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CLIPPING - 29/07/2015

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

Vacina francesa da dengue não deverá ser indicada para menores de 9 anos

28/07/2015 - Folha de S.Paulo / Site


Os resultados de uma nova análise, que reúne estudos realizados na América Latina e Ásia, mostrou que a vacina da multinacional francesa Sanofi não devem ser indicada para crianças com menos de nove anos.

A vacina francesa é a que está mais próxima do lançamento –outras alternativas, da japonesa Takeda e da parceria entre os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA, Instituto Butantan e Hospital das Clínicas da USP, ainda não concluíram os estudos em larga escala.

O novo estudo acompanhou 35 mil crianças e adolescentes por 25 meses e concluiu que a idade é um fator importante para a eficácia da vacina: quanto mais nova é a pessoa, pior ela responde.

Na prática, o estudo da empresa representa uma recomendação para as agências reguladoras –Anvisa, no caso do Brasil– de que a vacina deveria aprovada para um público a partir dos nove anos de idade.

Para as crianças que ficam fora desse público-alvo, outras formulações e dosagens devem ser estudadas, de acordo com a diretora-médica da Sanofi Pasteur (divisão de vacinas da Sanofi) Sheila Homsani. A vacina é administrada em três doses.

A vantagem de um estudo combinado, com o que foi feito, é a robustez obtida ao combinar duas amostras e chegar a números mais precisos e confiáveis, aponta Rosana Richtmann, infectologista do Instituto Emílio Ribas, que não participou do estudo.

Nessa nova análise, a eficácia da vacina –chance de a pessoa estar realmente protegida contra a doença– foi de 66%, sendo particularmente efetiva em quem já teve dengue (82%) e menos efetiva em quem nunca teve (52%).

No estudo feito na América Latina e divulgado ano passado, a proteção para quem nunca tinha tido dengue era de 43% e a proteção global era de 61%.

O pesquisador Edson Moreira, da Fundação Oswaldo Cruz na Bahia, diz que a vacina da dengue é um "caso complexo", já que envolve tanto a dificuldade de se promover uma resposta imunológica das pessoas quanto que essa resposta funcione para os quatro subtipos do vírus.

A vacina da Sanofi, como já havia informado a Folha, é mais eficaz para os tipos 3 e 4 e menos para os tipos 1 e 2. Para o tipo 2, o mais complicado, a eficácia da vacina é de 47% em quem tem mais de nove anos e de 34% em quem tem menos.

O estudo foi publicado nesta segunda (27) na revista especializada "New England Journal of Medicine".




Os desprescritores

29/07/2015 - Folha de S.Paulo


Primeiro, ele tirou o anticoagulante da mãe. Depois, o diurético do pai e, por fim, o antidiabético da prima.

"A família pensou que eu estivesse maluco", conta o clínico-geral e médico de família Marco Aurélio Melo, 42, professor em duas universidades em Goiás.

Ele adota a mesma atitude com seus pacientes na atenção básica de saúde, onde atua há 18 anos. "No início, eles estranham. Depois agradecem porque se sentem melhor sem os efeitos colaterais de remédios desnecessários."

Rotina semelhante tem Hamilton Lima Wagner, médico de família e comunidade em Curitiba (PR). "Já desprescrevi para minha mãe, meus irmãos e para a minha esposa, pois identificava efeitos colaterais em medicamentos que estavam usando", diz.

Marco e Hamilton não estão sozinhos. É crescente o movimento da chamada "desprescrição" entre os médicos de família e comunidade, especialidade que reúne 5.000 no país. Trata-se de um processo de reduzir ou suspender medicamentos.

Eles se apoiam na ideia de que muitos medicamentos fazem mais mal do que bem quando prescritos sem necessidade ou usados por tempo prolongado. O assunto foi discutido no Congresso Brasileiro de Medicina e Comunidade, que ocorreu em Natal (RN).

Exemplos de medicamentos frequentemente desprescritos são o ácido acetilsalicílico (AAS), que tem função de anticoagulante, o omeprazol e seu similares, usados para combater a azia e a doença do refluxo, e a metformina, indicada a pacientes diabéticos e pré-diabéticos.

"Minha mãe é hipertensa controlada e estava tomando AAS infantil sem uma razão consistente. Além de não ter ganho, sofria queimação do estômago. Tirei há dois anos. Ela ficou ótima", conta Melo.

Da prima, classificada como pré-diabética, ele tirou a metformina. "Com dieta adequada e atividade física, o nível glicêmico se normalizou e se mantêm controlado há três anos."

O omeprazol é outro clássico da desprescrição. É muito comum a pessoa já não ter mais sintomas da gastrite e continuar tomando. O abuso motivou a FDA (agência americana de fármacos e alimentos) a fazer alertas sobre o risco dessa prática.

O uso prolongado leva ao chamado rebote, ou seja, ao se interromper o remédio abruptamente, os sintomas voltam, fazendo o paciente acreditar que tem de usá-lo para o resto da vida.

