ESTABELECIMENTOS REGISTRADOS

PROFISSIONAIS INSCRITOS ATIVOS

CLIPPING - 21/09/2015

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

CHIADEIRA CONTRA AUMENTO DE TAXAS DA ANVISA

19/09/2015 - IstoÉ Dinheiro


O aumento de ate 195% das taxas de fiscalização cobradas pela Anvisa está colocando em polvorosa a indústria farmacêutica. Segundo Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarma, que representa as empresas do setor, em alguns grandes laboratórios o impacto do reajuste poderá chegara USS 3.0 milhões. As pequenas empresas também estão chiando. "O registro de um novo medicamento aumentou de RS NO mil para R$ 234.8 mil", diz Mussolini.




Antidepressivo e violência

20/09/2015 - O Estado de S.Paulo


Novo estudo divulgado na última semana acende um sinal de alerta para o uso de alguns tipos de antidepressivo por adolescentes e jovens. O trabalho aponta uma correlação entre esse tipo de medicamento e um maior risco de comportamentos violentos.

Segundo os pesquisadores, jovens de 15 a 24 anos que tomam uma classe de antidepressivos conhecidos como inibidores específicos de recaptação de serotonina (o Prozac é o mais conhecido deles) têm quase 50% mais chance de se envolver com violência e criminalidade. Nas demais faixas etárias, essa associação não foi encontrada.

A pesquisa, feita pela Universidade de Oxford, levantou, durante quatro anos, registros oficiais de saúde de quase 800 mil suecos que tomaram esses antidepressivos. O trabalho foi publicado no periódico PLOS Medicine e divulgado pelo jornal inglês Daily Mail.

Como essa classe de remédio já é associada a um maior risco de suicídio em jovens, os especialistas trabalham com a hipótese de que ela possa agir de maneira distinta nos cérebros em fase de desenvolvimento.

Embora a correlação entre o medicamento e a violência pareça ser verdadeira nesse grupo, é difícil comprovar uma relação direta de causa e efeito. Os maiores índices de violência nos adolescentes que tomam os antidepressivos podem ter a ver com o uso irregular do remédio (mais comum nessa faixa etária) e também com o fato de que os jovens medicados podem fazer parte de um grupo sujeito a alterações de comportamento.

A violência foi mais comuns nos jovens que receberam doses mais baixas. Para os especialistas, mais estudos são necessários e, eventualmente, as bulas (que já avisam sobre maior risco de suicídio) poderiam trazer advertências sobre agressividade e pensamentos violentos. Outro ponto importante mostra correlação entre o uso desses antidepressivos e o maior consumo de álcool, o que pode justificar a maior taxa de violência nesse grupo.

Álcool na universidade. Por falar em álcool, a Unesp anunciou que a partir do próximo ano deve monitorar quedas nas notas de seus quase 37 mil alunos como um possível indicador de abuso de álcool e de maior perfil de comportamentos de risco.

A ideia de um procedimento que sinalizaria eventuais riscos pode ser boa, mas há algumas limitações que devem ser levadas em consideração.

Muitos alunos, ainda mais aqueles que vivem longe de suas famílias, tendem a aumentar o consumo de álcool e a ter experiências com outras drogas na universidade. É uma fase em que limites e novas possibilidades são testados com frequência. Mas nem todos os que bebem e abusam do álcool vão ter queda no desempenho. Outra questão é que o álcool não é a única causa de notas e frequência mais baixas. Desinteresse pelo curso, depressão e ansiedade, entre outros fatores, podem explicar o baixo rendimento.

Talvez outro grande limite seja o que fazer com alunos em uma situação mais complicada. Será que as universidades conseguem garantir esse suporte? E mais: como será feita a abordagem? Talvez mais efetivo do que monitorar notas seria fazer um maior controle sobre o que acontece nas festas e uma abordagem preventiva ao longo do curso sobre álcool, drogas e violência.




Novartis mantém otimismo mesmo com dólar mais caro

21/09/2015 - Valor Econômico


Aumentar vendas, mantendo o atual quadro de funcionários, faz parte da estratégica da farmacêutica Novartis para compensar a forte alta de custos em 2015, em decorrência da desvalorização cambial. Com compras públicas em baixa, a companhia encontrou nos genéricos o motor para um crescimento de dois dígitos num ano de recessão.

"O mercado farmacêutico continua apresentando crescimento [em 2015] em relação ao ano passado, mas o impacto percebido é que o avanço neste ano, em relação ao histórico dos últimos anos, ocorre a uma taxa menor", relata o presidente da Novartis, José Antônio Vieira, em entrevista exclusiva ao Valor ¬ a primeira desde que assumiu o cargo em abril deste ano, vindo da AbbVie.

A companhia suíça projeta um crescimento entre 9% e 11% para 2015, pouco acima da previsão do setor, de uma alta inferior a 10% no ano, segundo a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) em agosto.

"Isso é abaixo da média em relação aos últimos anos, mas ainda é um crescimento bastante positivo, quando comparado a outros mercados e empresas", diz.

Segundo o executivo, a venda em farmácias ¬ que representa pouco mais de 65% do mercado nacional ¬ apresenta bom desempenho, com a divisão de genéricos em destaque. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos), a Sandoz, divisão de genéricos da Novartis, registrou alta de 29,1% nas vendas do primeiro semestre, para 39,9 mil unidades, mais do que o dobro do avanço setorial de 12,3%.

"As vendas institucionais, por outro lado, têm um perfil de crescimento bem abaixo das outras áreas. Num momento em que há reduções de gastos do governo, é de se esperar que haja um impacto nas vendas", afirma Vieira.

Outro fator a prejudicar o desempenho da indústria farmacêutica no ano é a alta do dólar ¬ de 49% até o momento. "Uma parte substancial do nosso custo é de importados de alta complexidade. Então a alta do dólar impacta e, como atuamos num segmento onde o preço é absolutamente controlado, é preciso absorver esse aumento de custo", explica o executivo.

Assim, o ganho de produtividade é a alternativa possível, embora não chegue a compensar o efeito da alta de custos sobre os resultados. "É preciso controlar o avanço de gastos e conseguir que a força [de trabalho] existente entregue aumento de vendas, segurando a estrutura de custos sem que haja expansão", afirma.

Tendo iniciado sua carreira no setor farmacêutico na Ciba Geigy, que se fundiria em 1996 à Sandoz, criando a Novartis, Vieira voltou à companhia um ano depois do anúncio de uma reestruturação global da empresa. Em abril de 2014, a Novartis vendeu sua divisão de saúde animal à Eli Lilly e seu negócio de vacinas à GlaxoSmithKline, comprando a área de oncologia da GSK.

Com a venda do negócio de vacinas, uma fábrica em construção em Jaboatão dos Guararapes (PE) ficou com destino incerto. "Estamos comprometidos em encontrar um comprador para essa fábrica, que consiga dar um destino produtivo para esse investimento feito", relata Vieira. Orçada inicialmente em R$ 1 bilhão, o projeto contou com financiamento de R$ 800 milhões pelo BNDES.




O despertador do genoma

20/09/2015 - Folha de S.Paulo

Houve comoção quando, em 2000, o presidente dos EUA, Bill Clinton, e o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, anunciaram com cientistas os primeiros resultados do mapeamento do genoma humano. Só quinze anos depois as promessas do genoma começam a ficar palpáveis.

Entre as novidades, estão tratamentos contra o câncer que partem da análise genética dos tumores para que se saiba quais os medicamentos mais adequados.

Por exemplo, pessoas com câncer de pulmão e com um rearranjo no gene ALK podem ser tratadas com a droga crizotinib, o que diminui significativamente o crescimento do tumor. No entanto, a droga só funciona com tumores ALK positivos, ou seja, naqueles que carregam essa alteração.

De modo mais geral, os pesquisadores estão descobrindo que, para localizar alterações genéticas, o genoma não precisa ser lido "por inteiro". Basta se ater aos pedaços mais informativos.

Trata-se de uma postura cautelosa dos pesquisadores. A expectativa inicial era muito grande, especialmente entre os não cientistas: o mapeamento total do genoma permitiria criar uma relação direta entre genes e doenças.

Não foi bem assim que a coisa se mostrou, no entanto.

BARATEAMENTO

Nesses 15 anos, houve um grande barateamento do sequenciamento.

O projeto genoma humano original, na década de 1990, custou US$ 2,7 bilhões. Hoje, fazer um sequenciamento custa a partir de R$ 10 mil.

Tal mudança permitiu diversificar as pesquisas.

