Campanha da ‘gotinha’ muda de data e foca quem não tomou todas as vacinas
05/07/2016 - O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - A Campanha Nacional de Vacinação contra pólio este ano será feita em setembro e com um novo formato, bem mais reduzido do que em anos anteriores. A meta agora não é vacinar todas as crianças com menos de cinco anos com o imunizante oral, a “gotinha”. A partir de agora, atendendo a uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), a ideia é imunizar apenas crianças entre seis meses e cinco anos que não estão com o esquema vacinal completo - cinco doses, três das quais aplicadas com vacina injetável quando o bebê completa 2, 4 e 6 meses.
O Ministério da Saúde afirma que a meta é deixar de usar a “gotinha” a partir de 2020. A mudança é feita de forma gradual, para que haja uma adaptação tanto para produção da vacina quanto dos postos de vacinação.
A escolha do mês de setembro para realização da campanha, de acordo com a pasta, ocorreu para evitar uma baixa adesão à iniciativa, durante os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, que começam em agosto.
O Ministério da Saúde admitiu ter havido uma mudança no cronograma da produção do imunizante pela Biomanguinhos. Mas afirmou que não foi esse o motivo da alteração do cronograma. De acordo com a pasta, a produção das vacinas já está em dia.
O esquema de vacinação da pólio prevê que, depois das três doses injetáveis, sejam aplicados dois reforços, aos 15 meses e quatro anos. Esses últimos são feitos com a gotinha.
Além da redução da indicação do uso da “gotinha”, o Ministério da Saúde recomendou que a Campanha de Vacinação deste ano estenda o público-alvo e reforce a mobilização para atualizar a vacinação de crianças entre 9 e 14 anos.
Doutores brasileiros ficam mais jovens e se espalham pelo país
05/07/2016 - Valor Econômico
O número de doutores e mestres no Brasil cresceu expressiva e consistentemente nas últimas décadas, mas ainda está abaixo da média mundial. Os doutores brasileiros ficaram mais jovens, em torno dos 37 anos de idade, o que é boa notícia; eles chegam mais cedo ao mercado de trabalho e têm vida produtiva mais longa.
Houve também uma descentralização geográfica na formação dos pesquisadores: a região Sudeste deixou de ser a única formadora de mestres e doutores do Brasil, graças à expansão de centros acadêmicos pelo interior no país. Em 2014, o Brasil formou 50,2 mil mestres e 16,7 mil doutores, mais que em 2010, ano em que titulou 39,5 mil mestres e 11,3 mil doutores. Na comparação com 1996, o crescimento impressiona: a expansão de títulos concedidos em mestrado e doutorado entre 1996 e 2014 foi, respectivamente, de 379% e 486%.
Os dados integram um estudo inédito do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) que será divulgado hoje, em Porto Seguro (BA), durante a 68ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). A pesquisa cruzou as bases de dados da Rais/MTE, Coleta Capes e Plataforma Sucupira/Capes.
A publicação "Mestres e Doutores 2015: estudos da demografia da base técnico-científica brasileira" revela que, apesar do crescimento, o número de doutores no Brasil ainda é baixo em relação a outros países. Em 2013, por exemplo, a média brasileira foi de 7,6 doutores formados para cada grupo de 100 mil habitantes. Entre os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), só México (4,2) e Chile (3,4) apresentaram desempenho inferior ao Brasil.
O número é bem maior em países desenvolvidos, como os Estados Unidos (20,6), a Alemanha (34,4) e Reino Unido (41), e até mesmo em países em desenvolvimento, como a República Eslovaca (39,1), a Estônia (17,6) e a Turquia (11,5). "Há uma grande distância em relação aos países desenvolvidos, o que nos incentiva a manter e expandir os investimentos", avalia a coordenadora do estudo, Sofia Daher, que destaca, no entanto, que os doutores precisam estar bem colocados para que a inovação chegue às empresas e eleve a produtividade da economia.
Outra novidade revelada na pesquisa é que mudou o mapa dos mestres e doutores do país: antigamente, a maioria absoluta se formava na região Sudeste. Em 1996, apenas São Paulo e Rio de Janeiro eram responsáveis por 58,8% dos títulos de mestrado e 83,4% dos de doutorado concedidos naquele ano. Em 2014, esses Estados responderam, juntos, por 36,6% dos mestres e 49,5% dos doutores formados no país.
