Debate reúne argumentos favoráveis e contrários à proposta de exame de proficiência em Farmácia

Debate foi promovido pelo Sinfa-SPDebate foi promovido pelo Sinfa-SP

São Paulo, 26 de fevereiro de 2018.

Um debate reunindo farmacêuticos e entidades representativas da profissão, realizado no dia 24 de fevereiro, na sede do Sindicato dos Farmacêuticos (Sinfar-SP), procurou encontrar respostas para a questão: Qual seria o impacto do exame de proficiência para o trabalho farmacêutico? A discussão foi suscitada após o Conselho Federal de Farmácia (CFF) dar início à Consulta Pública nº 01/2018, que está aberta até o dia 7 de março recolhendo a opinião dos farmacêuticos sobre a proposta de implementação de uma avaliação previa de conhecimentos, competências e capacidades para o exercício da profissão ao final da graduação. Os debates foram intensos, com argumentações favoráveis e contrárias ao exame.

O CRF-SP, favorável à proposta, esteve representado pelo Dr. Marcos Machado, presidente do CRF-SP, e Dra. Marise Bastos Stevanato, docente, coordenadora da comissão assessoria de educação e diretora regional de Ribeirão Preto do CRF-SP. Dr. Marcos Machado e Dra. Marise StevanatoDr. Marcos Machado e Dra. Marise Stevanato

O presidente do CRF-SP fez uma apresentação da situação histórica e atual do ensino de farmácia, comparando com outras profissões, especialmente a medicina e direito, que são as únicas que avaliam os estudantes antes do ingresso profissional. “Estamos discutindo a questão do exame de proficiência em farmácia desde 2012, com 37 reuniões para tratar do assunto. Não é assunto novo, já está bem debatido e estamos procurando encontrar um caminho no sentido de apoiar o exame. A medicina implantou a avaliação periódica do ensino, gratuita e opcional em duas etapas, no terceiro e quinto ano. Achei um caminho interessante, que acho que não devemos copiar, mas é um modelo que a gente pode tentar discutir. Se a gente conseguir fazer isso ao longo do segundo e quarto ano, vamos conseguir dizer para a faculdade se ela está adequada ou não”, completou Machado.

Em sua argumentação, Dra. Marise afirmou que o exame não tem a proposta de melhorar a qualidade do ensino. No acaso, ainda em discussão, será de avaliar a condição dos jovens farmacêuticos e depois, caso seja aprovada uma lei específica, aí sim impedir o acesso de farmacêuticos que não demonstram um mínimo estabelecido de competências para o exercício profissional. “O exame servirá para dar uma resposta ao Ministério da Educação, que não está fazendo sua parte. Outros conselhos da área de saúde já discutem o exame de proficiência e a questão já está bem encaminhada”, lembrou.

Participam ainda o Dr. Ronald Ferreira dos Santos, presidente do Conselho Nacional de Saúde e Federação Nacional de Farmácia (CNS/Fenafar), e Dr. Glicério Maia, presidente do Sindicato dos Farmacêuticos (Sinfar-SP), contrários à proposta.Dr. Ronald Ferreira do Santos e Dr. Glicério MaiaDr. Ronald Ferreira do Santos e Dr. Glicério Maia

Dr. Ronald disse que o CNS tem conduzido um debate nacional sobre saúde e educação e apresentou um extenso documento com argumentos contrários à realização do exame e que o principal foco da entidade é o combate aos cursos de graduação a distância. “Cabe à união assegurar o processo de avaliação das instituições de ensino superior. Nessa perspectiva, o governo federal instituiu o Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes). Portanto, já existe um sistema de avaliação”.

Dr. Glicério Maia falou sobre a responsabilidade do Sinfar em promover o debate e destacou o trabalho desenvolvido pelos sindicatos da área de saúde, que promovem encontros mensais e que resultou na formação da União Intersindical dos Profissionais de Saúde do Estado de São Paulo (Uninpro). A entidade tem se debruçado em discutir a preocupante deficiência de formação dos profissionais, a abertura de faculdades sem nenhum critério e de baixa qualidade e que o lado comercial do ensino é levado como prioridade. “Sou contra o EAD e contra o exame de proficiência mas a nossa diretoria vai promover um debate mais profundo para tomar um posicionamento mais público em relação ao tema”.

Apesar de não chegarem a um consenso, os representantes concordaram que o tema merece novas reflexões em futuros debates que possam levam a formas eficientes de avaliação da formação de futuros profissionais. 

 

Carlos Nascimento 
Departamento de Comunicação CRF-SP

 

 

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