Agora há trabalhos, por exemplo, que tentam identificar a fundo a flora microbiana –é possível inclusive conhecer os hábitos alimentares e a região de origem de uma pessoa assim, e há aplicações do diabetes à obesidade.

Outra aplicação é o que se pode chamar de "peneira genética" para atletas. Olhando alguns marcadores, é possível prever em quais modalidades futuros atletas vão se dar melhor. Esse é um dos projetos ao qual está se dedicando o professor da Unifesp João Bosco Pesquero, por exemplo.

No caso do câncer, o estudo das mutações também facilita o diagnóstico.

Um exemplo foi o de Angelina Jolie, que, por causa de uma mutação no gene BRCA1, decidiu remover as duas mamas preventivamente –era praticamente certo (87% de chance) de que ela desenvolveria câncer de mama em algum momento na vida.

Na maior parte das vezes, porém, o que se sabe é que há uma chance poucos pontos percentuais maior do que a média de se ter determinado problema de saúde.

A essa questão a pesquisadora Mayana Zatz se dedicou em seu livro "Genética - Escolha que Nossos Avós Não Faziam" (editora Globo). De que adianta saber que há uma chance grande (ou minúscula) de desenvolver uma doença se não há o que fazer para preveni-la ou curá-la?

'-ÔMICAS'

Há ainda várias outras áreas com resultados interessantes além da genômica.

Uma delas é a proteômica, ou seja, o estudo das proteínas, que são produto da expressão gênica. Há ainda a transcriptômica, que estuda o RNA, e a conectômica, que tenta decifrar como neurônios se comunicam.

Se tudo der certo, em algumas décadas teremos a chance de ter um arsenal de recursos farmacológicos eficazes e baratos contra boa parte das doenças crônicas, como alzheimer e hipertensão.

Mas, como se vê, expectativas às vezes são frustradas.




Britânicos pedem permissão para alterar genes de embriões humanos

19/09/2015 - O Globo


Cientistas britânicos pediram permissão para alterar os genes de embriões humanos em experimentos destinados a descobrir mais informações sobre os primeiros estágios do desenvolvimento. O pedido aparece apenas alguns meses depois de pesquisadores chineses causarem furor internacional ao realizarem, pela primeira vez na História, um experimento em que modificaram genes de embriões humanos, abrindo calorosos debates sobre as questões éticas que envolvem o assunto.Desta vez, pesquisadores do Instituto Francis Crick, de Londres, pediram ao órgão regulador de fertilidade do governo britânico licença para realizar experimentos semelhantes. O departamento, por sua vez, confirmou o recebimento do pedido, que ainda será analisado.

A pesquisadora, uma cientista de células-tronco chamada Kathy Niakan, salientou que a intenção é aplicar o experimento em reprodução humana e que seu objetivo é aprofundar a compreensão científica de como um embrião saudável se desenvolve.

“Esse conhecimento pode melhorar o desenvolvimento do embrião após a fertilização in vitro e proporcionar melhores tratamentos clínicos para a infertilidade”, disse ela em um comunicado, acrescentando: “Quaisquer embriões doados seriam utilizados apenas para fins de pesquisa”.

Cientistas de todo o mundo estão atualmente debatendo o potencial uso futuro da nova tecnologia genética conhecida como CRISPR- Cas9, que permite aos pesquisadores alterarem praticamente qualquer gene, inclusive em embriões humanos.

Embora a tecnologia permita aos cientistas encontrar e alterar ou substituir defeitos genéticos, os críticos dizem que ela também tem o potencial de criar “bebês projetados” — um conceito amplamente desaprovado.

PEDIDOS DE CAUTELA

Em março deste ano, a revista “Nature” publicou um alerta de alguns dos pesquisadores mais respeitados na área, pedindo uma moratória em estudos que envolvam a manipulação genética de espermatozoides, óvulos e embriões humanos. O artigo foi assinado pelo presidente da Aliança para a Medicina Regenerativa, o cientista Edward Lanphier, e por outros quatro especialistas.




Nervos impressos em 3D

19/09/2015 - O Globo


O uso de avançadas tecnologias de impressão 3D pode devolver os movimentos a pacientes que sofreram danos em nervos periféricos. Pesquisadores americanos criaram uma nova técnica para se chegar à recuperação sensora e motora dessas pessoas, sem os graves efeitos colaterais dos tratamentos atuais. Trata-se de um tubo guia de silicone, confeccionado a partir da anatomia do nervo do próprio paciente, que facilita a regeneração do tecido danificado. Em experimentos com camundongos em laboratório, as cobaias voltaram a caminhar normalmente depois de um período de dez a 12 semanas.

Outros testes são necessários antes da aplicação da técnica em humanos, mas os resultados já são animadores.

— Isso representa uma importante prova do uso da impressão 3D de tubos guias nervosos personalizados para a regeneração de lesões em nervos complexos — afirma Michael McAlpine, professor de Engenharia Mecânica na Universidade de Minnesota e líder da pesquisa. — Um dia, esperamos que seja possível ter um scanner 3D e uma impressora dentro dos hospitais, para a criação de tubos personalizados no próprio local.

O estudo contou com a participação de pesquisadores das universidades de Minnesota, Virginia Tech, Maryland, Princeton e Johns Hopkins, algumas das mais prestigiadas do mundo. Os resultados foram publicados ontem na revista científica “Advanced Functional Materials”. O nervo escolhido para o experimento foi o ciático, por possuir bifurcações e transportar simultaneamente sinais dos sistemas sensorial e motor.

Nos experimentos laboratoriais, cientistas retiraram uma parte do nervo de uma cobaia e a digitalizaram com o uso de um scanner de luz estruturada, capaz de captar a luz refletida para reconstituir, com precisão, o objeto. Com posse do arquivo tridimensional do nervo, softwares de computação gráfica construíram o modelo do tubo, que envolve perfeitamente a fibra a ser reparada. Por fim, o tubo foi construído em silicone por uma impressora 3D, e depois implantado na cobaia, reconectando as duas extremidades do tecido.

O processo de escaneamento e impressão leva cerca de uma hora, mas o corpo precisa de muitas semanas para reconstruir os nervos. O tubo impresso em 3D recuperou os movimentos das patas traseiras da cobaia em 12 semanas.

Lesões que afetam os nervos são bastante comuns e, quando eles são rompidos, precisam ser reparados cirurgicamente. Apenas nos EUA, são cerca de 200 mil pacientes por ano que passam por algum tratamento reparatório. Quando há apenas a ruptura do nervo, o mesmo é suturado. Mas quando ocorre a perda de tecido, algo comum em acidentes automobilísticos e outros politraumatismos, o procedimento terapêutico mais utilizado é o autoenxerto. Nestes casos, o cirurgião retira algum nervo sensitivo, como o sural — responsável pela sensibilidade de algumas partes do pé —,e o reimplanta no local afetado pela lesão.

— O procedimento não é simples e traz sequelas para o paciente — explica Alexandre Leite Rodrigues de Oliveira, diretor do Instituto de Biologia e chefe do Laboratório de Regeneração Nervosa da Unicamp. — Nós retiramos um nervo sensitivo para recuperar o movimento em outra parte do corpo, mas acabam sendo feitas duas cirurgias, e o paciente perde a sensibilidade na região doadora.

OPÇÃO MENOS TRAUMÁTICA

Por esse motivo, a comunidade científica busca por opções menos traumáticas ao paciente. O uso de tubos, procedimento conhecido como tubulização, é citado como o mais promissor. Ele não é novo. Os primeiros estudos com a técnica começaram na década de 1980 e, hoje, já têm indicação clínica para alguns tratamentos em países da Europa e nos Estados Unidos, com a devida aprovação para uso comercial da FDA, agência que regulamenta alimentos e medicamentos no país.

— Mas o uso clínico ainda é restrito, principalmente para cirurgias nos dedos e nas mãos, onde os nervos são muito finos para o autoenxerto — diz Oliveira.

Mas, nos laboratórios, a tubulização é amplamente utilizada para experimentos com substâncias que acelerem ou tornem mais eficiente a regeneração das fibras, como as células-tronco. O experimento de McAlpine faz uso de duas dessas substâncias para direcionar o desenvolvimento dos tecidos. Por dentro do tubo, a impressora 3D aplica uma trilha com fator de crescimento nervoso (NGF, na sigla em inglês) e outra com fator neurotrófico derivado de linhagem de célula glial (GDNF), para os nervos sensitivos e motores, respectivamente.

