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Anvisa suspende distribuição e comercialização de medicamento anticonvulsivante
30/01/2015 – Agência Brasil


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu hoje (30), em todo território nacional, a distribuição, comercialização e uso do medicamento Carbamazepina 20 mg/ml. Publicada no Diário Oficial da União, a medida é referente ao lote 1081/132, com validade até setembro deste ano.
A carbamazepina é um medicamento anticonvulsivante, indicado para diversas doenças, como epilepsia, transtorno bipolar e abstinência alcoólica, entre outras.
De acordo com a Anvisa, o recolhimento do medicamento ocorreu em razão de um laudo de análise fiscal emitido pelo Laboratório Central do Estado do Rio Grande do Sul. A análise obteve resultado insatisfatório, por apresentar sedimento de cor branca que não se dispersa, mesmo sob forte agitação.
A agência explicou que o medicamento é uma suspensão oral. Nesse tipo de medicamento, o pó deve ser ressuspenso no liquido após agitação, formando uma suspensão homogênea antes da administração. No medicamento analisado, mesmo após forte agitação, o pó não ressuspendia, permanecendo no fundo do frasco.
A Anvisa determinou, ainda, que a empresa recolha o estoque encontrado no mercado. O medicamento é fabricado por Hipolabor Farmacêutica Ltda. A empresa será autuada por disponibilizar no mercado produto com desvio de qualidade.


Pesquisa e Desenvolvimento

 

Preço embaixo
02/02/2015 - IstoÉ


A quebra em abril da patente do Cialis resultará em nova e acirrada guerra no mercado de genéricos no Brasil. A Medley promete seu produto para disfunção erétil à base de Tadalafila 35% mais barato que o valor cobrado pela americana Eli Lilly, fabricante exclusiva do líder nesse segmento no País. O Cialis da Medley será o destaque dos dez novos remédios que a empresa colocará no mercado até junho.



SAIDEIRA DA SAÚDE
02/02/2015 - IstoÉ


Duas monumentais e inéditas pesquisas no campo da saúde pública ligaram a sirene de emergência no País. A primeira veio do Programa Conjunto das Nações Unidas HIV/Aids. A segunda foi realizada pelo IBGE e Ministério da Saúde, é dotada de uma abrangência jamais vista no Brasil e teve a sua publicação efetivada em todo o território nacional. Em ambas o diagnóstico é aflitivo. Há, entretanto, uma excelente notícia que nos chegou ainda nos últimos dias do ano passado. Trata-se de um primeiro e eficaz passo que está sendo dado na área da profilaxia, e não por iniciativa da comunidade médica, mas, isso sim, a partir de providências do Ministério Público e do Tribunal Regional Federal da Quarta Região (compreende os Estados da região Sul). O remédio é amargo, mas faz bem aos indivíduos e à sociedade: tentar-se-á limitar em 2015, em todo o País, os horários em que emissoras de rádio e televisão poderão fazer propaganda de bebidas alcoólicas. Aquelas que contiverem mais de 0,5 grau de álcool (praticamente todas) só poderão ter seus anúncios veiculados entre nove horas da noite e seis horas da manhã. Mais: entre as nove e as 11 da noite só serão anunciadas em programas para maiores de 18 anos. Traz-se assim as bebidas de médio e baixo teor (vinho e cerveja, por exemplo) para o terreno das bebidas com pelo menos 13 graus Gay Lussac (todos os destilados). Por que tal medida é boa? Voltemos às duas pesquisas, e veremos.

O estudo da ONU é terrificante: enquanto em todo o mundo o índice de novos casos de infecção pelo HIV retrocedeu 28%, aqui ele aumentou na casa dos 11%, colocando o Brasil como o país com a maior taxa de contaminação na América Latina. Com artigo de minha autoria intitulado "A dose a mais de HIV", essa seção já mostrou que a causa prevalente da proliferação do HIV está na tibieza das campanhas que abordam a necessidade

do sexo seguro sem veicular a informação de que a ingestão de bebida alcoólica é o principal fator de esquecimento do uso de preservativo - tal esquecimento é fruto do déficit na capacidade de crítica e julgamento provocado pelo álcool, que interfere na rede neural, sobretudo nos neurotransmissores Gaba A e glutamato. Relevante é informar que 0,1 miligrama de álcool por mililitro de sangue aumenta em 5% o riso de sexo não seguro. Na semana passada ao lançar a campanha preventiva para o Carnaval, o Ministério da Saúde admitiu que 45% dos brasileiros não usam camisinha nas relações casuais. A campanha, no entanto, é omissa quanto à bebida alcoólica.

