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CRF-SP - Clipping de Notícias

CLIPPING - 02/09/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 

Droga consegue efeitos contra Alzheimer

02/09/2016 - O Estado de S.Paulo


Uma pesquisa publicada nesta quarta-feira, 31, na revista científica Nature aponta que uma droga experimental se mostrou capaz de reduzir a formação de placas entre as células do cérebro, processo que está ligado à causa dos sintomas da doença de Alzheimer. O estudo foi feito em pessoas com o estágio leve da doença e usou anticorpos que conseguiram desacelerar a deterioração cognitiva dos pacientes.

Segundo os pesquisadores, a nova terapia atua sobre a proteína beta-amiloide que, quando acumulada, impede a comunicação entre as células cerebrais. Os testes utilizaram um anticorpo desenvolvido por cientistas chamado aducanumab e foram feitos em 165 pacientes que ainda não tinham desenvolvido os sintomas. Eles foram divididos em dois grupos, que receberam placebo e a substância. Após um ano de aplicações mensais de injeções nos pacientes, os estudiosos concluíram que houve redução considerável de beta-amiloide nas pessoas que receberam doses altas do anticorpo.

Terapias anteriores que tinham essas proteínas como alvo ainda não haviam apresentado sucesso.

O estudo foi liderado por Alfred Sandrock, da empresa multinacional de biotecnologia Biogen, com sede em Cambridge (EUA). Também participaram da pesquisa cientistas do Hospital Butler, em Providence (EUA), e do Instituto de Medicina Regenerativa de Zurique, na Suíça.

Foram feitos testes pré-clínicos e de fase 1 e, de acordo com os autores do estudo, será possível desenvolver, no futuro, anticorpos que tenham a função de remover as placas formadas entre as células do cérebro. Em camundongos transgênicos, a substância mostrou que pode entrar no cérebro e reduzir as placas solúveis e insolúveis de beta-amiloide.




Interfarma defende mudança para viabilizar o atendimento do SUS

02/09/2016 - Valor Econômico


Há falta de recursos públicos na saúde pública e essa situação vai perdurar se a estrutura atual do Sistema Único de Saúde (SUS) for mantida, na avaliação da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), que reúne laboratórios multinacionais presentes no país.

Para alterar esse quadro, avalia o presidente-executivo da entidade, Antônio Britto, o novo governo deveria enfrentar aos menos três agendas: o que o SUS pode e precisa oferecer aos usuários, a eficiência na distribuição e utilização dos recursos entre União, Estado e município e a definição, "com mais eficiência e realismo" do que cabe ao setor público e ao privado em saúde.

"O gasto público no Brasil com saúde é insuficiente e não há como tornar o SUS sustentável sem ampliar recursos", diz Britto. Hoje, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 9,5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional é investido em saúde, o que equivale a US$ 1.388 per capita por ano, ou seis vezes menos do que gastam os Estados Unidos.

Com sistemas semelhantes, Inglaterra e Canadá também investem mais do que o país: US$ 3.235 e US$ 4.610 per capita, respectivamente, segundo a OMS. E, enquanto 47,5% dos investimentos brasileiros em saúde partem do governo, a Inglaterra concentra 84% no governo e Canadá, 70%.

"É preciso mudar o sistema e o primeiro passo é reconhecer o problema", defende Britto. Na avaliação do executivo, há uma insatisfação coletiva crescente e problemas de todos os tipos de natureza no sistema atual, o que indicaria que a questão é estrutural.

"Temos de discutir como tornar o sistema mais eficiente e sustentável. O primeiro tempo do jogo na saúde, que começou com a constituição do SUS, terminou e deve ser festejado, porque houve avanços em diversos campos. Mas isso não é suficiente para os desafios que chegaram", acrescenta.

O envelhecimento da população e mudanças no perfil das doenças predominantes no país estão entre os eventos que impõem novos desafios aos serviços de saúde. "Não se trata de abrir mão do SUS, mas de não tratá-lo como obra divina. Há algumas coisas que não estão funcionando", reitera Britto.

Dois dos três pilares do sistema, a da universalidade e o da gratuidade, analisa o executivo, não devem entrar em discussão. Mas o terceiro pilar, o da integralidade, que estabelece que o SUS deve fornecer todos os tratamentos a todos independentemente de suas condições e da necessidade do demandante, foi abalado e precisa ser revisto. O setor público, afirma Britto, não tem condições de oferecer todos os tratamentos requisitados pela população e a resposta é a judicialização da saúde.

O executivo defende ainda que a ineficiência da relação entre as atividades do município, do Estado e da União nessa área também merece ser debatida, uma vez que, na prática, não há planejamento regionalizado do que deve ser feito e como. Mas o ponto de partida da pretendida reforma do SUS estaria na melhor utilização de serviços e instalações públicos e privados no atendimento ao usuário do SUS, numa composição que tirasse a sobrecarga de um lado e ocupasse a capacidade ociosa do outro.

Santas Casas poderão pagar dívida em10 anos

02/09/2016 - O Estado de S.Paulo


Santas Casas e hospitais filantrópicos terão, a partir de agora, o dobro de prazo para quitar dívidas. Acordo anunciado pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, amplia de cinco para dez anos o prazo para operações de crédito com a Caixa Econômica Federal serem liquidadas. As instituições têm, juntas, dívidas estimadas em R$ 22 bilhões.

