Pesquisa avalia ação de fármacos para tentar inibir a infecção do vírus Zika
São Paulo, 10 de novembro de 2016
O Instituto Butantan iniciou um estudo para desenvolver um medicamento voltado para tratar pessoas infectadas pelo vírus Zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
Segundo o Butantan, os pesquisadores do Grupo de Ação Rápida para Doenças Emergentes do Laboratório Especial de Inovação e Desenvolvimento Industrial irão adotar a estratégia conhecida como reposicionamento de fármacos e o método de High Content Screening (HCS) ou Triagem de Alto Conteúdo, uma tecnologia que permite que coleções de compostos químicos sejam triadas de forma rápida contra o vírus em um ambiente fisiológico, com células humanas infectadas.
No estudo, a célula humana é infectada com o vírus zika por 72 horas e é simultaneamente exposta à ação dos fármacos, para tentar inibir a infecção. Esse método é chamado de atividade antiviral, que consiste em utilizar um vírus isolado.
Os pesquisadores consideraram a atividade dos fármacos sob aspectos como a distribuição e a metabolização no organismo. Entre os compostos descobertos pelos cientistas, o palonosetron, usado atualmente no tratamento de náusea induzida por quimioterapia de câncer, foi o que apresentou resultados mais positivos contra a infecção pelo vírus Zika.
Os cientistas envolvidos já realizaram um trabalho semelhante no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, com investimento da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), em 725 medicamentos aprovados pelo Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, e encontraram 29 substâncias com ação sobre o vírus. Os resultados foram publicados recentemente na revista científica F1000Research.
Dengue, zika e chikungunya em 2016
De acordo com o boletim epidemiológico divulgado em setembro pelo Ministério da Saúde o Brasil registrou, em 2016, 200.465 casos prováveis de zika e 236.287 de chikungunya. Já os casos prováveis de dengue chegaram a 1.438.624.
Assessoria de Comunicação CRF-SP
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