Dessa forma, os pesquisadores conseguiram construir um tubo controlável no formato de “Y”, um feito inédito. A ideia é que a técnica possa ser utilizada para a regeneração de nervos com outros formatos complexos. Segundo os autores do estudo, “canais guias convencionais são fabricados ao redor de substratos cilíndricos, por isso são restritos a estruturas lineares. Era desejável desenvolver estratégias que permitissem a fabricação de tubos com estruturas anatomicamente complexas”.

— Não existe nada desse tipo no mercado — avalia Ana Maria Blanco Martinez, professora do Instituto de Ciências Biomédicas e pesquisadora do Laboratório de Neurodegeneração e Reparo da UFRJ. — A dificuldade de se construir tubos com bifurcação é controlar para onde os tecidos vão crescer.

A pesquisadora trabalha atualmente no projeto que busca a certificação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de um tubo guia nervoso nacional, que visa a baratear a aplicação clínica e reduzir os custos de pesquisas. Atualmente, o tratamento com a tubulização é proibitivo no país por causa dos altos custos de importação. Entretanto, conta Ana Maria, estudos em laboratório comprovam que a técnica é tão eficaz quanto o autoenxerto, e com menos sequelas.

— No futuro, nós vamos adicionar substâncias aos tubos que possam acelerar e melhorar a regeneração — prevê Ana Maria. — Os tratamentos atuais são demorados, e a recuperação funcional não é perfeita. Muitas vezes, os pacientes ficam com limitações de movimentos que comprometem a qualidade de vida e que os tornam dependentes de outros.

Mas existem limites para o uso dos tubos no que se refere à dimensão do segmento a ser regenerado. Segundo os padrões atuais, a perda de tecido não pode ser maior do que três centímetros para que os nervos sejam capazes de se reconstruírem naturalmente.

E o procedimento cr iado pelos pesquisadores americanos ainda é incipiente. O próprio material escolhido, o silicone, não é indicado para a tubulização. Por não ser absorvível pelo organismo, teria que ser retirado em outra cirurgia após a regeneração dos tecidos.

MATERIAL BIODEGRADÁVEL

No estudo, eles definem os próximos passos a serem seguidos. O primeiro será a substituição do silicone por alternativas biodegradáveis. Eles também vão focar na otimização da estrutura de difusão e na avaliação do retorno funcional dos fatores neurotróficos. Vale ressaltar que o experimento busca oferecer novos tratamentos para o sistema nervoso periférico. Lesões na coluna espinhal são quase sempre permanentes.

“Além de tudo, nós esperamos que essa plataforma provoque impacto significativo no entendimento dos fundamentos da regeneração e no tratamento clínico de lesões de nervos complexos”, dizem os pesquisadores.

Em casos em que o nervo não está disponível para escaneamento, o pesquisador acredita que existirá uma “biblioteca” com modelos escaneados de outras pessoas, que os hospitais poderão usar para buscar a estrutura mais próxima com a do paciente.— O próximo passo será implantar esses guias em seres humanos — afirma McAlpine.




Hypermarcas ganha força no setor farmacêutico.

21/09/2015 - O Estado de S.Paulo


Criada em 2001 para ser uma gigante do consumo, a Hypermarcas, do empresário goiano João Alves de Queiroz Filho, mais conhecido como Júnior, começou a mudar de rota em 2009, quando a empresa passou a fazer pesadas apostas no segmento farmacêutico, que registrou crescimento acima de dois dígitos até o ano passado e hoje responde por 55% da receita do grupo.

Com um movimento agressivo de aquisições, a Hypermarcas começou a incomodar os concorrentes, especialmente no segmento de genéricos. Hoje, a divisão farmacêutica já é a segunda maior do mercado brasileiro, atrás da EMS. Em agosto, sua participação de mercado ficou em 12,81%, quase encostada na líder, que encerrou o mesmo mês com fatia de 13,17%, de acordo com a consultoria IMS Health, especializada no setor farmacêutico. A companhia tirou em 2013 a vice-liderança da francesa Sanofi, dona da Medley, que tem hoje 8,69% do mercado brasileiro. A empresa quer a liderança de mercado. Para chegar lá, alguns fatores pesam a seu favor, segundo o analista Ricardo Boiati, do Bradesco BBI. Um deles é seu custo de produção de genéricos, que, em função de um parque fabril moderno, chega a ser 30% inferior ao dos principais concorrentes. Além disso, Boiati afirma que a companhia fez investimentos em marketing na marca Neo Química, tentando diferenciar o laboratório de medicamentos genéricos, que são considerados uma espécie de commodity no setor.

“O grupo quer se concentrar em medicamentos e ser uma companhia como as globais Bayer e a própria Sanofi, por exemplo, que possuem um amplo portfólio de remédios e produtos isentos de prescrição”, disse uma fonte de mercado.

Segundo o analista de varejo Luiz Cesta, da Votorantim Corretora, as perspectivas para o setor de medicamentos são boas no longo prazo, pois a tendência é de envelhecimento da população brasileira. Pensando nisso, a Hypermarcas quer ganhar musculatura e ampliar seus domínios, em uma nova onda de consolidação no futuro. Chegou a sondar o laboratório nacional Aché, das famílias Depieri, Siaulys e Dellape Baptista, que decidiram colocar o negócio à venda há quase três anos. O Aché também negociou com multinacionais, mas o processo não andou. Fontes dizem que a Hypermarcas ainda teria interesse no Aché.

Agressividade. A construção do império farmacêutico da Hypermarcas se deu, a exemplo do que ocorreu em bens de consumo, por aquisições. Entre 2009 e 2010, a empresa arrebatou a Neo Química, de Goiás, e a Mantecorp, da família Mantegazza, tirando concorrentes internacionais de peso do páreo.

Esses dois negócios, aliás, ajudaram a inflacionar o preços dos ativos farmacêuticos no mercado. Com o crescimento da divisão de medicamentos, a empresa ganhou a atenção do mercado financeiro.

Mesmo que a estratégia de separar o negócio de bens de consumo, operação bem vista pelo mercado, não tenha êxito, a Hypermarcas como um todo é considerada um bom ativo. Na terça-feira, a agência de classificação de risco Fitch manteve a nota da empresa em “BB ”, com perspectiva positiva. Vários bancos recomendam a compra da ação. “O setor de farma vai bem e, em consumo, a empresa tem boa performance”, afirma Caio Moreira, analista do banco Fator.

Para lembrar: grupo ficou mais enxuto

A Hypermarcas começou a colocar em prática em 2011, dez anos após sua criação, um amplo plano de reestruturação de seus negócios. Conhecida no mercado por seu movimento agressivo de aquisições, a companhia teve de rever sua estratégia, que incluiu a venda de vários ativos. O mercado começou a questionar a falta de foco do grupo, que tinha um leque de negócios, desde higiene e beleza até limpeza e alimentos. Em 2011, a companhia vendeu seus ativos de alimentos e limpeza, justamente as que deram origem ao negócio. O grupo desfez-se de um pacote de importantes marcas, como Assolan, Perfex, Etti e Salsaretti, que somou R$ 445 milhões.

Além disso, a Hypermarcas também concentrou a maior parte de suas fábricas em Goiás. Com investimentos de R$ 500 milhões, construiu no Estado complexos industriais e centros de distribuição para unificar a produção de seus dois negócios: remédios e consumo. Em Anápolis, a sede da Neo Química tem a maior capacidade de fabricação de remédios da América Latina – o “bunker de medicamentos”, como a estrutura é conhecida internamente, permitiu a desativação de fábricas do setor que antes estavam espalhadas por vários Estados.

A divisão de bens de consumo fica em Goiânia e concentra unidades produtivas batizadas de “projeto Matrix”. Só está fora do Matrix a divisão de fraldas descartáveis, que fica em Aparecida de Goiânia e está à venda.




GRAVIDEZ TARDIA

21/09/2015 - Veja


A medicina da reprodução assistida evoluiu no Brasil de tal maneira que hoje pode ser comparada à dos maiores centros internacionais. As pacientes, no entanto, ainda se veem às voltas com um grande número de mitos. Um levantamento realizado pelo site de VEJA mostra que o mais comum deles diz respeito a idade adequada para recorrer aos tratamentos. Muitas mulheres acreditam que graças aos avanços da ciência é fácil engravidar acima dos 40 anos. Não é. A chance de gravidez natural aos 40 anos é de 10% - com ajuda da medicina é de (no máximo) 20%. Acima dos 42 anos, a chance natural é de 5%; com tratamento, de até 10%. Ou seja, mesmo com toda a ciência, não é simples.




