Práticas redomendadas - Covid-19
São Paulo, 24 de março de 2020.
Com o objetivo de orientar e resguardar os farmacêuticos atuantes na área de Análises Clínicas e Toxicológicas, o CRF-SP elaborou, com base no comunicado divulgado pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML), um posicionamento quanto às práticas recomendadas para o diagnóstico laboratorial do Sars-CoV2, incluindo aspectos de coleta de amostras e biossegurança no transporte e manuseio de amostras clínicas que possam conter o SARS-CoV2.
Uma das principais recomendações é quanto à distância guardada de pessoas com suspeita ou confirmação para coronavírus (Sars-CoV2), devendo o profissional utilizar equipamentos de proteção individual (EPIs) quando permanecer a menos de dois metros ou compartilhando a mesma sala ou área de atendimento por um período prolongado. O uso de EPIs também é necessário quando houver contato direto com secreções contaminadas.
Também é essencial que os laboratórios criem fluxos para identificação precoce de pacientes com sintomas respiratórios ou com requisição de exames que inclua solicitação de coleta de amostra para pesquisa de Sars-CoV2, com processos bem definidos para atendimento ou referenciamento a outros serviços.
Recomenda-se minimizar o tempo que o paciente permanece na unidade laboratorial, principalmente em contato próximo com demais pacientes, sendo aconselhável a criação de fluxos preferenciais para acionamento imediato da equipe assistencial, condução a áreas reservadas (idealmente box privativo fechado), ou ainda a disponibilização de coleta em domicílio.
Para os sintomáticos respiratórios, é recomendada, durante a permanência na unidade, a utilização da máscara cirúrgica pelo paciente e por seu (s) acompanhantes (s). Enfatizar a importância do uso de lenços descartáveis ao espirrar e tossir, bem como da higiene frequente das mãos com álcool gel ou lavagem das mãos com água e sabão.
Aconselha-se a disponibilização deste material em local de fácil acesso aos pacientes, bem como de lixeiras para lixo comum com acionamento por pedal para descarte de lenços e máscaras já utilizados pelos pacientes. São de extrema importância a avaliação médica de sinais de gravidade e a notificação compulsória do caso suspeito, razão pela qual sugere-se que a investigação laboratorial do Covid-19 somente ocorra mediante pedido médico. Deve-se incentivar que os serviços médicos e laboratoriais comuniquem prontamente o serviço referenciado, quando do encaminhamento de casos suspeitos para Covid-19.
Uso de EPIs
A utilização dos EPIs recomendados garante a segurança do profissional de saúde no atendimento de casos suspeitos ou confirmados de Covid-19. Devem ser utilizados para a coleta avental descartável, luvas, máscara N95 e óculos de proteção. Importante ressaltar que as máscaras e demais equipamentos podem ser usados por toda a equipe, de acordo com decisão do farmacêutico.
Acompanhantes não devem permanecer na sala no momento da coleta.
O laboratório deve ter uma política para colocação, uso e retirada dos EPIs. A colocação e retirada deverão ser realizadas na seguinte ordem para minimizar o risco de exposição:
1. Colocação dos EPIs (antes de adentrar a sala de coleta):
Primeiro passo: Vestir o avental descartável de mangas longas. Trocar se houver contaminação durante a coleta.
Segundo passo: Colocar a máscara N95/PFFE.
Terceiro passo: Colocar os óculos ou o escudo de proteção.
Quarto passo: Calçar as luvas, após a lavagem ou higienização das mãos, e ajustar sobre os punhos. Trocar se houver contaminação.
2. Retirada dos EPIs (antes de deixar a sala de coleta, exceto a máscara):
Primeiro passo: Retirar as luvas de forma a não contaminar as mãos com a parte exterior.
Segundo passo: Retirar os óculos ou escudo e lavar ou higienizar imediatamente as mãos.
Terceiro passo: Retirar o avental tentando não tocar na parte frontal. Se isso ocorrer, lavar ou higienizar as mãos.
Quarto passo: Retirar a máscara por trás, evitando tocar a região frontal, somente após deixar a sala de coleta.
Lavar as mãos com água e sabão ou higienizá-las com álcool-gel.
Descartar o material usado em recipiente de descarte de lixo infectante.
Nota: A máscara conhecida como respirador N95 refere-se a uma classificação de filtro para aerossóis adotada nos EUA que equivale, no Brasil, à PFF2 ou ao EPR semifacial com filtro P2 — todos com níveis de proteção e resistência equivalentes. A máscara N95 deve ser posicionada antes de entrar no box de coleta, e retirada após sair do box.
Clique aqui e acesse o conteúdo divulgado pela SPBC/ML na íntegra, com informações sobre procedimento de coleta de swab de nasofaringe e orofaringe, coleta de swabs de trato respiratório superior, recomendações para manipulação de material potencialmente infectante em ambiente laboratorial, transporte de amostras biológicas, limpeza e desinfecção de superfícies, entre outras diretrizes.
Renata Gonçalez (com informações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial - SBPC/ML)
Departamento de Comunicação CRF-SP
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