentos, das pessoas.

A profissão vive um processo de profunda transformação, em que resgata a relação entre farmacêutico e paciente. Esse elo foi perdido justamente com a expansão da indústria farmacêutica, a partir da década de 1930, mesma da regulamentação da profissão.

Essenciais para ampliar e facilitar o acesso ao medicamento, a mecanização da indústria farmacêutica, o desenvolvimento das formulações padronizadas e a produção em larga escala, ao mesmo tempo, levou à quase obsolescência dos laboratórios magistrais das farmácias. Esse processo afastou o profissional de seus pacientes, nos estabelecimentos que se constituíam e ainda se constituem no principal ramo de atividade do farmacêutico, a farmácia comunitária. Neste, estão empregados 60% dos profissionais registrados.

Quem tem um olhar mais atento, já observa essa “involução” do modelo de atendimento. Isso já ocorre em boa parte das farmácias, que, em 2014, com a publicação da Lei nº 13.021/14 ganharam o status de estabelecimentos de saúde. Apoiados na lei, na expertise do farmacêutico, bem como no respaldo regulamentar que esse profissional tem das resoluções de nº 585/13 e nº 586/13, do Conselho Federal de Farmácia, os estabelecimentos estão investindo no cuidado ao cliente/paciente como diferencial no atendimento.

O presidente do Conselho Regional de Farmácia do Paraná, Arnaldo Zubioli, defende que “o farmacêutico exerce papel fundamental ao interagir com o usuário de medicamentos e assegurar o seu uso correto, além de acompanhar os resultados pretendidos com a terapêutica farmacológica”.

A transformação da profissão e a importância do cuidado farmacêutico estão sendo destacadas na campanha do CFF em conjunto com os Conselhos Regionais de Farmácia pelo Dia 20 de Janeiro. Lançada no início do mês, a campanha está sendo divulgada em TV, jornal, rádios, outdoors, busdoors, revistas de bordo, jornal e nas mídias sociais. Com o slogan “Faz bem contar com um farmacêutico”, destaca também as diferentes áreas de atuação farmacêutica. “A proposta é mostrar que faz bem contar com o farmacêutico, em qualquer área em que ele atue. E são muitas: a Farmácia tem dez linhas diferentes de atuação e 134 especialidades”, comenta o presidente do Conselho Federal de Farmácia, Walter da Silva Jorge João.

O presidente do CFF lembra que o Brasil é o sexto maior mercado do mundo em vendas de medicamentos conforme dados da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma). “O que precisamos é melhorar nosso desempenho na área da pesquisa, uma vez que ocupamos a 47ª posição em inovação, também segundo a Interfarma.” Walter Jorge João destaca que, não por acaso, a Farmácia é uma das profissões campeãs em empregabilidade. Segundo Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) de 2013 a Farmácia está entre as 10 profissões com maior taxa de trabalhadores ocupados (94,30%).

De acordo com estatísticas dos conselhos de Farmácia, existem cerca de 200 mil farmacêuticos no Brasil, sendo 195.022 registrados (dados de 2015). O país congrega o maior número de cursos de graduação na área do planeta, num total de 529. “Por ano, são graduados em torno de 18 mil novos farmacêuticos no país. Não faltam profissionais, embora seja necessária uma melhor distribuição dessa força de trabalho entre os estados, para o que temos buscado a instituição de mecanismos de incentivo e regulação por parte dos órgãos do governo”, comenta o presidente do CFF.

Em relação à remuneração, a pesquisa “O Perfil do Farmacêutico no Brasil”, publicada pelo CFF no mês de março aponta que a faixa salarial de R$ 2.001 a R$ 3.000 predomina em todas as regiões. As regiões Norte e Centro-Oeste apresentam os maiores porcentuais de profissionais com rendimentos na faixa acima de R$ 5.001. Nestas regiões, o porcentual de farmacêuticos com remuneração mensal superior a R$ 5 mil representa quase o dobro do verificado nas regiões Sul e Sudeste. Segundo a mesma pesquisa, os farmacêuticos em atuação no Brasil são jovens, atuam em sua grande maioria em farmácias comunitárias e em 30% dos estabelecimentos contam com espaço para atendimento clínico ao paciente.


HISTÓRIA


A data foi escolhida em função da fundação da Associação Brasileira de Farmacêuticos (ABF), em 20 de janeiro de 1916. Na época, era a maior instituição representativa da categoria, no País. Considerando a necessidade de unificar a comemoração do Dia do Farmacêutico e por ensejar maior visibilidade e reconhecimento, o Conselho Federal de Farmácia, por meio da Resolução nº 460, de 23 de março de 2007, reconheceu o dia 20 de Janeiro como o Dia do Farmacêutico.


CONSULTÓRIO FARMACÊUTICO


O programa “Farmácia do Paraná” foi criado pela Secretaria de Estado da Saúde como sistema de apoio às Redes de Atenção à Saúde e com o objetivo de promover o acesso da população a medicamentos seguros, eficazes e de qualidade, garantindo a adequada dispensação dos mesmos por meio do Cuidado Farmacêutico. Em espaços chamados de “Consultórios Farmacêuticos” a consulta realizada pelo farmacêutico ao paciente tem a finalidade de obter os melhores resultados com a farmacoterapia.

“O Cuidado Farmacêutico é uma prática profissional em que o paciente é o principal beneficiário das ações do farmacêutico, pois o propósito final é obter melhores resultados terapêuticos e melhorar a qualidade de vida do usuário de medicamentos”, explica Arnaldo Zubioli, presidente do CRF-PR. Algumas farmácias privadas já oferecem a Consulta Farmacêutica como diferencial para a população e a tendência é que esse serviço seja oferecido por um número cada vez maior em farmácias de todo o Estado. “Isso significa que o atendimento nas farmácias não se limita mais apenas ao balcão, pode se estender ao acompanhamento clínico de um especialista”, reforça Zubioli.


SERVIÇO:


Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná – CRF-PR

Rua Presidente Rodrigo Otávio, 1296 – Hugo Lange – Curitiba/PR
(41) 3090-9561 – Ana C. Bruno
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Website: http://www.crf-pr.org.br




Com cortes na saúde, governo Temer lança o programa "menos médicos"

19/01/2017 - Rede Brasil Atual


O ministro da Saúde do governo Temer, Ricardo Barros, mais uma vez com a desculpa de fazer economia, abre o saco de maldades contra a população de baixa renda, ao criar uma regra que diminui o número mínimo exigido de médicos a serem contratados para atuar em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Tais equipamentos públicos recebem resolver grande parte das urgências e emergências da população, como pressão e febre alta, fraturas, cortes, infarto e outras.

Com a mudança inventada sob orientação de Temer, as unidades que atendem 24 horas terão obrigatoriamente apenas dois médicos para atendimento por dia – em vez de quatro, como era o mínimo exigido nos governos Lula e Dilma –, em turnos de 12 horas cada. De acordo com levantamento publicado no portal de notícias UOL, atualmente, há 165 unidades que funcionam em tempo integral no país. Há ainda outras 275 que tinham as obram em andamento até o afastamento da presidenta Dilma, das quais, 170 já com mais de 90% das obras finalizadas, de acordo com o portal do Ministério da Saúde na internet.

Questionado se a redução do total de médicos não poderia trazer redução na qualidade de atendimento, Barros foi irônico: “É melhor dois do que nenhum. O Brasil precisa cair na real. Não tem mais capacidade de contratar pessoal. É melhor ter essa UPA funcionando com um médico de dia e um de noite do que fechada. ” Simples assim, só que não.

Com as novas regras, prefeitos e demais gestores responsáveis por UPAs 24 Horas terão de optar por um entre oito tipos diferentes de equipes, que variam em número de médicos e em custos, arcados por repasses do Ministério da Saúde.

O modelo varia entre equipes com dois médicos por dia – um durante o dia e um durante a noite – e que devem realizar no mínimo 2.250 atendimentos por mês, a até nove médicos e ao menos 13.500 atendimentos mensais. No governo Dilma, a regra previa três tipos de equipes, com regras mínimas que previam quatro, seis ou nove médicos cada. O número de outros profissionais de saúde que devem fazer parte das equipes não foi divulgado.

Questionado se a redução no número mínimo de profissionais exigidos não poderia trazer custos maiores ou deixar equipamentos ociosos, o ministro disse que o modelo prevê compartilhamento desses serviços dentro da rede de saúde. Ou seja, a ideia é que o paciente que antes tinha certeza de encontrar atendimento em uma UPA, agora pode ter que se deslocar a outra (ou outras) unidades(s), para encontrar um profissional ou um exame que precise.

Ricardo Barros só não pensou em fazer economia quando sugeriu a seus pares no Congresso, quando foi deputado federal, antes do golpe, a duplicação da verba destinada aos partidos políticos, via Fundo Partidário, aumentando os repasses, de R$ 311 milhões para R$ 600 milhões.

Parece que o ministro da saúde está sugerido aos brasileiros que paguem planos de saúde privados. Ele é defensor da criação de planos populares de saúde, com acesso a menos serviços do que a cobertura mínima obrigatória determinada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), mas com menor custo ao consumidor. A ANS, órgão vinculado ao Ministério da Saúde, é responsável pela fiscalização e regulação dos planos de saúde no Brasil, setor que, com a atual crise econômica, perdeu 1,7 milhão de beneficiários.

