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CLIPPING 13/03/2015

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

Medicamentos

Pesquisa e Desenvolvimento

Saúde



Medicamentos

Marcha Lenta
13/03/2015 - Folha de S.Paulo


A indústria farmacêutica nacional registrou uma alta de 8,33% no valor de suas vendas em fevereiro na comparação com o mesmo mês de 2014. O faturamento passou de R$ 4,7 bilhões para R$ 5,1 bilhões no período.
Os dados foram reunidos pelo Sindusfarma (Sindicato das Indústrias Farmacêuticas de São Paulo) na base de informações da IMS Health.
Apesar do resultado positivo, o crescimento na comercialização de fármacos dá sinal de desaceleração em relação aos anos anteriores.
O desempenho de fevereiro deste ano foi o menor obtido para o mesmo mês desde 2010, quando o segmento avançou 25,27%.
Na comparação com janeiro, as vendas de produtos farmacêuticos sofreram uma queda de 7,3%.
"O setor está pressionado com a alta do dólar, que deixou as operações mais caras, e pela subida dos preços de combustíveis e energia", diz Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarma.




Cresce receita dos genéricos entre as líderes
13/03/2015 - Valor Econômico

 
A forte presença dos genéricos no mercado brasileiro está refletida no peso que esses medicamentos alcançaram no faturamento das dez maiores farmacêuticas do país. Nos últimos 12 meses até janeiro, a categoria representou 25,34% das receitas desse grupo de empresas, que juntas somaram US$ 22,14 bilhões, segundo levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos), produzido a partir de dados do IMS Health e obtido com exclusividade pelo Valor.
Em outros números, os dez maiores laboratórios presentes no país faturaram US$ 6,2 bilhões em um ano até janeiro com a venda de genéricos, o equivalente a crescimento de 9,09% frente a igual período anterior. Essa receita conjunta corresponde a 89,8% das vendas de genéricos no país e comprova que a categoria caiu nas graças dos grandes grupos, nacionais e multinacionais, a partir de 1999, apesar do elevado número de laboratórios com registros desses medicamentos - 130, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Entre os dez maiores laboratórios do país, aponta a PróGenéricos, apenas um, a Bayer, não possui uma linha de genéricos. O maior grupo da indústria, a EMS, com faturamento de US$ 5,5 bilhões entre fevereiro do ano passado e janeiro deste ano, é também o maior vendedor de genéricos, com receitas de US$ 2,084 bilhões - ou quase 38% do total. A Hypermarcas, segunda maior farmacêutica no ranking geral, com US$ 3,536 bilhões faturados no mesmo intervalo, teve receitas de US$ 830,8 milhões com genéricos.
"O fato é que as empresas que estão entre as maiores têm genéricos", diz a presidente-executiva da PróGenéricos, Telma Salles. "É um mercado que vem crescendo, é altamente competitivo e impulsiona o faturamento [das farmacêuticas]". Terceira maior no ranking geral do setor, com US$ 3,407 bilhões, a Sanofi foi a segunda em termos de faturamento com genéricos (US$ 1,122 bilhão). No Aché, quarto colocado no ranking das dez maiores, os genéricos responderam por 22,45% do faturamento, enquanto que na Teuto o peso foi 37,7%.

Em unidades, segundo levantamento realizado pela PróGenéricos, as nove empresas do ranking geral da indústria que atuam no mercado de genéricos produziram 775 milhões de unidades em 12 meses até janeiro, com crescimento de 9,93% frente às 705 milhões de unidades produzidas um ano antes. Esse volume correspondeu a 88,44% do total de medicamentos produzidos no Brasil no período.
Apesar do crescimento das vendas, o ritmo esperado pela PróGenéricos para o ano passado, de alta de 15%, não foi atingido e ficou em torno de 11%. "Não crescemos como gostaríamos por causa da situação econômica", explica Telma. Para 2015, a expectativa é de crescimento de 8% a 10%, o que poderia configurar o pior desempenho da história para a indústria - ainda assim, ficaria acima da expansão de vendas do setor farmacêutico em geral. "Neste ano, os genéricos vão alavancar o crescimento da indústria", diz.
Segundo a executiva, além das condições macroeconômicas negativas no país que devem afetar a renda e o consumo das famílias, contribui para o desempenho 'tímido' do setor - que historicamente cresce a taxas de dois dígitos - o preço controlado dos medicamentos e a rentabilidade prejudicada da indústria. Para ela o êxito de um laboratório no mercado de genéricos depende principalmente da agilidade em desenvolver um produto antes da concorrência, firmar acordos de mercado e oferecer um portfólio variado.
"Nesse mercado se ganha com escala e nem todas as empresas suportam o altíssimo grau de competitividade que impera no setor", diz Telma, acrescentando que nos próximos cinco anos os medicamentos genéricos devem ocupar entre 35% e 40% do varejo farmacêutico. Ao longo do ano passado, a indústria lançou 23 genéricos. Em 2015 até a primeira semana de março, foram 12 lançamentos. "O ritmo está acelerado e pode indicar um bom ano", comenta a executiva.



