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Assim como ela, a vendedora Sindia de Souza Menezes, 24 anos, fez tratamento para gastrite com medicamentos manipulados. Ao contrário de Cristina, ficou satisfeita. "Foi a primeira vez que fiz tratamento com remédio manipulado e eles foram ótimos. Antes de começar a tomar fiquei na dúvida, mas o médico me disse que não havia problemas", diz ela, afirmando que os questionamentos surgiram porque ela só conhecia medicamentos industrializados.

 

 

Manipulado - Dúvidas como a de Sindia são freqüentes quando o assunto é medicamento manipulado. De acordo com a Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), o setor integra um mercado em constante crescimento. Segundo o órgão, "estima-se que as farmácias ligadas ao setor sejam responsáveis por um faturamento de pelo menos R$ 800 milhões por ano".

 

 

Em 2002, existiam cerca de 5.200 farmácias de manipulação. Hoje, de acordo com dados da Anfarmag, o Brasil já é o maior mercado mundial de farmácias de manipulação, com cerca de 7 mil estabelecimentos do gênero no País. Jundiaí conta com cerca de 30 farmácias e 99 drogarias. "Aqui o crescimento dos setores está estável há alguns anos, ou seja, não notamos variação significativa entre os dois", explica a farmacêutica Miriam Rose Spagnuolo, vice-presidente do Conselho Regional de Farmácia de Jundiaí (CRF).

 

 

Ela trabalha em uma drogaria e comenta que há espaço para os dois segmentos. "As atividades são complementares. O segmento magistral (manipulados) tem crescido muito nos últimos anos. Algumas formas terapêuticas não estão disponíveis na indústria, sendo fundamental manipulá-la para atender as necessidades específicas de cada paciente."

 

 

 

Eficácia - Segundo a farmacêutica  Janaina Cassaniga, presidente do CRF, tanto os remédios comercializados em drogarias quanto os vendidos em farmácias de manipulação são eficientes. "Todos são eficazes. Tudo vai depender do uso correto e da necessidade de cada paciente. Dependendo do caso, o medicamento industrializado pode ser mais indicado. No caso de um paciente idoso, por exemplo, que já toma vários medicamentos e seu médico precisa acrescentar mais um, temos a opção de juntar tudo numa única cápsula", explica.

 

 

Dessa forma, ela comenta que ao invés do paciente tomar cinco cápsulas de uma vez, ele tomará apenas uma, que já tem tudo o que ele precisa. "Para uma criança que não consegue engolir uma cápsula, podemos fazer na forma de xarope e com sabor agradável. O médico tem muita opção com a manipulação e com isso pode melhorar muito a adesão ao tratamento", esclarece Janaina, que trabalha com medicamentos manipulados.

 

Diferenças - A farmacêutica ainda explica que os medicamentos industrializados são feitos em alta escala e com dosagens padronizadas. "A indústria tem uma fórmula padrão e produz milhões de unidades daquele medicamento", comenta, completando que os manipulados atendem a uma prescrição médica personalizada. "São desenvolvidos individualmente para cada paciente, e na forma mais adequada às suas necessidades", diz.

 

De acordo com Janaina, a matéria-prima utilizada na manipulação mlopática é a mesma da indústria (pode ser de origem química ou sintética ou mesmo de plantas medicinais). Estes medicamentos são chamados de fitoterápicos. "Já a homeopatia tem matéria-prima oriunda dos três reinos: animal, vegetal e mineral. Tem técnicas específicas, não podem ser manipulados junto aos alopáticos, devendo ter um laboratório só para o seu preparo."

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