Coincidência ou não, o maior doador individual da campanha eleitoral de Barros, nas cinco vezes que disputou e venceu as eleições para deputado federal pelo Paraná, foi um dos principais operadores de planos de saúde do país, o empresário Elon Gomes de Almeida, presidente da administradora de benefícios de saúde Aliança. Mas a relação de Barros com o setor privado de saúde não é recente. Na campanha eleitoral de 2006, o ministro recebeu polpuda doação da Unimed de Maringá (PR).

Recentemente ainda, Ricardo Barros disse que “em algum momento, o país não conseguirá mais sustentar os direitos que a Constituição garante – como o acesso universal à saúde – e que será preciso repensá-los”.

E aí a gente pensa logo em mais "coincidências". A operadora Amil lança este mês o Next Saúde, voltado para pessoas de menor poder aquisitivo e que contempla a ideia do ministro de planos populares de menor cobertura – iniciativa bastante combatida por especialistas em saúde pública.

Curiosamente também, depois de o ministro defender que os brasileiros de baixa renda tenham um plano de saúde "barato" e com menos opções de serviços médicos, nada menos que 4 mil cubanos que trabalhavam em municípios carentes do interiorzão do Brasil, foram dispensados e retornaram a Cuba no inicio do mês. “Fiz um agradecimento formal à colaboração de Cuba, mas o “Mais Médicos é provisório, a intenção é de que a prioridade do programa seja dada a médicos brasileiros”, afirmou Barros.

Se o Mais Médicos é provisório, o "menos médicos" será definitivo.




Cientistas desenvolvem robô flexível que ajuda o coração a bater mais forte

18/01/2017 - O Globo / Site


Cientistas desenvolveram uma espécie de robô flexível que pode “vestir” o coração como uma luva, ajudando a bater mais forte. O dispositivo se contorce e comprime em sincronia com o órgão, incrementando seu funcionamento enfraquecido pela insuficiência cardíaca, e por isso os pesquisadores esperam que ele se torne uma nova alternativa de tratamento para milhões de pessoas que sofrem com o problema, cuja solução definitiva é um transplante.

À diferença dos atuais dispositivos de assistência ventricular (VADs, na sigla em inglês), “corações artificiais” que têm revolucionado o tratamento da insuficiência cardíaca, a “luva” robótica criada pelos pesquisadores da Universidade de Harvard e do Hospital Infantil de Boston, ambos no estado americano de Massachusetts, não entra em contato direto com o sangue. Assim, os cientistas esperam reduzir o risco de coágulos, eliminando a necessidade dos pacientes se precaverem tomando remédios que “afinam” o sangue, aumentando o risco de derrames. E, como acontece hoje com os VADs, o robô flexível também poderá servir como tratamento de espera ou mesmo uma opção ao transplante cardíaco.

- Esta pesquisa demonstra que o crescente campo da robótica maleável pode ser aplicado a necessidades clínicas e potencialmente reduzir o fardo das doenças do coração, melhorando a qualidade de vida dos pacientes – diz Ellen T. Roche, primeira autora de artigo que descreve o desenvolvimento da luva robótica, publicado nesta quarta-feira no periódico científico “Science Translational Medicine”, que fez seu doutorado em Harvard e atualmente trabalha na Universidade Nacional da Irlanda.

Para criar o novo dispositivo, os cientistas se inspiraram no próprio coração. A fina luva de silicone usa atuadores pneumáticos moles instalados em volta do coração que imitam as camadas exteriores do músculo cardíaco. Estes atuadores se torcem e comprimem a luva com um movimento similar às batidas do coração, ao qual ela é “vestida” com uma combinação de sucção, suturas e um gel que ajuda a diminuir a fricção com o órgão.

Segundo Roche, o dispositivo pode ser customizado de acordo com as necessidades e características de cada paciente. Assim, se a vítima de insuficiência sofre mais com a fraqueza dos músculos cardíacos no lado esquerdo do órgão, os atuadores podem ser ajustados para dar uma força extra para este lado. Os atuadores também podem regulados para aumentar ou reduzir a pressão do seu batimento à medida que a condição do paciente piore ou melhore.

- Esta pesquisa é realmente significativa no momento porque mais e mais pessoas estão sobrevivendo a ataques cardíacos e acabam por sofre com a insuficiência cardíaca – destaca Roche. - Dispositivos robóticos maleáveis são ideais para interagir com tecidos moles e dar a assistência necessárias para ajudar a melhorar o funcionamento (do coração), potencialmente até levando à sua cura ou recuperação.




Remédio para hepatite C é a aposta da Fiocruz para tratar zika

18/01/2017 - G1 - Jornal Nacional


Um remédio contra a Hepatite C é a mais nova aposta dos cientistas pro tratamento da zika. O estudo é coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz.

Foram apenas oito meses de pesquisas e um resultado que pode salvar vidas.

A descoberta é de pesquisadores da Fiocruz, do Instituto D'Or, da UFRJ, do Instituto Nacional de Doenças Negligenciadas, em parceria com indústrias farmacêuticas.

Thiago Moreno, especialista em antivirais, partiu da semelhança entre os vírus da zika e da hepatite C. Os dois têm uma enzima chamada RNA polimerase, que ajuda a multiplicar o vírus.

Um remédio chamado sofosbuvir - já usado no tratamento da hepatite C - age exatamente sobre essa enzima.

“Trabalhando com remédios que já são aprovados, a gente consegue realizar essa pesquisa de uma maneira mais rápida, mais acelerada. E a gente tem no sofosbuvir um potencial novo, um potencial remédio que poderia ser adaptado para a utilização em zika”, explica Thiago Moreno Lopes e Souza, coordenador do estudo, CTDS/Fiocruz #

O próximo passo foi testar esse medicamento em laboratório contra o vírus da zika. E o resultado foi mesmo da hepatite C. O teste foi feito em seis tipos de células. Em cinco, o remédio bloqueou a multiplicação e eliminou o vírus da doença, além de ajudar a recuperar células que foram infectadas e preservar as que estavam saudáveis.

As imagens do vídeo deixam bem claro o que acontece. Cada pontinho azul é uma célula saudável do sistema nervoso. Elas são infectadas pelo vírus da zika. Quase todas as células morrem. Na terceira imagem, com o uso do sofosbuvir, 100% dos vírus desaparecem e as células ficam totalmente recuperadas.

A pesquisa foi publicada nesta quarta-feira (18) na revista científica inglesa, “Scientific reports”. E entre todos os medicamentos já testados contra zika, esse tem a grande vantagem de atuar diretamente no vírus, sem afetar o funcionamento da célula.

O estudo mostra que o remédio provoca tantas mutações no vírus que ele não consegue mais se multiplicar.

Mais uma boa notícia nessa luta do mundo contra uma doença que deixou uma geração com sequelas da microcefalia.

“A gente imagina até o segundo semestre terminar os ensaios em animais de laboratório. É um primeiro passo de uma esperança no combate à zika”, diz o coordenador do estudo.

Os pesquisadores esperam começar os testes com pacientes no fim do ano ou no início de 2018.

Os adoçantes não causam câncer, mas não são inócuos

19/01/2017 - El País (Brasil)


Felizmente, parece que passaram desta para melhor todas aquelas mensagens alarmistas que nos diziam que os adoçantes, principalmente a sacarina e o aspartame, provocavam o câncer. Esses alertas estão bem obsoletos, e hoje já se assume que essas substâncias, por si sós, não causam a doença.

Durante anos, muitos de nós divulgamos a segurança dos adoçantes para tranquilizar a sociedade. Sobretudo em um ambiente de quimicofobia, no qual as pessoas parecem preferir o açúcar natural no lugar do edulcorante. Mas é possível que, ainda que com boas intenções, tenhamos passado dos limites. Será que fomos bonzinhos demais com os adoçantes?

Foi durante a última década, em especial, que começamos a questionar outros potenciais efeitos dessas substâncias para além de seu efeito cancerígeno. Agora sabemos, entre outras coisas, que elas podem aumentar nosso apetite, podem ser tão viciantes quanto o açúcar e talvez nem sejam tão úteis na perda de peso como pensávamos.

Em resumo, o fato de os adoçantes serem seguros não quer dizer que sejam inócuos.


INEFICIENTES NA PERDA DE PESO?


Isso parece confirmar um recente estudo realizado em Cingapura, pelo menos em relação ao apetite. A pesquisa mostrou que as pessoas “compensam” as calorias economizadas com o consumo de adoçante ao comer nas refeições seguintes.

Ou seja, ingerimos menos calorias agora, mas mais tarde teremos mais fome e comeremos demais. Haverá, portanto, “uma influência mínima na ingestão de calorias e o efeito da glicose e da insulina depois das refeições daquele dia”.

Trata-se de um exemplo típico de como as pessoas não se comportam da mesma maneira que na vida real quando estão em um ambiente “controlado”, como ratazanas numa jaula. O emagrecimento observado nos estudos com adoçantes só ocorre se há restrições de calorias, mas não pelo efeito desses substitutos.