Pesquisa e Desenvolvimento






Pesquisadores propõem terapia que poderia reverter Alzheimer
13/03/2015 - O Globo


Cientistas australianos conseguiram em experimento recuperar a memória de ratos. A pesquisa pode levar à terapia contra o mal de Alzheimer. -BRISBANE, AUSTRÁLIA- Uma equipe de cientistas acredita estar no caminho de encontrar uma primeira terapia contra o mal de Alzheimer. Eles realizaram um experimento que recuperou a memória de camundongos com a enfermidade, utilizando ondas de ultrassom direcionadas ao cérebro do animal. As informações foram divulgadas ontem na revista “Science Translational Medicine”.
Os pesquisadores conseguiram corroer as chamadas placas de proteína beta-amiloide, que se acumulam no cérebro do animal doente, afetando as sinapses entre os neurônios e levando à morte essas células cerebrais. O processo é responsável pela perda progressiva das funções cognitivas e funcionais do corpo em animais e humanos, sintomas característicos da doença.
Para penetrar temporariamente essas barreiras e limpar os acúmulos de proteína, os cientistas utilizaram um exame de ultrassom de alta energia combinado à injeção de microbolhas no sangue da cobaia, que vibravam em resposta às ondas emitidas pelo aparelho. Depois de várias semanas de tratamento dos ratos, que eram geneticamente modificados, os cientistas notaram que o ultrassom limpou 75% das placas acumuladas nos animais, sem dano aparente ao seu tecido cerebral.
— Quando se remove esse acúmulo de beta-amiloide em ratos, como mostramos, a memória melhora. Mas em humanos é mais difícil, porque nosso cérebro é mais complexo, assim como a cognição humana — afirmou ao canal ABC o pesquisador Gerhard Leinenga, do Instituto do Cérebro da Universidade de Queensland, na Austrália, e autor do estudo. — Mas acreditamos que, se você reduzir esses acúmulos precocemente, quando eles estão começando a se formar num cérebro humano, pode resgatar a memória do paciente.
Embora ainda haja algum debate sobre se as placas são uma causa ou apenas um sintoma da doença de Alzheimer, o experimento constatou, por meio de três testes diferentes, que os ratos tratados mostraram melhoria da memória.
A técnica funciona estimulando as células microgliais, que fazem parte do sistema imunológico do cérebro, e absorveriam as placas. Goetz sublinhou que o seu trabalho está em um estágio muito precoce e que ainda faltariam vários anos antes que pudesse ser testado em pessoas. O próximo passo é tratar ovelhas, com os resultados esperados ainda para este ano.



Máquina da USP permitirá autópsia sem abrir cadáver
13/03/2015 - Folha de S.Paulo


A Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) começa a operar nesta sexta-feira (13) o mais poderoso aparelho de ressonância magnética da América Latina, capaz de revelar detalhes anatômicos tão pequenos quanto 0,05 mm, a escala da espessura de um fio de cabelo.

Ele já deve começar a ser usado nas próximas semanas para examinar cadáveres em parceria com o Serviço de Verificação de Óbitos da capital, dentro de um projeto de pesquisa que busca aprimorar métodos não invasivos de fazer autópsias.

A máquina também servirá para examinar pessoas vivas, porque é considerada segura. Inicialmente, porém, só pacientes que estiverem participando de projetos de pesquisa utilizarão o aparelho --a nova máquina ainda precisa ser aprovada para o uso mais amplo em hospitais.

O projeto do aparelho é feito de forma que seja possível fazer uma higienização completa dele --não há risco, assim, de que pacientes vivos se contaminem de alguma forma com os cadáveres que passaram por ali.

A resolução de imagens de pessoas vivas (que se mexem e não suportam ficar muitas horas dentro da máquina), porém, é menor do que aquela para tecidos mortos.

Segundo Giovanni Cerri, professor de radiologia da USP e ex-secretário estadual de saúde, o potencial de melhoria em técnica de diagnósticos é grande.

O segredo da precisão da máquina é um ímã com potência de 7 tesla, equivalente a um guindaste magnético capaz de erguer 20 carros. As melhores máquinas comercialmente disponíveis hoje têm potência de 3 tesla, e sua resolução volumétrica tem só um quarto da precisão da nova máquina.

Um exemplo de aplicação está na detecção de tumores. "Com uma máquina atual de 3 tesla, é possível identificar um nódulo de 0,7 cm ou 0,8 cm", afirma o médico. "Com a máquina de 7 tesla vai ser possível identificar nódulos com menos de 0,5 cm." A diferença parece pouca, mas detectar um tumor mais cedo pode ser crucial para o sucesso de um tratamento, afirma.

Outra área de pesquisa na qual o aumento de resolução será importante é a neurociência, especialmente o estudo de doenças neurodegenerativas, com os males de Alzheimer e Parkinson.

Com um limite de resolução de aproximadamente 1 mm em estudos funcionais ""nos quais a ressonância "filma" o cérebro em ação--, é possível enxergar padrões de conexão e transmissão de informações entre diferentes partes do sistema nervoso.