"Isso decorre da criação de novas universidades e campi que alcançam áreas que antes eram menos atendidas pelo sistema de pós-graduação", afirma a pesquisadora. O número de títulos de mestrado concedidos na região Norte, por exemplo, passou de 135, em 1996, para 1884, em 2014, um aumento de mais de 1200%. No doutorado, os títulos foram de 21 para 301. "A criação de um grande número de universidades no interior que é um fator fundamental de democratização do desenvolvimento", diz Antonio Carlos Filgueira Galvão, diretor do CGEE, que é economista de formação e especialista em desenvolvimento regional. "Um dos grandes dramas dos municípios menos desenvolvidos era que tudo estava na capital", diz.
Em 2014, a idade média dos titulados em mestrado e doutorado era, respectivamente, 32,3 e 37,5 anos, o que representa uma queda que acontece lentamente há 19 anos. Desde 1996, a idade média dos mestres caiu aproximadamente um ano, enquanto que a dos doutores foi reduzida em de 2 anos. O indicador é importante, de acordo com o estudo, porque mede o custo do pesquisador para o país. "Determina qual é o tempo de vida útil ao longo do qual esses profissionais darão suas contribuições para a economia e a sociedade", diz a publicação.
A publicação do CGEE analisou também como os mestres e doutores se inseriram no mercado de trabalho por seis anos consecutivos. A taxa de emprego formal de mestres e doutores manteve-se estável entre 2009 e 2014, em 66% e 75%, respectivamente. Já o grau de formalidade do emprego da população é em torno de 53%, de acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Aumentou também, de acordo com a pesquisa, o número de doutores empregados em empresas, tanto públicas quanto privadas. Entre 2009 e 2014, o número de mestres e doutores empregados em empresas privadas cresceu 9,8% e 11,7%, respectivamente.
O mercado de trabalho absorveu mais doutores do que mestres, conforme sinalizam as taxas médias de crescimento anual de doutores (11,3%) e mestres empregados (9,9%). "Não é tão fácil demitir esse profissional, não é fácil substitui-lo", diz Galvão. Nas empresas estatais, o crescimento no mesmo período foi de 9,3% e 9,7%. "Precisa crescer mais. A maioria dos doutores ainda está nas universidades e no setor público", diz Sofia, que diz esperar que o ajuste fiscal não interrompa a trajetória de expansão da pós-graduação no país. "Já vivemos outras crises e isso não ocorreu", afirma a pesquisadora.
Campanha de vacinação contra a pólio é adiada para setembro e será menor
04/07/2016 - Folha de S.Paulo / Site
Esperada geralmente para o mês de agosto, a campanha nacional de vacinação contra a poliomielite será adiada e também passará por mudanças. Neste ano, a vacina passa a ser indicada apenas para crianças entre seis meses e cinco anos que não tenham tomado até agora todas as doses recomendadas para proteção.
A ideia, assim, é incentivar a atualização da carteira de vacinação, sem fazer com que a vacina oral, a famosa "gotinha", seja aplicada de forma indiscriminada para todas as crianças dessa faixa etária.
Antes esperada para agosto, a campanha de mobilização para a vacinação também deve ocorrer a partir da segunda quinzena de setembro. Inicialmente, o Ministério da Saúde informou que o motivo é os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, que ocorrem já no próximo mês.
A avaliação é que o evento poderia diminuir a adesão à vacina, além de demandar mais esforços da rede de saúde. A Folha teve acesso a um documento apresentado pela pasta a secretários de Saúde que, no entanto, afirma que o adiamento ocorreu por problemas de fornecimento e no cronograma do laboratório de Bio-Manguinhos, da Fiocruz, responsável pelas vacinas.
Questionado, o laboratório nega falta de vacinas e diz que o adiamento ocorre devido a mudanças na produção das vacinas contra a pólio neste ano, conforme nova orientação da OMS (Organização Mundial de Saúde).
Em nota, o Ministério da Saúde diz que as mudanças na campanha "não prejudicam a imunização da população", uma vez que a poliomielite está erradicada no Brasil desde 1990 e que as doses necessárias para proteção estão garantidas.
A vacina contra a pólio é aplicada em três doses injetáveis, no 2º, 4º e 6º mês de vida do bebê. Em seguida, são indicadas duas doses de reforço da versão oral, a gotinha, aos 15 meses e aos 4 anos.