Além de dobrar o prazo para pagamento, Santas Casas terão seis meses de carência para pagar os empréstimos nesta nova linha de crédito. A medida faz parte de um “pacote de bondades” divulgado pelo ministro em Congresso de Santas Casas e Hospitais Filantrópicos.

A pasta anunciou também a liberação de R$ 371 milhões para credenciamento de hospitais filantrópicos em 20 Estados e de R$ 141 milhões, procedentes de emendas parlamentares que haviam sido estabelecidas nos últimos dois anos e ainda não tinham sido pagas. Os recursos deverão ser liberados a partir de dezembro.

Foram alteradas também as regras para a análise da concessão do crédito. O novo formato torna mais fácil o acesso. A partir de agora, o crédito pode ser equivalente a até 35% do faturamento total da entidade. A porcentagem, até a mudança da regra, estava limitada em 30%.

Quatro a cada dez internações realizadas no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2015 foram feitas nas Santas Casas.

Outro recurso considerado importante pelo ministro para tentar auxiliar o setor é a aprovação, no Congresso, de um projeto que cria um programa de crédito especial, com juros diferenciados para a instituição. Proposto pelo ministro de Relações Exteriores, José Serra, durante seu mandato como senador, o projeto prevê a criação de linhas de crédito especiais, com prazos de pagamento mais longos e juros menores.

O texto inicial propunha uma carência de 2 anos e juros de 0,5% ao ano. Ontem, o governo afirmou que trabalhará pela aprovação da proposta. Segundo o ministro, o projeto tem as bênçãos do presidente Michel Temer.


CARGO


Barros ampliou nas duas últimas semanas a divulgação de medidas e balanços para reforçar a imagem de bom gestor.

Com Temer assumindo o cargo, aumentam as especulações sobre uma troca de nomes no Ministério da Saúde. O ministro, indicado pelo PP, tem apostado todas fichas para se manter no cargo.

Ontem, ele apresentou um balanço sobre seus cem dias de governo a uma plateia formada por representantes de Santas Casas e secretários estaduais e municipais de Saúde. Garantiu ter reduzido custos, cortado cargos, aumentado a eficiência da gestão. Questionado se seria mantido no cargo, Barros respondeu que continuaria trabalhando, “e bem”.

Um dos pontos destacados pelo ministro é o orçamento previsto para sua pasta em 2017. A proposta é que o ministério receba R$ 120 bilhões.

Desse total, R$ 5 bilhões seriam de emendas parlamentares.

Segundo ele, o setor receberá R$ 1,7 bilhão a mais que o mínimo constitucional, de R$ 113 bilhões. Barros anunciou o valor como uma vitória, diante da crise econômica no País. Ele argumentou que, embora mais recursos sejam bem-vindos, é importante trabalhar com a realidade.




Operadoras pedem à ANS redução no valor de multas

02/09/2016 - Valor Econômico


As operadoras de planos de saúde estão pleiteando à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aumento nos prazos máximos para atendimento médico e redução no valor das multas aplicadas aos convênios. "Quando um usuário não consegue agendar a consulta médica em uma semana, a operadora é multada em R$ 80 mil. Se forem dez queixas, a multa sobe para R$ 800 mil e, assim, sucessivamente", disse Pedro Ramos, diretor da Abramge, associação das operadoras de planos de saúde, durante evento organizado pela entidade ontem em São Paulo.

Segundo Ramos, as multas se multiplicam facilmente em determinados casos como nas regiões do país que carecem de médicos especialistas ou no agendamento de consultas com pediatras no período do inverno, quando a demanda aumenta. O diretor da Abramge defende uma flexibilização nesses casos e também para autorização de órteses e próteses, cujo prazo é de 21 dias corridos. Ontem, em Brasília, a Polícia Civil cumpriu mais de 10 mandatos de prisão de envolvidos em denúncias de uso irregular desses materiais médicos.

Questionado se existe a possibilidade de atender à demanda das operadoras quanto à flexibilização das multas e dos prazos de atendimento, o presidente da ANS, José Carlos Abrahão, informou que tais medidas estão no marco regulatório, ou seja, estão na lei e não devem mudar. "Esses valores e prazos foram dosados, calculados e negociados com o setor. Esse é um tipo de discussão que não está na pauta", afirmou o presidente da ANS.

Ainda durante o evento da Abramge, o fundador da Amil e presidente da UnitedHealthcare Brazil, Edson Bueno, não poupou críticas à atuação da ANS e destacou que o papel da agência reguladora está muito focado em aplicar multas. Bueno criticou duramente uma medida, que ainda está em análise, em que o valor da multa seria calculado de acordo com o porte da operadora. "Não é possível dar tudo para todos e a operadora não pode ser responsabilizada por tudo", reclamou. Ele destacou ainda que se o setor continuar nesse compasso de gastos e custos haverá uma quebradeira em efeito de dominó, envolvendo não apenas os planos de saúde e também hospitais, clínicas e laboratórios.

Bueno disse abertamente que a Amil registra resultado negativo há quatro anos, mas que ainda assim a UnitedHealthcare continua apostando na operadora adquirida em 2012 pelo grupo americano de saúde. "A United acredita no nosso país, o investimento dos americanos não é olhando um ano, e sim uma década", afirmou Bueno, destacando que o mercado brasileiro de saúde é o segundo maior, atrás apenas dos EUA.