O problema é que o uso crônico leva à diminuição da absorção de vitamina B12, o que pode causar problemas de concentração, de memória, confusão, anemia e até alterações de ritmo cardíaco.

"É frequente a orientação dada por alguns especialistas de que determinado remédio deve ser usado pelo resto da vida. Não consideram as interações medicamentosas ou os efeitos colaterais do uso prolongado", afirma Wagner.

Especialmente entre idosos, é comum o uso de vários remédios diferentes, ao mesmo tempo, e em tratamento prolongado –a chamada polifarmácia.

"Os diversos medicamentos para tratar doenças crônicas frequentemente criam dificuldades operacionais, pois agem em lugares simultâneos ou interferem na ação dos demais", explica Wagner.

Foi o que aconteceu com a aposentada Maria Aparecida de Sousa, 67. Ela chegou à uma unidade de saúde da família na zona oeste de São Paulo com pancitopemia (redução de todos os elementos do sangue, glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas), além de falta de ar e de apetite.

Ao analisar os remédios que a aposentada tomava, o residente Stephan Sperling matou a charada: duas drogas para artrite reumatoide, receitadas um ano antes, e um anti-hipertensivo eram os responsáveis pelos sintomas.

"A artrite estava sob controle e as medicações já poderiam ter sido desprescritas. O que gente tinha que cuidar, na verdade, era do medo que dona Maria tinha de sentir dor", conta Sperling. O anti-hipertensivo foi trocado.

"Não sinto mais dor, estou bem disposta. Minha vida mudou desde que parei com a medicação", conta Maria.

Gustavo Gusso, médico de família e professor da USP, explica que, para adotar a desprescrição, o profissional precisa estar bem atualizado e, antes de tudo, estabelecer um vínculo com o paciente. "Isso não ocorre na primeira consulta. Os efeitos positivos e negativos da medicação precisam ser bem avaliados."

Retirada de medicamento envolve riscos 29/07/2015 - Folha de S.Paulo

A prática de desprescrição pode ser saudável, desde que o médico tenha um controle rigoroso de como vai se comportar o paciente após a retirada da medicação, na avaliação de entidades médicas.

"O risco de se retirar um medicamento sem um controle eficiente é o agravamento da condição clínica do paciente", alerta Florisval Meinão, presidente da Associação Paulista de Medicina.

Ele comenta um caso em que um medicamento para uma doença imunológica foi desprescrito, e o paciente acabou perdendo os rins.

"A vantagem dos médicos de família e de comunidade é que eles estão muito próximos dos pacientes, o que permite um controle maior. Sempre que possível, [a desprescrição] é desejável. É saudável que os pacientes não sejam tão dependentes de medicamentos", afirma Meinão.

Para o cardiologista Bráulio Luna Filho, presidente do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), antes de orientar um paciente a deixar de tomar determinada medicação, o médico deve consultar o colega que prescreveu a remédio para evitar um conflito ético.

"É problemático. O clínico pode ter uma visão diferente da do especialista, mudar a medicação e isso ter consequências para o paciente", diz.

Mas, segundo ele, é comum haver diálogo entre os médicos. Ele cita um exemplo corriqueiro: o paciente diabético que toma medicamentos orais, recebe do endocrinologista uma prescrição de insulina e que volta ao médico anterior (clínico ou cardiologista, por exemplo) sem saber o que fazer. "Tem que avaliar, conversar com o colega e com o paciente", diz.

Daniel Knupp, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina e Comunidade, diz que a situação mais comum é do paciente que usa um remédio prescrito por um outro colega há muito tempo e que já não tem mais contato. "Mesmo assim continua tomando sem nenhum acompanhamento", explica.

HOSPITALIZAÇÃO

O imunologista da Universidade de Melbourne Cameron Simmons escreveu um editorial para a revista em que elogia a condução dos estudos e destaca o número de hospitalizações em crianças menores de 9 anos.

No estudo asiático, a chance de uma criança entre os dois e cinco anos vacinada ser hospitalizada era 7,4 vezes maior que a de uma criança do grupo-controle.

Uma explicação estatística para a essa elevação é que ela seria apenas uma decorrência do acaso. Outra, biológica, seria a de que que o sistema imunológico das crianças não seria maduro o suficiente para lidar com a vacina, afirma Homsani.

Outra explicação ainda é a de que os anticorpos produzidos pelo organismo das crianças estariam "jogando contra", favorecendo reações indesejadas –os casos observados não foram particularmente graves, entretanto.

Até o começo desse mês (dados mais recentes disponíveis), haviam sido registrados 530 óbitos por dengue em 2015 no Brasil, 57% a mais do que o mesmo período de 2014.

Uma vacina, mesmo sem grande eficácia, na opinião de Richtmann e Moreira, pode ajudar a amenizar esse cenário.