Para Renato Kfouri, da Sbim (Sociedade Brasileira de Imunizações), o modelo anterior da campanha fazia com que muitos recebessem várias doses extras sem necessidade. "Não há muito sentido em fazer uma campanha de vacinação indiscriminada, vacinando quem já está vacinado, só para ter certeza que não falta ninguém".
ADOLESCENTES
A campanha de vacinação também terá outras alterações. A ideia é fazer com que a mobilização nos postos de saúde não seja restrita apenas para garantir a proteção completa das crianças contra a poliomielite, mas também voltada à atualização da vacinação de crianças e adolescentes de 9 a 14 anos contra outras doenças –em caso de doses esquecidas ou a vencer, por exemplo.
Meninas, por exemplo, poderão receber a imunização contra o HPV, que protege contra câncer de colo de útero. "É uma campanha de multivacinação. A novidade é que não será só para crianças, mas também para adolescentes, que é um público em que as taxas [de vacinação] baixam muito. Precisamos mudar essa cultura de que vacinação é só para crianças", diz Renato Kfouri.
Infectologistas dizem que atraso não traz riscos
05/07/2016 - O Estado de S.Paulo
O adiamento da campanha de vacinação contra a poliomielite de agosto para setembro não deverá trazer problemas nem riscos para as crianças que serão vacinadas, segundo infectologistas ouvidos pelo Estado. Isso porque, além de a doença estar erradicada no Brasil há muitos anos, a vacina está disponível nos postos de saúde durante todo o ano.
“A campanha é uma forma de chamar a população para a vacinação.
Mas para aqueles que precisam tomar as doses ou os reforços na idade indicada, a vacina fica disponível no posto de forma permanente”, diz Marco Aurélio Sáfadi, presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
O virologista Celso Granato, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), concorda. “Considerando que não temos casos da doença no Brasil há muito tempo, nem em países vizinhos, e que o adiamento da campanha é muito curto, de apenas um mês, não há quebra de segurança nem risco de queda na proteção”, afirma o especialista.
Segundo os médicos, no último ano, apenas dois países do mundo registraram casos de paralisia infantil: Afeganistão e Paquistão.
REDUÇÃO
Os médicos dizem ainda que a mudança feita pelo Ministério da Saúde na campanha, para um formato menor, reduz o número de doses extras e, portanto, desnecessárias dadas a crianças com o esquema vacinal completo.
“Não há problema em dar doses extras, mas não precisa dar tantas doses como a gente dava.
Claro que quando você faz mais campanhas, você aumenta as chances de pegar aqueles que, por algum motivo, não tomaram todas as doses necessárias, mas nos países com a mesma condição de erradicação do Brasil, eles vacinam bem menos.
Então não há problema nessa alteração”, diz Granato.
A redução do uso da vacina oral, a “gotinha”, é, inclusive, recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), explica Sáfadi. “Já substituímos as primeiras doses, que antes eram orais, pelas injetáveis, feitas com o vírus inativado. A tendência é que, daqui a alguns anos, nem tenhamos mais a vacina oral disponível”, diz.
O especialista explica que, embora muito pequeno, há risco de a vacina oral levar a um efeito adverso que causa paralisia.
O risco, no entanto, é de 1 caso em 2 milhões de vacinados.
“Como a doença está sob controle, a tendência é que a gente elimine por completo esse risco reduzindo o uso da vacina oral”, diz.
Ministérios discutem zika, microcefalia e vírus do gado
05/07/2016 - O Estado de S.Paulo
Os Ministérios da Saúde e da Agricultura vão reunir-se nesta semana para discutir quais medidas deverão ser adotadas, no caso de se confirmar a hipótese de que a microcefalia ligada à zika no Nordeste tenha também vínculo com o vírus que ataca bois, o BVDV. Caso a relação seja comprovada, entre as medidas que serão analisadas está o abate de bezerros contaminados pelo vírus.
Conforme o Estado revelou na semana passada, pesquisadores brasileiros identificaram fragmentos de vírus BVDV em amostras de fetos e bebês com microcefalia ligada à zika. O achado, embora precise ser confirmado por estudos mais específicos, foi considerado importante e comunicado ao Ministério da Saúde. A pasta, por sua vez, notificou o resultado da análise preliminar à Organização Mundial da Saúde.
Ao Estado, representantes da instituição internacional disseram considerar que o estudo, preliminar, pode no futuro apontar uma “pista” importante para se investigar o surto de nascimento de bebês com microcefalia ligada à zika.