Folha realiza debate sobre judicialização da medicina

02/09/2016 - Folha de S.Paulo


A Folha e a Academia Nacional de Medicina promovem na próxima segunda-feira (5), às 19h, debate sobre judicialização na medicina, o impacto das ações judiciais no custo da saúde.

Farão parte do encontro Ricardo Barros, ministro da Saúde; Francisco J. B. Sampaio, presidente da Academia Nacional de Medicina e Arnaldo Hossepian procurador de Justiça e supervisor do Fórum Nacional da Saúde do CNJ(Conselho Nacional de Justiça).

O debate terá ainda a participação de Antonio Jorge Kropf, médico e diretor de assuntos institucionais da Amil e Carlos Henningsen, advogado e presidente da comissão jurídica da Fena Saúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar).

A mediação ficará a cargo de Cláudia Collucci, repórter especial da Folha.

O debate acontecerá no auditório do jornal (alameda Barão de Limeira, 425, 9º andar, Campos Elíseos, região central de São Paulo).

Os interessados em participar do evento, que será gratuito, podem se inscrever pelo site Folha Eventos (eventos.folha.uol.com.br).

Câncer já é a principal causa de morte em 476 das 5.570 cidades brasileiras

02/09/2016 - O Estado de S.Paulo


O câncer já superou as doenças cardiovasculares como maior causa de morte em 476 das 5.570 cidades brasileiras, mostra levantamento feito pelo Estadão Dados nas estatísticas de mortalidade de 2014, as mais recentes publicadas pelo Datasus. Em todo o País, os problemas do aparelho circulatório, como enfarte e AVC, ainda são os responsáveis pela maioria dos óbitos, mas o número de vítimas dos tumores cresce em maior velocidade.

Em 2014, as doenças cardiovasculares mataram 340.284 pessoas no País, 36% a mais do que há 20 anos, quando 249.613 foram vítimas do problema. Já os óbitos por câncer passaram de 103.408 para 201.968 no mesmo período, alta de 95%.

Para Maria Paula Curado, coordenadora de epidemiologia do A. C. Camargo Cancer Center, o aumento da expectativa de vida da população nos últimos anos, somado ao surgimento de medicamentos e terapias de controle para doenças que antes matavam mais brasileiros, explica o crescimento da doença. “Do começo do século 20 até os anos 50, 60, as doenças infecciosas, como a tuberculose, eram as principais causas de morte. Vieram, então, as vacinas e os antibióticos e essas mortes despencaram. Aumentaram as doenças crônicas, que podem provocar enfarte e AVC, e essa passou a ser a maior causa de morte no País.”

Segundo ela, nos últimos anos, “os tratamentos para esses casos também vêm evoluindo”. “Antes, portanto, as pessoas morriam muito jovens, não tinham tempo de ter câncer porque essa é uma doença muito ligada ao envelhecimento”, ressalta Maria Paula.

A médica diz que, embora alguns tipos de tumor possam aparecer em jovens, o envelhecimento é um grande fator de risco de mutações que levam ao câncer. “Nosso corpo tem um mecanismo de defesa, um gene reparador que pode bloquear o tumor. Quando as células envelhecem, elas não conseguem reparar essa agressão tão rapidamente, o gene torna-se menos eficiente e o tumor cresce”, diz.


REGIÕES


Os dados do Datasus mostram que a maior parte das cidades onde o câncer já é a principal causa de morte está localizada em regiões mais desenvolvidas do País, justamente onde a expectativa de vida é maior. Dos 476 municípios onde os tumores matam mais, 76% ficam no Sul e Sudeste.

O Rio Grande do Sul é o Estado com o maior número de municípios nesta condição: 124, entre eles Caxias do Sul e Gramado. Enquanto em todo o País as mortes por câncer representam 16,46% do total, no território gaúcho esse índice chega a 21,64%. Em São Paulo, há 56 municípios na lista.

Oncologista do Hospital do Câncer Mãe de Deus, de Porto Alegre, o médico André Fay afirma que, além da maior expectativa de vida registrada entre os moradores do Estado, algumas características e hábitos da população gaúcha explicam a maior incidência de câncer. “A ancestralidade da população do Sul, região colonizada basicamente por imigrantes europeus, é diferente da do restante do País, e algumas mutações são mais presentes. Além disso, tem o tabagismo, que é mais comum no Sul e aumenta os casos de vários tipos de tumor, como pulmão, esôfago e cabeça e pescoço”, explica. Por ser uma população predominantemente branca, os moradores do Estado também estão mais suscetíveis aos cânceres de pele, segundo ele.




Gávea compra 30% de empresa de saúde do interior de São Paulo

02/09/2016 - O Estado de S.Paulo


O fundo Gávea, comandado pelo ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, comprou uma participação minoritária – de cerca de 30%, de acordo com fontes de mercado – no grupo de saúde São Francisco, que tem sede em Ribeirão Preto (SP) e faturamento anual de aproximadamente R$ 1 bilhão.

Procurado, o fundo não comentou a operação nem o valor pago pelo ativo.

Segundo fontes de mercado, a atratividade do São Francisco não reside apenas a sua estrutura física, mas na operação descrita no setor de saúde como “verticalizada”, já que a empresa também é proprietária de planos de saúde e de odontologia.