PORÃO

Existem só 40 máquinas de ressonância magnética no mundo com potência igual ao novo aparelho da USP, e apenas cinco de potência maior, todas ainda em fase de desenvolvimento.

Segundo a Siemens, empresa alemã que desenvolveu a máquina, o uso do aparelho em hospitais não deve demorar muitos anos. A USP participará dos estudos para demonstrar a segurança e a eficácia do uso do aparelho em hospitais.

O equipamento, que pesa 38 toneladas e fica acomodado numa armação do tamanho de uma van, foi colocado em um laboratório subterrâneo no campus da avenida Dr. Arnaldo com auxílio de dois guindastes.

O custo de US$ 7,6 milhões da máquina foi bancado com verbas da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), da secretaria estadual de Saúde e da própria USP.

A máquina ficará sob administração do departamento de radiologia da faculdade, mas em princípio poderá ser usada por projetos de pesquisa de qualquer instituição que tenham mérito atestado por um conselho especial.

"Não é viável que cada instituição do país tenha hoje uma máquina dessas, então a ideia é que esse aparelho consiga atender a comunidade de pesquisa como um todo", afirma Cerri.

Ele argumenta ainda que o fato de o aparelho ainda não estar liberado para ser usado em hospitais é uma vantagem. As primeiras máquinas de 3 tesla, afirma, chegaram ao Brasil quando esse uso já era permitido, e por isso o país teria perdido a oportunidade de participar do desenvolvimento da tecnologia.



Saúde




Alerta para a dengue
13/03/2015 - O Globo


O número de casos de dengue este ano cresceu 162% em comparação com o mesmo período de 2014. Houve, porém, queda de 32% nas mortes causadas pela doença. O número de casos de dengue cresceu 162% em um ano no país. Foram 224,1 mil de 1º de janeiro a 7 de março deste ano, contra 85,4 mil no mesmo período de 2014, de acordo com o mapa da doença divulgado ontem pelo Ministério da Saúde. Segundo o ministro Arthur Chioro, a combinação da alteração do período de chuvas, a mudança no perfil de armazenamento de água devido à crise hídrica e a introdução do vírus em comunidades antes não expostas estão entre os principais motivos para esse crescimento.
Mesmo com o avanço quantitativo nos diagnósticos de dengue, houve uma redução de 9,7% no total de casos graves. O recuo foi ainda mais significativo quando se observa o número de mortes, que caiu 31,5%, de 76 para 52 óbitos, de acordo com dados do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) e do balanço deste ano.
Dezoito capitais estão em estado de alerta. Entre elas, São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Vitória. Apenas uma está em situação de risco: Cuiabá, no Mato Grosso. Dos 566 municípios visitados no Sudeste, 257 estão em estado satisfatório, 255 em alerta e 54 em risco.
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, destacou também que mais cidades fizeram levantamento de casos neste ano.
— As variações climáticas, a alteração no período de chuva, o armazenamento de água em função de crise hídrica em algumas localidades estão entre os fatores. É preciso registrar também que houve aumento de 26% no número de cidades que fizeram o levantamento. Outro fator é que muitas cidades que não registravam casos e agora registram. Está se dando, como em Santa Catarina, introdução do vírus em população que nunca foi exposta antes. Mas é preciso registrar a redução de óbitos, que significa que os municípios e a sociedade estão respondendo aos apelos e se preparando melhor para o enfrentamento da doença — disse Chioro.
Em número de casos confirmados, o estado de São Paulo teve o maior crescimento: os registros saltaram de 15.605 para 123.738. Mas a maior quantidade de diagnósticos por 100 mil habitantes foi observada no Acre, onde a incidência cresceu de 40 para 695 por 100 mil habitantes. Os registros em São Paulo passaram de 35 para 281 casos por 100 mil habitantes.
— O estado de São Paulo é o que teve maior número de casos, e é interessante observar que o sorotipo do mosquito é o mesmo do ano passado. Logo, o aumento não está ligado, neste caso, a um novo sorotipo e uma baixa imunização — afirma Rodrigo Angerami, coordenador do Comitê de Doenças Emergentes da Sociedade Brasileira de Infectologia.