A praga do diabetes

20/09/2015 - Correio Braziliense


O diagnóstico do diabetes na vida adulta geralmente está relacionado a uma dieta rica em açúcar e gorduras. Combinada a uma rotina sedentária, a má alimentação é uma condição propícia para o desenvolvimento da resistência à insulina, a substância responsável por equilibrar o nível de glicose no sangue. No entanto, mesmo alimentos saudáveis, como peixes e vegetais, podem ocultar um vilão pouco conhecido: pesticidas e outros compostos químicos que persistem por anos no solo e no organismo de animais e podem aumentar as chances de desenvolvimento de todos os tipos da síndrome metabólica em 61%.

O número foi divulgado no encontro da Associação Europeia para o Estudo de Diabetes, semana passada, em Estocolmo. Um grupo de cientistas analisou 21 pesquisas que estudaram a relação entre os pesticidas e o diabetes em mais de 66 mil indivíduos de diversos países. “Nós ficamos surpresos com a consistência dos resultados em diferentes subgrupos e com a análise de sensitividade, onde o risco relativo permanece alto”, afirmou ao Correio Evangelos Evangelou, pesquisador da Escola de Saúde Pública da Imperial College, de Londres, e um dos autores do trabalho comparativo.

Evangelou ressalta que os artigos analisados não explicam o mecanismo que pode ligar os pesticidas à doença. No entanto, ele também lembra que existem outros trabalhos experimentais — feitos com animais e em testes in vitro — mostrando que os pesticidas podem estimular a resistência à insulina, o que levaria ao desenvolvimento do diabetes tipo 2. Quando investigaram especificamente a influência desses contaminantes sobre a variação desse tipo de diabetes, os artigos apontaram para um aumento de incidência de até 64%. “Mas seria importante a realização de uma revisão sistemática dos mecanismos do desenvolvimento desse diabetes por meio dos pesticidas e contaminantes orgânicos em geral”, pondera o pesquisador.

As análises não indicaram se a predisposição genética ou outros agentes ambientais agravam o efeito dos pesticidas sobre o metabolismo, mas alguns fatores indicam que os pacientes com maior índice de gordura corporal podem estar mais sujeitos ao diabetes causado pela exposição aos compostos tóxicos. Isso ocorre porque a insolubilidade dos pesticidas e de outros poluentes permite que eles fiquem armazenados por um longo tempo no tecido adiposo de humanos e animais.

“No entanto, também encontramos uma alta concentração de poluentes no tecido adiposo de pessoas magras que tiveram uma grande exposição (a essas substâncias)”, explica Juan Pedro Arrebola, especialista e pesquisador da Universidade de Granada. Arrebola realizou em 2013 um estudo com 386 pacientes de um hospital de Granada, na Espanha, e notou que a presença de algumas substâncias tóxicas, como o DDT, pode aumentar as chances de desenvolver diabetes em até quatro vezes.

Reação imunológica

Os cientistas acreditam que esses compostos causem uma resposta imunológica que levaria ao problema metabólico. “Certos químicos podem exercer um efeito imunotóxico ao se ligarem aos receptores de estrogênio, o que induz uma inflamação crônica, reduz a função mitocondrial, leva à oxidação dos ácidos graxos e ao aumento da lipólise, todos fatores relacionados à síndrome de resistência à insulina”, explica Arrebola. Estudos também mostram que os pesticidas podem alterar a função das células beta que produzem a insulina. Isso significa que a intoxicação ao longo prazo poderia levar também ao diabetes tipo 1.

Outro artigo do grupo de Juan Pedro Arrebola, publicado no fim do ano passado, demonstrou a relação de poluentes orgânicos com o diabetes gestacional. O estudo analisou 107 mulheres que tinham histórico da doença e demonstrou uma relação entre as concentrações de poluentes e a resistência à insulina desenvolvida pelo organismo da maioria das pacientes. Os pesquisadores acreditam que a condição subclínica talvez seja compensada pelo aumento da produção de insulina, o que explicaria a dificuldade em relacionar os níveis de glicose em jejum com os poluentes.

Persistentes

Entre as substâncias encontradas no organismo dos pacientes que desenvolveram diabetes, estão compostos como o DDT e o clordano, dois inseticidas que tiveram o uso banido na maioria dos países, mas que permanecem presentes em animais e seres humanos. Estão na lista dos chamados poluentes orgânicos persistentes (POPs), que ganham esse nome justamente pelo longo prazo que levam para desaparecer. O DDT, por exemplo, leva até 30 anos para sumir de solos e águas contaminados. Já o clordano, que antigamente era usado para o extermínio de cupins, pode ser encontrado décadas depois de ser aplicado nas residências.

Os peixes são considerados as maiores vítimas desses compostos, que acabam se concentrando em mares próximos a áreas industriais e nas regiões polares. Enquanto nos humanos os efeitos dos pesticidas ainda estão sendo compreendidos pelos cientistas, nos animais aquáticos, o fenômeno é bastante claro: as toxinas afetam a saúde reprodutiva desses bichos e prejudicam toda a cadeia alimentar em que estão envolvidos. Essas substâncias também são encontradas no tecido adiposo de vacas, em vegetais e em todo tipo de espécie que teve contato com um solo ou alimento contaminados.

“Alguns desses compostos podem persistir por 15 a 20 anos no solo e partes deles são arrastadas pelas chuvas para o interior dos cursos d’água, que também os recebe por efluentes industriais, esgotos, sedimentos, atmosfera e contaminação direta”, explica a professora Sandra Rissato, do Departamento de Química da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Rissato ressalta que é difícil ter uma noção clara dos níveis de POPs e de outros agrotóxicos nos produtos agrícolas consumidos no Brasil. “A dificuldade está no fato de que se trata de uma contaminação invisível. É praticamente impossível para o consumidor reconhecer um produto contaminado”, lamenta. Uma possível saída para os consumidores, sugere a especialista, é optar por produtos certificados de origem orgânica e procurar conhecer o histórico dos locais de cultivo.

Mais suscetíveis

De acordo com levantamento feito pelo Instituto Nacional de Saúde norte-americano (NIH), os profissionais que trabalham diretamente com a aplicação de pesticidas podem ter um risco 200% maior de adquirir a doença. O maior perigo à saúde identificado no estudo é do tricloforn, ainda usado para exterminar baratas e carrapatos. Esse inseticida pode aumentar as chances de desenvolver o diabetes em quase 250% para aqueles que tiveram ao menos 10 exposições à substância.

PARA SABER MAIS

Combate internacional

Em 2004, entrou em vigor a Convenção de Estocolmo, que determina uma série de medidas a serem tomadas pelos países para a eliminação dos Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs). O documento lista 12 substâncias que hoje têm a produção, a comercialização e o uso controlados em 160 países, incluindo o Brasil. A convenção determina que os governos promovam as melhores tecnologias e práticas para a gestão e a eliminação dos POPs, além de prevenirem sua proliferação. Por meio do acordo, são oferecidas opções tecnológicas inovadoras, além de apoio financeiro para a busca de alternativas de substituição dessas substâncias e o desenvolvimento sustentável.




Mais Médicos segue dependente do acordo Brasil-Cuba

19/09/2015 - O Estado de S.Paulo


A expansão do provimento emergencial de médicos na atenção primária em interiores e periferias é meritória, mas persiste nesses locais a baixa permanência de brasileiros. A remuneração razoável ou o bônus que fura a fila nas seleções de residência médica podem estimular a instalação provisória de recém-formados, mas eles tendem a abandonar o posto por melhores condições de trabalho e perspectivas de especialização.Com isso, o Mais Médicos segue fortemente dependente do acordo entre Brasil e Cuba e da aceitação de brasileiros com diplomas não revalidados, formados na Bolívia e em escolas estrangeiras caóticas. Por trás do comercial que alardeia 63 milhões de pessoas cobertas, descortinam-se arranjos improvisados: bolsas de especialização no lugar de vínculos trabalhistas, restrições aos cubanos, pagamento de tutores e supervisores que não são docentes e não promovem a integração entre ensino e serviço, decisão de gestores de trocar médicos por intercambistas com salário menor.

Além dos gastos com propaganda, recursos públicos contratam pesquisas sem edital e sem perguntas claras para validar pontos positivos do Mais Médicos. Não haverá resposta satisfatória para a falta de médicos sem a combinação de medidas excepcionais desde a graduação. Na direção oposta, a redução de financiamento do SUS e os incentivos ao mercado de planos e hospitais privados vão subtrair médicos da rede pública. Num sistema privatizado, a leva de novos formados poderá acirrar as desigualdades de acesso à saúde.