No entanto, é preciso levar em conta o fato de que substituir um produto açucarado por outro adoçado artificialmente pode ser uma opção a ser considerada, especialmente se queremos diminuir a quantidade de açúcar na dieta. Mas é muito diferente de assumir que um produto será saudável simplesmente por ser sem açúcar.


ADOÇANTES, MICRORGANISMOS E APETITE


O fato de os adoçantes estarem ligados à obesidade é, portanto, algo muito mais complexo do que uma questão de calorias. Durante muitos anos, como a maior preocupação em termos de dieta era a quantidade de calorias ingeridas, foram descuidadas outras questões de saúde nutricional, como os efeitos ocorridos em nosso organismo. É um paradoxo que algo sem calorias possa contribuir para que nosso apetite e a relação com a flora intestinal não sejam “saudáveis”.

Essa ideia, junto com as recentes investigações que também colocam os laticínios desnatados como uma opção menos saudável do que acreditávamos, vem reforçar a noção de que deveríamos nos concentrar mais na qualidade de nossa alimentação. Em muitas ocasiões, essa qualidade passa longe dos produtos que se autodenominam light ou sem gordura.

O fato de um alimento ser saudável ou não, ou de que um alimento engorde ou não, é algo que independe de suas calorias. Está muito mais dependente de seus componentes e de como se comportam em nosso corpo.

Mais uma vez, acabamos recomendando matérias-primas de qualidade, que, apesar de não terem um rótulo com informações nutricionais, são mais saudáveis.




Entenda o tratamento da pressão alta

19/01/2017 - Revista Viva Saúde


Os fármacos são "para sempre", pois "na maioria dos casos a hipertensão não tem cura e sim controle com medicamentos, salvo nos casos em que há mudança radical no estilo de vida e equilíbrio da pressão por meio de bons hábitos", revela Bandeira. Quando é feito o diagnóstico, observam-se os níveis de pressão arterial. "Se não estiverem elevados, as recomendações são medidas não farmacológicas, como redução do consumo de sal, perda de peso, atividade física e medidas anti estresse", conta Bruno Bandeira, chefe cardiologista do Hospital Caxias DOr (RJ). Se ela permanece alta, o médico escolhe um ou mais medicamentos de acordo com o perfil do paciente. Em casos em que os níveis estão extremamente elevados, próximos de 180 mmHg, logo na primeira avaliação, o especialista recomenda medicação que será selecionada a partir de características do paciente: peso, sexo, problemas renais, entre outros pontos.




Meninos protegidos

19/01/2017 - Revista Viva Saúde


A maior preocupação das pessoas é ter um câncer. Este é um dos resultados de uma pesquisa de iniciativa da biofarmacêutica Abbvie, realizada em 2015, e que mapeou os hábitos de saúde do brasileiro. Quando pensamos que metade da população brasileira é composta por homens, há mais um motivo real para esse temor. Trata-se do papilomavírus humano (HPV), causa de tumores de ânus, pênis, boca e orofaringe (base da língua e garganta), que é sexualmente transmissível.

Suspeita-se que os homens possam ser mais suscetíveis ao vírus, e que a infecção, entre eles, persista ao longo do tempo.

O lado bom desse quadro é que já existe uma forma de prevenir tais doenças: a vacina do HPV. No Brasil, o Ministério da Saúde já disponibiliza a imunização para adolescentes de 12 e 13 anos de idade. Até 2020, incluirá também os pequenos entre 9 e 13 anos de idade.

A estratégia repete os passos da vacinação de meninas, cuja proteção é da maior relevância: o HPV, nesse grupo, está associado ao câncer de colo de útero, de alta incidência nas mulheres. A vacina cobre quatro tipos do vírus: 6,11,16 e 18, em duas doses semestrais.

Você pode estar se perguntando se vacinar meninos pequenos não é excessivo. A resposta é não. Quanto mais cedo ocorrer a imunização, maior será a proteção contra infecções.

O ideal é que a vacinação ocorra nos anos anteriores ao início da vida sexual.

Na direção errada Anna R. Giuliano, diretora do instituto de pesquisa H. Lee Mofiít Câncer Center (EUA), quando questionada por que é necessário vacinar garotos tão pequenos, responde: "porque isso significaria uma redução das infecções, mas também seria uma oportunidade de beneficiá-los na prevenção de uma doença como o câncer. Afinal, a incidência da doença só cresce. E na direção errada". Para entender a importância desse assunto é preciso saber que o HPV pertence a uma família de centenas de tipos de vírus que provocam verrugas nas mucosas ou na pele. Alguns são considerados cancerígenos para os humanos. Os HPV 16 e 18 são responsáveis por 70% dos tumores de útero, e por 80 a 90% dos tumores na boca, ânus e pênis enquanto os de números 6 e 11 levam a 90% das verrugas genitais.

Maior suscetibilidade Anna explica que somente hoje os meninos têm sido mais bem observados, especialmente porque não há um teste aprovado de HPV para homens. E os achados atuais mostram que os homens têm uma particularidade em relação às mulheres no quesito imunológico. "Ao compararmos os anticorpos de homens e mulheres, verificamos que elas sempre têm maior volume deles. Talvez isso explique a maior suscetibilidade dos meninos às infecções, o que se repete no decorrer da vida".

A pediatra Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), discorda. "Não é questão de suscetibilidade.

Homens e mulheres podem ser contaminados igualmente. A diferença é que as chances de reinfecção por um mesmo tipo de HPV neles são maiores".

Perfil do paciente Um estudo realizado pelo A. C. Camargo Center, publicado no Journal of Câncer, mostrou que 32% de tumores na boca em adultos jovens se relacionam com o HPV Além disso, evidenciou que por dez anos o vírus foi a causa de 25% dos casos de câncer de amígdala e é associado a 80% dos tumores na região.


O HPV NA VIDA DOS HOMENS


• O vírus causa doenças como verrugas genitais e na pele, bem como tumores em pênis, ânus, boca e orofaríngeo.
• Nessa população o risco permanece ao longo da idade adulta, ao passo que entre as mulheres ele diminui.
• A resposta imunológica é menor. Pode haver reinfecções.
• Até hoje não há um teste preventivo para homens.
• A vacina protege homens e mulheres contra infecções, doenças e ainda diminui o risco de contaminação entre eles.

Some-se a isso a constatação de uma mudança no perfil dos pacientes. Antes, eles eram velhos, tabagistas e alcoólatras; hoje são jovens, não fumam, nem bebem. Porém, o oncologista e Thiago Celestino Chulam, do Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do mesmo centro, adverte: "a vacinação não eliminará uma infecção por HPV preexistente. Nem evitará a doença causada por uma infecção de outro tipo do vírus não presente na vacina". Mas é taxativo ao indicar a vacinação antes da exposição ao HPV.

Segurança e eficácia Chulam avisa que as vacinas HPV são aprovadas para uso em mais de cem países, com mais de 200 milhões de doses distribuídas no mundo. Isso significa segurança e eficácia.

E os efeitos colaterais? Pode haver dor, vermelhidão e inchaço locais, o que acontece em 80% dos vacinados. Situações graves ou mortes não foram identificadas. A pediatra Isabella diz que mesmo quem tem doenças como AIDS ou usa fármacos que prejudicam o sistema imunológico devem ser vacinadas.

Quanto às contraindicações, a vacina deve ser evitada por gestantes e pessoas sensíveis a algum componente da fórmula.

Os primeiros benefícios Os dados consistentes do impacto da vacina vêm da Austrália. Isabella diz que até hoje as infecções e reinfecções entre as mulheres reduziram e que isso deve se repetir entre os meninos. Chulam destaca os resultados e um estudo que observou homens que fazem sexo com homens: "a eficácia da vacina foi de 95% para infecção intra-anal e de 75% nas lesões anais pré-cancerosas." Isabella acrescenta, "O que deve ficar claro é a importância de tomar a vacina, mesmo que não seja no SUS. A SBIm e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) apoiam o esquema de três doses".

Como tudo relacionado à ciência requer tempo para ser consolidado, ainda levará anos para que sejam colhidos os frutos dessa estratégia que visa melhorar as condições de saúde da população, além de reduzir custos com os cuidados de pacientes com câncer.




Esclerose Múltipla

19/01/2017 - Revista Viva Saúde


Você já parou para pensar que toda a eletricidade que chega a sua casa ou seu trabalho é conduzida por meio de fios elétricos? Esses cabos são importantíssimos para a nossa rotina. Afinal de contas, caso os fios estejam desencapados, por exemplo, as chances de curtos circuitos são enormes. No nosso organismo, algo bem parecido pode acontecer. Vamos imaginar que os fios elétricos são os neurônios, células do sistema nervoso por onde são transmitidos os impulsos nervosos para diferentes regiões do corpo.

Se esses importantes componentes sofrerem algum tipo de ataque que afete a chamada bainha de mielina (capa que recobre os neurônios), alguns "curtos circuitos" também podem vir a acontecer e deixar marcas no organismo: é a chamada esclerose múltipla (EM). "Considerada uma doença inflamatória e autoimune, que afeta o cérebro e a medula espinhal, o problema acomete principalmente adultos jovens entre 20 e 40 anos de idade, mas pode atingir crianças e adolescentes, além de idosos, o que é mais raro", explica Soniza Leon, neurologista do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (RJ).

