Evento debate Judicialização da saúde e a atenção farmacêutica na Farmácia Clínica
São Paulo, 25 de outubro de 2016.
Os impactos da judicialização na Assistência Farmacêutica no Sistema Único de Saúde (SUS) foram o tema central do VI Seminário de Saúde Pública, outro evento que integrou o III Espaço Âmbito Farmacêutico no sábado, 22. Na abertura das apresentações, o presidente do CRF-SP, dr. Pedro Menegasso, destacou a relevância do assunto que hoje impacta os recursos destinados à saúde pública, e que no evento dará oportunidade a farmacêuticos atuantes no setor expressarem a realidade de seus municípios.
Para demonstrar a questão sob a ótica do poder público municipal e estadual, os debates foram iniciados com a participação de representantes que mostram a visão do poder público municipal e estadual. A primeira delas foi a dra. Paula Sue Facundo Siqueira, assistente técnico de Coordenador de Saúde da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.
A ministrante informou que, no âmbito estadual, as ações judiciais tiveram aumento de 92% em cinco anos. Hoje, a estimativa é que mais de 50,7 mil ações estejam em atendimento. De acordo com a dra. Paula, esse cenário compromete o orçamento destinado à execução das políticas públicas, além de não evidenciarem as carências ou falhas de assistência à saúde no SUS, nem a necessidade epidemiológica regional. “A influência do Judiciário impacta na gestão financeira e no SUS, como ele deveria ser. Trata-se de um campo nebuloso de insegurança e de incertezas financeiras e de gestão”.
Um dos caminhos apontados pela dra. Paula Sue é a elaboração de projetos que incentivem a triagem farmacêutica, na qual o papel do farmacêutico seria essencial. “Desta forma, é possível resgatarmos nosso objetivo de trabalho, propondo uma avaliação pré-processual e processual, podendo inclusive acompanhar a eficiência terapêutica do medicamento dispensado”.
A visão do gestor municipal foi apresentada pela dra. Odete Carmen Gialdi, secretária de Saúde de São Bernardo do Campo e 1ª vice-presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo (Cosems-SP), que reiterou o quanto o farmacêutico pode contribuir no atendimento a demandas judiciais que chegam aos municípios.
“Ao longo desses anos em que atuo na Saúde Pública, aprendi muito com os farmacêuticos, que pela sua formação, estão distantes das discussões pertinentes à área porque estão mais envolvidos com a prestação da assistência farmacêutica. No entanto, é importante que se envolvam mais com a Saúde Pública como um todo e entendam como ela está organizada”, afirmou a dra. Odete.
O Seminário também contou com a participação do dr. Roberto Canquerini da Silva, vice-presidente do CRF-RS, que apresentou a experiência do Rio Grande do Sul ao reduzir em até 50% as demandas judiciais no Estado, onde as demandas eram tantas que chegou a concentrar metade de todas ações do país. “Algumas iniciativas como a inserção do farmacêutico nos comitês de judicialização para minimizar riscos, a participação na assistência farmacêutica do município e a assinatura de um termo de cooperação com a defensoria pública estadual contribuíram para a diminuição desse índice”.
Até abril desse ano, foram 75.555 contra 76534 no mesmo período em 2015. “A discussão não é sobre o direito de entrar na justiça para obter um medicamento, mas precisamos questionar esse gasto com um paciente em detrimento de milhões”.
O painel teve a participação do gerente do Departamento Jurídico do CRF-SP e especialista em Direito Público, dr. Roberto Tadao Magami Junior, que apontou possíveis diretrizes para minimizar a judicialização da Saúde, entre as quais: a padronização das prescrições médicas no serviço público; estabelecer uma instância administrativa com o ministério público e a defensoria pública para análise das prescrições; e estudos de avaliação econômica (mensuração de custos e resultados das tecnologias, programas e ações voltadas para uma mesma finalidade, comparativamente – análise de custo efetividade (tempo de vida) ou custo-utilidade (tempo de vida + qualidade de vida).
Atenção farmacêutica
No período da tarde, o foco do Seminário foi debater "Atenção Farmacêutica na Farmácia Clínica – UBS e Hospital Urgência e Emergência", sendo a primeira ministrante a dra. Rosana Cristina Spezia Ferreira, farmacêutica da Comissão Assessora de Saúde Pública do CRF-SP que detalhou seu trabalho no acompanhamento farmacoterapêutico na Unidade de Referência de Saúde do Idoso (Ursi) de Cidade Ademar, na capital. Já o trabalho de Atenção Farmacêutica na Farmácia Clínica voltada para hospitais de urgência e emergência foi apresentado pela dra. Patrícia Moriel, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Renata Gonçalez
Assessoria de Comunicação CRF-SP
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A visão do gestor municipal foi apresentada pela dra. Odete Carmen Gialdi, secretária de Saúde de São Bernardo do Campo e 1ª vice-presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo (Cosems-SP), que reiterou o quanto o farmacêutico pode contribuir no atendimento a demandas judiciais que chegam aos municípios.
“Ao longo desses anos em que atuo na Saúde Pública, aprendi muito com os farmacêuticos, que pela sua formação, estão distantes das discussões pertinentes à área porque estão mais envolvidos com a prestação da assistência farmacêutica. No entanto, é importante que se envolvam mais com a Saúde Pública como um todo e entendam como ela está organizada”, afirmou a dra. Odete.
O Seminário também contou com a participação do dr. Roberto Canquerini da Silva, vice-presidente do CRF-RS, que apresentou a experiência do Rio Grande do Sul ao reduzir em até 50% as demandas judiciais no Estado, onde as demandas eram tantas que chegou a concentrar metade de todas ações do país. “Algumas iniciativas como a inserção do farmacêutico nos comitês de judicialização para minimizar riscos, a participação na assistência farmacêutica do município e a assinatura de um termo de cooperação com a defensoria pública estadual contribuíram para a diminuição desse índice”.
Até abril desse ano, foram 75.555 contra 76534 no mesmo período em 2015. “A discussão não é sobre o direito de entrar na justiça para obter um medicamento, mas precisamos questionar esse gasto com um paciente em detrimento de milhões”.
O painel teve a participação do gerente do Departamento Jurídico do CRF-SP e especialista em Direito Público, dr. Roberto Tadao Magami Junior, que apontou possíveis diretrizes para minimizar a judicialização da Saúde, entre as quais: a padronização das prescrições médicas no serviço público; estabelecer uma instância administrativa com o ministério público e a defensoria pública para análise das prescrições; e estudos de avaliação econômica (mensuração de custos e resultados das tecnologias, programas e ações voltadas para uma mesma finalidade, comparativamente – análise de custo efetividade (tempo de vida) ou custo-utilidade (tempo de vida + qualidade de vida).
Atenção farmacêutica
No período da tarde, o foco do Seminário foi debater "Atenção Farmacêutica na Farmácia Clínica – UBS e Hospital Urgência e Emergência", sendo a primeira ministrante a dra. Rosana Cristina Spezia Ferreira, farmacêutica da Comissão Assessora de Saúde Pública do CRF-SP que detalhou seu trabalho no acompanhamento farmacoterapêutico na Unidade de Referência de Saúde do Idoso (Ursi) de Cidade Ademar, na capital. Já o trabalho de Atenção Farmacêutica na Farmácia Clínica voltada para hospitais de urgência e emergência foi apresentado pela dra. Patrícia Moriel, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).