Prefeitura vai fazer unidade de saúde em prédio de fibra de vidro

19/09/2015 - O Estado de S.Paulo


O novo secretário municipal de Saúde de São Paulo, Alexandre Padilha, vai usar modelos de casas pré-fabricadas para construir novas unidades de saúde na capital. Esse tipo de construção, de fibra de vidro, é uma tentativa de melhorar os indicadores da área que tem uma das piores avaliações da administração municipal, com 6,5% do investimento previsto para as metas usado até junho. Neste mesmo mês, a gestão Haddad só havia entregue 19 das 146 unidades novas ou reformadas prometidas.Padilha, porém, admite que não conseguirá colocar em funcionamento todas as unidades que o prefeito prometeu em campanha. No caso das 43 UBSs previstas, por exemplo, 27 deverão estar abertas até o fim do mandato, no ano que vem. As demais estarão em obras. Os três hospitais previstos funcionarão apenas parcialmente. Das 32 unidades da Rede Hora Certa prometidas, que ofereceriam atendimento com especialistas, oito estão em funcionamento. Em fevereiro, último dado disponível, mais de 600 mil pessoas aguardavam algum tipo de atendimento na cidade.

Com os atrasos nas licitações e a crise econômica enfrentada pela Prefeitura, pelo menos duas UBSs e dez Hospitais Dia da Rede Hora Certa terão estrutura de uma unidade móvel, mais barata: ela sai por entre R$ 700 mil e R$ 900 mil, enquanto uma unidade tradicional consome de R$ 3 milhões a R$ 4 milhões. Além disso, o modelo pré-fabricado leva, no máximo, 40 dias para ser erguido, enquanto a construção de alvenaria demora um ano para ficar pronta.

“É um equipamento que a gente, na época do ministério, usou muito para as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento). É como se fosse uma casa pré-fabricada com material apropriado para área hospitalar, um tipo de fibra. Você sobe rapidamente”, disse. Presidente da Associação Paulista de Medicina (APM), Florisval Meinão vê a medida com pessimismo. “É uma medida emergencial para tentar salvar uma gestão de saúde muito pobre”, afirma.

Especialidades. Para tentar diminuir a fila de 600 mil pessoas, Padilha pretende adotar na capital paulista um serviço em que médicos da Prefeitura de diversas especialidades darão auxílio a distância aos clínicos dos postos de saúde na resolução de casos, por telefone e online.

“Hoje temos uma plataforma que faz esse trabalho com acompanhamento das gestantes de alto risco. Essa plataforma pode ser rapidamente ampliada para outras especialidades”, afirma o secretário.

Segundo Mario Scheffer, professor da Faculdade de Medicina da USP, o serviço a distância costuma ser usado apenas em áreas remotas do País, sem acesso a especialistas. “Não entendo muito bem qual é a ideia deles ao fazer isso. O certo seria ter serviços de retaguarda suficientes”, diz.

Para o especialista, as ações podem trazer um benefício apenas pontual, mas estão longe de ser uma solução permanente para a dificuldade de acesso ao sistema de saúde. “Está me parecendo mais um conjunto de medidas de marketing e que podem até ser úteis, mas não são medidas que vão atender a enorme demanda reprimida de pacientes que existe hoje.”




Sem Intervalo

19/09/2015 - O Estado de S.Paulo

Colunista: Cristina Padiglione


Série médica une SUS e Sírio Libanês

Série que mescla as pretensões de uma jovem médica (Ana Petta) em trabalhar na rede particular e um médico experiente (Caco Ciocler), dedicado ao serviço público, Unidade Básica tem apoio do Hospital Sírio-Libanês, referência em saúde no País, e do Proadi-Sus, programa de apoio ao desenvolvimento institucional do Sistema Único de Saúde, do Ministério da Saúde. Com roteiro de Newton Cannito, a série tem produção da Gullane e conta com aval para verba de incentivo da Ancine, com previsão de exibição para 2016 no Universal Channel. São 8 episódios que prometem mexer com um assunto de grande interesse do público e há muito não abordado pela ficção nacional.




Após 2 anos, dobra nº de profissionais que deixam programa Mais Médicos

19/09/2015 - O Estado de S.Paulo

O programa Mais Médicos do governo federal completa dois anos de funcionamento efetivo na quarta-feira enfrentando um aumento no número de desistências. Nos primeiros sete meses do ano, 337 médicos abandonaram o programa, segundo o Ministério da Saúde, média de 1,6 por dia. Desde que o programa foi lançado, em 2013, e em todo o ano passado, 361 médicos deixaram o programa - média de 0,75 por dia.Os números não incluem a saída de 76 médicos cubanos em todo o período, o que eleva o total de evasão para 774 profissionais. De acordo com o Ministério, os desistentes representam uma parcela pequena, ante 18,2 mil médicos que permanecem no programa, dos quais 11,4 mil cubanos. A maioria dos que saíram já teve as vagas ocupadas por outros profissionais convocados pelo governo.

O Ministério atribuiu o crescimento da deserção em 2015 à maior rotatividade entre os médicos brasileiros contratados pelo programa. Do total de desistentes neste ano, 335 são brasileiros, segundo a pasta. A aprovação na residência médica ou em concurso público está entre os principais motivos alegados para a saída. Ainda conforme o Ministério, os cubanos representam apenas 0,6% do número total de profissionais que deixaram o programa.

Estados Unidos. Na semana passada, um casal de médicos cubanos abandonou o serviço em Agudos, região central do Estado de São Paulo. Alejandro Gonzales e Amarilis Prieto Carballosa trabalhavam havia um ano no programa de saúde da família da cidade, e tinham até trazido uma filha de 12 anos para o Brasil. No dia 8 de setembro, após um feriado, eles não apareceram para trabalhar. Conhecidos do casal informaram que tinham viajado com a filha para os Estados Unidos.

De acordo com amigos de Alejandro, ele teria reclamado das condições no Brasil, já que o acordo com Cuba não permite a vinda de filhos dos profissionais. Ele também teria feito referência à retomada das relações diplomáticas entre seu país e os Estados Unidos, o que tornaria a América do Norte mais interessante para os cubanos.

A prefeitura registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil e entrou em contato com a coordenação do programa em São Paulo. No município, há mais cinco profissionais do Mais Médicos, mas a prefeitura vai pedir a reposição dos desistentes. Os dois médicos eram considerados competentes e tinham agradado à população. O Ministério informou que, após receber a informação da prefeitura, os médicos serão notificados para retomar as atividades em 48 horas ou justificar a ausência, caso contrário, serão desligados.

Reposição. O crescimento na desistência levou o governo brasileiro a realizar com mais frequência a reposição dos que saem. A primeira chamada para reposição, desde que o programa começou, foi feita em janeiro. Uma nova recolocação de médicos aconteceu em julho. A partir de agora, serão feitas reposições trimestrais - a próxima está marcada para outubro.

No caso dos brasileiros ou intercambistas individuais, a reposição é feita por meio de convocação por edital. Já as vagas dos cubanos são repostas por meio do convênio com a Organização Pan-americana de Saúde (Opas). Nesse caso, basta o Ministério notificar a Opas para que seja enviado outro cubano para o lugar do desistente.

A saída de cubanos é mais rara: em Sorocaba, por exemplo, entre os 36 médicos de Cuba que se apresentaram à prefeitura, não houve uma desistência sequer. A cidade tem outros dois médicos, um brasileiro e um italiano, que também permaneceram no programa.




Entidades culpam falta de estrutura de programa

19/09/2015 - O Estado de S.Paulo


Entidades que representam os médicos têm posicionamentos diferentes em relação aos pedidos de desligamento do programa Mais Médicos feitos pelos profissionais brasileiros. Vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Ribeiro diz que a deserção está relacionada com problemas de estrutura do programa e não com a falta de comprometimento dos médicos.“Não existe uma surpresa em relação a esse dado. Desde o início, alertamos o governo que, na realidade, não é o médico que tem de ser interiorizado, mas todo o sistema de saúde. O médico é apenas um elemento e o governo tem de colocar condições mínimas, como raio X, enfermeiros e medicações básicas para que a equipe possa ter ‘resolutividade’. As condições de trabalho são terríveis e não há condições de exercer o trabalho em sua plenitude.”