A segunda pesquisa impactante, feita pelo IBGE, vai direto ao ponto: quatro em cada dez brasileiros têm doença crônica, e entre elas estão diabetes, depressão, câncer e hipertensão, todas passíveis de serem causadas ou agravadas pela bebida. A cada quatro entrevistados, pelo menos um admite que dirige após ter bebido. E 50% começam a beber antes dos 17 anos. Em um país no qual a ocupação de leitos públicos psiquiátricos por alcoolistas chega a 80%, a Justiça fez o que o governo federal deveria ter feito há muito tempo - e ainda que a decisão seja reformada quando chegar à última instância de jurisdição, a largada dessa corrida pela vida é irreversível. O enrijecimento no horário de propaganda é intromissão na vida privada dos indivíduos? O argumento é anacrônico, e prova disso é que a quase tolerância zero ao tabagismo está funcionando: o número de fumantes despencou 25% entre 2008 e 2013, e ex-fúmantes parabenizaram, na própria pesquisa, a legislação que os obrigou a apagar o cigarro. A lei seca no trânsito também é positiva e só irresponsáveis a ela se opõem. O Judiciário está fazendo a sua parte. Que em 2015 os legisladores tenham a coragem de seguir por esse caminho. Antonio Carlos Prado é editor executivo da revista ISTOÉ



Só 0,01% dos cordões umbilicais de bancos privados tiveram uso
31/01/2015 - Folha de S.Paulo

Após dez anos da implantação dos bancos privados de sangue de cordão umbilical no país, tidos como promessa de tratamento para algumas doenças, só 13 entre 92.545 unidades armazenadas nesses locais foram usadas para fins terapêuticos.

Os dados fazem parte de um relatório ainda inédito da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) sobre o tema. Hoje, os bancos particulares respondem por 83% das unidades de sangue de cordão armazenadas no país.

Nos 13 bancos públicos, que compõem a rede BrasilCord, há 19.284 unidades. Desse total, 175 foram usadas em transplantes.

Para especialistas, a baixa utilização do material guardado na rede privada reacende o debate sobre a utilidade de pagar pelo armazenamento, cujo custo chega a R$ 1.000 por ano.

Hoje, o sangue de cordão armazenado em bancos privados é restrito ao uso do paciente. Nos bancos públicos, o material pode ser usado por qualquer pessoa, desde que haja compatibilidade.

O motivo para a aposta de ambos os lados: assim como a medula óssea, o sangue de cordão umbilical e placentário é rico em células-tronco hematopoéticas, que podem ser usadas para tratar pacientes com doenças do sangue, como leucemias.

Mas também há limitações. Segundo a geneticista Mayana Zatz, da USP, ainda não há garantia de que o material poderá ser utilizado pela própria pessoa no futuro.

Isso ocorre porque a quantidade de células pode não ser suficiente de acordo com o peso do paciente, ou porque algumas delas podem ter a carga genética de algumas doenças. Nesse caso, o aconselhável é utilizar o material de outro doador compatível.

"Hoje o sangue de um cordão é suficiente para uma pessoa de até 50 kg. Se tiver mais do que isso, precisa de um segundo. E aí não adiantou nada guardar o primeiro", afirma.

"O que se sabe é que o sangue do cordão umbilical é muito importante para tratar doenças hematológicas, como leucemias e anemias, mas a probabilidade de ter uma doença dessas num recém nascido é muito pequena", completa Zatz, que defende o armazenamento em bancos públicos ou que seja guardado o tecido do cordão, também rico em células-tronco.

Do total de unidades utilizadas pelos bancos privados, só cinco foram usadas pelo próprio bebê, e três delas em protocolos de pesquisa, ou seja, como forma de testes para tratamento. O restante do material foi para parentes.

O relatório da Anvisa aponta ainda um aumento no número de bancos particulares de cordão no país, que passaram de oito para 20 em 2013. Mas, pela primeira vez, houve uma redução de 12,5% no número de coletas de amostras de sangue.

Para Renata Miranda, gerente de sangue, tecidos, células e órgãos da Anvisa, isso indica uma maior conscientização sobre o tema. Há dois anos, o órgão lançou cartilha em que afirma que ter o sangue de cordão armazenado em um banco privado "não é um seguro de vida".