Nos últimos anos, a companhia sediada no interior paulista fez aquisições de empresas pelo País, ampliando sua atuação para outros polos do agronegócio, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.

O Grupo São Francisco completará neste mês 71 anos de atuação, pois foi fundado no dia 8 de setembro de 1945.




Unimed-Rio

02/09/2016 - Valor Econômico


A Unimed-Rio deve fazer uma chamada de capital de cerca de R$ 400 milhões para seus médicos cooperados, a fim de contribuir para solucionar os problemas financeiros da cooperativa médica que tem cerca de 800 mil usuários, segundo o presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), José Carlos Abrahão. A cooperativa médica carioca tem cerca de 5,5 mil médicos associados. Essa é a segunda vez que a Unimed-Rio tenta conseguir um aporte financeiro dos médicos associados. Segundo Abrahão, a agência não pode obrigar os cooperados a colocar dinheiro na Unimed-Rio, mas o Ministério Público tem esse poder. A legislação das cooperativas determina que seus associados apurem lucros e prejuízos. A Unimed-Rio deve convocar uma assembleia nos próximos 15 dias para a chamada de capital. Segundo Abrahão, a agência reguladora está em negociações com o Ministério Público e Unimed-Rio em busca de uma saída para o problema.




Primeira campanha de vacina contra dengue tem baixa adesão no Paraná

01/09/2016 - Folha de S.Paulo


A três dias do encerramento da primeira campanha pública de vacinação contra a dengue no Brasil, a baixa adesão preocupa a secretaria da Saúde do Paraná.

Apenas 17% da meta foi cumprida até agora, segundo o governo estadual. O Paraná comprou 500 mil doses da vacina, recém-aprovada pela Anvisa, a um custo de R$ 50 milhões —e somente 87 mil foram aplicadas.

A expectativa era que pelo menos 80% delas fossem distribuídas.

Para o diretor de imunização do Paraná, João Luis Crivellaro, a faixa etária do público-alvo (de 15 a 27 anos), além da desconfiança em relação à nova vacina, são os principais fatores que explicam a baixa adesão.

"Esse público não frequenta a unidade de saúde, não busca o serviço. São jovens que trabalham, estudam. E nunca acham que vão pegar algum tipo de doença", afirmou à Folha.

O fato de o inverno ser a "baixa temporada" do mosquito Aedes aegypti, com poucos casos da doença, também dificulta a adesão à campanha. O maior número de ocorrências ocorre no verão.

"Se a população não for vacinada, corremos o risco de enfrentarmos uma séria epidemia a partir de dezembro, ainda pior do que a epidemia deste ano", afirmou o diretor-geral da secretaria da Saúde do Paraná, Sezifredo Paz.

Na última temporada, o Paraná registrou 61 mortes por dengue.


DESINFORMAÇÃO


Boatos e desinformação sobre a vacina também têm sido relatados em alguns municípios.

"É medo. Escutam um boato e não querem tomar", diz o pintor industrial Wallace Domingues, 35, morador de Paranaguá e o primeiro vacinado contra a doença no Estado. "Umas 200 pessoas vêm me perguntar, todo dia: 'Ah, se eu tomar, vou ficar com dengue?'. Não tem lógica", conta Domingues.

A vacina contra a dengue trabalha com o vírus inativado. A eficácia da aplicação é de 66% após três doses, para os quatro sorotipos da doença -considerada baixa por alguns imunologistas, mas suficiente para gerar bons resultados em regiões endêmicas, segundo o governo.

De acordo com a secretaria da Saúde do Paraná, nenhuma reação moderada ou grave à vacina foi registrada entre os mais de 80 mil pacientes imunizados –e apenas 0,03% deles tiveram reações leves, como dores musculares ou febre moderada.

"Não há risco de se contrair dengue. A vacina se mostrou muito segura", diz Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.

Para ela, o tempo e o reforço na comunicação podem ajudar a aumentar a taxa de adesão.


ESTRATÉGIAS


O governo do Paraná encerra a campanha neste sábado (3). Na próxima semana, fará uma reunião para reavaliar as estratégias de comunicação e de vacinação.

O uso mais intensivo de redes sociais, como WhatsApp e Facebook, já é considerado como uma importante estratégia para aumentar a adesão da população.

No último mês, equipes de vacinação foram a mercados, lojas e empresas para tentar ampliar o alcance da vacinação, e estenderam o horário de funcionamento de postos de saúde.

Até mesmo a atleta de vôlei de praia, Ágatha Rippel, medalhista de prata na Olimpíada, foi vacinada em sua cidade natal, Paranaguá, e convocou a população para repetir o gesto.

As vacinas remanescentes, que vencem apenas no final de 2017, podem ser aplicadas nas próximas campanhas. O governo também avalia estender a campanha atual.




Malásia registra 1° caso suspeito de zika em uma mulher

01/09/2016 - Folha de S.Paulo / Site


A Malásia anunciou nesta quinta-feira (1°) o primeiro caso suspeito de zika no país, em uma mulher de 58 anos, que as autoridades acreditam ter contraído o vírus em Cingapura, onde mais de cem casos já foram confirmados.

O Ministério da Saúde malaio informou que a paciente fez uma rápida viagem no fim de agosto para visitar a filha, que mora em Cingapura. Depois de retornar para a capital malaia, Kuala Lumpur, a mulher passou mal e passou a ser considerada um caso suspeito de zika, com base em um exame de urina, mas a confirmação depende dos exames de sangue.