Ribeiro diz que o índice de desistência seria menor se o programa oferecesse um plano de carreira para os profissionais. “Os médicos têm uma perspectiva de carreira. A nossa proposta há décadas é a carreira de Estado, tratar o médico como funcionário público, com dedicação exclusiva, plano de cargos, carreiras e salários para atendimento pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Mas o governo não tem políticas públicas para especialidades básicas, como clínico geral, ginecologista, cirurgião geral, pediatra e médicos do Programa de Saúde da Família.” Presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Florentino Cardoso diz que o objetivo de obter mais qualificação é o que tem feito os profissionais brasileiros saírem do programa. “Provavelmente, os profissionais que desistiram foram aprovados em programas de residência médica do Brasil inteiro. A maioria dos brasileiros do programa é formada por médicos que não têm formação além da graduação.” Cardoso acrescenta que o caráter provisório também influencia os profissionais. “O programa Mais Médicos não tem vínculo e o médico está sempre se qualificando, aprendendo. Mas é importante dizer que o médico brasileiro sempre se colocou à disposição para ajudar a melhorar a saúde no Brasil.”

Histórico. Desde o início, o programa foi alvo das associações médicas. A Federação Nacional dos Médicos (Fenam), por exemplo, destacava que o piso salarial dos médicos, estipulado pela entidade, era de R$ 10.412 para 20 horas semanais de trabalho. Enquanto isso, o programa prevê pagamento de bolsa de R$ 10 mil para 40 horas semanais.

Além disso, o fato de os médicos cubanos serem pagos via Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) também motivou críticas, tanto políticas quanto na Justiça trabalhista.




Ambev: Brasil está perto da meta da OMS de reduzir consumo de álcool

18/09/2015 - Valor Econômico / Site


A Ambev informou nesta sexa-feira que a ação desenvolvida pela companhia desde 2010 para conscientizar a população a respeito do consumo responsável de bebidas alcoólicas trouxe efeitos no Brasil. Citando dados de uma pesquisa feita pela Vigitel a pedido do Ministério da Saúde, a empresa informou que o Brasil já está muito próximo de atingir a meta fixada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para redução de consumo excessivo de álcool.

A OMS estabeleceu, em 2010, o prazo de 2025 para que o consumo nocivo de bebidas alcoólicas seja reduzido em 10%, para 16,3%. Em 2010, 18,1% da população brasileira que consome bebidas alcoólicas fazia um uso nocivo das bebidas — a OMS considera nocivos o consumo por menores de idade, consumo em excesso e beber antes de dirigir.

No ano passado, segundo a pesquisa, esse índice baixou para 16,5% - ou seja, próximo da meta de 16,3% da OMS.

“É bem provável que essa meta seja batida em breve. Se isso acontecer, vamos desenvolver ações para baixar ainda mais o índice”, disse Eduardo França, diretor de relações corporativas, sustentabilidade e comunicação da Ambev.

O presidente da Ambev, Bernardo Paiva, acrescentou que o trabalho de conscientização é constante. “Mudar valores é como a educação, não se educa em um ano, é preciso um esforço constante durante toda a vida”, disse.

A Ambev realiza desde 2010 o “Dia de Responsa”, uma ação para promover o consumo responsável de bebidas alcoólicas. Neste ano, a empresa adotou o slogan “A hora certa para beber não é depois das 18h. É depois dos 18”, criado pela agência Loducca, contratada para fazer a campanha.

No Brasil, a Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil) e suas associadas — Ambev, Grupo Petrópolis, Brasil Kirin e Heineken) desenvolvem campanhas para estimular o consumo responsável desde 2010. Globalmente, a controladora da Ambev, a Anheuser-Busch InBev (AB InBev), e suas rivais Carlsberg, SABMiller e Heineken, também promovem hoje uma ação de conscientização nos países em que atuam.

Em um vídeo institucional, Carlos Brito, presidente da AB InBev, disse que, desde 2010, a empresa dobrou o número de funcionários envolvidos nessas ações no mundo, para 36 mil pessoas.

No Brasil, segundo a empresa, a campanha já atingiu 18 mil jovens e 8 milhões de pessoas.




Liminar obriga Unimed nacional a atender clientes da Paulistana

18/09/2015 - Valor Econômico / Site


O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) obteve liminar determinando que a Central Nacional Unimed (CNU) atenda os clientes da Unimed Paulistana. A CNU é uma cooperativa médica do sistema Unimed que atende os funcionários de empresas com abrangência nacional.

A liminar foi concedida pela juíza Maria Rita Rebello Dias, da 18ª Vara Cível do Foro Central Cível de São Paulo, e prevê que a Central Nacional Unimed preste serviços médicos, laboratoriais e hospitalares, incluindo atendimento de obstetrícia e odontológica previstos em contrato, especialmente os casos de urgência até a transferência da carteira de clientes da Unimed Paulistana.

A CNU informou que não recebeu a notificação.

Transferência de clientes

No começo do mês, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) determinou a transferência de clientes da Unimed Paulistana para outra operadora no prazo de um mês. A preferência foi dada à CNU e Federação das Unimeds do Estado de São Paulo (Fesp), mas ambas já informaram que não têm interesse em ficar com a carteira.

Após esse período de um mês, se não houver interessados, será realizado um leilão da carteira pela ANS que dura de 15 a 30 dias.

As chances de a Paulistana conseguir um interessado nesta primeira etapa do processo de liquidação são pequenas. Se houver alguma oferta, poderá ocorrer no leilão.

A resistência das operadoras é grande porque na etapa inicial do processo (alienação de carteira), há um risco jurídico maior de a compradora ter de assumir futuramente os passivos da Paulistana — cujo débito tributário é de cerca de R$ 1 bilhão e as dívidas com prestadores de serviços está entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões. No leilão, a ANS separa a carteira de clientes e o risco é menor.

Na semana passada, a ANS reuniu-se com representante do Ministério Público Federal e do Ministério Público de São Paulo para discutir medidas para agilizar uma solução para os beneficiários da Unimed Paulistana.




Unimed Paulistana

21/09/2015 - Valor Econômico


O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) obteve liminar determinando que a Central Nacional Unimed (CNU) atenda os clientes da Unimed Paulistana. A CNU é uma cooperativa médica do sistema Unimed que atende os funcionários de empresas com abrangência nacional. A liminar prevê que a Central Nacional Unimed preste serviços médicos, laboratoriais e hospitalares,, incluindo atendimento de obstetrícia e odontológico previstos em contrato, especialmente os casos de urgência até a transferência da carteira de clientes da Unimed Paulistana. A CNU informou que não recebeu a notificação.




Mercado Aberto: Despesas em evolução

21/09/2015 - Folha de S.Paulo


Os gastos de planos de saúde de autogestão com órteses, próteses e materiais especiais (OPMEs), como implantes, somaram R$ 1,5 bilhão em 2014, segundo a Unidas (entidade que representa as instituições). O valor representa 15% das despesas com procedimentos hospitalares pagas pelo segmento no ano passado.

No total, o custeio assistencial das operadoras foi de de R$ 15 bilhões em 2014, valor que poderá chegar a R$ 20 bilhões até o fim deste ano, de acordo com a associação.

O crescimento será impulsionado pelo envelhecimento da população e pela inclusão de novos procedimentos na lista de cobertura, entre outras razões. As operadoras de autogestão são as que administram o plano de saúde dos próprios funcionários. *5 milhões*são os beneficiários atendidos pelas instituições de autogestão no país.




Vírus e homens

19/09/2015 - Folha de S.Paulo


Um prosaico espirro carrega 40 mil gotículas de secreção, numa velocidade que pode atingir 300 km/hora. Dependendo da inclinação do jato em relação ao solo, o spray percorre mais de 10 metros.

Se você estiver resfriado, cada gotícula conterá 200 milhões de unidades do vírus. Se um nariz incauto for alcançado na trajetória de uma delas, os vírus penetrarão e se multiplicarão no interior das células das mucosas nasais, liberando trilhões de cópias de si mesmo que infectarão em cadeia as células das vizinhança.

Se você fosse um dos vírus do resfriado, seria capaz de engendrar estratégia de sobrevivência mais inteligente?

Essa estratégia não é a única que os vírus encontraram para sobreviver no corpo humano.

Na fase aguda, o herpes simples provoca pequenas bolhas nos lábios, nos genitais ou na pele. Assim que o sistema imunológico consegue contê-lo, as lesões cicatrizam, mas o vírus persiste para sempre, refugiado no interior de estruturas existentes nos nervos periféricos, à espreita de condições propícias para contra-atacar.