CRISE HÍDRICA PODE SER UMA DAS CAUSAS

Para o infectologista, o atual contexto climático e a crise hídrica podem ser dois fatores que impactaram no crescimento da doença.
— São Paulo também foi o estado mais afetado pela falta d’água. O armazenamento de água sem orientação adequada pode gerar criadouros de mosquitos. Além disso, a temperatura vem aumentando a cada ano, o que propicia o surgimento da epidemia.
No Estado do Rio, o número absoluto de casos mais que dobrou, de 2.678 para 5.693. A incidência por grupo de 100 mil habitantes saltou de 16,3 para 34,6. E o número de casos graves foi de 4 para 10, entre os períodos comparados. Os óbitos no estado também caíram, de 4 para 3 mortes.
O município fluminense em pior situação é Resende, onde a incidência foi de 2.723 casos por 100 mil habitantes, o que deixa a cidade em estado de alerta. A vizinha Itatiaia, com 1.260 casos por 100 mil habitantes, e Porto Real, com 373, vêm logo atrás na lista. A cidade do Rio registrou 5,3 casos por 100 mil habitantes e também está em alerta, mas perto do índice considerado satisfatório.
O ministro disse que dois conjuntos de ações devem ser tomadas: a prevenção, onde todos participam “dedicando 15 minutos por semana para dar uma geral na casa e no ambiente de trabalho”; e a associação de esforços da população com as equipes de prefeitura e agentes de saúde.
Para Angerami, a iminência de uma epidemia traz a necessidade de os governos repensarem o combate a doença.
— A dengue deve ser encarada como um dos desafios da saúde pública. Não se pode pensar somente no período de epidemia. Agora, com ela já iminente, é necessário estruturar a rede de assistência para evitar casos graves e óbitos.



SulAmérica faz acordo com Healthways para 'gestão de saúde'
13/03/2015 - DCI


A seguradora SulAmérica e a empresa norte-americana Healthways anunciaram ontem joint venture para oferecer serviços de "gestão de saúde" a seus clientes.
A ideia da parceria, cujo capital será detido na proporção de 49% pela SulAmérica e 51% pela Healthways, é melhorar a qualidade de vida dos segurados no Brasil e, com isso, reduzir a incidência de doenças no curto, médio e longo prazos. A estratégia deverá fazer com que a empresa a reduza os gastos futuros com sinistros, como internações hospitalares e gastos com médicos e remédios.
O vice-presidente de Saúde e Odonto da SulAmérica, Maurício Lopes, explicou que existirão quatro tipos de serviços, dependendo do perfil do cliente. As soluções variam desde sistema eletrônico de acompanhamento, para os clientes mais saudáveis, até coaching (treinador) de saúde com medidas personalizadas, para o caso dos clientes com quadro de saúde mais crônico.
"No caso de uma pessoa que se alimenta mal, tem situações de estresse relevante, a gente tem um coaching online, por exemplo", observou.
Lopes explicou que, embora já elaborasse soluções de "gestão de saúde", a SulAmérica optou pela fusão com a Healthways por observar a necessidade que todo o mercado de seguros terá em melhorar a rentabilidade no futuro, com principalmente com o aumento da longevidade.
"Havia um atraso de tecnologia no Brasil. A Healthways, que tem um histórico em soluções para gestão de saúde, queria entrar no Brasil. A associação é o resultado de uma parceria que teve início em 2013", disse Lopes. Atualmente, a Healthways trabalha com 68 milhões de clientes em todos os cinco continentes.
Segundo o executivo, as novas soluções não terão impacto nos custos do seguro da empresa, de forma que os prêmios atualmente pagos pelos clientes permanecerão.
Lopes apontou ainda ao DCI que a parceria é fruto de uma diretriz que a seguradora vinha adotando desde 2002, aliando a "gestão de saúde" à precificação das apólices e a gestão de sinistros no País.
"Essa tem sido a estratégia mais acertada, com benefícios reais para todos os envolvidos na cadeia de valor da saúde suplementar: para as pessoas significa viver melhor e por mais tempo; para os empregadores, aumentar a produtividade dos colaboradores; para as operadoras de saúde, um novo caminho efetivo para o gerenciamento de riscos", avaliou o presidente da SulAmérica, Gabriel Portella.




Governo diz não interferir em ação de Cuba.
13/03/2015 - Folha de S.Paulo


O coordenador nacional do programa Mais Médicos, Felipe Proenço, disse que tomou conhecimento na quarta (11), extraoficialmente, das queixas dos médicos cubanos sobre a pressão para que seus parentes voltem a Cuba. Mas afirmou que a resolução delas está fora da alçada do Ministério da Saúde.
Segundo ele, a pasta supervisiona as atividades dos médicos cubanos nos postos de trabalho, mas não tem poder de interferir na relação contratual deles com Cuba e a Opas --braço da Organização Mundial da Saúde que intermediou a vinda dos profissionais da ilha ao Brasil.
"Quem tem gerência sobre a indicação e seleção dos médicos que estão participando do programa é o Ministério da Saúde com a Opas", diz.
Sobre a permanência dos dependentes dos médicos no Brasil, ele afirma que o ministério segue "rigorosamente" o que está estabelecido na lei do Mais Médicos. "Ele pode trazer o dependente legal com o mesmo prazo de validade do visto do titular."
Proenço afirma, no entanto, que, se for registrado aumento da desistência de médicos cubanos no programa, o ministério poderá investigar as causas, embora sua atuação seja limitada.
"Desligamentos que não estejam relacionados às atividades deles no programa são do âmbito do governo cubano e da Opas, e não da coordenação do projeto."
Atualmente, segundo ele, a taxa de desistência dos cubanos não chega a 1%.
O coordenador diz que o desligamento dos médicos do programa está previsto em situações eventuais --como se houver falta grave no trabalho nas unidades de saúde ou por motivos de doença.
A Folha encaminhou mensagens e deixou recados desde quarta na Embaixada de Cuba em Brasília e no Consulado-Geral em São Paulo, mas não obteve resposta. Também enviou e-mail à vice-ministra da Saúde de Cuba, Estela Cristina Morales, igualmente sem resposta.