Mesma posição tem a ABHH (Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular), para a qual os bancos privados têm alimentado um comércio baseado em "propaganda enganosa".


Nunca é cedo para prevenir
02/02/2015 - O Globo


Um estudo da Universidade de Southampton reforça as evidências de que a obesidade infantil pode ser prevenida antes e durante a gravidez e também nos primeiros anos de vida da criança.

Os cientistas da universidade britânica afirmam que quatro fatores de risco maternos (obesidade, ganho de peso em excesso na gravidez, tabagismo e baixo nível de vitamina D) associados a um curto período de amamentação ( menos de um mês) podem levar ao sobrepeso ou à obesidade infantil. Estudos anteriores já tinham avaliado esses fatores de risco individualmente, mas raras vezes os efeitos de uma combinação deles foram analisados, como agora.
— Os primeiros anos de vida são um período crítico. É a fase em que o apetite e a regulação do equilíbrio de energia são programados, o que tem consequências no excesso de peso — afirma o professor Sian Robinson, que comandou o estudo. — Mesmo que a importância da prevenção nos primeiros anos de vida seja reconhecida, o foco está na idade escolar. Nossa pesquisa sugere que as intervenções para prevenir a obesidade precisam começar antes mesmo da gravidez. Ter um corpo saudável e não fumar são itens-chave — explica Robinson.
Os dados de 991 crianças foram analisados pela pesquisa. Segundo os cientistas, uma criança de 4 anos que foi exposta a quatro ou cinco dos fatores de risco tem sua chance de desenvolver obesidade aumentada em 3,99 vezes quando comparada a outra que não passou pela mesma situação. O estudo foi publicado pelo “The American Journal of Clinical Nutrition”.



 

Saúde



O CÂNCER NA MIRA
02/02/2015 - Veja


Há quinze anos. a paulistana Eny Rodrigues estava amamentando sua segunda filha quando notou uma mancha vermelha no seio esquerdo. Preocupada, procurou um médico. O diagnóstico: câncer de mama. Submetida à mastectomia. Eny passou também por sessões de quimioterapia e radioterapia. Cinco anos depois, em 2006, a alta foi anunciada — e comemorada. Em 2007, porém, Eny começou a sen tir fortes dores nos braços, nas pernas e na coluna. Imaginou ser hérnia de disco. Não era. O câncer voltara, com metástases nos ossos e no fígado. A deterioração física foi rápida. No início, ela mancava. Em seguida, já não conseguia mais andar e mal saía da cama. Em seis meses, perdeu 20 quilos. "Sentia dores horríveis", lembra Env. "Tomava morfina de quatro em quatro horas.'' O prognóstico era dos piores. Deram-lhe alguns meses de vida. Em razão da gravidade do estado de saúde e do seu tipo de câncer, o agressivo HER-2, foi convidada a participar de uma pesquisa com um medicamento experimental na ocasião, o pertuzumabe. Env nada tinha a perder e aceitou a oferta.
Hoje, aos 57 anos, oito depois, ela está livre das metástases. Recuperou a independência, está animada e forte. A cada 21 dias vai ao hospital receber a medicação endovenosa. Aprovado pelos governos americano e brasileiro em 2012 e 2013, respectivamente, o pertuzumabe reduz em até 32% a taxa de mortalidade entre as pacientes com câncer HER-2 — e 80% apresentam redução no tamanho do tumor. Diz o mas-tologista Roberto Hegg, chefe da pesquisa com o pertuzumabe realizada no Brasil, no Hospital Pérola Byington, em São Paulo: "São os melhores índices já alcançados no controle de metástases".
Eny é personagem de um novo, silencioso e extraordinário progresso na oncologia. Pacientes graves como ela têm à disposição atualmente um arsenal de medicamentos capazes de aumentar sua sobrevida — e, o melhor, sem todo aquele sofrimento que um câncer em estágio avançado pode causar. Pertencentes à categoria das tera-pias-alvo, os novos remédios funcionam como mísseis teleguiados. Foram desenhados de modo a agir exclusivamente sobre as células doentes (veja o quadro nas págs. 74 e 75). Com isso, além de mais eficazes, oferecem menos reações adversas do que a quimioterapia tradicional. Nos últimos cinco anos, os medicamentos desse grupo conseguiram melhorar a vida de muita gente. Nos casos de câncer de pulmão, por exemplo, houve uma redução na taxa de mortalidade de até 50%. Para alguns tipos de melanoma, a queda chegou a 63% (veja o quadro ao lado). "Há uma mudança na lógica do tratamento", diz Fernando Maluf, chefe da oncologia do Hospital São José, da Beneficência Portuguesa, em São Paulo. "Para alguns tipos de câncer, a cirurgia e a quimioterapia perdem parte de sua relevância, e as novas terapias ganham espaço."