SUS deve ofertar novos medicamentos contra hepatite C até dezembro

27/07/2015 - Folha de S.Paulo / Site


Um novo tratamento que amplia as chances de cura de pacientes com hepatite C estará disponível no SUS até dezembro deste ano, de acordo com o Ministério da Saúde.

A nova terapia é composta pelos remédios daclatasvir, simeprevir e sofosbuvir, até então disponíveis apenas no exterior. Até aqui, pacientes recorriam à Justiça para fazer com que o SUS e os planos de saúde disponibilizassem os medicamentos, a custos que chegavam a US$ 250 mil.

Hoje, o tratamento disponível na rede pública, à base dos remédios boceprevir e telaprevir, tem chances de cura de até 47%. Com os novos remédios, esse índice chega a 90%. Já o tempo de tratamento passa de um ano, em média, para três meses.

A possibilidade de trazer os medicamentos ao Brasil já havia sido aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no início deste ano, mas ainda não havia previsão de data para inclusão dos remédios no SUS.

Cerca de 30 mil pessoas devem ter acesso ao novo tratamento, segundo o Ministério da Saúde, contra os 15 mil atendidos anualmente.

O aumento ocorre pela possibilidade de beneficiar pacientes que não podiam receber os tratamentos antes disponíveis, como portadores de HIV, pessoas que passaram por transplante ou que não respondiam aos demais medicamentos.

NOVO PROTOCOLO

A inclusão dos três medicamentos faz parte do novo protocolo clínico para diagnóstico e tratamento da doença, divulgado pelo governo nesta segunda-feira (27).

"É uma revolução no tratamento da hepatite C nos moldes do que ocorreu com a Aids e os coquetéis", compara o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

Segundo ele, o valor a ser investido com a nova terapia –só neste ano, serão R$ 500 milhões– é 2,5 vezes menor que o aplicado atualmente, devido a descontos de até 90% obtidos no preço dos produtos.

Além dos medicamentos, o novo protocolo incorpora ao SUS três novas alternativas de exames capazes de detectar complicações por hepatite C e que definem a necessidade de início do tratamento.

Antes, isso era possível apenas por meio de biópsia. "Era um procedimento invasivo, que poucos hospitais tinham condições de fazer", explica Fábio Mesquita, do departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.

Agora, há possibilidade de adotar outros modelos, por meio do cruzamento do resultado de exames de sangue ou por uma elastografia hepática, exame que verifica o grau de comprometimento do fígado.

HEPATITE NO BRASIL

Cerca de 10 mil casos de hepatite C são notificados por ano no Brasil. A doença, de poucos sintomas, pode levar a complicações como câncer de fígado, que responde hoje por 31% a 50% dos transplantes em adultos, de acordo com dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer).

O Ministério da Saúde também divulgou dados referentes às demais hepatites (A e B). Em nove anos, o Brasil teve queda de 69,7% nos casos de hepatite A, cuja transmissão ocorre predominantemente pelo contato com alimentos, água e objetos contaminados.

Dados preliminares de 2014 apontam 6.520 novos casos da doença –em 2005, eram 21.554 registros. A pasta atribui a queda à melhoria do saneamento básico e distribuição de renda.

Já a hepatite B apresenta cerca de 17 mil casos confirmados por ano, um cenário que tem se mantido estável nos últimos três anos. A transmissão, neste caso, ocorre por relações sexuais desprotegidas ou contato com sangue contaminado.

Segundo Mesquita, o governo planeja lançar, até dezembro, um novo protocolo de tratamento da doença. Uma das possibilidades, a ser avaliada pela Conitec, comissão que estuda a incorporação de medicamentos no SUS, é substituir o uso de interferon pelo tenofovir, o que simplificaria o tratamento.

A prevenção da doença é feita por meio da vacina, disponível no SUS para a população até 49 anos ou com maior risco de exposição à hepatite B.




Teva compra unidade de genéricos da Allergan, dona do Botox

27/07/2015 - Valor Econômico / Site


A empresa farmacêutica israelense Teva infornou nesta segunda-feira que comprou a unidade de genéricos da Allergan, com sede em Dublin, por US$ 40,5 bilhões, consolidando sua posição de líder mundial em medicamentos genéricos. A Allergan é dona do Botox, a toxina botulínica usada principalmente em procedimentos estéticos.

A Teva vai pagar US 33,75 bilhões em dinheiro e US 6,75 bilhões em ações à Allergan. O presidente-executivo da Teva, Erez Vigodman, informou, em um comunicado, que a aquisição ocorre em um momento em que a empresa “está mais forte do que nunca, em ambos os nossos produtos (genéricos e empresas especializadas)".

“Esta transação é mais um passo à frente em nosso roteiro para reforçar a nossa já forte posição”, afirmou. “Teva e Allergan Generics compartilham um compromisso com a inovação, qualidade e em melhorar a saúde das pessoas em todo o mundo. Juntos, os funcionários da Teva e da Allergan vão desempenhar um papel fundamental, assegurando capturar o valor potencial resultante desta transação”, disse Erez Vigodman.