Brasil tem 340 municípios em situação de risco para dengue
12/03/2015 - Valor Econômico


Levantamento do Ministério da Saúde divulgado nesta quinta-feira indica que 340 municípios brasileiros estão em situação de risco para epidemias de dengue e chikungunya. Ainda de acordo com os dados, 877 cidades estão em alerta para ambas as doenças. De acordo com a pasta, 1.844 municípios fizeram o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) de janeiro a fevereiro deste ano - e registraram um aumento de 26,38% em relação aos participantes em 2014.
Os números mostram que uma capital se encontra em situação de risco, Cuiabá (MT), enquanto 18 estão em situação de alerta: Aracajú (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), São Paulo (SP) e Vitória (ES).
Conforme o levantamento, a Região Nordeste concentra a maioria dos municípios com índice de risco de epidemia (171), seguida pelo Sudeste (54), Sul (52), Norte (46) e Centro-Oeste (17).
Na Região Nordeste, o armazenamento inadequado de água responde pela maioria dos criadouros do mosquito Aedes aegypti (76,5%). No Norte, o principal problema é o lixo (48,2%). No Sudeste, os depósitos domiciliares respondem pela maior parte dos criadoruros (52,6%). No Centro-Oeste e no Sul, o principal foco do mosquito é o lixo (51,6% e 52,7%, respectivamente).
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, avaliou que o LIRAa constitui uma ferramenta importante para direcionar ações de prevenção e combate à dengue e ao chikungunya. "É um dispositivo que orienta a ação não apenas de autoridades sanitárias, mas da própria comunidade em cada cidade, em cada região. Ele representa a capacidade de mapear a situação em diferentes cidades, com graduação de riscos diferentes".



Prejuízo da Amil aumenta quase sete vezes em 2014
12/03/2015 - Valor Econômico


A Amil, maior operadora de planos de saúde do país, registrou no ano passado um prejuízo de R$ 259,4 milhões, o que representa quase sete vezes mais do que o apurado em 2013.
A receita líquida da operadora aumentou 25%, para R$ 15 bilhões no ano passado. Já os custos avançaram 28,1%, atingindo R$ 12,3 bilhões no período.
Em dezembro, a Amil possuía uma carteira com 5,2 milhões de usuários de planos de saúde e dental. Desde 2012, a Amil pertence à americana UnitedHealth Care, que vem implementando uma reestruturação na operadora brasileira, vendida por quase R$ 10 bilhões.




Casos de dengue mais do que dobram no país e São Paulo lidera aumento
13/03/2015 - Valor Econômico


O número de casos de dengue cresceu 162% neste ano em comparação ao mesmo período do ano anterior, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério da Saúde.
Do início de janeiro até dia 7 de março, o país registrou 224 mil casos da doença, contra 85 mil no mesmo período de 2014.
O avanço ocorre fora do período considerado de maior incidência da doença, entre março e maio - o que deve elevar ainda mais o número de casos nos próximos meses.
Hoje, a região que lidera o ranking de registros é o Sudeste, com 145 mil casos da doença registrados até a última semana. Em 2014, se observado o mesmo período, eram 37 mil.
O aumento é ainda maior em São Paulo, Estado que concentra 55% dos registros de dengue no país. Desde o início de janeiro, já foram identificados 123.738 casos de dengue, contra 15.605 no mesmo período do ano anterior, o que corresponde a um crescimento de 692%.
Enquanto o Brasil teve redução de 32% no número de mortes causados pela dengue, em São Paulo esse número cresceu: passou de nove, total registrado no início de 2014, para 35 neste ano.
Outros Estados que também vivem o avanço da dengue são Goiás, com 26 mil casos, e Acre, com 5.494, de acordo com o balanço.

Falta de água

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, diz que "alterações climáticas", a crise no abastecimento de água e o início da transmissão em cidades que não tinham registros anteriores da doença podem ter colaborado para o aumento no número de casos no país.
"A falta de água em muitas regiões fez com que muitas pessoas armazenassem água sem proteção, o que aumenta a infestação do mosquito", explica.
Além disso, alguns municípios também podem ter falhado nas ações de prevenção. "Não houve prevenção suficiente para que se pudesse eliminar os criadouros e ter um resultado mais adequado. As autoridades que fazem a lição de casa acabam tendo melhores resultados."
Chioro diz ainda que não é possível descartar o risco de uma epidemia da doença, como ocorreu em 2013.
"Não é possível de antemão afirmar que não teremos [uma epidemia]. Mas, no monitoramento semana a semana, não temos hoje o mesmo comportamento observado em 2013", afirma. "O que temos é uma previsão de um aumento no número de casos que deve persistir até maio. Esse aumento será maior ou menor dependendo da resposta que conseguirmos fazer."