Apesar de todas as conquistas, essa nova linha de tratamento está longe de representar a bala de prata contra o câncer, tampouco a sua cura, ou mesmo a sonhada "cronificação" da doença. O ganho de sobrevida conquistado pelos novos remédios em comparação aos métodos tradicionais, em geral, é contado em meses — em raríssimos casos, como o de Eny, em mais de dois anos. Na frieza das estatísticas médicas, para os pacientes graves de câncer de pulmão, o aumento foi de três a oito meses. Entre as portadoras de tumores mamários, o pertu-zumabe oferece, em média, dezesseis meses a mais de sobrevivência. "Quando confrontadas com uma doença grave, as pessoas não querem viver mais para comprar um carro, casar e ter filhos ou descobrir sua vocação", diz a médica Ana Claudia Arantes, especialista em cuidados paliativos do Hospital das Clínicas. "Querem viver, em uma semana, um mês, um ano, tudo aquilo que adiaram a vida inteira. Querem apenas expressar e receber amor, perdoar e pedir perdão, agradecer e se sentir importantes." O desenvolvimento de medicamentos ancorados nas terapias-alvo, associado às recentes descobertas de uma frente promissora do combate ao câncer, a imunoterapia, promete novidades na luta contra a doença. As principais linhas de pesquisa da imunoterapia visam a duas proteínas: PD1 e PD-L1 (PD é a sigla em inglês para "morte programada"). Em uma pessoa saudável, essas substâncias contribuem para a regulação do sistema imunológico, determinando quando ele deve ser ou não ativado. Geralmente, as células tumorais não são reconhecidas como "inimigas" porque são produzidas pelo próprio organismo. Ou seja, na presença de um tumor, a PD1 e a PD-L1 podem acabar se transformando em "guardiãs" da doença. "O objetivo da imunoterapia é desabilitar essas proteínas de modo a fazer com que as células de defesa reconheçam o câncer e passem a atacá-lo", diz Paulo Hoff. chefe da oncologia do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Há dois medicamentos dessa família aprovados nos EUA, o pembrolizumabe e o nivolumabe, para melanoma. Mas a expectativa é que eles possam ser usados no tratamento do linfoma e de tumores de rim, bexiga, pulmão e estômago. Ressalve-se que as pequenas grandes vitórias no freio ao câncer metastá-tico, fruto da associação de remédios milimetricamente precisos à imunologia, decorrem a rigor das notáveis conquistas no diagnóstico dos tumores em fase inicial. Nos últimos trinta anos, quando detectado precocemente, o câncer vem perdendo a invencibilidade. Hoje, depois de cinco anos, 75% dos pacientes estão vivos. Na década de 70, eram 55%. Em alguns casos, as taxas de sobrevida são maiores. A chance de cura de um tumor de próstata, identificado no início, é de 98%. Um dos motivos: a atual acuidade dos aparelhos de radioterapia, com os quais é possível controlar com exatidão as doses de radiação. Entre as mulheres, a modernização dos mamógrafos permitiu a detecção de tumores mamários de apenas 0,5 centímetro de diâmetro. Some-se a popularização das mamografias e a probabilidade de cura atinge 99%. ?



Ebola estigmatizou a Guiné perante o mundo
01/02/2015 - Folha de S.Paulo


Em 2012, dois anos após ser eleito presidente da Guiné, Alpha Condé, 76, disse ao jornal inglês "The Guardian" que gostaria de ser uma mistura de Nelson Mandela e Barack Obama.

Teria de superar uma herança de mais de 50 anos de ditadura, iniciada após o fim da colonização francesa, em 1958, e que só terminou com as eleições de 2010.

Condé afirmou que poderia fazer do pequeno país africano uma democracia estável e uma potência econômica. "Serei Mandela, por sua luta pela liberdade, e Obama, pelo que fez pela esperança".

Não esperava, porém, que o país seria vítima do ebola.

Em um ano, a epidemia matou quase 1.900 pessoas e levou a maioria das multinacionais de mineração --setor responsável por 30% do PIB-- a suspenderem as atividades.