Especialistas dizem que as empresas de medicamentos genéricos estão sob pressão para fazer negócios, porque há menos drogas lucrativas mudando para o status genérico em comparação com alguns anos atrás.

Segundo Vigodman, com o acordo anunciado hoje, a Teva abandonará a tentativa de fazer uma transação com a Mylan, outra empresa do setor. "Nós acreditamos que temos uma oportunidade ainda maior para criar valor para os acionistas" por meio da operação com a Allergan, disse o executivo.

Em um comunicado separado, a Mylan parabenizou a Teva, afirmou que seu foco permanece inalterado e reiterou seu compromisso para adquirir a concorrente Perrigo. Até agora, a Perrigo rejeitou as tentativas de compra feitas pela Mylan.

A Allergan se tornou uma das dez maiores companhias de medicamentos do mundo em vendas neste ano, depois de a Actavis comprá-la por quase US 70 bilhões e passar a usar seu nome.




Novas armas contra hepatite C

28/07/2015 - O Globo


O SUS oferecerá três novos remédios contra a hepatite C, mas apenas 30 mil pessoas serão beneficiadas.

Ela é silenciosa, os sintomas só aparecem em casos mais graves e, muitas vezes, o diagnóstico ocorre por acaso. Mas a hepatite C afeta 150 milhões de pessoas, quase cinco vezes o número de portadores de HIV. E seu tratamento, até pouco tempo, era pouco eficaz e repleto de efeitos adversos. Agora, uma nova geração de drogas mais potentes e caras será incorporada ao SUS, anunciou ontem o Ministério da Saúde.

As drogas sofosbuvir, simeprevir e daclatasvir, fabricadas por três laboratórios, oferecem 90% de chances de cura e reduzem o tempo de tratamento. Os custos, entretanto, são altos. Em média, chega a R$ 300 mil o tratamento completo. Por isso, desde o ano passado os medicamentos vinham sendo aguardados com expectativa por médicos e pacientes. Ainda não há uma data exata, mas, segundo o ministério, estarão disponíveis a partir de dezembro.

Atualmente, são notificados dez mil casos da doença por ano no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, entre 350 mil e 700 mil pessoas morrem em todo mundo em decorrência da hepatite C.

Segundo o ministério, em 13 anos de assistência à doença no SUS, foram confirmados 120 mil casos e realizados cem mil tratamentos. O órgão reforça que nem todas as pessoas que contraem o vírus precisam das novas medicações, que serão distribuídas para até 30 mil pessoas — o dobro das 15.821 que são tratados anualmente no Brasil —, ao longo dos 12 meses subsequentes ao início do programa.

Estimativas indicam que entre 1,5 milhão e 2,5 milhões de brasileiros têm o vírus HCV, responsável pela hepatite C crônica. Destes, 20% evoluem para cirrose e câncer de fígado.

— É um grande passo do governo, só não se pode esquecer que é um número muito aquém do necessário — comentou o hepatologista Carlos Terra, professor de medicina da Uerj e presidente do Grupo de Fígado do Rio de Janeiro.

TRATAMENTO MAIS CURTO E EFICAZ

O atual tratamento leva de 48 a 52 semanas e oferece chances de cura que vão de 40% a 47%. Além disso, não pode ser aplicado caso o paciente tome uma série de outros medicamentos. O novo protocolo, que leva de 12 a 24 semanas, diminui essa interação medicamentosa e tem chances de cura superiores a 90%.

O grupo de pessoas que antes não podiam se tratar e que agora poderão recorrer à nova terapia inclui: portadores de HIV; quem tem cirrose descompensada; quem está em fase pré e pós- transplante; pacientes com má resposta ao medicamento Interferon; e os que não se curaram com tratamentos anteriores.

— São medicamentos muito mais avançados. O paradigma de tratamento muda completamente com eles — acrescentou Terra, reforçando que as drogas quase não têm efeitos colaterais, enquanto os antigos provocavam anemias graves, febre e mal- estar, entre muitos outros sintomas.

Terra lembra ainda que, além de mais prevalente, a hepatite C tem mortalidade mais alta que a Aids. Mas esta foi a que recebeu os maiores investimentos e campanhas nas últimas décadas. Durante o anúncio das novas drogas ontem, em Brasília, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, destacou o outro lado da moeda:

— O Brasil assume a vanguarda na oferta dessa terapia, como já fizemos com a Aids com os antirretrovirais.

Segundo o ministério, serão gastos R$ 500 milhões este ano para a compra dos remédios. Apesar dos gastos, o órgão diz que haverá economia: o valor gasto com dois pacientes no antigo tratamento é suficiente para cuidar de cinco agora. O anúncio do novo tratamento ocorreu na véspera do Dia Mundial de Combate a Hepatites Virais, celebrado hoje.

