Evento aborda tendências positivas para os laboratórios e para atuação do farmacêutico no setor
Evento aborda tendências positivas para os laboratórios e para atuação do farmacêutico no setorSão Paulo, 1º de dezembro de 2014
Estima-se que os exames laboratoriais e toxicológicos são hoje responsáveis por basear 70% das condutas médicas. Um dos profissionais mais importantes para a realização desses exames e gerenciamento e garantia da qualidade dos laboratórios é o farmacêutico, que tem se afastado cada vez mais deste mercado.
Para mudar este cenário, garantir atualização aos profissionais que atuam na área e debater os principais desafios e tendências do setor, o CRF-SP promoveu no último sábado, 29/11, o VIII Seminário de Análises Clínicas e Toxicológicas, que contou com a presença da diretoria do CRF-SP, profissionais da área e ministrantes de renome no país.
O presidente do CRF-SP, dr. Pedro Menegasso, destacou a importância do reconhecimento do farmacêutico como um dos mais importantes profissionais que atuam na área, principalmente pela sua formação técnica e humanista. “O farmacêutico é um dos mais profissionais capacitados para atuar nas análises clínicas. É preciso trazer de volta esse profissional para o setor”, destacou.
Dr. Pedro Menegasso
Além do farmacêutico, a responsabilidade técnica dos laboratórios pode ser exercida por médicos e biomédicos. E o que se tem visto nos últimos anos é justamente a entrada efetiva dos biomédicos nessa função. “Temos 2.267 laboratórios no Estado de São Paulo e apenas 694 inscritos no Conselho de Farmácia, com o total de 732 farmacêuticos atuantes no setor”, destacou dra. Raquel Rizzi, vice-presidente do CRF-SP e ministrante da palestra 'Atribuições do CRF na fiscalização de laboratórios de análises clínicas'.
“Ganhamos dos outros profissionais pelo nosso diferencial nas bases farmacoterapêuticas”, destacou dr. Sandro Jorge Januário, vice-coordenador da Comissão Assessora de Análises Clínicas e Toxicológicas do CRF-SP e ministrante da palestra Avaliação de exames laboratoriais para o acompanhamento farmacoterapêutico.
"Os exames laboratoriais são instrumentos de extrema importância tanto nas análises clínicas, como na farmácia clínica. São eles que avaliam a farmacoterapêutica durante a atenção e intervenção farmacêutica”, completa dr. Januário.
A interpretação de exames laboratoriais, assim como a interferência de medicamentos nesses exames também são atribuições do farmacêutico, seja ele de laboratório ou nas farmácias. Esse novo perfil do farmacêutico tem se transformado em tendência, principalmente após as publicações das RDCs do CFF 585 e 586 de 2013 que regulamentam as atribuições clínicas e a prescrição farmacêutica. A Lei 13.021/14 que transforma a farmácia em estabelecimento de saúde também contribui para esse papel do farmacêutico.
“Muitas vezes o paciente realiza um exame e tem consulta marcada para apresentar ao médico em um prazo muito longo e ele procura o farmacêutico nas farmácias para entender os resultados”, afirma dr. Januário.
Dra. Raquel Rizzi e dr. Marcos MachadoMovimento de apoio aos laboratórios clínicos
A falta de reajuste pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nos preços dos exames laboratoriais já dura 20 anos. Além disso, não existe efetivamente uma regulamentação que firma acordos entre os convênios de saúde particulares e os laboratórios de análises clínicas. Diante destes problemas, o diretor-tesoureiro do CRF-SP, dr. Marcos Machado, e o delegado da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC), dr. Paulo Brandão, apresentaram durante o seminário o cenário dos laboratórios clínicos no Estado de São Paulo e as ações do CRF-SP e da SBAC em relação ao movimento de apoio aos laboratórios. "Hoje os laboratórios de análises clínicas enfrentam dificuldades, mas, as perspectivas são muito positivas para os próximos anos”, ressalta dr. Machado.
O diretor do CRF-SP visitou os proprietários de laboratórios no interior e reuniu as maiores dificuldades apresentadas: valores de exames, falta de reajustes, falta de mão-de-obra qualificada, falta de apoio governamental para o desenvolvimento e problemas devidos as diretrizes curriculares.
Em apoio aos laboratórios clínicos, dr. Machado apresentou aos participantes do seminário tendências positivas, principalmente com a aprovação da Lei 13.003/14, que dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde e torna obrigatória a existência de contratos escritos entre as operadoras e seus prestadores de serviços, assim como os devidos reajustes.
Projeto de Educação Continuada em Análises Clínicas e Toxicológicas
Durante o evento, foi lançado o Projeto de Educação Continuada em Análises Clínicas e Toxicológicas pelo dr. Paulo Caleb Junior de Lima Santos, coordenador da Comissão Assessora de Análises Clínicas e Toxicológicas do CRF-SP.
Programa de Educação Continuada em Análises Clínicas e Toxicológicas
A nova ferramenta já está disponível no portal do CRF-SP e tem como objetivo permitir a educação e o estudo contínuo, além de indicar leituras complementares aos farmacêuticos que atuam ou possui interesse no setor.
O projeto terá periodicidade de dois meses, sendo bimestralmente publicado um novo questionário. Para ter acesso às perguntas, o farmacêutico deverá preencher sua área de atuação por meio do CBO. Ao final do questionário, estará disponível o gabarito das questões e, posteriormente, recomendações de bibliografia para estudo.
Para ter acesso, basta acessar a página da comissão no portal do CRF-SP: http://portal.crfsp.org.br/comissoes-assessoras/comissoes/177-comissao-de-analises-clinicas-e-toxicologicas-.html
Mônica Neri
Assessoria de Comunicação CRF-SP
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