Público pôde interagir durante seminário transmitido ao vivo

 

Público lotou o auditório do Centro Universitário da São Camilo, na capitalPúblico lotou o auditório do Centro Universitário da São Camilo, na capitalAuditório do Centro Universitário da São Camilo, na capitalSão Paulo, 28 de novembro de 2016.

A ética nos meios eletrônicos bem como esta questão relacionada às relações de trabalho foram tema de amplo debate durante o Seminário de Ética 2016 realizado pelo CRF-SP no último sábado, 26, no auditório do Centro Universitário da São Camilo, na capital, tendo como tema “Ética, Tecnologia, Mercado de Trabalho e Relações Profissionais”. O evento foi transmitido ao vivo pelo portal do CRF-SP, e uma das novidades foi que o público que acompanhou por esta plataforma pôde interagir com o evento, encaminhando perguntas via WhatsApp.

Na abertura, o diretor-tesoureiro do CRF-SP, dr. Marcos Machado, deu as boas-vindas ao público e ressaltou a preocupação do Conselho em trazer à luz do debate um tema atual e que tem afetado as relações profissionais. “O que esperamos é poder contribuir para uma consciência maior no uso das redes sociais, uma ferramenta hoje imprescindível e, que se bem utilizada, pode trazer benefícios a todos”.

Coordenador do curso de Farmácia da São Camilo, o Prof. Valter Luiz da Costa Junior. também elogiou a iniciativa do CRF-SP em promover o evento. “O tema da ética se aplica quando se fala em redes sociais. Temos orgulho em receber a categoria hoje, aqui, para discutir e refletir sobre esta questão”.

 

Dr. Pedro Menegasso (presidente do CRF-SP), dr. Marcos Machado (diretor-tesoureiro do CRF-SP) e Prof. Walter Luiz Costa Jr. (São Camilo)Dr. Pedro Menegasso (presidente do CRF-SP), dr. Marcos Machado (diretor-tesoureiro do CRF-SP) e Prof. Walter Luiz Costa Jr. (São Camilo)Dr. Pedro Menegasso (presidente do CRF-SP), dr. Marcos Machado (diretor-tesoureiro do CRF-SP) e Prof. Valter Luiz da Costa Junior (São Camilo)

 

Postura ética nas redes sociais

A programação teve início com a palestra do Prof. Dr. Paulo Lorandi, coordenador do Conselho de Presidentes das Comissões de Ética do CRF-SP, sobre postura ética nos meios eletrônicos. Ele falou sobre o conceito de “jornalismo cívico” como um produto da internet pós-modernidade, no qual a rapidez dos meios eletrônicos associada à ausência de crítica pode vir a ser uma mistura perigosa, embora os ideais de liberdade de expressão devam ser sempre defendidos.

“O marco civil prevê que a internet deva estar regulada da mesma forma que as relações pessoais; por esse motivo, nosso Código de Ética já contempla esse tipo de ação. Acredito na defesa de um estado regulador”, afirmou o Prof. Dr. Lorandi. “Nossa sociedade já demonstrou que não está preparada para esse ambiente de livre expressão como é a internet. Precisamos aprender mais sobre essa relação de autoridade constituída de maneira adequada e consciente, num plano sempre democrático”.

Para falar sobre como redes sociais podem influenciar as relações sociais e profissionais, o evento contou com a participação do Prof. Dr. Gilberto Araújo Guimarães, mestre em Filosofia, com MBA pela FGV-SP, engenheiro pela Escola Politécnica-USP, psicanalista pela Sociedade Paulista de Psicanálise e docente da Universidade Anhembi Morumbi. Ele citou Marshall McLuhan, teórico da Comunicação canadense do século XX, idealizador do conceito da “aldeia global” para explicar os efeitos da comunicação de massa sobre a sociedade contemporânea.

“O mundo citado por McLuhan passou a fazer muito sentido nos dias atuais, no qual o meio é a mensagem. Só que muito mais amplo, porque a fofoca de hoje não é mais um evento com as mesmas consequências de outrora. Uma postagem ofensiva, uma foto constrangedora, podem resultar em consequências muito mais drásticas, já que a aldeia global se expandiu”, disse o especialista. “Hoje nossas ações estão mais expostas, como ocorre com nossos políticos. Para se ter uma ideia, 90% das empresas se utilizam das redes sociais para analisar os candidatos a vagas de emprego”.