ESTUDOS INTERNACIONAIS
Não é a primeira vez, entretanto, que pesquisadores tentam travar uma relação entre microcefalia e BVDV. Estudos realizados, no entanto, indicam haver apenas alguns indícios.
Um deles, publicado na revista Lancet, em 1987, analisou um grupo de 129 mães que deram à luz bebês com microcefalia. O estudo preliminar indicava que duas mães (um número considerado baixo) apresentavam anticorpos para o BVDV e para rubéola.
Outro trabalho, de 1988, avaliou um grupo de pessoas que tinha contato com animais considerados suscetíveis ao BVDV.
Os resultados indicaram que parte do grupo apresentava anticorpos para o BVDV, mas não havia nenhum indício de que a contaminação poderia provocar sintomas.
Temperaturas baixas aumentam em 30% os riscos de infarto
04/07/2016 - G1 - Jornal Hoje
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, as temperaturas baixas aumentam em até 30% o risco de infarto. Os especialistas dizem que quando a temperatura média do dia fica em torno de 14 graus, o risco de infarto já aumenta. Com o frio, o organismo trabalha mais para manter a temperatura do corpo e o processo exige mais do coração.
“É que o frio é um vasoconstritor. Ele contribui para reduzir o calibre de uma artéria. Com isso vai aumentar a pressão arterial. É muito frequente que no inverno os hipertensos que estão bem controlados no verão, às vezes não ficam tão bem controlado”, fala o cardiologista Carlos Costa Magalhães.
Pacientes com doenças crônicas, com predisposição à problemas cardíacos e pessoas com mais de 65 anos formam o grupo de maior risco.
Alimentos leves, sopas, caldos, bebidas quentes, uma roupa adequada para temperatura ajuda a reduzir os riscos. Os médicos também lembram ainda que pacientes com doenças crônicas não podem se esquecer dos medicamentos de rotina. E a vacina contra a gripe também é uma aliada importante.
“A doença coronária que leva ao infarto, está associada à inflamação. Então a pessoa que tem uma artéria e tem uma placa de gordura e essa placa inflamada por um processo inflamatório como uma gripe ou uma pneumonia pode levar a um quadro agudo de infarto no miocárdio”, orienta o cardiologista.
Saúde libera R$ 6,4 milhões para assistência farmacêutica
04/07/2016 - Portal Brasil
Cerca de mil municípios brasileiros vão receber R$ 6,4 milhões para aprimorar a qualidade e estrutura dos serviços farmacêuticos. A iniciativa faz parte do Programa Nacional de Qualificação da Assistência Farmacêutica no âmbito do Sistema Único de Saúde (Qualifar-SUS).
O recurso poderá ser destinado para a contratação de novos profissionais, além do aprimoramento dos serviços de conectividade dos locais, para dar maior agilidade no atendimento à população e uma melhor organização dos estoques de medicamentos. A portaria já foi publicada no Diário Oficial da União.
A estratégia de qualificar os serviços de saúde integra o conjunto de investimentos já realizados por meio do Projeto de Qualificação da Assistência Farmacêutica e Intervenção Sistêmica da Assistência Farmacêutica nas Redes de Atenção à Saúde – QualiSUS-Rede.
Desenvolvido em 15 regiões do País, em 486 municípios, o Programa já proporcionou compra de computadores, realização de pesquisa diagnóstica sobre os serviços farmacêuticos e ofertas educacionais na modalidade à distância para mais de cinco mil profissionais de saúde.
AÇÃO INTEGRADA
Desde a criação do Programa, em 2012, o Ministério da Saúde já destinou mais de R$ 105 milhões para 1.582 municípios, e 70% deles estão inseridos no Programa Brasil sem Miséria.
Para participar do Qualifar-SUS, o município deve estar na lista do Brasil Sem Miséria (plano interministerial voltado para a população mais pobre) e fazer parte de outros programas da Atenção Básica, como o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ), Programa de Requalificação das Unidades Básicas de Saúde (Requalifica UBS), e o Hórus, sistema de Assistência Farmacêutica que permite o controle da compra, armazenamento, distribuição e dispensação dos medicamentos.
Organizado em quatro eixos (estrutura, educação, informação e cuidado), o programa engloba desde investimentos na estruturação dos serviços farmacêuticos até ações de cuidado ao usuário.
A proposta é contribuir para o aprimoramento, implementação e integração das atividades da assistência farmacêutica nas ações e serviços de saúde, visando uma atenção contínua, integral, segura, responsável e humanizada.
