Ministrante é delegado especializado nesse tipo de investigação
Uso consciente da internet e a prevenção de crimes virtuais serão abordados no eventoSão Paulo, 9 de novembro de 2016.
Os crimes virtuais e o que fazer para evitá-los serão debatidos ao longo do Seminário de Ética do CRF-SP, que acontece no dia 26 de novembro no Centro Universitário São Camilo, na capital, com o tema Tecnologia, Mercado de Trabalho e Relações Profissionais. Para falar sobre o assunto, o ministrante convidado é o dr. José Mariano de Araújo, delegado titular da 4ª Delegacia de Fraudes e Delitos cometidos por meios eletrônicos (DIG/Deic).
O cibercrime é um delito que necessita de técnicas diferenciadas para a investigação, afirma o delegado que é bacharel em Direito, pós-graduado na área de Direito Comercial pela USP e professor da Cadeira de Informação Policial e Crimes Eletrônicos da Academia de Polícia Civil do Estado de São Paulo.
“No crime eletrônico, a averiguação é conduzida partindo-se do princípio de que as provas são muito voláteis. Se não houver a experiência para a coleta adequada – em um notebook, tablet, servidor, switch –, corre-se o risco de perdê-la”, explica.
Mais da metade dos 67 milhões de domicílios brasileiros (54,9%) tem acesso à internet. Em 80% dessas residências, a navegação está na ponta dos dedos, nos smartphones. Os números, retirados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2014, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dão a dimensão da presença da web na vida da população e expõem, também, o tamanho do universo em que podem ser registrados os crimes virtuais.
Anonimato – Muitos crimes na internet ocorrem sob a forma de pseudônimos, perfis falsos ou anônimos. No entanto, nas etapas de investigação, o delegado Araújo Filho afirma que há uma ilusão no sentimento dos criminosos com a certeza de que não serão descobertos. “Existe aquela visão de que atrás de um computador a pessoa não será identificada, e isso é uma inverdade. Anonimato numa rede como a internet não existe”, reforça.
Redes sociais - As publicações indevidas em redes sociais, exemplifica o delegado, têm resultado em casos de polícia, além de gerarem um complicador: são postagens que tendem a se eternizar. Ele cita o exemplo recente de uma garota norte-americana que teve fotos íntimas divulgadas e teria cometido suicídio diante do fato.
“Estão pondo armas nas mãos de pessoas que não têm a perícia adequada para manejá-las. Basta entrar em qualquer rede social e verificar a quantidade de menores e adolescentes que estão online. Eles falsificam a idade para ter acesso, pois não querem estar fora. Do contrário, serão considerados párias”, exemplifica. Para se cadastrar no Facebook, por exemplo, é preciso ter ao menos 13 anos de idade.
Programação
O Seminário de Ética terá início às 8h e trará em sua abertura a palestra Ética x Meios eletrônicos, que será ministrada pelo dr. Paulo Angelo Lorandi, coordenador do Conselho de Presidentes das Comissões de Ética do CRF-SP. Em seguida, virá a apresentação do dr. José Mariano de Araújo.
Também será abordado como utilizar as redes sociais com ética. As dicas serão dadas pelo Gilberto Araújo Guimarães, mestre em Filosofia, com MBA pela FGV-SP, engenheiro pela Escola Politécnica-USP e Psicanalista pela Sociedade Paulista de Psicanálise.
Por fim, os participantes poderão conferir uma roda de conversa com dois dos maiores especialistas em ética do Brasil, o Prof. Dr. Clóvis de Barros Filho e o Prof. Dr. Leandro Karnal, cujo tema é “Hoje a ética é sucesso? ”.
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Renata Gonçalez (com informações da Casa Civil do Governo do Estado de São Paulo)
Assessoria de Comunicação CRF-SP
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