Cidades sem risco

Um levantamento sobre os focos de infestação do mosquito transmissor da dengue, divulgado também nesta quinta-feira, mostra os municípios com maior situação de risco para a doença.
De 1.844 municípios analisados, 340 tinham focos do mosquito e criadouros em índice superior ao permitido e apresentam risco de epidemia pela dengue.
Outras 877 cidades têm índice médio e, com isso, estão em situação de alerta. Entram nesta lista 18 capitais do país, como São Paulo, por exemplo.
Por outro lado, apenas 627 municípios do total analisado tinham índices satisfatórios.





SulAmérica faz parceria em saúde com Healthways
13/03/2015 - Valor Econômico


A SulAmérica e a empresa americana Healthways, que provê serviços relacionados à saúde, anunciaram ontem acordo para criação de uma joint venture no Brasil. A parceria tenta endereçar um dos desafios estruturais que a seguradora enfrenta: a alta taxa de indenização do segmento saúde e odontológico, principal área de atuação da empresa.
A lógica é que a aliança com a Healthways aumentará a capacidade da SulAmérica de prevenir doenças e tratar pacientes crônicos, reduzindo custos com tratamentos efetivos. As ações também incluem acompanhamento pós-hospitalar, para evitar que o paciente volte a ser internado.
Para viabilizar a aliança, SulAmérica e Healthways vão criar nova empresa, a Healthways do Brasil, em que a seguradora terá uma participação de 49%. O acordo prevê que a SulAmérica pagará cerca de R$ 250 milhões à Healthways do Brasil ao longo dos próximos cinco anos pelos serviços que a nova empresa prestará à seguradora.
"Neste ano, os pagamentos pelos serviços devem ficar perto de R$ 20 milhões", afirma Arthur Farme D'Amoed Neto, diretor de relações com investidores da companhia. Além desse compromisso de cinco anos, a SulAmérica também fará um aporte na Healthways do Brasil, empresa na qual terá 49% de participação. Farme não especificou o valor do aporte.
"Temos uma série de serviços, como o acompanhamento de doenças crônicas, que são prestados por pequenas e médias empresas espalhadas pelo Brasil. O plano é migrar esses serviços para a Healthways", diz Farme. Segundo ele, a companhia fará os pagamentos e o aporte com o caixa livre da companhia, sem necessidade de captação de recursos no mercado.
Até o fim do ano, a Healthways atenderá cerca de 30 milhões de segurados da SulAmérica, hoje acompanhados por outros programas, afirma Nicolas Toth, presidente da Healthways do Brasil.
Os segmentos saúde e odontológico são, de longe, o carro-chefe da SulAmérica e representam cerca de 71% da receita da companhia. Em números de 2014, isso equivale a R$ 9,6 bilhões em prêmios de seguros. A questão, porém, é que eles apresentam um volume de perdas muito maior que as demais áreas da seguradora. A taxa de sinistralidade de saúde (relação entre receita e indenizações pagas) foi de 81,4% no segmento em 2014, ante uma média de 74,9% na empresa como um todo.
"A joint venture oferece alternativas para a SulAmérica fomentar o cuidado preventivo de saúde, muito menos caro que o tratamento regular", destacam os analistas do Credit Suisse, em relatório. Eles afirmam que, em 2015, há duas frentes crescentes de pressão sobre os custos do segmento: o avanço significativo da inflação médica e a desvalorização do real, que impacta o preço de equipamentos.
"É uma decisão estratégica que vai nos ajudar a reduzir os gastos com sinistros de saúde no médio e longo prazo", diz o presidente da SulAmérica, Gabriel Portela.
SulAmérica e Healthways já tinham começado uma parceria anteriormente. Em 2013, implementaram juntas a plataforma "Saúde Ativa", com foco em prevenção de doenças de 8 mil pessoas.
"Será uma forma de trazermos ao Brasil a série de inovações que fizemos pelo mundo nos últimos anos", afirma Peter Choueri, presidente da Healthways International. Além de empresas de saúde, a Healthways atende companhias de outros setores e até mesmo governos. São iniciativas que envolvem tecnologias novas de diagnóstico, bancos de dados que ajudam na prevenção de doenças e programas de incentivo para mudanças de hábito em empresas.
Entre as mais pitorescas inovações, há clientes da Healthways que chegaram a instalar esteiras (sim, como as de academia) em salas de reunião, para diminuir o sedentarismo. Há também adaptações em escritórios para fazer o funcionário trabalhar parte do dia em pé e que soltam alertas para que lembrem de beber água. Tudo em nome de uma vida mais saudável, é claro.



