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Uso de tranquilizante pode elevar risco de alzheimer
01/10/2014 - Folha de S.Paulo

O uso prolongado e indiscriminado uso prolongado e indiscriminado de ansiolíticos e tranquilizantes pode aumentar o risco de o idoso desenvolver a doença de Alzheimer, mostra estudo publicado no "British Medical Journal".o de ansiolíticos e tranquilizantes pode aumentar o risco de o idoso desenvolver a doença de Alzheimer, mostra estudo publicado no "British Medical Journal".

Utilizados para tratar sintomas como ansiedade e insônia, os benzodiazepínicos (como Rivotril, Frontal e Lexotam) foram associados a um risco até 51% maior de desenvolvimento da demência.

A venda dessa classe de calmantes tem aumentado no Brasil, na contramão do que acontece em países como Inglaterra e Alemanha, onde o comércio tem caído.

A pesquisa foi feita por um grupo de cientistas canadenses e franceses usando dados do sistema de saúde de Québec (Canadá).

Foram comparados 1.796 casos de alzheimer em pessoas acima de 66 anos com 7.184 idosos saudáveis (da mesma faixa etária) por um período de seis anos antes do diagnóstico da doença.

Os resultados revelaram que quanto maior o tempo de uso do remédio, maior foi o risco da demência. Acima de 180 dias, por exemplo, houve o dobro de chances.

Na última década, várias pesquisas apontaram para essa associação, mas havia dúvidas se os medicamentos já não eram prescritos a pessoas com sinais da doença.

Segundo editorial do "BMJ", o atual estudo traz dados mais convincentes porque, entre outras coisas, usou um grupo-controle e ajustou as variáveis, como sintomas de ansiedade e agitação.

Ainda assim, não é possível estabelecer uma relação de causa e efeito. "Os achados reforçam antigas suspeitas, mas é difícil provar com certeza absoluta que a medicação cause a neurodegeneração", diz Sophie Billioti de Gage, autora principal.

Ela ressalta, no entanto, que os médicos precisam pesar muito bem os benefícios e riscos ao indicar a medicação a um paciente idoso.

Segundo o psiquiatra Mário Eduardo Costa Pereira, professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), há idosos em que a medicação se tornou "companheira de vida". "São usadas por dez, 20 anos. Devem ser evitadas, mas, quando indispensáveis, que seja por curto período [30 dias, no máximo] e em baixas doses."

O geriatra Rômulo Meira, professor da Universidade Federal da Bahia, afirma que muitos pacientes deprimidos estão sendo tratados, erroneamente, com os benzodiazepínicos. "São indicados de forma abusiva e intempestiva. É uma panaceia."

Além do risco de alzheimer, há outras razões mais robustas para que idosos evitem os benzodiazepínicos. Em 2012, a Sociedade Americana de Geriatria os colocou na lista de substâncias inapropriadas para tratar sintomas de insônia e agitação.

"Entre os efeitos colaterais estão falhas de memória, confusão mental e instabilidade postural. Isso pode levar a quedas e fraturas", explica Meira, também membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.

Segundo ele, é muito comum os idosos se queixarem de insônia, quando, na verdade, têm dificuldade de dormir à noite porque costumam cochilar durante o dia. "Às vezes, uma simples higiene do sono já resolve."

OUTRO LADO

A Roche, fabricante do Rivotril, que lidera a venda entre os benzodiazepínicos, informou que não comentaria o estudo porque ele trata da classe terapêutica, não do Rivotril em específico.

Já a Pfizer, fabricante do Frontal, reforça que pacientes idosos são mais sensíveis aos benzodiazepínicos e que, nesses casos, é recomendado seguir a dose eficaz mais baixa pelo menor período de tempo, conforme consta na bula do medicamento.




Pesquisa e desenvolvimento

 

Vírus pode levar a fim do aperto de mão no escritório
01/10/2014 - Valor Econômico


A cena é relativamente comum: alguém se afastando muito lentamente, com discrição, de uma pessoa que está tossindo e espirrando, que parece estar com uma gripe contagiosa.

