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Mesmo medicamentos isentos de prescrição como os analgésicos podem ser prejudiciais



São Paulo, 5 de maio de 2016

Seja por estresse, desidratação ou até problemas oftalmológicos, a dor de cabeça é um mal do qual poucas pessoas escapam. Por isso mesmo é um dos que mais incentivam a automedicação. Nesta quinta-feira, dia 5, é celebrado o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos. Por ocasião, o Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP) faz o alerta para que até medicamentos sem exigência de prescrição médica, os chamados MIPs, sejam consumidos com orientação do farmacêutico.

De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cefaleia, cerca de 15 milhões de brasileiros convivem com a dor de forma crônica. Porém, o consumo desregrado e sem orientação de analgésicos pode esconder doenças mais graves. Segundo levantamento feito em 2013 pela empresa IMS Health, o comércio de analgésicos no Brasil movimenta R$ 2,6 bilhões por ano. Dentre os mais vendidos, estão o ibuprofeno, a dipirona, o paracetamol e ácido acetilsalicílico.

O ibuprofeno, pode interagir com alguns medicamentos como ciclosporina, digoxina e metotrexato aumentando suas concentrações no sangue, bem como o uso do ibuprofeno concomitante com corticosteroides, pode aumentar o risco de ulceração gastrintestinal. Até o uso associado com chás de ervas e outras plantas, como gengibre, ginkgo biloba e ginseng, deve ser evitado.

Já a dipirona, pode causar redução dos níveis de ciclosporina que é um medicamento indicado para prevenção ou tratamento da rejeição em transplante de órgãos.

Tratamento também em: artrite reumatoide; psoríase grave; síndrome nefrótica. no sangue. As concentrações da ciclosporina devem, portanto, ser monitoradas quando a dipirona é administrada concomitantemente. A administração concomitante de dipirona com metotrexato pode aumentar a toxicidade sanguínea do metotrexato particularmente em pacientes idosos. Portanto, esta combinação deve ser evitada. A dipirona pode ainda aumentar a ação do álcool.

Em alguns casos, o uso abusivo de paracetamol pode levar a óbito. A literatura farmacêutica apresenta casos de mortes que ocorreram por ingestão acidental de doses maiores do que as recomendadas. A interação mais grave dessa substância ocorre em pessoas desnutridas, que bebam álcool regularmente ou que tomem outros medicamentos hepatotóxicos, o que faz o metabolismo produzir uma substância que pode levar à falência do fígado.

Comumente chamado de AAS, o ácido acetilsalicílico requer atenção em relação às interações. O AAS é expressamente contraindicado para casos com suspeita de dengue, pois aumenta os riscos de complicação hemorrágica. Também é contraindicado para doenças como catapora (varicela) e gripe, principalmente por crianças e adolescentes, devido ao risco do aparecimento da síndrome de Reye, que é uma afecção rara mas muito grave e com frequência mortal, que provoca inflamação do cérebro e acumulação rápida de gorduras no fígado.

Por isso, o CRF-SP recomenda que, os consumidores sempre procurem o farmacêutico, antes de utilizar qualquer medicamento. Todas as farmácias devem contar com a presença desse profissional durante todo o horário de funcionamento. O Conselho oferece um aplicativo gratuito, para Android ou iOS, denominado “Farmacêutico” que localiza a farmácia regular mais próxima e traz várias orientações sobre uso seguro de medicamentos. Esse aplicativo pode ser baixado em www.farmaceuticosp.com.br/app. Além disso, disponibiliza um disque-denúncia (0800-7702273) para reclamações de estabelecimentos irregulares, como os que não oferecem farmacêutico de plantão para orientação. No ano passado, o serviço telefônico recebeu 1.249 denúncias, média de quatro por dia.

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