O alto custo de medicamentos vinha incentivando uma enxurrada de processos judiciais. A advogada Crispina Caju conta que, em seu escritório, chegava a mover mais de 300 pedidos por ano: — E eu acho que vão continuar, porque o acesso ainda será limitado.

Esta foi a opção da empresária Tânia Tavares, que recentemente conseguiu na Justiça o acesso aos sofosbuvir e daclatasvir, tratamento que terá duração de três meses e custará em torno de R$ 350 mil ao seu plano de saúde, que ainda precisa pagar uma multa diária de R$ 2 mil devido ao atraso na compra. Há dez anos, ela teve o diagnóstico da infecção, provocada, provavelmente, por uma das cirurgias que fez na córnea. Logo começou o tratamento com interferon e ribavirina, mas, por causa de erro médico, tomou doses muito superiores ao que deveria.

— Perdi o movimento das pernas por um período e nunca me recuperei totalmente. Continuo com uma hipersensibilidade nelas. Não havia mais opções de tratamento para mim — relata Tânia, que hoje não pode trabalhar. — Mantive a qualidade de vida como pude, com dieta, sem beber... Mas, nos últimos dois anos, vinha piorando muito: os níveis do vírus estão altos, perdi peso, comecei a desenvolver uma cirrose. A verdade é que estava morrendo. A chegada destes remédios me traz uma ansiedade enorme.

Maria Augusta de Souza Dantas não contém o ânimo com o início do seu tratamento, também possível após uma decisão judicial favorável para a compra do harvoni, uma combinação de ledipasvir e sofosbuvir, que, segundo seu médico, já está a um passo à frente dos que foram liberados pelo SUS. Ela também não podia usar os tratamentos disponíveis e convivia desde 2005 com a hepatite C. Em abril, começou a terapia, que deverá durar seis meses e custar mais de R$ 400 mil ao plano de saúde.

— Estava com cirrose, mas, felizmente, a doença não se manifestava. Com um mês de uso, a carga viral ficou indetectável — conta Maria Augusta.

CAMPANHA DE PREVENÇÃO

Ambas relatam terem “entrado em pânico” com a descoberta da doença. Pouco se sabia, a não ser que um certo estigma a permeia. Mesmo assim, garantem que falam abertamente da doença, transmitida principalmente por sangue contaminado, geralmente em transfusões e contato com utensílios cortantes, mas também, em raros casos, por contato sexual e de mãe para filho.

O ministério também lançou ontem a campanha de prevenção a hepatites. O foco é o incentivo ao diagnóstico e ao tratamento. As hepatites Be C têm poucos sintomas e, por isso, podem passar despercebidas. O ministério pretende, até o fim do ano, lançar também um novo protocolo de tratamento contra a hepatite B.

A campanha da hepatite B tem como alvo jovens adultos, com incentivo à vacinação em três doses. Segundo a Organização Mundial da Saúde ( OMS), um terço da população mundial já foi exposta à hepatite B, mas apenas 1% não se cura espontaneamente. No Brasil, há 17 mil casos confirmados a cada ano.




Pfizer supera projeção de lucro e receita com venda de vacina

29/07/2015 - DCI


A Pfizer teve lucro e receita acima das expectativas do mercado, auxiliada pela forte demanda por sua vacina contra pneumonia Prevnar 13 e vendas do Ibrance, medicamento para câncer de mama. A companhia, que elevou sua projeção de lucro ajustado para ano inteiro, disse que a receita da unidade global de vacinas cresceu 44% para US$ 1,58 bilhão. A unidade foi responsável por cerca de 13% da receita total.

A farmacêutica elevou sua projeção de lucro ajustado em 2015 para entre US$ 2,01 e US$ 2,07 por ação, ante US$ 1,95 e US$ 2,05 por papel.

O lucro líquido caiu para US$ 2,63 bilhões, ou US$ 0,42 por ação, no segundo trimestre ante US$ 2,91 bilhões, ou US$ 0,45 por papel, um ano antes. Excluindo itens, a Pfizer registrou lucro de US$ 0,56 por ação. A receita caiu 7% para US$ 11,85 bilhões, impactada pelo dólar mais valorizado no período.

No acumulado do primeiro semestre, a companhia registrou lucro líquido de US$ 5 bilhões, queda de 5% contra igual período do ano passado. Na mesma comparação, a receita caiu 6% para US$ 22,7 bilhões. / Reuters




Mercado Aberto: Visão Raio-X

29/07/2015 - Folha de S.Paulo


Colunista: Maria Cristina Frias

O grupo Dasa, de medicina diagnóstica, vai investir R$ 46 milhões neste ano na aquisição de equipamentos para ampliar a oferta de serviços no país.

O montante é cerca de 10% superior ao aportado pela companhia no ano passado nesse segmento.

Entre os novos produtos estão um aparelho para ressonância magnética e dois para tomografia computadorizada, que reduz em 25% a dose de radiação e em 60% o tempo de realização do exame.