Mas no ambiente de trabalho é muito difícil evitar germes de colegas infectados, mesmo dos que você não conhece pessoalmente. Basta uma porta contaminada para que um vírus se espalhe em quatro horas para cerca de metade das superfícies e das mãos dos funcionários de um escritório, de acordo com um estudo da Universidade do Arizona, em Tucson. Os germes se espalharam pelo local com a mesma rapidez quando os pesquisadores infectaram uma única pessoa com um vírus artificial.

"A mão é mais rápida que o espirro", diz Charles Gerba, professor de microbiologia da Universidade do Arizona que apresentou a pesquisa na Conferência Intercientífica de Agentes Antimicrobianos e Quimioterapia em Washington D.C., no início de setembro.


Os pesquisadores da Universidade do Arizona conduziram o estudo em um escritório com 80 empregados. Eles contaminaram a porta de entrada do prédio com um vírus chamado bacteriófago MS-2. Ele não infecta pessoas, mas possui a mesma forma, tipo e capacidade de sobrevivência de um vírus de resfriado comum.

Em duas horas, o vírus havia contaminado a sala de descanso - a máquina de café, o botão do microondas, o puxador da porta da geladeira - e então se espalhou para os banheiros, salas individuais e áreas de trabalho. Lá, os pesquisadores descobriram, o vírus contaminou muitos telefones, escrivaninhas e computadores. Em quatro horas, eles encontraram o vírus em mais de 50% das superfícies geralmente tocadas pelas pessoas e nas mãos de cerca de metade dos funcionários do escritório.

"Foi espantoso porque a maioria dessas pessoas não se conhecia", diz Gerba. Os estudos, financiados pela Kimberly-Clark , fabricante americana de produtos de consumo como os lenços de papel Kleenex e as fraldas Huggies, estão atualmente em análise para publicação. Gerba já trabalhou em conselhos consultivos científicos e como consultor privado para empresas, incluindo a Kimberly-Clark.

Em uma intervenção, os pesquisadores do Arizona deram lenços desinfetantes e gel antisséptico para as mãos para cerca de metade dos funcionários. Depois da intervenção, a detecção do vírus nas mãos das pessoas caiu de 39% para 11%.

Os resultados foram similares em um experimento em que os pesquisadores infectaram um único empregado com uma partícula contendo um vírus artificial que não causa doença. Em quatro horas, metade das superfícies comuns a todos no escritório e as mãos de metade dos empregados estavam infectadas com pelo menos um vírus.

Estudos mostram que adultos colocam o dedo no nariz, boca e olhos cerca de 16 vezes por hora. Esse número chega a 50 vezes em crianças de dois a cinco anos.

Os pesquisadores calcularam que os empregados tinham 30% de chances de infecção, diz Kelly Reynolds, microbiologista e professora associada da Universidade do Arizona, que trabalhou no estudo e já foi consultora de empresas privadas, mas não da Kimberly-Clark.

Misófobos, não enlouqueçam. Apenas porque você está exposto a vírus e bactérias não significa que ficará doente. Microbiologistas dizem que depende muito do número de partículas de vírus a que se está exposto, se você já esteve exposto ao germe antes e suas condições de saúde.

Muitas pessoas usam métodos próprios para evitar germes. Eloise Laird, de 51 anos, de Dallas, diz que seu sistema imunológico é fraco, o que a fez se tornar misófoba. Ela carrega sua própria caneta e se recusa a apertar botões de elevadores ou tocar em uma maçaneta sem estar protegida por um lenço de papel.

Vírus diferentes possuem tempos de vida diferentes e também dependem de fatores como temperatura e o material onde estão abrigados. Alguns vírus são mais infecciosos que outros.

"Nosso corpo abriga vírus o tempo todo", diz Martin J. Blaser, diretor do Programa de Microbioma Humano do Centro Médico Langone, da Universidade de Nova York.

Federico Laham, pediatra especializado em doenças infecciosas do Hospital Infantil Arnold Palmer, em Orlando, na Flórida, disse que alguns vírus, como o norovírus, a mais comum causa de diarreia infecciosa, são extremamente infecciosos, enquanto outros são menos contagiosos. Estudos conduzidos em creches descobriram que entre 30% e 40% das crianças sem sintomas possuem vírus respiratórias, diz Laham.