Maior perigo para elas De acordo com a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (Abem), de cada dez pacientes, oito são mulheres. "Isso porque existem fatores hormonais associados à maior prevalência de doenças autoimunes em mulheres", explica Dagoberto Callegaro, chefe do ambulatório de doenças desmielinizantes e do sistema nervoso central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP).

Diversas áreas em perigo A palavra "múltipla" do nome da doença refere-se às suas características. "Diversas regiões do corpo podem sofrer essa agressão à mielina e, quando isso acontece, o impulso nervoso se interrompe, gerando os sintomas da doença e deixando uma cicatriz (esclerose)", afirma a médica Soniza. Se isso ocorrer no nervo óptico, há perda da visão; se for na área motora, membros superiores ou inferiores perdem força muscular, e assim sucessivamente para as funções neurológicas, sensitivas, de equilíbrio, controle de esfíncteres, etc.


CAUSAS E SINTOMAS


Ainda não se sabe a origem da doença. "Acredita-se que se relacione à genética e algum fator ambiental, como baixos níveis de vitamina D e infecções pelo vírus Epstein-Barr (da família do herpes)", diz Callegaro.

E importante ficar atento aos sintomas, que são: dor ocular e embaçamento visual, desequilíbrio e vertigem, paralisia do movimento dos membros superiores ou inferiores, dormência e formigamento nos braços e pernas e incontinência urinária. "Além disso, quando não está passando por nenhum desses surtos, o paciente pode ter muita fadiga ou cansaço, principalmente nos dias mais quentes", acrescenta Callegaro. Diagnóstico e tratamento A doença ainda não tem cura e, quanto mais cedo for identificada, melhor será o controle de seus efeitos. Notados uni ou mais dos sintomas listados, o ideal é ir a um neurologista.

"O diagnóstico da EM é realizado por meio da consulta médica e de testes como: ressonância magnética do crânio e da medula e exame do líquido da espinha", diz Ana Claudia Piccolo, do Ambulatório de Neuroimunologia do Hospital Santa Marcelina (SP).

Após os resultados, o tratamento deve ter início o mais cedo possível, com acompanhamento constante do médico para realizar exames e monitorar a evolução da doença.

"Hoje há diferentes terapias que podem ser eficazes para cada fase", afirma Ana Claudia.

Menu saudável Repensar o cardápio contribui para a redução dos sintomas da doença. "É essencial ter uma flora intestinal bastante saudável para diminuir o quadro inflamatório da EM. Por isso, o uso de suplementos probióticos é indicado, bem como o abundante consumo de alimentos ricos em fibras prebióticas (verduras, legumes, fintas, sementes, cereais integrais)", ensina Milena Lopes, médica nutróloga (SP).

Além disso, alimentos com alto poder antioxidante ajudam a neutralizar os radicais livres e é essencial que estejam amplamente distribuídos no cardápio de quem sofre com a doença. Por isso, é mais do que ideal o consumo de frutas vermelhas, açafrão, gengibre, canela, cacau, chá-verde, frutas cítricas, chia e linhaça.

"Em termos de nutrientes, a vitamina D é fundamental para o controle da progressão da EM. A sardinha, por exemplo, é uma grande fonte desse nutriente, assim como a exposição ao sol — cerca de cinco a dez minutos, duas a três vezes por semana, em pernas e braços. Em alguns casos, a vitamina deve ser suplementada, para se manter em níveis ótimos no sangue", acrescenta a nutróloga Milena. Na contramão, dieta rica em gorduras trans e saturadas exacerba os sintomas da doença, aumentando, por exemplo, a sensação de fadiga típica do quadro.


ALÉM DA VITAMINA D


Outros dois nutrientes também podem estar em deficiência nos indivíduos com Esclerose Múltipla. Confira quais são eles: • VITAMINA B6: encontrada nos vegetais verde-escuros e nas oleaginosas (castanhas, nozes etc.), atua no sistema imunológico.

•VITAMINA B12: bastante abundante em carnes e ovos. É essencial para a formação, integridade e maturação das células vermelhas do sangue, as hemácias e mantém o metabolismo do sistema nervoso.

• ÔMEGA-3: ácido graxo encontrado na sardinha, na linhaça e na chia. Esse nutriente é necessário para as atividades do sistema nervoso, é um poderoso antioxidante, anti-inflamatório e ainda modula o sistema imunológico.

Já para a academia! O exercício físico alivia os sintomas da EM. Após uma avaliação especializada, pode-se seguir uma rotina de treinos. "O indicado são exercícios de alongamento, necessários para relaxar a musculatura com tônus alterado. Atividades com peso melhoram o formigamento e plataformas instáveis e de destreza trazem maior equilíbrio e coordenação", afirma Rodrigo Nicoleti, educador físico e fisioterapeuta da Academia Bodytech (SP).




Febre amarela já matou 23 pessoas em MG em 2017

20/01/2017 - Valor Econômico


O Ministério da Saúde informou ontem que 23 pessoas morreram de febre amarela em Minas Gerais em 2017. De acordo com a pasta, existem 206 casos notificados da doença no Estado, sendo 34 confirmados. Até então, o governo contabilizava 8 mortes por febre amarela, todas em Minas Gerais. Segundo o ministério, outras 31 mortes e 141 casos suspeitos estão sendo investigados.

As mortes, segundo o ministério, continuam concentradas na região rural dos 29 municípios mineiros com notificações de casos suspeitos. O governo diz que enviará a partir hoje mais duas remessas de vacinas para Minas, totalizando 800 mil doses contra febre amarela. Em janeiro, o governo informou o envio de 1,6 milhão de doses extras.

A doença já aparece em outras regiões do país. O Espírito Santo notificou mais dois casos suspeitos da febre amarela silvestre, totalizando oito casos suspeitos e nenhum confirmado até o momento. Ontem, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal confirmou a morte de um homem de 40 anos por febre amarela. Em 2016, foram confirmados sete casos, nos Estados de Goiás (3), São Paulo (2) e Amazonas (2). Houve cinco mortes..

O infectologista pediátrico Roberio Leite, professor-adjunto da Universidade Federal do Ceará, afirma que a vacina é a única forma eficaz de evitar a proliferação da febre amarela. De acordo com o médico, apesar de o vírus ser característico de áreas silvestres, ele pode avançar para regiões urbanas. Desde 1942 não são registrados casos urbanos da doença no país.

Quase toda a área do Brasil afastada do litoral é considerada de risco de contágio. Duas doses da vacina ao longo da vida são necessárias para imunização permanente.




Febre amarela entre nós

20/01/2017 - Folha de S.Paulo


Autor: ARTUR TIMERMAN

O governo de Minas Gerais decretou situação de emergência em saúde pública em regiões atingidas pelo surto de febre amarela no Estado.

Até quinta (19), balanço do Ministério da Saúde confirmava 23 mortes causadas pela doença. Além dos diagnósticos concluídos, há 31 mortes suspeitas e 141 casos sob apuração. A região afetada é o leste mineiro, onde estão cidades como Governador Valadares e Teófilo Otoni.

Os condicionantes da expansão das arboviroses nas Américas e no Brasil correlacionam-se em grande parte ao modelo de crescimento econômico implementado na região, caracterizado pelo crescimento desordenado dos centros urbanos.

O Brasil concentra mais de 80% de sua população em áreas urbanas, com importantes lacunas no setor de infraestrutura: dificuldade para garantir abastecimento regular e contínuo de água, deficiente coleta e destinação adequada dos resíduos sólidos.

Outros fatores, tais como a acelerada expansão da indústria de materiais não biodegradáveis, além de condições climáticas favoráveis, agravadas pelo aquecimento global, conduzem a um cenário que impede a curto prazo a proposição de ações visando erradicação do vetor transmissor.

Dentro desse contexto, é com enorme preocupação que nos deparamos com as notícias que revelam o ressurgimento de casos de febre amarela em nosso país.

Como apontado em boletim da Organização Mundial da Saúde de 2016, "grandes epidemias de febre amarela ocorrem quando pessoas infectadas introduzem o vírus em áreas densamente povoadas onde exista elevada densidade de mosquitos transmissores e onde a maioria da população apresente baixa cobertura vacinal. Sob tais condições, mosquitos infectados transmitem o vírus de pessoa a pessoa".

Essa é situação prevalente no Brasil atualmente; conquanto os casos até agora relatados o tenham sido em regiões com densidade populacional inferior àquela de nossas grandes metrópoles, caso pessoas infectadas nessas áreas menos povoadas cheguem à metrópole, irão encontrar ambiente totalmente favorável à disseminação do vírus da febre amarela.

Nossa proposta para nos defrontarmos com esse grave problema tem por base as diretrizes estabelecidas pela OMS também em 2016: "rápida detecção de casos de febre amarela e rápida resposta através de campanhas de vacinação emergencial são essenciais para o controle de surtos. Um caso laboratorialmente confirmado de febre amarela em uma população não vacinada é considerado como um surto".

