São Paulo, 15 de dezembro de 2010.
Com o objetivo de alertar a população sobre o uso irracional de medicamentos, bem como o perigo de interações medicamentosas, o programa Estilo e Saúde, da Record News, convidou a presidente do CRF-SP, dra. Raquel Rizzi, para entrevista.
A preocupação é válida. Segundo informações apuradas pelo programa, 30% das internações hospitalares são provocadas por intoxicação de medicamentos. São 34 mil casos e mais de 90 mortes anualmente. Este número pode ser ainda maior, pois muitas ocorrências não são notificadas.
A presidente do CRF-SP explicou os efeitos colaterais indesejados que alguns tipos de medicamentos podem causar no organismo, se ingeridos indevidamente:
Laxante: este tipo de medicamento não deve ser utilizado continuamente, com o perigo de causar dependência e diminuir a sua eficácia. Em excesso, agride a parede intestinal, com possível risco de sangramento e cólicas;
Xarope: por conter grande quantidade de açúcar, não deve ser ingerido por diabéticos. Pode mascarar sintomas de possíveis doenças pulmonares;
Antibióticos: devem ser utilizados somente sob prescrição médica e tomados corretamente pelo tempo indicado. Dados revelam quem 50% das prescrições deste tipo de medicamento estão incorretas.
Antiácidos: elevam o ph do estômago, prejudicando as defesas do organismo, como consequência, aumentam o risco de infecções. Estes medicamentos podem mascarar úlceras, gastrites e tumores e, até mesmo, reduzir efeito de medicamentos;
Colírio: só deve ser utilizado sob prescrição médica, com o perigo de aumentar a pressão ocular;
Cremes e pomadas: podem causar dermatites ou retardar o diagnóstico de câncer de pele e patologias causadas fungos e bactérias;
Fitoterápicos: devem ser utilizados com cautela. Pois podem alterar a eficácia de outros medicamentos;
Vitaminas: em teoria, a alimentação adequada deveria suprir todas as necessidades do organismo. O uso desses complementos deve ser sempre acompanhado por nutricionista ou médico, pois o excesso na ingestão de vitaminas também é prejudicial.
Papel do farmacêutico
Segundo dra. Raquel, a orientação do farmacêutico é essencial para evitar que o paciente sofra com efeitos colaterais indesejados e associações de medicamentos com alimentos que são prejudiciais e podem ser evitadas. Cabe ao profissional, acompanhar o paciente no tratamento, evitando que o uso indevido de medicamentos possa mascarar ou agravar doenças.
Confira a entrevista na íntegra
Juliana Reis
Assessoria de Comunicação CRF-SP