Fórum de Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Farmácia discute futuro da formação
São Paulo, 2 de junho de 2025
Coordenadores de curso e professores de graduação em Farmácia participaram, no sábado (31), do XIV Fórum de Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Farmácia, promovido pelo CRF-SP, com o objetivo de avançar nas discussões sobre a formação acadêmica do farmacêutico no Brasil.
A abertura foi realizada pelas diretoras do CRF-SP, Dra. Luciana Canetto (vice-presidente) e Dra. Danyelle Marini (diretora-tesoureira).
Dra. Luciana destacou o papel central da educação: “Educação é tudo. A formação do farmacêutico está diretamente ligada à saúde da população. Precisamos ouvir a sociedade e formar profissionais transformadores.” Ela também reforçou a importância da atuação coletiva: “O CRF-SP está ao lado dos professores e coordenadores, garantindo apoio para que a formação continue com qualidade, enfrentando desafios como a expansão do semipresencial.”
Dra. Danyelle Marini, que esteve recentemente em Brasília articulando politicamente contra o ensino semipresencial na Farmácia, explicou as ações do CRF-SP em andamento.
“O decreto publicado pelo MEC na última semana, que autoriza o curso semipresencial para a área da Saúde, prejudica a formação. Estamos atuando com judicialização, questionando a falta de equidade entre os cursos da área de Saúde; estamos solicitando a alteração do decreto; e também estamos apoiando um Projeto de Lei que vete a semipresencialidade para cursos da Saúde. Mas, além disso, também estamos propondo alteração nas Diretrizes Curriculares, com foco nos cursos presenciais. Essa foi uma fala clara do ministro da Saúde em reunião conosco: ‘Se queremos mais presencialidade, podem modificar as Diretrizes Curriculares’. E é isso que estamos fazendo aqui”, pontuou.
Dra. Danyelle Marini e Dra. Luciana Canetto
O mestre de cerimônias do evento foi o Dr. Alexandre Bechara, coordenador do GTT de Educação Farmacêutica do CRF-SP, que agradeceu o envolvimento dos membros e de todos os presentes: “Temos debatido intensamente para aprimorar a formação farmacêutica”, disse.
Na sequência, a Dra. Marise Bastos, membro do GTT, foi responsável pela apresentação do que ocorreu no XIII Fórum, contextualizando os avanços e os desafios enfrentados para dar continuidade às discussões:
“Participamos ativamente da construção das Diretrizes Curriculares Nacionais de 2017. Mas ainda há lacunas. Em reunião com profissionais de diversas áreas, ouvimos críticas contundentes sobre o perfil do egresso, o que nos levou a propor um novo modelo baseado em ênfases, no último Fórum realizado no ano passado.”
Ela destacou, no entanto, que as novas propostas não retomam as antigas habilitações e completou que as ênfases pensadas para essa nova reformulação são Cuidado e Tecnologias.
Dr. Alexandre Bechara e Dra. Marise Bastos
A segunda parte da manhã contou, ainda, com uma introdução à dinâmica do evento, que dividiu os participantes em dois grupos para debater questões relacionadas às propostas.
Cada grupo se debruçou sobre tópicos fundamentais para a construção das novas diretrizes, como a organização da carga horária voltada as disciplinas de propedêuticos e de ênfases, a carga horária mínima de aulas práticas em cada etapa da formação, a definição das áreas de estágio e sua estruturação, os limites para o uso de atividades on-line e tecnologias educacionais, além do tempo mínimo necessário para a integralização do curso.
No período da tarde, os grupos se uniram em uma plenária geral, e as contribuições foram anotadas para formalizarem um documento com a proposta do CRF-SP para as novas diretrizes.
Público participante do XIV Fórum de Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Farmácia
Monica Neri
Departamento de Comunicação CRF-SP
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