Reynolds, da Universidade do Arizona, diz que os patógenos, aqueles vírus que causam doenças, podem sobreviver de segundos a meses. A maioria dos vírus respiratórios pode sobreviver no máximo de dois a quatro dias, diz ela. A sobrevivência depende muito das condições do ambiente, como temperatura. Alguns vírus morrem em temperaturas elevadas.

O material também influencia. Os micróbios sobrevivem mais em superfícies porosas como carpetes e estofados de fibras sintéticas como poliéster do que em algodão. Os patógenos também se transferem mais facilmente em superfícies de aço inoxidável. Certos metais como o cobre possuem um efeito antimicrobiano e a sobrevivência dos germes gira em torno de algumas horas, diz Reynolds.

Os micróbios sobrevivem mais em plástico e fórmica. E tudo que tenha sulcos ou pontos de conexão, como um teclado ou um brinquedo de criança, tende a reter sujeira, o que pode ajudar a sobrevivência dos germes.

Blaser, da Universidade Nova York, geralmente não recomenda o uso de gel antissépticos e lenços desinfetantes porque eles matam também a bactéria boa, que pode ajudar a proteger contra a bactéria ruim. A exceção, diz ele, pode ser em hospitais ou durante temporadas de gripe.

Alguns pesquisadores sugerem que uma forma de reduzir a propagação dos germes potencialmente prejudiciais seria a eliminação de uma norma social - o aperto de mão.

Um estudo publicado este ano na "Revista Americana de Controle de Infecção" descobriu que o aperto de mão pode transferir de 10 a 20 vezes mais bactéria do um toque no punho. Estudos revelaram que apenas 40% dos funcionários de hospitais lavam as mãos adequadamente, levando alguns médicos a sugerir que os apertos de mão sejam proibidos em hospitais.


Saúde
 

EUA diagnosticam 1º caso de ebola no país
01/10/2014 - Folha de S.Paulo

Os Estados Unidos confirmaram o primeiro caso de Ebola diagnosticado no país. O infectado é um homem que saiu da Libéria em 19 de setembro e chegou ao Texas no dia seguinte, para visitar parentes que moram lá.

Ele começou a apresentar sintomas quatro dias depois. Equipes do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos EUA estão identificando todas as pessoas que tiveram contato com o doente e que podem, portanto, ter se contaminado. "Provavelmente um punhado de membros da família e um a três membros da comunidade tiveram contato com o doente", disse Thomas Frieden, diretor do CDC.

Eles serão monitorados por 21 dias (o período máximo de incubação da doença) e terão sua temperatura medida duas vezes por dia. A qualquer sinal de febre, que é um dos sintomas da doença, entram no isolamento.

"Não tenho dúvidas de que o ebola não vai se disseminar amplamente neste país", disse Friedan. "É certamente possível que alguém que tenha mantido contato com o doente possa desenvolver Ebola nas próximas semanas. Mas vai parar aí."

Ele descartou a possibilidade de o paciente ter infectado outros passageiros no voo que o trouxe da Libéria. "Ele ainda não apresentava sintomas, há zero chance de contágio dentro do avião; por isso não vamos identificar o voo", ele disse. Frieden falou ontem com o presidente americano, Barack Obama, para dar detalhes sobre a situação.

O diretor do CDC reiterou algumas vezes que o vírus só é transmitido por um paciente já é sintomático, ou seja, que tenha febre, vômitos, diarreia ou sangramentos.

"Nós vamos conter o ebola, porque temos fortes medidas de controle e estrutura para identificar e monitorar pessoas que tenham mantido contato com o doente", afirmou.

No dia 24 de setembro, quatro dias após chegar nos EUA, o paciente começou a manifestar sintomas. Ele buscou ajuda médica na sexta (26) e foi internado no Hospital Presbiteriano do Texas, em Dallas, no domingo (28).

Na última segunda (29), o CDC confirmou o diagnóstico. O paciente está em "estado crítico" no hospital.