Vacina constitui-se o mais importante meio de combate à febre amarela; é produto seguro, eficaz e relativamente barato, sendo uma única dose suficiente para induzir imunidade de longo prazo.

As recomendações da OMS em países onde há relatos de casos de febre amarela são enfáticas no que tange à indicação de imunização de toda população com idade acima de nove meses não previamente imunizada (em regiões epidêmicas há recomendação de vacinação acima dos seis meses de idade, quando então o risco da doença é superior àquele do evento adverso da vacina).

No Brasil, vem sendo empregada a estratégia de "vacinação de contenção", isto é, vacinação de toda população em regiões onde foram descritos casos suspeitos e/ou confirmados da doença.

Precisaríamos ter uma vigilância epidemiológica atenta, com diagnóstico precoce dos casos; caso se mantenha esse panorama inicial verificado em Minas Gerais, certamente a abrangência da cobertura vacinal deveria ser ampliada, provavelmente atingindo todo o Estado.

Importante também é a cooperação com serviços que monitorem de perto a mortalidade de macacos e outros animais silvestres em regiões silvestres periurbanas, que se caracteriza como "sentinela" quanto à proximidade da febre amarela dos centros urbanos.

Em resumo, temos que encarar o problema como sendo de enorme relevância; não podemos menosprezá-lo, sob risco de virmos a nos deparar com mais um expressivo problema de saúde pública em nosso já combalido país.




Minas chega a 23 mortes por febre amarela confirmadas

20/01/2017 - Folha de S.Paulo


Subiu para 23 o número de mortes confirmadas como provocadas pela febre amarela no Estado de Minas, segundo balanço desta quinta-feira (19) do Ministério da Saúde. Os novos números foram divulgados um dia depois de o ministro da Saúde, Ricardo Barros, admitir que há em surto no Estado.

Ao todo, já foram confirmados 34 casos de febre amarela em Minas, sendo que 23 foram a óbito. Outros 141 casos e 31 mortes suspeitas ainda estão sob investigação.

Segundo o ministério, eles continuam concentrados em 29 cidades mineiras.

No Espírito Santo,também houve aumento do número de casos suspeitos da doença, chegando a oito. As suspeitas são dos municípios de Ibatiba,São Roque do Canaã, Conceição do Castelo,Colatina e Baixo Guandu. Um desses casos está sob investigação para identificar o local provável de infecção.

O ministério enviou equipes aos dois Estados para ajudar na identificação e combate à doença. Minas receberá 1,6 milhão de doses de vacina para reforçar a imunização, e o Espírito Santo outras 500 mil doses,que serão enviadas para 26 cidades do oeste do Estado.


SURTO


“Temos uma situação sob controle”, disse, na quarta (18) o ministro da Saúde.

“Antes do surto de Minas, tivemos, há quatro meses, macacos morrendo em São Paulo [interior].O Estado solicitou a vacina, providenciou reforços nos locais afetados e a situação foi controlada.

É o mesmo cenário que vemos para Minas”.

Serão adotadas também medidas de precaução no oeste da Bahia, onde a imunização será reforçada em 45 municípios, com o envio de 350 mil doses de vacina, e no noroeste do Rio de Janeiro, onde a população de 14 cidades próximas à divisa com Minas Gerais será vacinada (400 mil doses serão enviadas, segundo o ministério).

No Estado de São Paulo, a situação está sob controle,de acordo com a pasta, e desde o final do ano passado o ministério vem aplicando medidas de prevenção e controle da doença.

A pasta recomenda que quem for viajar a áreas afetadas tome a vacina. Adultos devem ser imunizados ao menos 10 dias antes de viajar.




'Desafio do manequim' tenta conscientizar pessoas sobre Parkinson

19/01/2017 - Folha de S.Paulo / Site


Uma ONG da Austrália fez um "desafio do manequim" com pessoas com mal de Parkinson para conscientizar sobre a doença. O vídeo, que tem pouco menos de 1 minuto, foi divulgado em dezembro do ano passado pela Parkinson's NSW.

Participaram da iniciativa pacientes, empregados da ONG e funcionários da agência de publicidade envolvidas com o projeto, todos com sintomas de mal de Parkinson. Mais de 10 milhões de pessoas no mundo sofrem de mal de Parkinson .

Desde que foi publicado no YouTube, o vídeo já teve cerca de 500 mil visualizações. Em entrevista à BBC Brasil, a diretora de marketing da ONG, Clare Audet, afirmou que objetivo foi "primeiramente criar maior consciência sobre o mal de Parkinson e ressaltar que pessoas com a doença enfrentam desafios todos os dias".

"Também esperamos incentivar os espectadores a doar para nossa organização para que possamos continuar a oferecer os serviços de apoio gratuitos àqueles vivendo com Parkinson e seus entes queridos", afirma.

Como ainda não foi descoberta uma cura para o mal de Parkinson , acrescenta Claire, "a campanha é muito importante já que precisamos continuar a aumentar a conscientização pública para que não haja complacência".

"Há alguns projetos de pesquisa interessantes, mas não há uma cura ainda para precisarmos continuar a apoiar aquelas pessoas vivendo com Parkinson agora", disse Claire.

"Recebemos financiamento mínimo do governo, então dependemos que o público faça doações para continuarmos nossos trabalho. Prestamos serviços de apoio gratuitos àqueles que vivem com Parkinson, como uma linha de apoio, grupos de apoio, educação, terapia e enfermagem".




‘Aedes’: cinco áreas têm alto índice de infestação

20/01/2017 - O Globo


Apesar de a média da cidade ser de 0,97%, percentual abaixo do considerado tolerável pela Organização Mundial de Saúde (OMS), cinco áreas do Rio apresentaram índices de infestação de Aedes aegypti acima de 3,9%, limite estabelecido para determinar que a região tem alto índice de surto de doenças transmitidas pelo Aedes, como dengue, chicungunha e zika. Em Madureira, por exemplo, a média é de 3,3%, mas, nas comunidades dos morros de São José e da Serrinha, o percentual de casas com focos do mosquito é de 6%. Ou seja, em cada grupo de cem casas pesquisadas pelos técnicos, seis tinham criadouros. A média da cidade é a mais baixa para o mês de janeiro desde que o indicador começou a ser acompanhado, em 2009.

As outras localidades são: Cascadura (comunidade do Fubá) e Quintino (morros do Saçu e da Caixa d'Água), com 4,2%; Anchieta (Parque Esperança, comunidades Final Feliz e Vila Alvorada) e Parque Anchieta, com 4,2%; Cavalcanti (Morro da Primavera, Morada do Sol e Parque Silva Vale), com 5,4%; e Leopoldina, com 5,3%, na Vila Cruzeiro/Parque Proletário/ Cascatinha. O Levantamento do Índice Rápido de Infestação do Aedes Aegypti (Lira) foi realizado entre os dias 1 e 7 de janeiro. A Secretaria municipal de Saúde informou que vai reforçar o trabalho de combate aos focos do mosquito e de orientação da população nos locais com alto índice de infestação.

Em relação aos depósitos onde foram encontradas larvas, o maior problema detectado pelos agentes de saúde em Madureira foram os pratinhos de vasos de plantas. Em Cascadura, os ralos. Em Cavalcanti, Anchieta e Vila Cruzeiro, os reservatórios clandestinos de água. E em Santa Cruz e Bangu, os criadouros do Aedes aegypti estão principalmente no lixo descartado indevidamente: recipientes plásticos, garrafas, latas, sucatas, ferro velho, entulhos.

Uma das preocupações é com o aumento dos casos de chicungunha, doença para a qual a maioria da população é suscetível, por não ter sido ainda infectada.

O jornaleiro Angelo Romanelli trabalha na Praça dos Lavradores, ao lado da UPA Campinho, em Madureira, e reclama da grande quantidade de mosquitos. Depois de ter sido diagnosticado com chicungunha e sofrido com os sintomas por meses, há cerca de um ano atrás, ele começou a adotar uma prática pouco usual. Ao redor de sua banca de jornais, uma mistura de água e cloro é pulverizada como repelente natural do mosquito transmissor.

— Não vejo ação das autoridades e acredito que fui picado justamente aqui, por isso tenho que me proteger.

Carlos Eduardo Mattos, secretário municipal de Saúde, disse que o Lira é importante “para traçarmos as estratégias de combate ao mosquito em cada região da cidade."




‘Para os vírus não existem fronteiras’.

20/01/2017 - O Globo


O epicentro de um dos piores surtos de febre amarela silvestre do Brasil está no Leste de Minas Gerais. Pequenas cidades, como Malacacheta, Piedade de Caratinga e Setubinha, choram seus mortos e vivem o medo da doença. Mas a maior preocupação do presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, o médico Maurício Lacerda Nogueira, é o Espírito Santo. Segundo Nogueira, especialista em febre amarela e professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, o estado é mais vulnerável do Brasil e a vacinação precisa começar logo. O governo capixaba anunciou, ontem, que fará uma barreira de vacinação nos 26 municípios na divisa com Minas. Mas para Nogueira, a cobertura vacinal precisa ser não só urgente como ampla, em todo o estado.