Unimed-Rio tem prejuízo e negocia venda de hospital
13/03/2015 - Valor Econômico


A Unimed-Rio está negociando a venda de seu hospital, localizado na Barra da Tijuca, com três interessados. Entre eles, estão a Rede D'Or e fundos de private equity nacionais e estrangeiros, segundo o Valor apurou.
"Há um mandato com três interessados. Estamos discutindo valores. Pode ser uma venda total ou parcial", disse Alfredo Cardoso, novo superintendente-geral da Unimed-Rio, sem revelar o nome dos potenciais compradores. A transação pode ser fechada em até 90 dias.
Em novembro de 2014, quando surgiram as primeiras informações no mercado sobre conversas relacionadas à venda do hospital, a Rede D'Or negou qualquer negociação.
Naquela época, a venda era estimada em R$ 500 milhões. Com a aprovação da lei que permite capital estrangeiro em hospitais em janeiro, o ativo foi valorizado. A Unimed-Rio negocia um preço pelo menos 30% superior com os interessados. Além da legislação, a cooperativa argumenta que o hospital está situado na Barra da Tijuca, onde 50% dos moradores têm planos de saúde e a valorização imobiliária foi de 20% no último ano.
Inaugurado no fim de 2012 com investimento de cerca de R$ 300 milhões, o hospital da Unimed-Rio deixou de ser um negócio interessante para a cooperativa. Segundo Cardoso, que até novembro era executivo da Amil, hospital é um ativo que demanda investimentos altos e constantes, sofre depreciação que impacta o resultado da operadora e não pode ser colocado como garantia nas provisões exigidas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
"Quando o hospital foi idealizado o mercado era outro e a Unimed-Rio não tinha experiência com rede própria. Hoje, há no país 'players' da área imobiliária que fazem, por exemplo, 'leaseback'", disse Cardoso. O leaseback é o mecanismo que permite à empresa vender seu imóvel e firmar um contrato de aluguel de longo prazo com o comprador para manter sua utilização.
A venda do hospital foi o caminho encontrado pela Unimed-Rio para aliviar a situação financeira. Em 2014, a cooperativa médica, que tem mais de 1,1 milhão de usuários, teve prejuízo de R$ 198,6 milhões - o primeiro resultado negativo desde 2002.
E, por se tratar de uma cooperativa, os 5,3 mil médicos associados ativos da Unimed-Rio terão que arcar com a perda e fazer um aporte para cobrir o déficit até o fim deste ano. Em 2012, a Unimed Paulistana acionou 2,5 mil cooperados para levantar R$ 67 milhões.
Mesmo com os recursos levantados com a venda do hospital, os cooperados continuam sendo obrigados a assumir o prejuízo. Em 2014, a Unimed-Rio ficou com caixa negativo de R$ 164 milhões e o patrimônio líquido caiu 64%, para R$ 108,4 milhões.
A forma como será feita a capitalização na cooperativa do Rio só será definida a partir de uma nova assembleia a ser realizada em cerca de dez dias. Na última terça-feira, a reunião marcada para eleger o conselho fiscal e apresentar o balanço de 2014 foi marcada por um forte tumulto. Após 17 anos, a chapa de oposição do presidente da Unimed-Rio, Celso Barros, venceu a eleição do conselho fiscal.
"Há uma total falta de transparência. Só temos acesso aos números uma vez por ano. O endividamento cresceu muito e agora temos essa capitalização para cobrir o prejuízo", disse Eduardo Costa, médico que assumirá o conselho fiscal em abril.
Há 21 anos à frente da Unimed-Rio, Barros tem sido alvo de críticas da oposição, que questiona estratégias como os investimentos no hospital e em centros de atendimento, que demandaram R$ 650 milhões, além do patrocínio de 15 anos do Fluminense.




Capital diz que situação é grave e culpa crise hídrica
13/03/2015 - Folha de S.Paulo


Com três vezes mais casos confirmados de dengue no primeiro bimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, as autoridades municipais de saúde passaram a considerar a situação da capital para a doença como "extremamente grave". Parte da culpa é atribuída à crise hídrica.
O secretário-adjunto da Saúde do município, Paulo Puccini, enfatizou a crise de abastecimento de água como um dos fatores que explicam o recrudescimento da doença.
"Em nossas pesquisas sobre a presença de larvas [do mosquito Aedes aegypti] ou de criadouros nas residências ocupadas está demonstrado o aumento de resultados positivos, cinco vezes maior que no ano passado", diz Puccini.
Segundo os dados apresentados por ele, há um "grande impacto de recipientes típicos de armazenamento de água" como criadouro da larva: 212% de aumento em relação a 2014.