É a primeira vez que um caso de Ebola é diagnosticado fora do continente africano.

Dois americanos, um médico e uma missionária, foram tratados em um hospital em Atlanta, mas eles receberam o diagnóstico na Libéria e foram transportados com todo os tipos de controle, em isolamento.

A epidemia infectou 6.574 pessoas, causando 3.091 mortes, na Libéria, Serra Leoa, Guiné, Senegal e Nigéria.


Brasil está preparado para doença, diz governo
01/10/2014 - Folha de S.Paulo


O Secretario de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, afirmou ontem que o Brasil está preparado para lidar com uma situação semelhante à que os EUA enfrentam agora.

"A detecção de um caso importado de pessoa que viaja durante o período de incubação (ainda sem sintomas) é uma das situações previstas no Plano de Contingência de Resposta ao Ebola preparado pelo Ministério", ele afirmou, por meio de comunicado, de Washington, onde participa de reunião.

Segundo ele, apesar de pouco provável, a situação está prevista e há procedimentos para evitar que haja casos secundários.

Barbosa acredita que seja "muito improvável" a transmissão nos EUA, pois o país tem infraestrutura de serviços de saúde capaz de atender a casos de Ebola e realizar isolamento de pessoas que tenham mantido contato com o doente.

"Essas medidas evitam a transmissão do vírus, como se viu no Senegal, que também detectou um caso importado há três semanas e conseguiu impedir a ocorrência de casos subsequentes."

O caso de Dallas se assemelha também ao de Patrick Sawyer, diplomata liberiano-americano que viajou da capital da Libéria, Monróvia, para Lagos, na Nigéria.

A diferença é que ele já apresentava sintomas e contaminou pessoas que tiveram em contato com ele no aeroporto e no hospital.

A Organização Mundial de Saúde estima que serão registrados 20 mil casos de Ebola até 2 de novembro.

A reportagem da Folha esteve em Serra Leoa em agosto para fazer reportagens sobre a epidemia de ebola. Os repórteres voltaram em 20 de agosto e tiveram a temperatura monitorada no aeroporto da capital, Freetown.

Mas posteriormente, nas escalas em Bruxelas, Londres e na chegada a São Paulo, não houve qualquer controle.