Há 206 casos notificados de suspeita de febre amarela silvestre em 29 cidades mineiras. Vinte e três mortes foram confirmadas e 31 estão à espera de confirmação em Minas. Ontem, uma morte foi confirmada no Distrito Federal. A vítima era um homem de 40 anos que morava em Januária (MG) e chegou já doente a São Sebastião, a 20 quilômetros de Brasília. Por enquanto, há apenas seis casos suspeitos da doença no Espírito Santo. Todos junto à divisa com Minas.

O senhor mora e trabalha em São José do Rio Preto, onde esta semana foram identificados macacos mortos com suspeita de febre amarela. A situação em São Paulo também não é preocupante?

O vírus circula entre macacos da região pelo menos desde maio de 2016, quando um homem morreu de febre amarela silvestre aqui. O homem que morreu vivia numa localidade chamada Mata dos Macacos, a cinco quilômetros do centro da cidade. Nessa mata nasce o Córrego dos Macacos, ao longo do qual houve episódios de epizootia (surtos em animais) no ano passado. Esta semana, mais animais mortos foram encontrados dentro da cidade. Mas a diferença é que aqui cerca de 80% da população estão vacinados. Isso impede que o vírus possa se espalhar. O estado de São Paulo está mais protegido porque a vacinação aqui foi maior. Se uma pessoa contrair febre amarela, dificilmente o vírus irá adiante. Mesmo que essa pessoa seja picada por um mosquito que fique infectado.

Mas São Paulo teve outros casos em humanos e macacos, não?

Ao longo de 2016, houve episódios de mortalidade de macacos em localidades em torno de Ribeirão Preto e também um caso humano. Mas, na prática, é a mesma região de matas, pois São José do Rio Preto fica a cerca de 200 quilômetros de distância de Ribeirão.

O que faz São José do Rio Preto para se prevenir?

Vamos de casa em casa e perguntamos quem tomou vacina, quem precisa ainda vacinar. É um trabalho junto à população. É assim que precisa ser feito para funcionar. É necessário assegurar que ninguém está desprotegido.

Por que o Espírito Santo o preocupa tanto?

Porque a cobertura vacinal é muito baixa, principalmente na região próxima à fronteira com Minas. Se é que existe alguma cobertura vacinal. Para os vírus não existem fronteiras. É tudo uma mata só. Então o risco de a doença chegar a cidades e se espalhar é maior. Se uma pessoa adoecer e for para a cidade, outras pessoas estarão expostas. E há macacos mortos e mosquitos. O macaco é uma espécie de sentinela. Se ele aparece morto, é porque a doença já está lá. É um alerta. E nessa altura do campeonato, um alerta mais do que evidente de que as coisas não estão bem. O Espírito Santo ficou livre da febre amarela silvestre por muitos anos. E as áreas de litoral estão fora da área de recomendação de vacina. Acontece que a doença está em expansão. E Minas mostra que mesmo em áreas onde há recomendação de vacinação e vacina em postos, muitas vezes as pessoas não se vacinam. É preciso fazer uma ampla vacinação.

E por quê?

Por uma questão de gestão em saúde. Não adianta ter vacina se a população não sabe que precisa tomar. Veja o caso de Caratinga, em Minas. Em dezembro já havia gente doente na cidade. Mas será que os gestores de saúde local sabiam que precisavam vacinar? Será que a população sabia, foi informada? Pelos depoimentos que temos visto, não sabiam. A desinformação é muito grande. Não adianta só incluir em calendário. Caratinga mostra isso.

A febre amarela silvestre atinge áreas rurais. Isso dificulta a vacinação?

Não pela vacinação em si. Mas pelo acesso à informação. Trabalhei muitos anos na região de Minas atingida pelo surto atual. Ela é extremamente carente e sem acesso à informação. Não me surpreenderia se até mesmo muitos prefeitos não soubessem que precisavam alertar os moradores, imagine os funcionários de postos de saúde. Essa é uma falha de gestão em saúde persistente no Brasil. Incluir vacina em calendário não é suficiente.

E além da informação, o governo federal tem anunciado o envio de vacina para as regiões afetadas. Isso é suficiente?

Tem vacina para todo mundo? Não sei. Qual é o tamanho do estoque nacional de vacinas? Também não sei. Bio-Manguinhos é o maior fornecedor do mundo da vacina contra a febre amarela, mas não sabemos quantas doses o Brasil tem hoje para oferecer à população e com que velocidade isso pode ser feito. Esses números precisam ser muito claros.

O senhor acha que o Brasil poderá ficar livre da febre amarela silvestre?

O Brasil tem condições de evitar surtos em humanos porque a vacina é eficiente. É um erro dizer que o macaco é o reservatório. Ele não é. É o que chamamos de hospedeiro amplificador. Ele não é reservatório porque adoece e morre da doença, como a gente. A febre amarela ocorre em ciclos porque os macacos adoecem e têm uma taxa de letalidade tão grande que o vírus não consegue mais se disseminar. É preciso que exista uma população razoável de macacos para que o vírus continue a se propagar e entre em contato com seres humanos. E isso demanda tempo, por isso a febre amarela tem esses ciclos. Porém, se o mosquito que infecta os macacos infectar uma pessoa e esta tiver sido vacinada, a doença não vai adiante. Não há surto. Por isso, vacinar é tão essencial.

E as outras doenças de florestas?

Vírus circularão sempre nas florestas. Esse é o preço que pagamos por nossa biodiversidade. As florestas nos prestam enormes serviços. Mas se quisermos viver perto delas, visitá-las, precisamos aprender a fazer isso. Vacinar, por exemplo, é fundamental. Vigilância sanitária, também. O homem que morreu em maio aqui em São José do Rio Preto não era daqui. Ele havia se mudado há pouco tempo. E passeava na região da Mata dos Macacos. Quando você entra num ambiente desses, precisa tomar cuidados.

O Rio de Janeiro tem florestas urbanas. Qual o risco?

Não acredito que exista risco neste momento para a cidade porque essas matas não têm ligação com a região afetada. A mata do Rio é uma mata fragmentada. Já as cidades junto ao Espírito Santo devem mesmo se proteger.




Minas Gerais confirma sete mortes por febre amarela

18/01/2017 - Valor Econômico / Site


Pelo menos sete mortes por febre amarela foram confirmadas em Minas Gerais. A informação é da Secretaria de Saúde do Estado, que recebeu a notificação dos óbitos por meio do Instituto Evandro Chagas.

Até o momento, não havia nenhuma morte confirmada em Minas Gerais pela doença. O último boletim epidemiológico contabilizava 184 casos notificados da doença, sendo 37 casos prováveis, além de 53 óbitos suspeitos, sendo 22 óbitos prováveis por febre amarela.

O Ministério da Saúde já foi informado sobre a confirmação das mortes em Minas Gerais e fará nesta quarta-feira uma videoconferência com o governo do Estado e com o governo do Espírito Santo, onde também foram identificados casos da doença.

A previsão da pasta é que, até o fim da tarde, seja divulgado um boletim mais detalhado sobre o surto de febre amarela em ambos os Estados.




Pensar fora da caixa na saúde

19/01/2017 - Folha de S.Paulo


Autor: YUSSIF ALI MERE JR.

Os prefeitos eleitos tomaram posse em um cenário político nacional delicado. Além dos sucessivos escândalos de corrupção e das discussões de reformas estruturais importantes para o país, os novos governantes terão de se mostrar excelentes gestores para administrar as dívidas dos municípios e atender aos anseios dos eleitores. E saúde é um dos principais desejos dos cidadãos.

É importante frisar que saúde está diretamente ligada a educação, saneamento e economia. Um povo mais educado, cidades com bom tratamento de água e esgoto e um orçamento compatível para prevenção, promoção e assistência à saúde elevam os indicadores sociais.

Como muitas ações para melhorar esses itens dependem das esferas federal e estaduais, o que os prefeitos podem fazer em prol da saúde dos munícipes?

Muitos prometeram a construção, reforma ou ampliação de hospitais, que são estruturas caras para erguer, equipar e manter. Pesquisas internacionais mostram que um hospital, para ser viável operacionalmente, deve ter entre 150 e 200 leitos. Se a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda três leitos para cada grupo de mil habitantes, isso significa que um hospital só é viável em cidades com, no mínimo, 50 mil pessoas (150 leitos).

Ocorre que dos 5.568 municípios brasileiros, 68% (ou 3.810) têm menos de 20 mil habitantes, segundo a última estimativa populacional divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Só 690 cidades, ou 12,3% do total, possuem mais de 50 mil habitantes no país. Paralelamente, a infraestrutura hospitalar brasileira também é deficitária: somente 12% de nossos hospitais têm mais de 200 leitos.

A solução para garantir estruturas hospitalares produtivas, alocar recursos eficientemente, atrair mão de obra qualificada e ainda combater o desperdício está na formação de redes assistenciais.

A população de determinada região seria vinculada à uma rede que se inicia com a Unidade Básica de Saúde, passa por Unidades Intermediárias, hospitais de média complexidade chegando até o nível terciário da assistência à saúde.