"Suspeita-se que a fonte da infeção tenha ocorrido em Singapura", diz o comunicado.

Estados Unidos, Austrália, Taiwan e Reino Unido já advertiram seus cidadãos, especialmente as grávidas, sobre o perigo de viajar a Cingapura. O primeiro caso de vírus da zika em Cingapura foi registrado em maio, levado por um homem que havia estado no Brasil.

As autoridades de Cingapura afirmaram, em comunicado na noite desta quarta-feira (31), que havia identificado 22 novos casos no país e o primeiro caso de transmissão em uma mulher grávida.

O vírus da zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, foi detectado no Brasil no ano passado e se espalhou pelas Américas desde então. É um risco para mulheres grávidas que, infectadas, podem ter bebês com microcefalia, segundo especialistas. O vírus já foi detectado em 67 países.

Cientistas afirmam que o vírus que circula no Brasil foi importado da Polinésia Francesa, no oceano Pacífico, durante a Copa das Confederações, em 2013.




Devido à crise, estado suspende sanções a entidades como OSs

02/09/2016 - O Globo


Semana Design Rio atrai para o Porto apaixonados por design, cariocas e turistas. Um decreto do governador em exercício Francisco Dornelles, publicado no Diário Oficial de ontem, está dividindo a opinião de juristas. De acordo com o texto, o estado permite a “dispensa temporária de aplicação de sanções a organizações da sociedade civil e a demais entidades do terceiro setor no âmbito de parcerias e convênios firmados pelos órgãos e entidades da administração pública (...)”. A medida pode beneficiar, por exemplo, organizações sociais (OSs) que administram hospitais e UPAs e, devido à crise financeira do Rio, sofrem com o repasses irregular de verbas.

O decreto, segundo advogados consultados pelo GLOBO, pode livrar algumas entidades de punições, em caso de descumprimento de requisitos previstos em leis estadual e federal. A medida considera “as dificuldades que as organizações vêm enfrentando em razão dos atrasos de repasses”. As sanções seriam de advertências até a proibição da assinatura de novos convênios, passando pela rescisão do contrato.

Para o governo, a regra vai beneficiar pequenas organizações, como as ligadas à Fundação da Criança e Adolescência (FIA), que poderiam ter contratos suspensos se estivessem em débito com a Fazenda, por exemplo. “O estado vai dispensar, temporariamente, a apresentação de documentos (...) que comprovem a regularização das certidões de habilitação junto aos órgãos públicos competentes”, informou o governo, em nota. As entidades só podem ser beneficiadas se provarem que não vêm recebendo repasses regulares.

Para alguns especialistas, o texto permite dupla interpretação. A organização pode entender que, devido à falta desses repasses, não seria punida caso não cumprisse seu trabalho ou reduzisse os serviços prestados à população.


DECRETO PODE RELAXAR LEI


Professor de direito administrativo da PUC-Rio, Manoel Peixinho diz que o decreto é “absurdo”, pois não pode modificar uma exigência prevista em lei. Para ele, o texto pretende “preservar as organizações em débito com a Fazenda Estadual”.

— O decreto pode ser encarado como um relaxamento na fiscalização de metas. O texto é dúbio. Não há certeza absoluta, mas o estado está flexibilizando uma lei. Pode afetar metas e a transparência também.

Advogado e professor de direito administrativo do Ibmec, Jerson Carneiro considerou o decreto inconstitucional. Ele ressalta que pode levar à interpretação de que, sem dinheiro para honrar os contratos, o governo admite que a OS pode não ter dinheiro para pagar servidores e fazer compras, e ainda descumprir metas.

Rafael Véras, sócio do escritório LL Associados e professor de direito regulatório da FGV, observa que o decreto parece “violador de legalidade” por suspender temporariamente os efeitos de leis, mas acredita que a proposta é “razoável”. Para ele, o texto se refere às instituições que não cumprem seus planos de trabalho (objetivos e metas firmados quando é assinado o convênio com o estado) devido à falta de dinheiro:

— O risco (de paralisação de serviços) decorre da falta de recursos. O decreto atenua esse risco.




Família com 3 casos vive em alerta, entre exames e cirurgias

02/09/2016 - O Estado de S.Paulo


O câncer marcou a vida da família Bortolin, em Piracicaba, interior de São Paulo. A doença levou, em maio, o patriarca José Bortolin, aos 73 anos, acometido de um tipo agressivo no intestino.

A viúva, Olga Siqueira Martins Bortolin, de 76 anos, teve diagnosticado no início do ano passado um câncer também de intestino e enfrenta o tratamento com o apoio dos filhos e netos. Silvana, uma das filhas, passou pela mesma provação ao descobrir um tumor no seio em 2012, mas conseguiu curar-se. “Vivemos em alerta, fazendo exames e todo tipo de prevenção”, diz a assistente administrativa Silmara, outra filha de José Bortolin.

Piracicaba está entre as 476 cidades brasileiras em que o câncer aparece como a principal causa de mortalidade. Entre os Bortolin a doença levou também a mãe de dona Olga e dois irmãos de José. A cidade tem boa estrutura de prevenção e tratamento da doença, mas Silmara acha que, no caso de seu pai, o diagnóstico foi tardio.

“Em 2013, ele começou a mostrar falha de memória, tontura e muita palidez, mas o médico insistiu em tratar como anemia.