O mesmo acontece com o vírus da varicela (catapora), adquirido na infância, que sobrevive no organismo durante décadas para emergir sob a forma de herpes zoster ao setenta anos de idade.

Há, ainda, aqueles que permanecem à espera de uma debilidade do sistema imunológico para se manifestar. É o caso do vírus causador do sarcoma de Kaposi em pessoas com Aids e daqueles associados a diversos tipos de câncer (HPV, EBV e outros). Quando um vírus invade o organismo humano, terá três destinos:

  1. Provocará uma infecção tão grave que levará o hospedeiro à morte. Matar a galinha dos ovos de ouro não é boa ideia: gente morta não anda por aí espalhando vírus. É o caso do Ebola ou do vírus da gripe espanhola.
  2. O organismo dispara uma resposta imunológica de alta eficácia, que consegue eliminá-lo definitivamente. É o que ocorre com os vírus do resfriado comum, da gripe ou da hepatite A.
  3. 3) O vírus e o hospedeiro entram em convivência pacífica por longos períodos, num processo de simbiose. Em certas condições, o DNA viral pode ser incorporado aos genes carregados pelos espermatozoides e óvulos, para ser transmitido às novas gerações.

Se considerarmos que o sentido da vida é o eterno crescei e multiplicai-vos, os vírus são imbatíveis.

Incapazes de reproduzir-se por conta própria por lhes faltar organelas especializadas, conseguem apropriar-se da maquinaria responsável pela divisão celular de qualquer ser vivo para fazer cópias piratas de seu material genético.

Conseguem infectar bactérias, fungos, todas as plantas e animais. Para ter uma ideia da ubiquidade, em um litro de água do mar existem cerca de 10 bilhões de bactérias e 100 bilhões de vírus.

A multiplicação rápida e o mecanismo que os vírus utilizam para incorporar seus genes aos das células infectadas modificam o genoma celular, ao mesmo tempo em que o genoma viral sofre mutações que vão ser submetidas à seleção natural –mecanismo que elimina as formas de vida menos aptas. Esse processo é conhecido como coevolução.

Quando os vírus desenvolvem mutações favoráveis à sobrevivência do hospedeiro, eles se encarregam de disseminá-las para outros membros da mesma espécie. É o que acontece quando uma cepa de bactérias adquire resistência à penicilina: em pouco tempo essa habilidade será transmitida às demais da espécie.

Vivem no corpo humano trilhões de vírus. Nosso organismo contém mais vírus do que bactérias e mais bactérias do que células. Eles podem ser encontrados na pele, intestinos, pulmões, boca e até na corrente sanguínea. Seus genes estão presentes não apenas em nossas células, mas no interior das bactérias que convivem em simbiose conosco.

Mal invadiram um organismo, eles se multiplicam na maior velocidade que o ambiente lhes permite. Antes que as defesas imunológicas consigam destruí-los, já pensam em ir atrás de outro hospedeiro. Nesse entra-e-sai sem fim, a composição do viroma dos seres vivos tem características personalizadas.

Cada um de nós, leitor, é um nicho ecológico único, formado por células humanas, bactérias e vírus que interagem em mecanismos de altíssima complexidade.




No mês mundial do Alzheimer, veja dicas para prevenir a doença

20/09/2015 - Folha de S.Paulo / Site


"100 Dicas Simples para Prevenir o Alzheimer" ensina como tornar o cérebro mais resistente e protegido contra as doenças neurodegenerativas associadas à idade.

Embora muitos acreditem que não há nada que possa ser feito para prevenir o Alzheimer, cientistas estão provando que isso não é verdade. Estudos recentes mostram que, com o estímulo certo, as chances de demência se reduzem de forma drástica.

Ao descobrir que carrega o gene que aumenta as chances de desenvolver a doença, a jornalista americana Jean Carper começou a buscar formas de neutralizar essa ameaça. Assim, descobriu que atitudes surpreendentemente simples podem reduzir de forma considerável a probabilidade de desenvolver o Alzheimer, a perda de memória associada à idade e outras formas de demência. Ações diárias como tomar ácido fólico, praticar meditação, evitar o ômega-6 e beber chá podem fazer toda a diferença.

Jean Carper é jornalista e escreve sobre nutrição. É membro da Associação Americana de Envelhecimento e, seguindo muitas das ações que propõe no livro, não apresenta sinais de Alzheimer, apesar de ter quase 80 anos e de sua predisposição genética.

Abaixo, leia um trecho do livro.

BEBA, MAS COM MODERAÇÃO

O álcool pode estimular ou destruir neurônios

Seu cérebro pode gostar de um pouco de álcool, mas não de muito. Diversos estudos mostram que pessoas que bebem com moderação têm menos chances de desenvolver Alzheimer. Uma pesquisa recente no Hospital Batista da Universidade Wake Forest, na Carolina do Norte, descobriu que idosos que bebem de oito a 14 doses de bebida alcoólica por semana - uma ou duas por dia - tinham um risco de demência 37% menor do que os abstêmios. A má notícia: entrar na categoria dos que "bebem demais" - acima de 14 doses por semana - dobra as chances de desenvolver demência, em comparação aos abstêmios.

Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, descobriram que o excesso de bebida adianta em dois ou três anos o início do Alzheimer. Para quem bebe muito e ainda por cima carrega o gene ApoE4, o Alzheimer pode aparecer de quatro a seis anos antes. E, no amplo Estudo do Coração de Framingham, Massachusetts, uma pesquisa de saúde cardíaca que se estende há décadas, beber demais (acima de 14 doses de bebida alcoólica por semana) causa o encolhimento das regiões cerebrais que controlam a memória.

Um artigo recente de médicos ingleses para o British Journal of Psychiatry alertou que o excesso de bebida durante a velhice está criando uma "epidemia silenciosa" de demência causada pelo álcool, responsável por aproximadamente 10% dos casos da doença.

Até adultos que em geral bebem pouco ou com moderação, mas às vezes exageram na dose, têm mais chances de desenvolver demência. Um estudo finlandês revelou que adultos na meia-idade que bebem demais pelo menos uma vez por mês (por exemplo, mais de cinco garrafas de cerveja ou uma garrafa de vinho numa só noite) tinham o triplo de chances de desenvolver demência, incluindo Alzheimer, 25 anos depois. Quem desmaia de tanto beber ao menos duas vezes ao ano aumenta em dez vezes as chances de ter Alzheimer.

Por outro lado, apenas um coquetel ou um copo de vinho por dia pode contribuir para adiar a demência. Estudos apontam que o álcool funciona como anti-inflamatório (e o Alzheimer é provocado por uma forma de inflamação) e eleva o bom colesterol, o HDL, que ajuda a prevenir a demência. Os antioxidantes do vinho tinto ajudam na proteção contra a demência. Esses antioxidantes, incluindo o resveratrol, agem como anticoagulantes e vasodilatadores, facilitando o fluxo sanguíneo, o que encoraja o funcionamento cognitivo. Isso faz com que os pesquisadores sejam mais favoráveis ao consumo de vinho tinto do que ao branco, que, em comparação, tem bem menos antioxidantes. (Veja o capítulo 100 - "Escolha vinho, de preferência tinto".)

O que fazer? Entenda que, em pequenas doses durante a vida de um adulto, o álcool parece proteger o cérebro, mas, em altas doses - mesmo que não sejam frequentes -, pode matar ou desativar neurônios, tornando a pessoa mais vulnerável a disfunções cognitivas e, décadas depois, ao Alzheimer. O impacto tóxico é de longa duração. Se você bebe, faça-o de forma leve ou moderada, aos poucos e, de preferência, coma algo junto. Isso significa no máximo um drinque por dia para as mulheres e dois para os homens. Um drinque equivale a uma lata de 350ml de cerveja, uma dose de licor ou uma taça de 140ml de vinho.

- CONSIDERE TOMAR ÁCIDO ALFA-LIPOICO E ALCAR

Estes dois suplementos atuam juntos para rejuvenescer seu cérebro.

Se você pudesse tomar um antioxidante para garantir um bom funcionamento cognitivo na velhice, qual seria? Para pesquisadores de ponta do Instituto Linus Pauling, na Universidade do Estado do Oregon, a resposta parece clara: o ácido alfa-lipoico, também chamado de ácido lipoico, é o antioxidante rejuvenescedor de cérebros mais potente já testado em animais de idade avançada, segundo Tory Hagen, cientista do instituto, acrescentando ainda que o suplemento age com mais força combinado com a acetil-L-carnitina (ALCAR).