Concomitantemente a isso, os agentes comunitários de saúde devem ser valorizados e assumir um papel informativo e educativo junto à população, para que os cidadãos possam entender e fazer uso do sistema de saúde com todos os seus elos da melhor forma possível.

Num país com as dimensões continentais como o nosso e as escandalosas diferenças regionais, não é tarefa fácil, mas é preciso começar.

Há alguns obstáculos contra a iniciativa. O primeiro é a "municipalização da saúde" como é feita atualmente. Os municípios são responsáveis pelas ações de saúde; a União repassa recursos às cidades.

A ideia é excelente, a descentralização é prevista na Constituição, mas no caso da saúde tem se mostrado ineficiente e, em muitos casos, principalmente nos municípios menores, a perda de escala se torna um fator quase intransponível em termos de custo e eficiência.

Sem medo de errar, os melhores resultados na saúde serão obtidos pelos prefeitos que ousarem pensar fora da caixa, que tiverem coragem e disposição para quebrar paradigmas e atacar o mal pela raiz. Principalmente, por aqueles que colocarem os interesses coletivos acima dos pessoais ou partidários.




Minas tem oito mortes por febre amarela confirmadas

19/01/2017 - Folha de S.Paulo


O Ministério da Saúde confirmou, em balanço divulgado nesta quarta-feira (18), oito mortes causadas pela febre amarela em Minas Gerais. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, admitiu que há um surto no Estado, mas destacou que está sob controle.

Há outros 45 óbitos suspeitos e, no total, 206 casos sob investigação em 29 cidades do leste mineiro. No Espírito Santo, de acordo com a pasta, há outros seis casos suspeitos em quatro municípios.

Das oito mortes confirmadas em Minas Gerais, quatro foram identificadas como sendo por febre amarela silvestre.

No caso das outras quatro, a doença também foi confirmada,mas a pasta ainda está descartando a possibilidade de febre amarela vacinal(causada pela própria imunização).

A pasta enviou equipes aos dois Estados para ajudar na identificação e combate à doença.

Minas receberá 1,6 milhão de doses de vacina para reforçar a imunização, e o Espírito Santo outras 500 mil doses, que serão enviadas para 26 cidades do oeste.

“Temos uma situação sob controle”,disse o ministro da Saúde, Ricardo Barros. “Antes do surto de Minas, tivemos, há quatro meses, macacos morrendo em São Paulo.

O Estado solicitou a vacina, providenciou reforços nos locais afetados e a situação foi controlada. É o mesmo cenário que vemos para Minas”.

Casos de febre amarela em humanos costumam ser precedidos do falecimento de macacos pela doença —em São Paulo, duas pessoas morreram no final do ano passado.

Serão adotadas também precauções no oeste da Bahia, onde a imunização será reforçada em 45 municípios, com o envio de 350 mil doses de vacina, e no noroeste do Rio, onde a população de 14 cidades próximas à divisa com Minas Gerais será vacinada(400 mil doses serão enviadas, segundo o ministério).

Em São Paulo, a situação está sob controle, de acordo com a pasta, e desde o final do ano passado o ministério aplica medidas de prevenção e controle da doença.


RECOMENDAÇÕES


A recomendação da pasta é que pessoas que forem viajar para as áreas afetadas se vacinem contra a doença,mas essa não é uma obrigação, ou seja, não haverá fiscalização.

No caso de crianças até cinco anos que residam em áreas de risco ou viajarão para essas regiões afetadas,a recomendação é uma dose da vacina aos 9 meses e outra dose de reforço aos quatro anos.

Para adultos que vão viajar para áreas afetadas, a recomendação é tomar vacina pelo menos 10 dias antes da viagem,caso seja a primeira vez.




Ministério indica duas doses de vacina para garantir imunidade definitiva

19/01/2017 - O Globo


Depois de 53 mortes por suspeita de febre amarela, o Ministério da Saúde confirmou que oito delas, em Minas, foram de fato causadas pela doença. No Estado do Rio, 14 municípios próximos à área do surto receberão 250 mil doses da vacina. Apesar de a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgar que uma dose da vacina da febre amarela basta para proteger contra a doença por toda a vida, o Ministério da Saúde continua a indicar duas doses. A medida vale para quem mora nas áreas de recomendação para imunização e para quem vai viajar a esses locais — fica de fora apenas parte da faixa litorânea do país, incluindo o Rio de Janeiro.

Especialistas brasileiros consideram que a imunização em duas doses é uma estratégia de prudência. A primeira garante proteção por dez anos, mas, para imunização definitiva, é preciso aplicar uma segunda, de reforço.

— Garantir que uma dose só imuniza por toda a vida é um pouco arriscado — considera Reinaldo de Menezes Martins, consultor científico sênior da Biomanguinhos/Fiocruz, que produz a vacina no país. — No Brasil, onde há a doença de forma endêmica, o melhor é ser mais prudente. A recomendação já foi tomar a vacina de dez em dez anos ao longo de toda vida, mas comprovamos que isso é um exagero. No entanto, uma mudança na recomendação do país de aplicar a vacina em duas doses vai depender de novas pesquisas feitas ao longo dos próximos anos.

A OMS argumenta ter realizado uma revisão de estudos que mostra a eficácia de apenas uma dose, mas, segundo Martins, existem estudos nacionais, localizados, que indicam o contrário.

— Não digo que a decisão da OMS é errada, mas optamos por mais cautela — ressalta ele.

Segundo especialistas, a nova postura da OMS, adotada em maio de 2013, deve-se, em parte, à escassez de vacina contra febre amarela no mundo. Em regiões da África, por exemplo, não há vacinas suficientes para aplicar duas doses na população. Logo, com base na falta de sustentabilidade desse tipo de recomendação e em estudos que mostram que surtos, em geral, podem ser contidos com apenas uma dose, a OMS teria tomado a decisão de recomendar a dose única.

No Brasil, nunca houve registro de falta da vacina. Mas pesquisadores de todo o mundo se preocupam em conseguir aprimorar a técnica para fabricá-la, porque o método utilizado atualmente é o mesmo de 1937, quando a vacina começou a ser usada. Complexa e antiga, a técnica não permite uma produção acelerada, e, por isso, algumas regiões do mundo recebem menos vacinas do que de fato precisam.


AUMENTA PROCURA NO RIO


Martins destaca que as pessoas fora das áreas de recomendação para a vacina não precisam correr para tomá-la. Em razão do surto em Minas Gerais, muitos moradores do Rio estão entrando em contato com a Fiocruz para se imunizar, mas esta não é a recomendação. Ele lembra que, nos lugares onde não há registro da doença por muitas décadas, como o Rio, não há motivo para as pessoas se exporem aos possíveis efeitos colaterais da vacina.

— A grande maioria das pessoas que toma a vacina da febre amarela não sente nada. Mas uma a cada 300 mil ou 400 mil desenvolve algum sintoma relacionado à doença. Quando sabese que o vírus circula em determinado lugar, o benefício de se vacinar supera o risco. Mas, quando o vírus não é encontrado naquela região, não tem motivo para se expor a esse risco — explica o cientista.

Atualmente, dentro das áreas de recomendação no Brasil, a política é que crianças sejam imunizadas aos 9 meses de idade e tomem uma segunda dose aos 4 anos. Quem toma a primeira dose depois dos 5 anos deve aplicar um reforço após dez anos.

Em nota, o Ministério da Saúde justificou as duas doses como uma medida extra de segurança: “O esquema adotado pelo Ministério da Saúde de manter a dose de reforço é uma medida a mais de segurança para evitar a transmissão da doença, visto que não há estudos locais que comprovem a eficácia de apenas uma dose na população brasileira, até o momento”.




70% têm sobrepeso

19/01/2017 - DCI


De acordo com Flávio Bitter, diretor técnico operacional da Bradesco Saúde, o sobrepeso e a obesidade estão presentes na vida de 69,96% dos profissionais avaliados, o que pode comprometer, com o passar dos anos, a atividade plena desses profissionais. “Isso decorre, muitas vezes, da combinação de alimentação inadequada associada ao sedentarismo, sendo um sinal de alerta que tem merecido atenção por meio de campanhas de prevenção em todo o mundo. Só 29,21% dos entrevistados têm peso normal proporcional à altura”, explica.




SP reduz filas para exames em 50%

19/01/2017 - DCI


O programa "Corujão da Saúde", criado pelo prefeito de São Paulo João Doria, reduziu a fila de pacientes que aguardam por agendamento de exames na rede pública municipal em 49,8%, de 485, 5 mil para 241,8 mil, em apenas uma semana.

As 675 unidades de saúde municipais marcaram, durante esse período, 243,5 mil exames para os pacientes do programa, representando uma média de 360,7 agendamentos por unidade.

O "Corujão da Saúde", que visa zerar a fila de espera para a realização de exames na capital paulista, realiza mutirões em hospitais particulares fora do horário comercial para atender pacientes que aguardam há pelo menos um mês a realização de seus exames.

Os horários dos exames no programa variam conforme a disponibilidade e capacidade ociosa de cada instituição. A pasta explica que a marcação de procedimentos durante a madrugada virá apenas em caráter de excessão.