Com alta de 692%, SP puxa avanço da dengue no país
13/03/2015 - Folha de S.Paulo


Após uma redução nos casos de dengue no ano passado, o Brasil vive agora um novo avanço inesperado da doença, com 224 mil casos notificados do início de janeiro até agora --eram 85 mil no mesmo período de 2014.
Metade fica só em São Paulo, que lidera o ranking da dengue em casos e em mortes em decorrência da doença.
Neste ano, já foram registrados cerca de 124 mil casos de dengue no Estado e 35 mortes, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (12) pelo Ministério da Saúde. Eram pouco mais de 15 mil no início do ano passado. Houve crescimento de 692%.
Com isso, o Estado já atinge 281 casos a cada 100 mil habitantes, proporção que já o coloca à beira de uma epidemia --a Organização Mundial de Saúde considera que a situação ocorre quando a incidência ultrapassa 300 casos por 100 mil habitantes.dades paulistas, o índice já é epidêmico. Em Trabiju, por exemplo, a dengue atinge a proporção de 14 casos a cada 100 habitantes --é a maior concentração de casos do país.
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo disse que foram confirmados até agora 44.202 casos de dengue no Estado, uma incidência de 105 casos por 100 mil habitantes. O número é inferior ao apontado pelo Ministério da Saúde porque este inclui todos os casos notificados da doença.
Ao todo, 20 Estados tiveram aumento no número de casos de dengue neste ano em comparação a 2014.
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, atribui a alta a uma "associação de fatores", que inclui mudanças no período de chuvas e a entrada do vírus em cidades sem contato anterior com a dengue.
A crise no abastecimento de água é outro fator que leva ao avanço nos casos, segundo o ministro. "As pessoas armazenam água sem proteção, o que aumenta a infestação do mosquito".
Segundo Chioro, o aumento até agora ocorreu fora do período esperado de maior incidência da doença, que ocorre a partir deste mês --o que deve elevar ainda mais as notificações. "Teremos um aumento que deve persistir até maio. Ele será maior ou menor dependendo da resposta que conseguirmos dar."




Cuba pressiona profissionais do Mais Médicos por volta de parentes
13/03/2015 - Folha de S.Paulo


O governo cubano está pressionando profissionais do programa Mais Médicos, bandeira da presidente Dilma Rousseff (PT), para que seus familiares (cônjuges e filhos) que estejam no Brasil voltem imediatamente a Cuba.
Caso contrário, ameaça substituí-los por outros médicos que já estariam selecionados, aguardando vaga.

Até dezembro, dos 14.462 profissionais trabalhando no Mais Médicos, 11.429 --quase 80%-- eram cubanos. Não há estimativa de quantos estão com as famílias no Brasil.
A pressão tem sido feita diretamente pela vice-ministra da Saúde de Cuba, Estela Cristina Morales, e por seus interlocutores, que vêm se reunindo com médicos cubanos em várias cidades brasileiras. Ela foi confirmada à Folha por oito médicos cubanos e dois supervisores do Mais Médicos.
O principal argumento de Cuba é de que no contrato de trabalho do governo da ilha com os médicos só há previsão de que eles possam receber visitas de parentes --sem fazer menção a moradia.
O contrato, porém, não estipula prazo para as visitas, abrindo brecha para que se estendam. O governo brasileiro concede aos familiares dos médicos cubanos visto de permanência de 36 meses --mesmo tempo dado a eles.
O Ministério da Saúde diz que não há nada que impeça a família dos médicos de permanecer no Brasil. O artigo 18 da lei de criação do Mais Médicos prevê a vinda de dependentes dos profissionais.
As regras para viagens de cubanos ao exterior foram flexibilizadas pelo governo da ilha desde janeiro de 2013, não sendo mais preciso autorização prévia. Elas mantiveram em aberto, no entanto, a possibilidade de vetar pesquisadores, médicos, atletas e opositores ao regime.
A presença de cônjuges e filhos no Brasil, na prática, facilita a fixação desses médicos cubanos no país, agravando os riscos de fuga de uma mão de obra qualificada, que gera dinheiro para a ilha.
No sábado (7), a vice-ministra cubana esteve no município de Jandira (SP). Entre as 13h e as 16h conversou com médicos e disse que há 530 profissionais na ilha à espera de vaga no programa.
"O recado foi claro. Se os familiares não voltarem, seremos substituídos", diz um médico que pede anonimato.
Há casos em que marido e mulher são do programa e têm filhos pequenos. "Temos dois casais de amigos que têm filhos de três e seis anos e que estão sendo pressionados para mandar as crianças de volta, sozinhas", relata outro.
"Querem que meu marido volte. Ele está há quatro meses empregado, com carteira assinada. Não é justo", afirma uma médica cubana que atua na Grande SP.
Outra teme se separar do marido e do filho de sete anos --já matriculado numa escola. "Se eles forem obrigados a voltar, irei junto."

'É um absurdo', afirma médico cubano no Pará


A pressão para que familiares dos médicos retornem a Cuba tem repercutido em blogs de cubanos (que usam nomes falsos para evitar retaliações).
"As missões médicas são hoje a principal fonte de renda para Cuba. É um absurdo nos submeter a esse sacrifício, que é ficar longe da nossa família", escreveu um médico cubano que vive no Pará.
O professor da USP Gustavo Gusso, um dos supervisores do Mais Médicos, diz ter ouvido vários relatos sobre a pressão.
Ele defende que o governo brasileiro interfira em favor dos médicos cubanos por uma questão humanitária e também porque a troca traz prejuízo ao paciente. "Há uma relação de confiança estabelecida."
O médico Ademir Lopes Júnior, outro supervisor, diz ter ouvido relatos desesperados dos cubanos. "Eles já têm vínculo."







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