Verba que não é remédio
01/10/2014 - O Globo


Filas de espera intermináveis para exames e consultas, demora na marcação de cirurgias eletivas e, ainda, falta de médicos. Essas são reclamações comuns entre os pacientes dos hospitais federais universitários, que compõem o quadro deficiente da saúde pública no Rio. O Ministério da Saúde anunciou recentemente a liberação de mais uma verba extra no valor de R$ 7,6 milhões para o Hospital Clementino Fraga Filho, a Maternidade Escola, o Gaffrée e Guinle, no Rio, e o Antonio Pedro, em Niterói. A quantia — destinada às ações que integram o Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários (REHUF), desenvolvido e financiado em parceria com o Ministério da Educação —, no entanto, está longe de ser a solução para os problemas de atendimento nas unidades. Esse repasse, o quarto do ano, será usado apenas para custeio de atividades de manutenção, como compra de insumos hospitalares e material de limpeza.
No Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, na Tijuca, a verba extra é de R$ 1.163.351,31. Uma quantia que não deve resolver situações como a que O GLOBO encontrou ontem na unidade. Moradora de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, Elma Rocha, de 38 anos, saiu chateada de uma consulta ginecológica, sem conseguir sequer realizar um exame básico nesse tipo de atendimento, o Papanicolau. Segundo Elma, a médica apenas informou que a coleta para o exame não estava sendo realizada.
— Ela não deu explicações — contou a paciente.
Outro problema: a ginecologista pediu duas ultrassonografias, uma transvaginal e outra de mama. Mas elas só poderão ser realizados a partir de janeiro.
— Tentei sair daqui com os exames marcados, mas não foi possível. Pediram para eu retornar em novembro, quando a agenda de janeiro deverá ser aberta. Agora, é tentar para o ano que vem — disse Elma.
GOTEIRAS SEMPRE QUE CHOVE
De maio deste ano até o início de setembro, o Ministério da Saúde já repassou de verba extra um total de R$ 35.893.723 às quatro unidades — que são os principais hospitais universitários do Rio. Parte desses recursos foi empregada em reformas e compra de equipamentos, de acordo com o órgão.
No Clementino Fraga Filho, no Fundão, que, do último repasse anunciado, receberá R$ 1.417.596,66, as queixas vêm também da direção.
— Essa quantia é insignificante para o nosso serviço. Só um aparelho de ressonância nuclear magnética custa quase esse valor. E, no nosso caso, ainda houve a implosão de metade do prédio em dezembro de 2010, após um abalo estrutural. Só para o fechamento do buraco da implosão, está previsto um gasto de R$ 2,5 milhões — disse o diretor do Clementino Fraga, Eduardo Cortês, que assumiu o cargo este ano.
Segundo Cortês, sempre que chove o teto do hospital fica com goteiras, e o reparo deve custar, aproximadamente, R$ 1,2 milhão — praticamente o valor do novo repasse.
— O valor destinado pelo programa já não daria para ambas as obras de recuperação. Além disso, ainda há dois andares sem nenhuma pavimentação e temos a necessidade de obras para abertura de leitos, já que o hospital conta apenas com metade do número de vagas de CTI recomendado para uma unidade de grande porte — enfatiza Côrtes.
No Hospital Clementino Fraga Filho, pacientes reclamam da falta de aparelhos para a realização de exames. Elizabeth de Souza, de 62 anos, tenta fazer uma audiometria há um ano. O exame já foi remarcado três vezes nesse período.
— O hospital me ligou para desmarcar, alegando que o aparelho para o exame está quebrado — contou, acrescentando que também enfrenta problemas para atendimento oftalmológico, pelo qual aguarda desde março.
Dulcineia Teixeira, de 65 anos, também reclama. Diabética, ela precisa ser acompanhada por vários especialistas. No entanto, há quase cinco meses Dulcineia tenta marcar consulta com o oftalmologista e há quase quatro com o nutrologista. Para os dois casos, a resposta é sempre uma só, segundo ela:
— A marcação está suspensa.
Já o Hospital Universitário Antônio Pedro receberá R$ 4.293.464,81, e o valor será usado para que a unidade feche o exercício financeiro de 2014 no azul.
— Os mais de R$ 4 milhões serão necessários para o pagamento de nossos custos fixos (como abastecimento de luz, água e manutenção) e também das despesas variáveis (como compras de medicamentos e materiais para laboratório) — informou o diretor- geral da unidade, Tarcísio Rivello.
Perguntado sobre a principal queixa dos moradores de Niterói — a falta de atendimento de emergência no hospital —, Rivello foi categórico ao afirmar que o setor fica aberto 24 horas por dia e nunca foi fechado, mas que o atendimento é feito de outra forma.
— O perfil dos atendimentos realizados no hospital mudou nos últimos anos. Adotamos um modelo de gestão de emergência aberta, referenciada e regulada, isso é, que não atende a demandas espontâneas. Esse não é o papel de um hospital universitário. Nós apenas atendemos a encaminhamentos de outras unidades de saúde — explicou.
ESPERA DE UM ANO POR CONSULTA
Para os pacientes, ainda não há melhorias. O aposentado José Martins Oliveira, de 68 anos, por exemplo, esperou um ano por uma consulta de rotina com um urologista no hospital de Niterói. Há quatro anos, o idoso fez uma cirurgia renal e, em setembro de 2013, quando tentou atendimento, o máximo que conseguiu foi deixar a consulta marcada para o ano seguinte — ou seja, ontem, quando finalmente foi recebido pelo médico.
— É muita demora. Ainda bem que eu já fiz a cirurgia. Mas preciso de acompanhamento — disse José, que também necessita de uma consulta com um nefrologista, mas ontem não foi possível marcar porque o sistema do hospital estava fora do ar.
Do lado de fora da unidade, Leila Araújo Rosa, de 45 anos, aguardava sua mãe, Eni Araújo, de 70, que fazia hemodiálise. Apesar do bom atendimento, segundo Leila, a demora na marcação das consultas atrasa o tratamento. Eni precisa ser atendida em três especialidades: nefrologia, cardiologia e endocrinologia. Porém, só poderá marcar as consultas daqui a dois meses.
— O problema é ficar esse tempo todo esperando. Minha mãe já tem idade avançada, e essa demora pode desencadear outros problemas — lamentou Leila.