As tecnologias serão instaladas nas unidades Alta Excelência Diagnóstica, em São Paulo, e CDPI, no Rio.

"Apesar de serem exames mais complexos e com custo maior, o reembolso pelos planos de saúde é o mesmo", afirma Emerson Gasparetto, diretor da Dasa.

"A conta não fecha, mas consideramos importante oferecer inovação."

O aporte prevê também a troca de cerca de 90 equipamentos de outras especialidades, como raio-x e ultrassonografia, e a inclusão de 500 testes no segmento de análises clínicas, com foco em medicina genética.




P&G com novo CEO

29/07/2015 - Valor Econômico


David Taylor, diretor global de beleza, higiene e cuidados de saúde da P&G deve ser nomeado o novo presidente global da companhia amanhã, quando serão divulgados os resultados trimestrais. Ele substituirá A.G. Lafley, que está em sua segunda passagem pela presidência da maior empresa de bens de consumo do mundo. Taylor está há 35 anos na P&G. Ele emergiu como um forte candidato à sucessão de Lafley em janeiro, quando passou a comandar também os negócios de beleza, além de higiene e cuidados de saúde. A divisão responde por cerca de metade das receitas anuais de US$ 83 bilhões da companhia. Lafley retornou à P&G em meados de 2013, para assumir a presidência pela segunda vez. Na época, sinalizou que planejava ficar dois anos no cargo e preparar sua transição. Lafley deve permanecer como presidente do conselho. Caberá a Taylor seguir com a estratégia de simplificação do portfólio. A expectativa é que o ano fiscal de 2016 seja um ano de transição.




Com acordo de US$ 40,5 bi, israelense Teva vira novo gigante farmacêutico

28/07/2015 - Valor Econômico


Ao anunciar ontem que fechou acordo para comprar a unidade de genéricos da Allergan PLC por US$ 40,5 bilhões, a israelense Teva Pharmaceutical Industries Ltd.

saltou para o panteão dos grandes fabricantes mundiais de medicamentos.

A Teva informou que a Allergan receberá US$ 33,75 bilhões em dinheiro e US$ 6,75 bilhões em ações, o que dará a ela uma participação de 10% da Teva.

O acordo, o mais recente de uma onda de consolidação na indústria farmacêutica, combina a Teva, a maior fabricante de medicamentos genéricos do mundo em vendas, com o terceiro maior concorrente nesse mercado.

A aquisição dará à Teva uma maior escala no altamente competitivo mercado de medicamentos genéricos e uma oportunidade para impor um maior controle sobre os custos, o que poderia ajudá-la a superar o fim de uma grande onda de vencimentos de patentes.

"O que estamos fazendo aqui vai permitir que a Teva saia como uma das vencedoras da sempre mutante indústria farmacêutica", disse o diretor-presidente Erez Vigodman em uma entrevista ao The Wall Street Journal. Ele prevê que a Teva não terá problemas em se desfazer das linhas de produtos que sejam necessárias para satisfazer as preocupações dos reguladores de qualquer governo.

Vigodman acrescentou que a Teva desistiria de sua tentativa de comprar a rival Mylan NV agora que fechou a compra do negócio de genéricos da Allergan. "Acreditamos que temos uma oportunidade ainda maior para criar valor para os acionistas" na transação com a Allergan, disse ele.

A Teva informou que planeja rever suas opções em relação à participação de cerca de 4,6% que detém na Mylan. Em um comunicado separado, a Mylan felicitou a Teva e reafirmou seu compromisso de adquirir a rival Perrigo Co. Até agora, a Perrigo vem rejeitando as tentativas de compra da Mylan.

A desistência da Teva derrubou as ações da Mylan em quase 14% ontem, para US$ 57,03, enquanto as da Perrigo subiram 3,8%, para US$ 193,67.

Para a Allergan, o negócio com a Teva fornece o dinheiro necessário para pagar uma pilha de dívidas e permite que a empresa se concentre em medicamentos de marca, que são mais lucrativos. Allergan é o novo nome da Actavis, que foi rebatizada no início deste ano, depois de fechar US$ 100 bilhões em aquisições no ano passado, adquirindo um portfólio de medicamentos de marca, em especial o tratamento antirrugas Botox.

Esses acordos incharam a carteira de dívidas da Allergan, e a empresa tem afirmado que está empenhada em reduzir seus níveis de endividamento. As ações da Allergan subiram 7,3% ontem, para US$ 330,64.

A Teva informou que espera que a aquisição da Allergan Generics acrescente US$ 2,7 bilhões ao seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, ou Lajida, em 2016, excluindo as sinergias. Ela espera alcançar com as sinergias uma economia de custos e de impostos de aproximadamente US$ 1,4 bilhão por ano que, em grande parte, se dará depois do terceiro aniversário do fechamento da transação.

