“Trata-se de uma época preocupante, pois na expectativa de aproveitar cada minuto do feriado, as pessoas tomam alguns medicamentos como medida profilática para prevenir os efeitos nocivos da bebida em excesso, evitar o cansaço e manter-se o máximo de tempo possível acordadas”, lembra a dra. Amouni Mourad, assessora técnica do CRF-SP.

O problema é que, como qualquer outro medicamento, os isentos de prescrição podem causar efeitos indesejáveis no organismo. Segundo um levantamento feito em 2006 pelo Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox) da Fundação Oswaldo Cruz, naquele ano 32.884 pessoas sofreram intoxicações provocadas por medicamentos. Destas, 99 morreram e 28 ficaram com algum tipo de sequela.

Mistura bombástica

Um dos riscos da automedicação durante o Carnaval é a combinação de medicamentos com bebida alcoólica. Os analgésicos, por exemplo, que são frequentemente utilizados para o combate à dor de cabeça da ressaca, quando ingeridos com álcool, causam tonturas, perda de coordenação motora e diminuição dos reflexos.

Já o uso do ácido acetilsalicílico concomitantemente com álcool pode irritar a mucosa que reveste o estômago e até hemorragia gastrintestinal. Antiinflamatórios em geral podem causar danos ao fígado quando ingeridos com bebida alcoólica.

A orientação do CRF-SP é que o consumidor peça informações ao farmacêutico do estabelecimento onde comprar o “kit-Carnaval”. “Nosso alerta é para que as pessoas fiquem atentas ao medicamento que pretendem tomar, mas, sobretudo, com o que vão tomar, para evitar problemas decorrentes de interações ou efeitos colaterais dos medicamentos”, declara a dra. Amouni Mourad.

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