A previsão de crescimento do PIB em 2014 caiu de 4,5% para 1,3%.

A caminho do Fórum Econômico Mundial, o presidente recebeu a Folha para uma entrevista exclusiva.

Folha - A epidemia de ebola está sob controle na Guiné?

Alpha Condé - Posso dizer que sim. Em janeiro, tivemos apenas três novos casos. Na região de floresta, onde se concentrou a maioria das ocorrências, a situação melhorou muito, apesar da resistência das pessoas em seguir as recomendações dos médicos. Na capital, não temos mais registros.

Mas ainda há muito a fazer. Esse é o momento mais perigoso, porque o problema pode voltar a se agravar se as pessoas começarem a acreditar que agora está tudo bem.

Lançamos, em 10 de janeiro, o programa Ebola Zero, para erradicar completamente o vírus. Em primeiro lugar, devemos isolar os agentes de contaminação. Se a pessoa tiver contato com a doença, deve ser mantida em isolamento completo por pelo menos 20 dias.

O mais importante é ter o apoio da população para informar sobre novos casos.

O financiamento do programa vem dos US$ 200 milhões do Banco Mundial destinados à luta contra o vírus nos três países mais afetados.

Quais as consequências dessa epidemia para a Guiné?

O investimento feito por empresas internacionais desapareceu. Milhões de dólares dos contratos do setor de mineração foram suspensos. E há ainda as perdas sociais.

Todas as escolas tiveram de ser fechadas, e os estudantes ficaram sem aulas durante três meses.

Além disso, o país fica estigmatizado perante a comunidade internacional.

Quais medidas econômicas o país deve tomar?

Tenho um encontro em Davos com Christine Lagarde [presidente do Fundo Monetário Internacional; a reunião ocorreu no último dia 22], no qual farei o pedido de anulação total da dívida externa dos três países afetados pelo ebola. Essa demanda foi feita em dezembro de 2014 pela Comissão Econômica para a África (CEA), órgão da ONU.

A França tem feito muitos esforços para ajudar a Guiné, mas o país também não se encontra em boa situação financeira. O suporte, no entanto, deve ser global, aos três países mais atingidos pela epidemia.

Quais lições o país tirou dessa crise?

Em primeiro lugar, que devemos reforçar o investimento em saneamento básico e no sistema de saúde. Se nossos hospitais e laboratórios fossem mais desenvolvidos, teríamos controlado a epidemia rapidamente.

Por isso, meu principal objetivo é formar médicos e criar e equipar laboratórios para que a Guiné seja capaz de detectar rapidamente essa e outras doenças e mantê-las sob controle. Devemos criar centros de saúde comunitários em áreas rurais isoladas. Também temos de construir e reformar os centros de saúde das prefeituras.

Em sua opinião, o ebola ainda pode se tornar ainda uma epidemia mundial?

Espero que todos os países se mobilizem para desenvolver uma vacina. Acredito que somos capazes de impedir que o ebola se torne uma epidemia mundial.

Logo após o atentado ao jornal "Charlie Hebdo", o senhor lembrou que na sua juventude, quando morou em Paris, foi colaborador do jornal...

Hoje (dia 19) me encontrei com o presidente François Hollande para apresentar minhas condolências. Evidentemente nós condenamos esses atentados. Somos solidários à França e a favor da liberdade de expressão. A comunidade internacional deve se unir para combater tudo o que possa nos dividir.

O senhor teme que na Guiné, país onde cerca de 85% da população é muçulmana, também possam ocorrer manifestações contra o jornal como as que aconteceram em outros países, como o Níger?

Temos o hábito de praticar a tolerância. Não acredito em manifestações na Guiné. Somos um povo tolerante.

Como estão as trocas comerciais entre o Brasil e a Guiné?

A Vale veio à Guiné nos anos 2000 para explorar as minas de ferro de Simandou por meio de uma parceira comercial [a israelense BSGR], investigada por corrupção [a Vale desfez a sociedade e arcou com um prejuízo de US$ 1,2 bilhão].

Queremos que esse caso se resolva e que a Vale volte a atuar na Guiné. Temos também a presença da OAS em projetos de obras públicas.

RAIO-X ALPHA CONDÉ

Nascimento
4.mar.1938 - em Boké (África Ocidental Francesa)

Formação acadêmica
Graduado e doutor em direito pela Universidade de Paris I

Carreira política
Candidato em 1993 e 1998, foi eleito em 2010, com 52,5% dos votos, na primeira eleição considerada democrática no país desde a independência, em 1958



Disney origina surto de sarampo nos EUA
02/02/2015 - Folha de S.Paulo

Um novo surto de sarampo está afetando os EUA e a origem, segundo os CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças), é a Disneylândia.