Só sete meses depois, com o quadro já agravado, foi feita a colonoscopia.” A biópsia mostrou um tipo agressivo de câncer. Em janeiro de 2014, Bortolin foi operado, mas novos exames mostraram que a doença já havia migrado para o fígado.

Silmara conta que a família acompanhava as sessões de quimioterapia.

“Íamos todos, a mãe, eu e minhas irmãs. Às vezes, os netos, os primos. Ele estava sempre cercado pela família.” Na busca pela cura, os familiares consultaram vários oncologistas e tentaram outros tratamentos, em vão. Novos exames mostraram que as células cancerígenas atingiram o sangue.

No dia 25 de maio, ele foi internado e não saiu mais do hospital.

Morreu no dia 29. “É um vazio difícil de preencher. A dor é grande, a falta dele ainda é muito grande, mas fizemos tudo o que tínhamos de fazer. Agora é lutar pela nossa mãe e seguir em frente.” Recuperação. Ela conta que dona Olga foi internada no mesmo hospital e fez a mesma cirurgia, no dia 6 de janeiro do ano passado. A recuperação dela, no entanto, é bem visível. “Acho que pegamos o câncer bem a tempo, está bem controlado. É a mágoa que ficou em relação ao diagnóstico do meu pai. Se tivesse sido feito logo que os sintomas apareceram, quem sabe?”




‘Plano popular’ pode ter mesma cobertura do SUS

02/09/2016 - O Estado de S.Paulo


As operadoras de saúde vão defender que o chamado plano popular – proposto pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, para levar mais clientes para o setor suplementar – tenha cobertura igual à do Sistema Único de Saúde (SUS). Hoje, algumas terapias inovadoras, como medicamentos quimioterápicos, são oferecidas somente pelos planos de saúde.

“Nossa proposta é que o rol de cobertura mínima definido pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) seja mantido, mas que ele siga as mesmas regras da Conitec (Comissão de Incorporação de Tecnologias no SUS), que é quem define o que é coberto na rede pública”, disse ao Estado Pedro Ramos, diretor da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge),durante congresso da entidade, realizado ontem em São Paulo.

A proposta do setor será levada ao grupo de trabalho que discute o modelo de plano popular a ser apresentado. A primeira reunião da comissão foi feita anteontem e contou com participantes das operadoras, hospitais, médicos e entidades de defesa do consumidor, além de membros do Ministério da Saúde e da ANS.


RETROCESSO


Segundo Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da ProTeste, que participou da reunião de ontem, nenhuma proposta concreta foi feita, mas a sugestão de equiparação das coberturas do SUS e dos planos seria um “retrocesso”.

“Precisamos esperar o que vai vir para avaliar melhor, mas consideramos que o que já tem no rol é direito adquirido dos consumidores e isso não deve ser alterado”, disse.




Tratamento comestível

02/09/2016 - Correio Braziliense


O paciente vai ao consultório e engole uma pequena cápsula. Não só para tratar doenças, também para identificá-las. A solução foi apresentada por cientistas dos Estados Unidos na 252ª Reunião da Sociedade Americana de Química, no mês passado, e surge com potencial para aperfeiçoar as intervenções médicas. O dispositivo tem materiais biodegradáveis em sua composição — como a melanina, pigmento produzido pela pele — e pode ser digerido sem causar danos ao corpo humano.

O desenvolvimento de eletrônicos comestíveis vem desafiando muitos pesquisadores, mas a equipe norte-americana resolveu diferenciar o trabalho apostando em um aparelho que fosse completamente seguro. Segundo a equipe, câmeras e outros dispositivos implantáveis, como marca-passos, têm componentes tóxicos que podem prejudicar o corpo. Já aparelhos de baixo consumo de energia, como baterias, podem ser uma opção viável.

“Estamos nos concentrando na utilização de materiais biologicamente derivados e estruturas que possam substituir materiais tradicionais para a bateria. Apenas a partir daí, expandiremos a aplicação desses dispositivos e tentaremos usá-los para intervenções terapêuticas”, contou ao Correio Christopher Bettinger, um dos criadores do dispositivo e pesquisador da Carnegie Mellon University. No protótipo, usaram óxido de manganês, fosfato de titânio de sódio, cobre e ferro para a produção de eletrodos negativos e positivos — mecanismos necessários para o funcionamento do aparelho eletrônico.

Também na produção da cápsula, a equipe recorreu à tecnologia de impressão 3D. Ela foi montada a partir de materiais tridimensionais tendo como base substâncias presentes no corpo humano. Com tamanho entre 10 e 15 milímetros, a estrutura foi embalada com uma capa de melanina. “Se você quiser ter um dispositivo para ser usado constantemente, tem que pensar sobre seus problemas de toxicidade. No caso improvável de ficar preso no trato gastrointestinal, ele pode simplesmente degradar sem a necessidade de cirurgia”, explicou Bettinger.

Outra vantagem do dispositivo é que ele dura o tempo necessário para que execute suas funções. “A beleza é que, por definição, um dispositivo ingerível e degradável no corpo não dura mais que 20 horas, que é tudo de que você precisa”, frisou Bettinger. A intenção é que, ao avançar a pesquisa, seja possível dosar a quantidade de medicamentos e diversificar o tipo de diagnóstico.“Estamos interessados principalmente em aplicações de libertação controlada para que possam atingir praticamente qualquer tipo de proteína, seja de forma lenta, seja de forma rápida. Mas pode haver outras aplicações na detecção e na amostragem do microbioma, por exemplo”, detalhou o autor.