 

Prof. Paulo Lorandi, Prof. Gilberto Araújo Guimarães e dr. José Mariano de AraújoProf. Paulo Lorandi, Prof. Gilberto Araújo Guimarães e dr. José Mariano de AraújoProf. Paulo Lorandi, Prof. Gilberto Araújo Guimarães e dr. José Mariano de Araújo

 

Crimes virtuais

Na sequência, o dr. José Mariano de Araújo, delegado titular da 4ª Delegacia de Fraudes e Delitos cometidos por meios eletrônicos (DIG/Deic), falou sobre crimes virtuais e como evitá-los. Ele detalhou historicamente como se originou esse tipo de crime, e o quanto o Brasil é vulnerável a criminosos cibernéticos.

“Os cibercrimes podem afetar radicalmente a vida das pessoas, por isso, é importante conversar sobre segurança na informática com os filhos, criar regras, se atualizar sobre os tipos mais comuns de crimes. Desconfie das informações, siga o comportamento ética em sua casa e não se intimide por não dominar a tecnologia. Internet é uma ferramenta sensacional e imprescindível, mas é preciso uma política específica para utilizá-la bem”, afirmou o delegado.

Hoje a ética é sucesso?

Realizado anualmente com a finalidade de levar importantes temas para reflexão aos farmacêuticos paulistas, com a contribuição de especialistas renomados e dos principais pensadores da atualidade, o Seminário de Ética promoveu desta vez uma roda de conversa entre Clóvis de Barros Filho e Leandro Karnal, cujas apresentações focaram o tema “Hoje a ética é sucesso? ”.

 

Clóvis de Barros Filho e Leandro Karnal na ronda de conversa "Hoje a Ética é sucesso"Clóvis de Barros Filho e Leandro Karnal na ronda de conversa "Hoje a Ética é sucesso"Clóvis de Barros Filho e Leandro Karnal na ronda de conversa "Hoje a Ética é sucesso"

 

Ambos abordaram diversas questões relacionadas à ética, palavra criada há mais de 2,5 mil anos, mas que há menos de 30 anos invadiu públicos, e que até então era uso exclusivo dos especialistas e não saía do âmbito da universidade, como lembrou Clóvis de Barros.

Leandro Karnal também discorreu sobre o contexto histórico de ambas as palavras. “A ética e a moral são históricas. Já foi ético e moral queimar bruxas e feiticeiras. Quando eu coloco as coisas em distâncias temporal, há 100 anos quase não havia mulher na universidade. Quando a Inglaterra saiu no século XIII para as cruzadas, as pessoas acreditaram neste valor. Valores atuais como direitos humanos, feminismo, democracia, liberdade de expressão podem não ser vistos da mesma forma daqui a alguns séculos. ”

Clóvis de Barros Filho afirmou que debater a ética com uma categoria profissional, por si só, já é sucesso. “Seria impensável anos atrás pensar num evento corporativo para discutir ética. Isso nos permite pensar na melhor sociedade possível. Não chancela a discussão das possibilidades nas mãos de dois ou três. Decide o que deve ser respeitado. Estende seus critérios a todos de maneira igual. Nos dá a chance de fazer melhor, discutir como vamos fazer para conviver melhor do que ontem”.

Código de Ética Farmacêutica - versão comentada

Durante o evento, a diretoria do CRF-SP também lançou o Código de Ética Farmacêutica - versão comentada. O material está à disposição no portal, na área de Ética Farmacêutica, localizada no menu à esquerda. Clique aqui para mais informações.

 

Dra. Luciane Ribeiro (Departamento de Ética do CRF-SP), dr. Marcos Machado (diretor-tesoureiro), dr. Pedro Menegasso, dra. Raquel Rizzi e dr. Antonio Geraldo dos Santos Jr.Dra. Luciane Ribeiro (Departamento de Ética do CRF-SP), dr. Marcos Machado (diretor-tesoureiro), dr. Pedro Menegasso, dra. Raquel Rizzi e dr. Antonio Geraldo dos Santos Jr.Dra. Luciane Ribeiro (Departamento de Ética do CRF-SP), dr. Marcos Machado (diretor-tesoureiro), dr. Pedro Menegasso, dra. Raquel Rizzi e dr. Antonio Geraldo dos Santos Jr.

 

Renata Gonçalez

Assessoria de Comunicação CRF-SP

 

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