Brasil está preparado para enfrentar o ebola, diz Ministério da Saúde
01/10/2014 - Portal Valor Econômico


SÃO PAULO - O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, afirmou nesta terça-feira que o Brasil está preparado para lidar com uma situação semelhante à que os Estados Unidos enfrentam agora em relação ao ebola.
"A detecção de um caso importado de pessoa que viaja durante o período de incubação (ainda sem sintomas) é uma das situações previstas no Plano de Contingência de Resposta ao Ebola preparado pelo Ministério", ele afirmou, por meio de comunicado, de Washington, onde participa de reunião.
Segundo ele, apesar de pouco provável, a situação está prevista e há procedimentos para evitar que haja casos secundários.
Barbosa acredita que seja "muito improvável" a transmissão nos EUA, pois o país tem infraestrutura de serviços de saúde capaz de atender a casos de ebola e realizar isolamento de pessoas que tenham mantido contato com o doente.
"Essas medidas evitam a transmissão do vírus, como se viu no Senegal, que também detectou um caso importado há três semanas e conseguiu impedir a ocorrência de casos subsequentes." O caso de Dallas se assemelha também ao de Patrick Sawyer, diplomata liberiano-americano que viajou da capital da Libéria, Monróvia, para Lagos, na Nigéria. A diferença é que ele já apresentava sintomas e contaminou pessoas que tiveram em contato com ele no aeroporto e no hospital.
A Organização Mundial de Saúde estima que serão registrados 20 mil casos de ebola até 2 de novembro.
A reportagem da Folha esteve em Serra Leoa em agosto para fazer reportagens sobre a epidemia de ebola. Os repórteres voltaram em 20 de agosto e tiveram a temperatura monitorada no aeroporto da capital, Freetown.
Mas posteriormente, nas escalas em Bruxelas, Londres e na chegada a São Paulo, não houve qualquer controle.


Algumas pessoas nos EUA podem ter sido expostas ao ebola, diz CDC
30/09/2014 - Portal Valor Econômico


SÃO PAULO - O primeiro caso de uma pessoa infectada com o vírus do ebola em solo americano foi confirmado nesta terça-feira em Dallas, no Texas, segundo anunciou o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês).
Em coletiva de imprensa, o diretor do CDC, Tom Frieden, disse que ainda não há outro caso da doença no Texas, mas que algumas pessoas podem ter sido expostas ao vírus por terem tido contato com o paciente – que não teve a identidade revelada.
Segundo ele, o paciente deixou a Libéria em 19 de setembro e chegou nos EUA no dia 20 de setembro. Frieden disse que o paciente começou a sentir os sintomas da doença no dia 24 e deu entrada no Texas Health Presbyterian Hospital, localizado em Dallas, no domingo (28). O diretor, porém, se recusou a dar informações sobre o infectado, incluindo o sexo, estado de saúde e nacionalidade. Frieden tentou acalmar as preocupações da população sobre o potencial de contágio do ebola, dizendo que o vírus somente é transmitido através de contato direto e que não se espalha pelo ar, como o da gripe. Ele garantiu que a CDC vai conter uma potencial disseminação da doença em solo americano.
“Certamente é possível que alguém tenha tido contato com esse indivíduo... e pode desenvolver [os sintomas do] ebola nas próximas semanas”, disse Frieden. Contudo, ele acrescentou que “não tem dúvidas de que o CDC vai parar o ebola aqui [nos EUA]”. No início de setembro, quatro americanos que trabalhavam no combate à epidemia do ebola na África foram diagnosticados com o vírus e transportados de volta aos Estados Unidos para tratamento. Este caso de Dallas é o primeiro em que um cidadão é infectado com o vírus e diagnosticado em solo americano.
Pior da história A recente epidemia de ebola na África é considerada pelos especialistas como a pior da história. Nos últimos dias, pesquisadores alertaram que a cepa do ebola estava se tornando mais virulenta e que os governos de todo o mundo precisam intensificar sua resposta à epidemia. A Organização Mundial de Saúde estima que a doença já matou pelo menos 3 mil pessoas, desde que o primeiro caso foi identificado na Guiné há seis meses, e que mais de 6.500 casos foram confirmados.
Na semana passada, os Médicos Sem Fronteiras alertaram nas Nações Unidas que o vírus do ebola “está ganhando”, enquanto, separadamente, o CDC alertou que entre 550 mil e 1,4 milhão de pessoas na África ocidental poderão ser infectadas com o vírus do ebola até janeiro de 2015. Serra Leoa, Libéria e Guiné estão entre os países africanos mais afetados pela epidemia.


