Grupo irá formular estratégias de fomento da indústria farmacêutica no país

 

São Paulo, 23 de julho de 2020

Portaria do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) criou um grupo de trabalho para fomentar a indústria de medicamentos e insumos no país. A força-tarefa terá cinco integrantes do próprio MCTI e de entidades do setor farmacêutico, cientistas e outros membros do Governo Federal. No entanto, segundo a portaria, os representantes de fora do ministério não terão direito a voto nas deliberações do colegiado.

O GT-Farma terá duração de 180 dias, período que poderá ser prorrogado caso o coordenador da força-tarefa julgue necessário. Paulo Alvim, secretário de Empreendedorismo e Inovação do MCTI, afirma que o ministério já vinha estudando a implementação do grupo desde 2019, mas com o surgimento da pandemia da Covid-19 as discussões foram intensificadas.

"Basicamente, hoje você tem mais de 90% dos insumos fabricados na Índia e na China e um pouco na Europa, o que cria uma dependência", afirma o superintendente.

O surgimento do novo coronavírus escancarou a dependência da indústria farmacêutica brasileira na matéria prima importada. Por conta da doença, diversas fábricas na China, principal fornecedor de insumos, foram fechadas temporariamente. Com isso, as importações ficaram prejudicadas.

Competição

O grande atrativo dos insumos chineses é o preço. No país asiático, há poucas leis trabalhistas e a carga tributária no segmento farmacêutico é bastante reduzida. Henrique Tada, presidente da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac), uma das entidades que integram o grupo de trabalho, diz que o Brasil já esteve entre os maiores fabricantes de insumos no mundo no ano de 1980.

"Chegamos a ser, na década de 80, o quinto maior produtor de matéria-prima farmacêutica do mundo. Mas com a abertura do mercado, que aconteceu no início dos anos 90, essa fabricação foi bastante prejudicada."

Soberania

O principal objetivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações em estimular o setor farmacêutico no país visa consolidar a soberania brasileira no setor, principalmente na produção da matéria prima utilizada na produção de medicamentos. No entanto, a fabricação de remédios no país é bastante consolidada.

Norberto Prestes, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi), outro integrante do grupo, diz que é muito difícil qualquer país do mundo adquirir autonomia total na produção de insumos. Mas, segundo ele, o grupo de trabalho pode trazer bons resultados. "Em um mundo globalizado é difícil termos 100% de independência de importações. Mas precisamos ter pelo menos a autonomia tecnológica na fabricação de matéria prima."

Atualmente, o Brasil é o sexto maior mercado farmacêutico do mundo, segundo estudo da IQVIA, multinacional que atua na área de tecnologia e informação no segmento da saúde. Entre setembro de 2018 e setembro de 2019, a movimentação de varejo no setor foi de aproximadamente R$ 119 bilhões. De acordo com o Conselho Federal de Farmácia contabiliza 221,2 mil profissionais que atuam na área no Brasil.

 

Departamento de Comunicação CRF-SP (Fonte: Jornal Fato - ES)

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Fonte: Jornal Fato – ES

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