Os mil produtos de preços baixos da Allergan incluem medicamentos genéricos de marca, medicamentos vendidos sem prescrição médica e versões genéricas de produtos farmacêuticos bem conhecidos, como o remédio para dor OxyContin e o Concerta, que trata transtorno do déficit de atenção e hiperatividade.

O negócio deve ser alvo de investigação dos reguladores antitruste. A Teva pode ser obrigada a se desfazer de produtos com cerca de US$ 500 milhões em vendas anuais para conseguir a aprovação, prevê Umer Raffat, analista da Evercore ISI. A Teva informou que a transação foi aprovada por unanimidade pelos conselhos de ambas as empresas e deverá ser concluída no primeiro trimestre de 2016.

Empresas de médio porte como a Teva têm impulsionado, em grande parte, o ritmo frenético de consolidação da indústria farmacêutica nos últimos anos ¬ parte de um boom mais amplo das fusões e aquisições¬, à medida que elas tentam tirar vantagem de um ambiente de crédito barato e, em alguns casos, redução de impostos permitida pela transferência da sede fiscal para países de tributação baixa. Elas também têm contado com o apoio dos investidores, que vêm dando impulso às ações do setor.

Enquanto isso, rivais maiores e mais estabelecidos têm se mantido à margem da onda de fusões e aquisições.

A Teva, que tinha um valor de mercado de US$ 60 bilhões antes de o WSJ revelar as negociações com a Allergan no sábado, registrou US$ 9,1 bilhões em vendas de medicamentos genéricos no ano passado, de acordo com a EvaluatePharma, ou cerca de 12% do mercado mundial.

A empresa informou que já responde por uma em cada seis prescrições de medicamentos nos EUA. Mas grande parte dos seus negócios está no comércio de medicamentos genéricos sem marca, vendidos a preços mais baixos.

Aproximadamente metade dos US$ 20,3 bilhões em vendas da Teva no ano passado veio de cópias genéricas de remédios que perderam suas patentes.

Ao adicionar os negócios da Allergan, que registraram US$ 6,6 bilhões em vendas no ano passado, a Teva teria uma receita significativamente maior que a de laboratórios mais conhecidos que produzem medicamentos de marca, como a Eli Lilly & Co., fabricante do remédio contra impotência Cialis, que fechou o ano passado com um faturamento de US$ 19,6 bilhões.

O acordo pode dar à empresa combinada um valor de mercado superior ao da Eli Lilly, que ontem alcançava US$ 94,12 bilhões.

A Teva também informou na segunda-feira que espera divulgar resultados melhores que o esperado, tanto nas vendas quanto no lucro, para o segundo trimestre encerrado em junho. A empresa projetou uma receita de US$ 4,97 bilhões, 2% abaixo da registrada um ano atrás, mas 6% maior se excluindo o impacto do câmbio. Os analistas, em média, esperavam lucro 8% menor e receita de US$ 4,92 bilhões, segundo a FactSet.

A Teva vai divulgar seus resultados do segundo trimestre na quinta-feira.

A Allergan, que tem sede em Dublin, tornou-se uma das dez maiores empresas farmacêuticas mundiais por vendas este ano, quando a Actavis comprou a fabricante de tratamento de rugas Botox por quase US$ 70 bilhões e adotou seu nome. O acordo com a Teva permitirá que a Allergan se concentre em seu negócio de produtos farmacêuticos de marca.

"Teremos a possibilidade de adicionar escala em áreas terapêuticas existentes, expandir em novas áreas geográficas e terapêuticas e avaliar negócios estrategicamente transformadores à medida que continuamos a construir nossa posição como a empresa farmacêutica de marca de crescimento mais dinâmico", disse o diretor-presidente da Allergan, Brent Saunders.

Em um sinal de sua ambição implacável, a Allergan anunciou um outro acordo no domingo, informando que vai pagar US$ 560 milhões em dinheiro pela Naurex Inc., empresa que desenvolve antidepressivos. (Colaborou Razak Musah Baba.)




Prematuros podem se tornar introvertidos

28/07/2015 - O Globo


Bebês nascidos com menos de 32 semanas ou com peso abaixo de 1,5 quilo correm elevados riscos de se tornarem introvertidos, neuróticos e ansiosos quando adultos. O quadro foi indicado por uma pesquisa feita pelo Departamento de Psicologia da Universidade de Warwick, no Reino Unido, e pode ajudar a explicar as taxas mais altas de dificuldade relacionadas a carreiras e relacionamentos identificadas neste grupo.

Publicado na revista on- line “Archives of Disease in Childhood”, da editora British Medical Journal, o estudo é assinado pelo pesquisador Dieter Wolke e foi baseado na análise da personalidade de 200 pessoas de 26 anos que vieram ao mundo dentro de um desses dois contextos e de outros 197 jovens que nasceram normalmente.