EUA têm 1º caso de Ebola fora da África
01/10/2014 - O Estado de S.Paulo


Autoridades de saúde pública dos Estados Unidos anunciaram ontem o primeiro caso de paciente com Ebola no país. A pessoa contaminada viajou no dia 20 da Libéria, uma das nações mais afetadas pelo surto da doença que atinge a África Ocidental. Os sintomas apareceram dias mais tarde e a presença do vírus foi confirma da por exame de sangue, cujo resultado foi revelado ontem.
O diretor dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDCs), Tom Frieden, disse que o caso é o primeiro a ser diagnosticado fora da África.
Ele não revelou se o paciente é um cidadão americano, mas afirmou que ele visitava parentes que vivem em Dallas, no Texas.
Desde domingo, o paciente está em isolamento em um hospital da cidade. Frieden ressaltou que todas as pessoas que tiveram contato com ele depois da manifestação de sintomas serão monitoradas por um período de 21 dias. Se apresentarem febre, serão isoladas.
Transmissão. O doente diagnosticado ontem começou a se sentir mal no dia 24 de setembro, mas só foi colocado em isolamento quatro dias mais tarde.
Frieden tentou acalmar a população, ressaltando que o vírus só é transmitido por alguém que esteja doente e com febre.“Nós vamos controlar essa importação de Ebola, para que ela não se espalhe”, afirmou.
Segundo ele, não há risco para os demais passageiros que estavam no voo com o paciente.
Mas Frieden reconheceu que não é possível impedir a entrada do vírus nos Estados Unidos, enquanto a doença continuar a se espalhar na África Ocidental e houver pessoas viajando para a região. Entre as medidas adotadas pelo governo americano para tentar conter a contaminação, ele citou a cooperação com autoridades dos aeroportos dos países afetados para checar se os passageiros apresentam febre. Em caso positivo, eles são impedidos de embarcar.
“Ebola é uma doença terrível”, declarou Frieden. “Mas não há risco de contaminação no contato com pessoas que se recuperaram da doença ou que foram expostas ao vírus e não apresentaram sintomas.” Prevenção e tratamento. Segundo ele, é possível reduzir a possibilidade de propagação da doença com o uso de máscaras e a higienização das mãos. Ainda que não seja altamente contagioso, oEbola apresenta um e levado índice de mortalidade e ainda não tem cura. Existem medicamentos experimentais, que foram usados com sucesso em dois pacientes americanos diagnosticados na África e tratados nos Estados Unidos.
A estimativa das autoridades africanas é de que pelo menos 6.300 pessoas foram contaminadas (mais informações nesta página). Os países mais afetados são Guiné, Serra Leoa,Libéria, Nigéria e Senegal.
Na semana passada, o presidente Barack Obama disse em discurso na Organização das Nações Unidas (ONU) que a epidemia de Ebola pode transformarse em uma crise de segurança regional e global, se não for contida. Em reunião sobre o assunto com líderes de outros país e ser e presentantes de organizações multilaterais, ressaltou que a resposta mundial à doença é lenta e insuficiente.
“Se a epidemia não for barrada, essa doença pode causar uma catástrofe humanitária na região.
E em uma era na qual crises regionais podem rapidamente se tornar ameaças globais, conter o Ebola é do interesse de todo s nós”, declarou.


 

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