Juntamente com o professor de bioquímica Bruce Ames, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, Hagen é pioneiro no estudo do ácido lipoico e da ALCAR. Ames descobriu a ALCAR nos anos 1990 sendo vendida como um "medicamento inteligente" na Itália. Numa pesquisa revolucionária, ele e Hagen demonstraram que, depois de tomar ALCAR e ácido lipoico durante algumas semanas, ratos velhos e cansados se tornaram tão ativos física e mentalmente quanto ratos com metade da idade. "É como se um senhor de 75 anos tivesse a energia de um homem de 45", compara Ames.

Ele explica que as células do cérebro precisam de ALCAR como combustível para manter seus pequeninos geradores de energia, as mitocôndrias, funcionando bem. Quando envelhecemos, sintetizamos 50% menos ALCAR. Com a falta de combustível, nossas fábricas de energia celular começam a funcionar mal e deixam os neurônios engasgando e se comunicando de forma desorganizada. Segundo pesquisas recentes, a disfunção mitocondrial nas sinapses cerebrais é uma das primeiras pistas bioquímicas de que o Alzheimer iniciou sua marcha. Aumentar os níveis de ALCAR nas células do cérebro ajuda a reviver o funcionamento mitocondrial, o que gera um aumento na energia física e mental da pessoa, afirma Ames. Em testes de laboratório, a ALCAR também foi capaz de bloquear a formação de novelos da proteína tau em tubos de ensaio.

A missão crítica do ácido alfa-lipoico nas células do cérebro é montar guarda para proteger as usinas de energia mitocondriais dos prejuízos causados por ataques de radicais livres. O ácido lipoico é uma das poucas moléculas antioxidantes conhecidas capazes de penetrar a barreira hematoencefálica e lutar contra essa destruição. Sem a proteção antioxidante do ácido lipoico, as fábricas de mitocôndrias tendem a entrar em colapso e fechar, deixando seu cérebro num estado semelhante ao daquela luz fraca ou oscilante de um pré-apagão.

Hagen descobriu que o ácido lipoico parece prevenir e reverter danos ao cérebro também de outra forma. Ele faz uma "quelação", ou eliminação dos depósitos de ferro no cérebro. Quando a pessoa envelhece, o ferro se acumula nos neurônios e acelera os "danos oxidativos" que contribuem para o declínio cognitivo e a demência. Depois que Hagen alimentou ratos de idade avançada com altas doses de ácido lipoico por apenas duas semanas, o ferro no cérebro desses animais sofreu redução drástica, a níveis normalmente vistos em ratos bem mais jovens.

Já se comprovou que, nos humanos, o ácido alfa-lipoico baixa a pressão, bem como os níveis de glicose e triglicerídeos no sangue, reverte a resistência à insulina e previne a neuropatia diabética. Alguns médicos recomendam 600mg de ácido lipoico por dia para diabéticos, como forma de prevenir complicações.

O que fazer? Considere tomar um ou ambos os suplementos para estimular o funcionamento das células do cérebro. Há formulações com os dois juntos ou separados, e você pode encontrá-los em lojas de produtos naturais, farmácias, ou on-line. Se comprar a ALCAR separadamente, veja se o rótulo diz acetil-L-carnitina, e não apenas L-carnitina.

Tanto o ácido alfa-lipoico quanto a acetil-L-carnitina são considerados seguros nas doses diárias recomendadas de 200mg e 500mg por dia, respectivamente, embora doses mais baixas também façam efeito. Caso queira aumentar a dose para tratar algum problema de saúde, como o diabetes, procure a orientação e supervisão de um médico.

Em lojas on-line de suplementos é possível encontrar cápsulas que combinam 200mg de ácido alfa-lipoico a 500mg de acetil-Lcarnitina, as doses recomendadas por Ames.




O NÚMERO MÁGICO DA PRESSÃO SANGÜÍNEA

21/09/2015 - Veja


120 x 80, ou 12 por 8. como costumamos ouvir dos médicos. É medida dada em milímetros de mercúrio. O primeiro número anuncia a pressão com que o sangue é bombeado do coração para o resto do corpo. O segundo indica a pressão no caminho inverso. Um marca a pressão sistólica: o outro, a diastólica. O 120 x 80 foi anunciado recentemente pelos prestigiosos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês) como a taxa ideal, e a partir de agora irrecorrível. da pressão arterial adequada ao bom funcionamento do organismo. É um número mágico, o santo graal tão buscado. Até agora, a maioria dos médicos lidava com uma margem de diferença maior — taxas de até 140 x 90 eram perfeitamente aceitáveis. Não mais. Diz o cardiologista Roberto Kalil, diretor da divisão de cardiologia clínica do Incor e do Centro de Cardiologia do Hospital Sirio-Libanês de São Paulo: "A mudança de parâmetro surtirá um impacto brutal na saúde da população". A manutenção da pressão a 120 x 80. e não a 140 x 90. pode reduzir em 30% a incidência de infartos e derrames e em 25% o risco de morte em razão dessas doenças.

O novo padrão definitivo de normalidade foi alcançado depois de seis anos de avaliações médicas que envolveram um pelotão de 9300 homens e mulheres com mais de 50 anos nos Estados Unidos e Porto Rico. O estudo dividiu os voluntários em dois grupos, ambos com pressão arterial acima de 140 x 90. Um deles foi tratado com medicamentos, de forma a baixar os índices para 120 x 80 ou menos. O outro deveria reduzi-los para 140 x 90. Em ambos, mediu-se a incidência de problemas associados à hipertensão, como infarto. derrame e doenças renais. As conclusões do levantamento eram aguardadas para 2017. A certeza dos pesquisadores antecipou a divulgação dos principais resultados. "É a maior mudança de paradigma nessa área depois da chegada dos anti-hipertensivos de última geração, há uma década", diz Marcus Bolívar Malachias, presidente eleito da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

As pessoas com mais de 75 anos, faixa de idade de um quarto dos participantes da pesquisa americana, saem com uma boa notícia: poderão manter as taxas como as preconizadas atualmente, em torno de 140 x 90. Quando se reduz drasticamente a pressão, diminui-se também a força no bombeamento de sangue para as coronárias, os vasos que irrigam o coração. Em organismos vigorosos, a queda no aporte sanguíneo não causa problemas. Em corpos naturalmente fragilizados pelo passar dos anos. pode deflagrar uma isque-mia. condição na qual o sangue não consegue chegar em quantidades corretas ao coração. Para o restante da população, insista-se, é até 120 x 80.

A recomendação de índices mais reduzidos levará, naturalmente, a uma nova postura no tratamento da hipertensão. Hoje. 30% da população mundial sofre de pressão alta — entre os idosos, a incidência chega a ser de 50%. Com o novo parâmetro, metade da população adulta será classificada como hipertensa. Entre os mais velhos. 70%. Os médicos costumam receitar medicamentos para os doentes cuja pressão arterial é igual ou superior a 150 x 90, além de recomendar o controle alimentar e a prática de exercícios físicos. Para atingir a meta dos atuais 140 x 90. são necessários, em média, de um a dois tipos de remédio anti-hipertensivo. Estima-se que sejam necessários de dois a três medicamentos para chegar ao patamar desejado de 120 x 80.

A hipertensão configura-se como a dificuldade de o sangue passar pelos vasos do organismo, provocada pelo enrijecimento das paredes arteriais. O mecanismo tem as causas mais diversas, como consumo excessivo de sal, sobrepeso, fatores genéticos e o envelhecimento em si. A pressão alta está na gênese da maioria dos problemas cardiovasculares — cinco em cada dez infartos são atribuídos à doença. Seis em dez derrames também podem ser atribuídos à hipertensão.

Durante muito tempo (e não faz tanto tempo assim), acreditou-se que, quanto mais alta fosse a pressão, mais facilmente o sangue correria pelas artérias endurecidas no processo de envelhecimento. A medicina só começou a investigar a hipertensão como doença nos anos 50. a partir do momento em que as companhias de seguro dos Estados Unidos notaram que a incidência do distúrbio era alta no rol dos clientes mortos. De lá para cá, a medicina avançou muito nos conhecimentos sobre a doença e nas formas de controlá-la e preveni-la. A consagração dos 120 x 80 é um ponto seminal nessa rica história.

Pressão sistólica (ou máxima)

Equivale à força do fluxo de sangue contra a parede dos vasos, quando o músculo cardíaco se contrai e bombeia sangue para o resto do organismo; é a pressão mais relevante e perigosa

Pressão diastólica (ou mínima)

Refere-se à medição no momento em que o coração relaxa e se enche de sangue

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