Comissão ouvirá ministro da Saúde sobre funcionamento do SUS
04/07/2016 - Agência Senado
A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) deve ouvir na próxima quarta-feira (6) o ministro da Saúde, Ricardo Barros, sobre o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS). O ministro deve esclarecer aos senadores declaração dada ao jornal Folha de São Paulo em que defendeu uma revisão no tamanho do SUS. Com a repercussão da entrevista, Barros se explicou, mas vários parlamentares manifestaram preocupação com a possibilidade de o governo Temer promover uma diminuição do sistema público de saúde. O autor do pedido da audiência pública, senador Humberto Costa (PT-PE), por exemplo, teme retrocessos no atendimento médico e hospitalar gratuito, com a intenção de privatizar cada vez mais os serviços de saúde.
Prioridade para operadoras é um reajuste diferente para planos individuais
04/07/2016 - Terra
Segundo Pedro Ramos, diretor da Abramge, o discurso adotado pelo governo anterior é de separação e segregação em relação aos planos de saúde, sendo tratado como SUS e Saúde Privada. ". Esperamos que isso mude porque uma redução no número de pessoas com planos de saúde, por exemplo, impacta a rede pública, o que já está acontecendo", disse.
A Abramge depende do Governo para poder mudar o sistema de reajuste dos planos de saúde, hoje é calculado de acordo com os planos de saúde coletivos. Eles acreditam que o perfil dos usuários de planos individuais é bem diferente, a mudança seria válida para novos contratos, sem mexer no direito adquirido dos usuários que já possuem contratos individuais.
Há dois anos, quando estourou a denúncia sobre as propinas na comercialização de órteses e próteses, inclusive com abertura de uma CPI. Segundo a Abramge, já existem projetos de lei parados na Câmara do Congresso referente a CPI, com reivindicações de a criminalização de médicos que cobram propina na aquisição desses materiais e a obrigatoriedade de uma segunda opinião médica em casos de uso de próteses e órteses.
É mais fácil levar bala perdida nos Jogos do que pegar zika
04/07/2016 - Portal Exame
No ano passado, a coisa estava feia: mais de 84 mil brasileiros foram infectados pelo zika vírus, a microcefalia entre recém-nascidos cresceu 1000% e quase 60 países registraram casos da doença.
Mas, às portas da Olimpíada no Rio de Janeiro, a Organização Mundial da Saúde disse, em comunicado oficial, que não há risco de a epidemia crescer por causa do evento.
EXATO
Em um vídeo publicado no início de junho, o professor Eduardo Massad, epidemologista da Faculdade de Medicina da USP, explica a tranquilidade da OMS.
Usando estatísticas e dados oficiais, ele mostra que o risco de um turista ser infectado pelo zika vírus na Olimpíada é baixo: a cada 100 mil pessoas, apenas 3 contrairiam a doença - uma chance menor do que a de levar um tiro de bala perdida andando na rua, por exemplo.
Uma das razões por trás disso é o inverno carioca. A probabilidade de alguém ser picado pelo Aedes aegypti durante o verão no Rio de Janeiro, quando o mosquito está a mil, é de 99,9%.
Mas no frio, quando o mosquito não se reproduz tanto, essa chance é muito menor: 3,5%. Em outras palavras, a cada 100 pessoas, apenas 3,5 serão picadas na Olimpíada.
Mesmo assim, ser picado não significa ser contaminado. Na verdade, a cada 100 mil pessoas picadas, só 3 de fato contraem a doença. Para a dengue, essa proporção é um pouco maior: são 5 casos sintomáticos a cada 10 mil indivíduos picados.
Se a gente considerar esses riscos de contágio durante a Olimpíada - quando cerca de 500 mil turistas vêm para o Rio - podemos concluir que, ao todo, serão 15 casos de zika e 250 de dengue.
Agora, comparando esses riscos com dados de outros perigos, dá para entender por que a OMS está tranquila. Olha só: no Rio de Janeiro, a probabilidade de levar um tiro na rua é de 3,8 a cada 10 mil - ou: a cada 10 mil pessoas, 3,8 levam um tiro.
Se 3 pessoas a cada 100 mil desenvolvem o zika com sintomas, dá para concluir que o risco de levar um tiro, mesmo sendo bem pequeno, é 15 vezes maior do que o de contrair a doença com sintomas.
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