Do total de exames, 137,1 mil, ou 53,3%, foram agendados para o mês de janeiro. Outros 79,9 mil, 32,8%, foram marcados para fevereiro; 20,6 mil, 8,5%, para março; e os 5,9 mil restantes ficaram para o início de abril.

As marcações são feitas pelas próprias unidades de origem nos pacientes, conforme a disponibilidade da oferta para o programa. Desde o dia 10, quase 25 mil exames foram realizados.

Os hospitais Albert Einstein, Edmundo Vasconcelos, Sepaco, Santa Casa de Santo Amaro, Santa Marcelina de Itaquera e Cruz Azul passarão a integrar o programa ainda nessa semana. Outras instituições que deverão aderir são o Instituto Arnaldo Vieira de Carvalho, Cetrus, Dasa-Lavoisier, Hospital Santa Joana, Dr. Consulta, Beneficência Portuguesa, Aviccena, Hospital Presidente, Megamed e Tadao Mori.

Essas 16 unidades, somadas as quatro que aderiram inicialmente ao chamamento para o programa, do setor privado ofertaram à Secretaria Municipal de Saúde pelo menos 61,6 mil exames. A pasta está utilizando sua rede própria para atender ao "Corujão".

A secretaria de Saúde estima cumprir a meta de zerar a fila no prazo de 90 dias, contados desde 10 de janeiro.




O tamanho do impacto da depressão na saúde cardiovascular

18/01/2017 - Saúde É Vital Online


Que a depressão é um fator de risco para doenças cardiovasculares a medicina já sabe. Alguns médicos apontam que a melancolia profunda aumenta a concentração de hormônios como o cortisol — e, em excesso, eles danificariam os vasos sanguíneos e o coração. “A questão é: qual a relação entre depressão e outros fatores de risco, como tabagismo, colesterol alto, obesidade e hipertensão. E quão grande é o papel de cada um desses quadros? ”, questiona o pesquisador Karl-Heinz Ladwig, líder do novo estudo realizado no Centro Helmholtz de Munique, em um comunicado à imprensa.

Para calcular o tamanho do impacto de cada uma dessas ameaças, os cientistas analisaram 3 428 homens entre 45 e 74 anos. Os dados, coletados durante dez anos, apontaram que a depressão foi responsável por 15% das mortes por doenças cardiovasculares.

Esse número é similar ao de outros fatores de risco, como obesidade e colesterol alto. As únicas encrencas que superaram o transtorno psiquiátrico foram hipertensão e tabagismo.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 350 milhões de pessoas sofrem com a depressão, que também é a doença mais incapacitante no mundo todo. Ainda que seja um distúrbio mental, seus efeitos na saúde física são severos: além dos problemas cardíacos, a doença pode abrir brechas para o diabetes, parkinson e até câncer.

Mas esse problema não é uma via de mão única: outros levantamentos apontam que os males cardiovasculares também fomentam a depressão. Um indivíduo que sofre um infarto, por exemplo, pode apresentar sintomas depressivos porque se sente culpado pela enfermidade ou por ter perdido algumas habilidades físicas, como explica o cardiologista Roy Ziegelstein, do hospital americano John Hopkins, em sua página na internet. Por isso, é bom ficar atento: depressão e chateações cardíacas costumam andar de mãos dadas.




A evolução da cirurgia oncológica ao longo dos anos

18/01/2017 - Veja Online


A cirurgia é o mais antigo tratamento de pacientes com câncer. Diversos procedimentos cirúrgicos foram realizados esporadicamente desde a Antiguidade, mas somente a partir da segunda metade do século XIX, com os adventos da anestesia e da assepsia, passaram a ter destaque. Naquela época, a cirurgia era a única possibilidade de tratamento para a maior parte dos pacientes.

Grandes cirurgiões como Billroth e Kocher-Langenbeck criaram as primeiras técnicas para tratamento de tumores, que foram utilizadas e aprimoradas por mais de 100 anos. A cirurgia oncológica, como conhecemos hoje, teve início com Halsted, ao descrever a mastectomia radical no fim do século XIX.

Nesse procedimento, Halsted estabeleceu o que, por décadas, foi o chamado padrão ouro em cirurgia de câncer de mama. A operação de William S. Halsted consistia em retirar toda a mama, os músculos peitorais e os linfáticos da axila, o que trazia transtornos estéticos e funcionais significativos para as pacientes. Um procedimento que, sob a ótica dos avanços das técnicas cirúrgicas atuais, é algo impensável (por ser altamente mutilador), mas que, na época, foi uma revolução e salvou milhares de vidas.

Os princípios halstedianos passaram a ser aplicados não somente em tratamento de tumores da mama, mas também para os de colo uterino, cólon e reto, pâncreas, cabeça e pescoço, entre outros. Pelo menos um terço dos casos de câncer passou a ser tratado com esses procedimentos, mas o risco de mortalidade ainda era alto e as sequelas, muito significativas.

Ao longo do tempo, surgiram alternativas como a radioterapia, mas as escolas cirúrgicas e radioterápicas competiam e nenhum progresso significativo foi registrado até os anos 60. Na década de 70 passou-se a utilizar a cirurgia combinada com a radioterapia e dava-se início ao uso da quimioterapia em alguns tumores com grande risco de disseminação para órgãos distantes (a chamada metástase). A competição entre especialidades deu lugar à colaboração e, com ela, um salto na sobrevida de pacientes com câncer. Naquele momento, a remissão completa do câncer já era possível em cerca de 50% dos casos. No entanto, as sequelas do tratamento ainda eram significativas.

No fim do século XX houve um notável avanço em todas as modalidades: novos equipamentos de radioterapia reduziam as sequelas do tratamento combinado, novos esquemas de quimioterapia ajudavam a aumentar a sobrevida. A cirurgia passou a ser moldada às necessidades dos pacientes.

Algumas cirurgias que, mesmo sendo ultrarradicais, proporcionavam baixas possibilidades de controle sobre a doença, foram substituídas ou abandonadas. Com a associação de tratamentos passou-se a preservar o órgão afetado e ao mesmo tempo registrou-se aumento nas taxas de sobrevida. Nessa época, cerca de dois terços dos pacientes com câncer eram curados.

O que já se viu ao longo do século XXI foi a evolução da radioterapia (com técnicas que irradiam o tumor e poupam algumas estruturas próximas) e quimioterapia (com drogas alvo específicas, imunomodulação e terapia personalizada). Com a cirurgia oncológica não foi diferente. Mas o que realmente fez mudar a cirurgia? Foi, sem dúvida, a mentalidade do cirurgião.

O cirurgião é sabedor hoje de que ele não está mais sozinho para decidir o tratamento de um paciente. O processo de decisão sobre o tratamento é realizado em conjunto, por equipes multidisciplinares. Compreendendo melhor a história natural de cada tipo de tumor, uma série de cirurgias mais conservadoras se consolidou, entre elas a retirada parcial de tecido mamário (quadrantectomias) seguidas de reconstrução da mama, assim como a limpeza cada vez mais conservadora dos linfonodos na axila.

Neste novo cenário, o objetivo é obter o mesmo resultado de sobrevida, com muito menos sequelas e melhora na qualidade de vida do paciente. Agora não mais nos preocupamos em tratar a doença câncer, mas sim em tratar o paciente com câncer.

Nos últimos anos, o papel da cirurgia foi sendo ampliado ainda mais, passando até a contribuir para a prevenção do câncer. Em pacientes com alterações genéticas específicas que o predispõem a um risco aumentado para desenvolvimento de câncer, a cirurgia pode prevenir o desenvolvimento de câncer de tireoide, mama e intestino.

Além disso, pacientes que, depois de tratados, recidivavam (a doença voltava), anteriormente eram considerados fora de possibilidades de tratamento, mas hoje, em certas condições, eles podem ser operados. Cirurgias paliativas com finalidade de controle de sintomas também contribuem significativamente para melhorar as condições de sobrevida do paciente.

Nos últimos anos também houve um avanço extraordinário com a incorporação de novas tecnologias, como a laparoscopia e a robótica. Elas permitem que alguns procedimentos cirúrgicos possam ser realizados com incisões mínimas ou até mesmo sem incisões em locais visíveis, possibilitando menor tempo de cirurgia e de internação, menos sequelas estéticas (em casos de tumores de cabeça e pescoço, por exemplo), menos sangramento e mais rápido retorno do paciente à sua rotina.

A cirurgia faz parte do tratamento inicial de cerca de 75% dos pacientes com câncer. Aproximadamente 90% deles, em algum momento, necessitam de alguma cirurgia com finalidade de diagnóstico, tratamento ou suporte para outras terapias. No entanto, nem sempre a cirurgia é o primeiro tratamento a ser feito.

O que podemos dizer é que, quando é necessário operar, existe mais segurança hoje em dia. São diversos sistemas de controle de qualidade, além da atuação de um grupo de médicos e de uma equipe multidisciplinar que auxiliam o cirurgião oncologista a realizar de forma eficiente e segura o seu papel no tratamento do câncer.

O cirurgião, atualmente, tem também o papel fundamental de esclarecer ao paciente o que se pode esperar da cirurgia, quais são os riscos e potenciais benefícios, assim como as alternativas e consequências de ser ou não submetido ao procedimento.

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