SEGURANÇA


Para Flávio Ejima, gastroenterologista do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, e presidente da Sociedade Brasileira de Endoscopia, a tecnologia apresentada promete executar funções que seriam de grande ganho na área médica. “Temos cápsulas na endoscopia. As que usamos captam imagens por meio de câmeras, mas, infelizmente, não conseguimos controlar o movimento delas”, disse. O risco de ficarem paradas no tubo digestivo preocupa, complementa o médico. “Caso tenhamos a opção apresentada por esses pesquisadores, de uma tecnologia feita com um material biológico que execute as mesmas funções e consegue se decompor, será um grande ganho”, avaliou.

Ejima também destaca que a cápsula de melanina proposta pelos cientistas norte-americanos é um protótipo, mas aponta o uso para aplicação de remédios como um bom começo. “Não sei até que ponto esse trabalho evoluirá e se será possível acoplar câmeras e lentes que se degradem. Mas a opção de soltar dosagens de quimioterápicos é muito interessante e, talvez, algo mais factível”, disse.

A capacidade elétrica do dispositivo, porém, ainda é baixa, reconhecem os criadores. Mas, no momento, eles estudam as formas de liberação de medicamentos. “Trabalhamos, agora, principalmente nos mecanismos específicos que podem permitir que esses perfis de entrega de droga de maneira dosada”, adiantou Bettinger. Além da melanina, os cientistas cogitam que as cápsulas sejam feitas com pectina, um composto natural de plantas utilizado como um agente gelificante em compotas e geleias.

Não sei até que ponto esse trabalho evoluirá e se será possível acoplar câmeras e lentes que se degradem. Mas a opção de soltar dosagens de quimioterápicos é muito interessante e, talvez, algo mais factível”

Flávio Ejima, presidente da Sociedade Brasileira de Endoscopia e gastroenterologista do Hospital Santa Lúcia.




Vacina da dengue pode levar a doenças graves

02/09/2016 - Correio Braziliense


Liberada no início deste ano para uso no Brasil, a vacina contra a dengue demanda cuidados. As características do local em que ela é aplicada interferem diretamente no efeito da imunização, podendo, inclusive, fazer com que as pessoas tenham problemas graves de saúde. O alerta foi divulgado por cientistas do Imperial College, em Londres; da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health e da Universidade da Flórida, ambas nos Estados Unidos, na edição desta semana da revista Science. Os investigadores sugerem a realização de testes preventivos antes que indivíduos sejam vacinados. O problema, segundo eles, está na exposição ao micro-organismo. Ao analisar os dados de ensaios clínicos sobre a vacina contra a dengue, a equipe concluiu que, em pessoas nunca expostas ao vírus, o sistema imunitário se prepara de uma forma que, na ocorrência de uma infecção, ela seja mais grave. Em indivíduos com contato anterior com o patógeno, a vacina reduz a gravidade de infecções futuras. Portanto, as estratégias de imunização devem levar em conta as áreas em que vivem as pessoas que serão imunizadas. %u201CEm locais com alta intensidade de transmissão, a maioria das pessoas já foi exposta à dengue no momento da vacinação, e a vacina tem maior eficácia em média. No entanto, em locais com baixa intensidade de transmissão, a vacina pode colocar as pessoas em risco de doença grave e, no geral, aumentar o número de casos hospitalizados%u201D, ressaltou Derek Cummings, professor de Biologia na Universidade da Flórida e coautor do estudo, no artigo divulgado. %u201CNossos resultados indicam que a triagem de potenciais receptores da vacina poderia maximizar os benefícios e minimizar o risco de resultados negativos%u201D, complementou Isabel Rodriguez-Barraquer, também coautora e cientista da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health. Há um contraponto, porém, com as orientações oficiais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os países considerem a introdução da vacina somente em contextos geográficos em que os dados sugerem uma elevada carga de doença. A estimativa é de que 400 milhões de casos de dengue são diagnosticados por ano no planeta e que cerca de metade da população tenha entrado em contato com o vírus que desencadeia a enfermidade. %u201CTer uma vacina contra a dengue disponível é um passo significativo para o controle da doença. No entanto, devemos ter cuidado ao considerar onde e como usar essa solução, já que ainda há incerteza sobre o impacto dela%u201D, defendeu Neil Ferguson, também coautor do estudo e integrante do Imperial College. Produzida pela empresa Sanofi-Pasteur, a vacina está disponível em seis países, incluindo o Brasil, e foi testada em cerca de 30 mil pessoas de 10 nações. Ela foi aprovada para imunização de pessoas com idade entre 9 e 45 anos, limites, segundo o Ministério da Saúde, estabelecidos com %u201Cbase, principalmente, nas informações de segurança da vacina, obtidas durante a realização dos estudos clínicos%u201D. Os autores do estudo, porém, defendem que os resultados apontados por eles reforçam a necessidade de avaliação de novos critérios. 400 milhões Estimativa de casos de dengue registrados anualmente no mundo.




