Farmacêutico deve orientar sobre mistura de álcool e medicamento no Carnaval

 

Farmacêutico deve orientar sobre a mistura entre medicamentos e álcoolFarmacêutico deve orientar sobre a mistura entre medicamentos e álcoolSão Paulo, 4 de fevereiro de 2016. 

Com a proximidade do feriado de Carnaval, o CRF-SP lança um alerta aos farmacêuticos do Estado para ficarem ainda mais atentos sobre a orientação a respeito dos danos causados pela mistura de álcool e medicamentos.

O Conselho também chama atenção para a prática ilegal de da venda dos chamados "kits ressaca", normalmente um saquinho contendo vários medicamentos, como antiácidos e analgésicos, que podem interagir entre eles e são considerados venda casada. Essa prática é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, e deve ser denunciada pelo telefone 0800 77 02 273 ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou nesse link.

A proibição está descrita no art. 8º inciso I da RDC 96/2008, que diz que “os medicamentos são bens de saúde e não mercadorias que possam ser oferecidas da mesma maneira que outros produtos sujeitos às regras do livre mercado”. Conforme a Resolução:

“O uso de qualquer informação, imagem e outros argumentos de cunho publicitário que não tenham esse propósito, ou seja, que possam induzir o uso incorreto, que estimulem a administração do medicamento por pessoas de faixas etárias para as quais o medicamento é contraindicado ou, ainda, que banalizem o uso do medicamento para qualquer situação, caracterizam a propaganda como estimuladora do uso indiscriminado de medicamentos, o que é proibido pelas normas sanitárias.”

Ainda de acordo com a Resolução, esse tipo de venda induz ao uso do medicamento de forma não racional, proporcionando riscos à saúde dos usuários e levando ao consumo exagerado ou inadequado desses produtos, aumentando significativamente o risco sanitário inerente ao uso desses produtos.

Imprensa e redes sociais
A população também está sendo alertada sobre o perigo dessa mistura. Além de destacar na imprensa sobre a importância da orientação farmacêutica, o CRF-SP também preparou um alerta no Buzzfeed, site amplamente conhecido nas redes sociais por suas dicas. Confira abaixo as principais interações com o álcool:


1. COM CALMANTES – De acordo com a assessora técnica do CRF-SP, dra. Amouni Mourad, a ação do álcool com os medicamentos que agem no sistema nervoso central (SNC), como os barbitúricos e benzodiazepínicos, podem provocar depressão ou até sensações prazerosas, mas culminam num quadro grave de intoxicação;

2. COM ANTIBIÓTICOS – Pode levar a efeitos graves do tipoantabuse. O indivíduo pode apresentar taquicardia, rubor, sensação de formigamento, náusea e vômito. Há a recomendação, inclusive, de que se deve aguardar por três dias após tratamento com metronidazolpara voltar a beber álcool. Outros antibióticos que podem potencializar o efeito de hepatotoxicidade quando se ingere álcool são a eritromicina, rifampicina, nitrofurantoína.

3. COM ASPIRINA – Com a Varfarina, o álcool aumenta o efeito anticoagulante podendo causar hemorragia.

4. COM ANTICONVULSIVANTES – O medicamento perde a eficácia contra as crises de epilepsia. Sintomas como pressão baixa, tonturas, vertigens, desmaios, rubor, dor de cabeça e palpitações cardíacas surgem quando associado a sildenafil.

5. COM ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS – Aumentam o risco de úlcera gástrica e sangramentos como, por exemplo, o ácido acetilsalicílico, ibuprofeno e diclofenacos. Recomenda-se atenção máxima quando se constatar fezes escurecidas (sangrentas), tosse com sangue ou vômito que aparente borra de café. Devem procurar o serviço médico pois esses podem indicar hemorragia no estômago.

6. COM ANTI-HIPERTENSIVO – Com substâncias como o atenolol, pode ter efeitos aditivos em diminuir a pressão arterial. O indivíduo pode sentir dor de cabeça, tonturas, vertigens, desmaios e/ou alterações no pulso ou frequência cardíaca. Esses efeitos secundários são mais susceptíveis de serem vistos no início do tratamento, após um aumento da dose, ou quando o tratamento é reiniciado depois de uma interrupção.

7. COM ANTIALÉRGICOS – Aumenta o efeito sedativo e causa tonturas e desequilíbrio. Anti-histaminicos e álcool podem gerar efeitos indesejáveis como por exemplo, no caso do uso de dextrometorfano eprometazina, pode aumentar os efeitos secundários do sistema nervoso, como tonturas, sonolência e dificuldade de concentração. Algumas pessoas também podem sofrer prejuízo no pensamento e julgamento, bem como comprometimento na coordenação motora. Portanto, deve-se evitar ou limitar o uso de álcool durante tratamento com dextrometorfano.

8. COM ANTIDIABÉTICOS -- Também pode causar efeito antabuse. Uso agudo de etanol prolonga os efeitos enquanto que o uso crônico inibe os antidiabéticos.

9. COM PARACETAMOL – Pode causar sérios efeitos colaterais que afetam o fígado. Deve-se procurar o serviço médico imediatamente se sentir febre, calafrios, dor nas articulações ou inchaço, cansaço excessivo ou fraqueza, sangramento anormal ou hematomas, erupçãocutânea ou prurido, perda de apetite, náuseas, vómitos ou amarelecimento da pele ou da parte branca dos olhos.

10. CAFEÍNA – A cafeína também é um diurético e o seu abuso em conjunto com o álcool pode levar a desidratação e piorar os sintomas da ressaca no dia seguinte.

11. QUANTO TEMPO ESPERAR – O fígado leva, aproximadamente, uma hora para metabolizar uma simples taça de vinho, chope ou ainda um daqueles copos bem pequenos de destilado conforme explicado pelo médico Ronaldo Laranjeira, professor titular de psiquiatria e dependência química da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Ele destaca que os efeitos do álcool variam de pessoa para pessoa, além de outros fatores. “Se o indivíduo bebe com o estômago vazio, os efeitos do álcool pelo corpo podem aparecer mais rápido, assim como o corpo feminino demora mais para metabolizar o álcool”. Com base nos estudos apresentados, o CRF-SP recomenda que se espere no mínimo uma hora para cada dose de bebida alcóolica ingerida antes de tomar o medicamento.

 

Assessoria de Comunicação CRF-SP

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