Do dia 1º até o dia 28 de janeiro, os CDC registraram 84 casos de sarampo (em 14 Estados), e, segundo informações extraoficiais, esse número já pode ter passado de 100 antes do fim do mês. Mais da metade dos casos está ligada ao parque de diversões.

Autoridades do Arizona, Estado vizinho à Califórnia, onde está localizado o parque, estimam que mais de mil pessoas possam ter sido expostas ao vírus.

"Os grandes surtos que temos visto ao redor do mundo geralmente começaram com um pequeno número de casos", diz Anne Schuchat, diretora da agência nacional americana de imunização e de doenças respiratórias.

Agentes de saúde na região de Phoenix, capital do Arizona, estão pedindo para os residentes que não tenham se vacinado e que possam ter sido expostos para que fiquem em casa. Recomenda-se que essas pessoas não vão à escola ou trabalho por 21 dias. Há escolas que consideram barrar crianças não vacinadas.

PASSA AMANHÃ

O médico pediatra Charles Goodman começou a recusar a atender pacientes que não tenham recebido a vacina MMR (tríplice viral contra sarampo, caxumba e rubéola)

Ele colocou tanto um aviso tanto na porta de seu consultório quanto em sua página do Facebook dizendo: "Apesar de respeitar a livre escolha de cada pessoa, eu tenho uma responsabilidade ainda maior com todos os pacientes de quem eu cuido."

"Por causa disso, não aceitaremos novos pacientes que tenham decidido não imunizar seus filhos."

Goodman representa um grupo de médicos que decidiram rejeitar pacientes que renegam vacinas desde que um trabalho científico --já mostrado fraudulento-- associou vacina com o aparecimento de autismo.

A recente epidemia acontece 15 anos após o sarampo ter sido considerado erradicado (ausência de transmissão contínua da doença por mais de 12 meses) nos EUA.

O sucesso obtido à época é atribuído principalmente às campanhas de vacinação, mas, desde então, também cresceram no país os movimentos antivacina.

Em lugares como no Novo México, a quantidade de crianças não vacinadas cresceu 17% entre 2012 e 2014. O local é uma provável "nova parada" da epidemia.

Profissionais de saúde de todo o país têm feito apelos para que as pessoas vacinem seus filhos. Existem sinais de que a tendência de fugir das doses está sendo revertida em alguns lugares.

Três clínicas de Maricopa, no Arizona, viram a vacinação crescer em 50% ao longo do último ano, tendo inclusive que contratar um número adicional de enfermeiras.

O sarampo é uma doença que foi descrita no século 9 e que possui vacina desde 1963. Entre os sintomas estão febre alta, tosse, coriza, conjuntivite e manchas vermelhas na pele. Pode causar bronquite, convulsões, encefalite e até mesmo levar à morte.

Três em cada cem pessoas vacinadas não estão completamente imunizadas e podem adquirir a doença. O período médio de incubação --quando a pessoa está infectada, mas sem apresentar sintomas-- é de duas semanas.



Estado de SP registra 5 mortes por dengue
31/01/2015 - Folha de S.Paulo


O Estado de São Paulo registrou até esta sexta-feira (30) cinco mortes por dengue em 2015. Outras quatro suspeitas são investigadas.

A situação mais grave é a de Guararapes (545 km de São Paulo), onde três pessoas morreram em decorrência da doença. Até sexta, eram 731 casos confirmados. O número de infectados já é 73% superior ao de 2014 inteiro.

Segundo o prefeito, Edenilson de Almeida (PSDB), a seca de 2014 fez com que as pessoas voltassem a colocar pratinhos debaixo de vasos.

A Prefeitura de Guararapes anunciou uma força-tarefa para controlar a situação.

No litoral norte, Caraguatatuba tem 313 casos. Uma mulher de 39 anos morreu na quarta-feira (28).

Em Catanduva, que cancelou o Carnaval por causa da dengue, um aposentado morreu no mesmo dia. Com 615 casos confirmados, a prefeitura decretou epidemia.

Já Marília aguarda o resultado de exames para saber se duas mortes têm ligação com a doença. Limeira e Lins têm uma morte suspeita cada uma.





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