Ação no submundo da medicina brasiliense

02/09/2016 - Correio Braziliense


“Prometo que, ao exercer a arte de curar, mostrar-me-ei sempre fiel aos preceitos da honestidade, da caridade e da ciência”, diz o início do Juramento de Hipócrates, usado pelos médicos formados no Distrito Federal. Preceito supostamente desrespeitado por sete profissionais presos durante a primeira etapa da Operação Mister Hyde. Contrariando o princípio da confiança vital por parte dos pacientes, eles, empresários e funcionários de hospitais são investigados de enriquecer por meio de cirurgias desnecessárias, superfaturamento de equipamentos, troca fraudulenta de próteses e uso de material vencido em pacientes — e até a tentativa de homicídio.

A Polícia Civil e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) organizaram a ação para desarticular a quadrilha formada pelos profissionais e por fornecedores de órteses, próteses e materiais especiais. Durante a operação comandada pela Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Deco), 12 pessoas acabaram presas e cerca de R$ 500 mil em dinheiro foram apreendidos. Entre os investigados, estão o coordenador de cirurgia de cabeça e pescoço da Secretaria de Saúde, Rondinelly Rosa Ribeiro, e o legista Marco de Agassiz Almeida Vasques.

Os outros acusados são funcionários do hospital Home, de outras três clínicas e da empresa que é apontada pela polícia e pelo Ministério Público por administrar o esquema, a TM Medical. Além disso, foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão e quatro conduções coercitivas em diferentes regiões do DF. De acordo com o titular da Deco, Luiz Henrique Dourado Sampaio, estima-se que cerca de 60 pacientes se tornaram vítimas somente em 2016. O esquema movimentou milhões de reais em cirurgias, equipamentos e propinas. As recompensas eram pagas em dinheiro e “mimos”, como viagens.

“Tudo começa com a identificação de um paciente pelo grupo criminoso. A vítima é vista como um ‘projeto econômico’, ou seja, uma forma de ganhar dinheiro. Essa pessoa é direcionada ao hospital. É feito o contato com a empresa que vende as próteses e órteses. O médico alinha com essa empresa o material que deve ser incluído naquela cirurgia”, explicou Sampaio.

Participantes do esquema teriam até tentado um homicídio. A apuração começou no início no ano passado, quando um instrumentador cirúrgico contou o procedimento na internet. Em março deste ano, segundo a polícia, o grupo tentou matar um paciente que ameaçava denunciar a quadrilha, deixando um arame de 50cm na jugular dele. A investigação aponta que os crimes ocorriam em hospitais privados, mas a possibilidade de fraudes na rede pública não está descartada.


ALVOS


A operação mobilizou 240 policiais civis, entre delegados e agentes. Houve também o acompanhamento de membros do Ministério Público, 21 promotores e 21 agentes de segurança do MP. Foram cumpridos mandados de prisão temporária contra os médicos Marco de Agassiz Almeida Vasques, Henry Greidinger Campos, Rogério Gomes Damasceno (dono de uma clínica no Setor Hospitalar Sul e apontado como um dos líderes), Juliano Almeida e Silva Wenner Costa Catanhêde e Leandro Pretto Flores.

Outros alvos da operação foram Cícero Henrique Dantas Neto — que, segundo a polícia, seria coordenador do Home Hospital —, o médico Antônio Márcio Catingueiro Cruz e o médico-cirurgião John Wesley, da TM Medical. A empresa fornece equipamentos hospitalares. O sócio dele, o empresário Micael Bezerra, também acabou preso.

Em nota, o Hospital Home informou que os médicos-cirurgiões citados na operação não fazem parte do corpo clínico da unidade. “Apenas operam, eventualmente, nas dependências, já que são habilitados pelo CRM (Conselho Regional de Medicina) e obtiveram autorizações dos planos de saúde (para fazer os procedimentos)”. A instituição afirmou que o diretor-técnico do hospital prestará esclarecimentos e colaborará com as investigações.

Os envolvidos responderão na Justiça pelos crimes de organização criminosa, crimes contra a saúde pública e estelionato. As investigações prosseguem para apurar crimes de lavagem de dinheiro. “Esperamos, em poucos dias, ofertar a denúncia e tomar outras providências, como comunicar ao Conselho Regional de Medicina para que faça o acompanhamento e, até mesmo, os afaste do quadro de profissionais”, concluiu o promotor Maurício Miranda.

A quadrilha fez cerca de
60
vítimas somente este
ano, em hospitais
particulares do DF

A Polícia Civil prendeu
12
pessoas durante
a primeira parte
da operação

O Ministério Público envolveu
21
promotores e
21 agentes de
segurança na ação




Especialista fala sobre importância de prevenir complicações do diabetes

01/09/2016 - Portal EBC


Pesquisa da Sociedade Brasileira de Diabetes em parceria com o Ibope mostra como está o conhecimento dos pacientes em relação o diabetes. A pesquisa foi realizada na internet, as pessoas que participaram da pesquisa não têm conhecimento das complicações relacionadas à doença. Menos da metade conhece o fato de que o infarto agudo do miocárdio poderia ser causado pelo diabetes. E ainda, 18% dos pacientes não sabem o tipo de diabetes.

O Cotidiano convidou a endocrinologista, especialista em diabetes, membro da Sociedade Brasileira de Diabetes, Márcia Queiroz para falar sobre o assunto. Segundo a especialista, diabetes é uma doença metabólica em que a principal característica é o aumento do açúcar no sangue.

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