O nascimento muito prematuro e o peso inferior a 1.500 gramas já haviam sido relacionados a um maior risco de autismo em estudos anteriores. Mas ainda não existiam evidências de impactos em outros traços da personalidade adulta. Os avaliados integram um estudo que vem acompanhando a saúde e o bem- estar de crianças nascidas entre 1985 e 1986 no sul da Baviera, na Alemanha. Os traços da personalidade foram analisados quando eles fizeram 26 anos, em cinco dimensões: introversão; tensão e ansiedade; níveis de abertura a novas experiências; afabilidade; e consciência.

Os adultos que tinham nascido prematuramente e/ ou abaixo do peso apresentaram ocorrência significativamente mais alta em todas as características, exceto consciência e abertura a novas experiências. Também foram identificados níveis consideravelmente mais elevados de comportamentos do espectro autista.

TRAUMAS NEONATAIS

Segundo os pesquisadores, este conjunto de traços descreve transtornos de personalidade em que as pessoas ficam mais preocupadas, menos socialmente engajadas, menos interessadas em assumir riscos e menos comunicativas.

Segundo os cientistas, essas características têm origem em mudanças no desenvolvimento do cérebro relacionadas ao parto prematuro ou a traumas neonatais. Eles sugerem que os bebês tendem a ser expostos a cuidados neonatais estressantes, que podem afetar o desenvolvimento cerebral e a adaptação a determinadas situações na vida adulta. Além disso, o nascimento precoce pode levar os pais a serem mais protetores.

O levantamento da Universidade de Warwick mostrou também que muitos adultos nascidos com as características investigadas são menos propensos a ir para o ensino superior ou obter empregos bem remunerados, assim como fazer amigos e encontrar parceiros de longo prazo.




Depressão atinge cada vez mais crianças no Brasil - Dra. Anne Maia

28/07/2015 - Portal Snif Doctor


Um dos distúrbios que mais provoca discussões no meio científico, a depressão também pode ser observada em crianças. Conhecida por "mal do século XXI", o estado anormal de comportamento e a perda do interesse em atividades cotidianas podem ser sentidos na fase infantil. Porém, os sintomas podem ser diferentes da depressão apresentada por adultos, fato que em muito dificultou o reconhecimento do mal nessa fase.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o transtorno já é apontado como principal causa na incapacidade de conclusão de tarefas rotineiras entre crianças e jovens de 10 a 19 anos. "A criança que sofre de depressão pode se apresentar mais irritada, mais agitada, inquieta ou irrequieta do habitual. Ela também pode se desinteressar pelas atividades da escola ou de lazer, parecer cansada o tempo todo e, algumas vezes, apresentar perda de sono e alterações de apetite. Estes são sintomas comuns em crianças deprimidas e bastante diferentes dos apresentados pelos adultos", explica a Dra. Anne Maia, psiquiatra e professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

Ela explica que nem sempre o quadro de depressão infantil tem relação com algum episódio estressor, mas pode acontecer sem que haja algo pontual. "É importante comentar que a depressão é multifatorial. Por isso, nem sempre é possível identificar um ponto de início do distúrbio. A 'tendência a deprimir' também pode ser um traço herdado", diz.

Para o diagnóstico é fundamental que os pais, professores e parentes mais próximos a criança observem qualquer comportamento incomum, além do desinteresse por atividades de lazer e a falta de reação frente a uma situação em que é contrariada. Assim como outros distúrbios nessa fase, é importante que haja uma detecção precoce para evitar possíveis complicações.

"As abordagens terapêuticas para a criança deprimida devem ser as mais amplas possíveis. Com o avanço nas formulações dos antidepressivos (com menos efeitos colaterais e mais seguros), hoje o tratamento da depressão infantil já é realizado com psicoterapia e psicofarmacoterapia. Conjugadas, essas medidas comprovadamente auxiliam na melhora dos sintomas e do desempenho escolar", afirma.

Além do tratamento medicamentoso, a Dra. Anne acrescenta que o suporte familiar é indispensável na recuperação da criança. Segundo ela, esse apoio e orientação também são medidas de prevenção para eventuais recaídas ou continuidade do problema na fase adulta.




Política de saúde e as Santas Casas.

29/07/2015 - O Estado de S.Paulo


O padre italiano Antonio Puca, da Ordem de São Camilo, acaba de publicar o oportuno livro As Santas Casas de Misericórdia: de Florença a São Paulo, a epopeia da caridade.

O cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, na apresentação do trabalho, ressalta que a história da assistência médica ligada à Igreja começa nos primeiros séculos e chega até o século 21.O que surpreendeu o padre Puca foia fundação da Santa Casa de Misericórdia de Olinda e, logo depois, em outras cidades, como Santos, Salvador e São Paulo–e isso ocorreu poucos anos depois do descobrimento e da chegada dos portugueses ao Brasil.

Na busca das origens da Santa Casa, o autor volta para Florença e Lisboa, onde encontra as raízes da Irmandade da Misericórdia, fundada por São Pedro Mártir em 1244, e da Santa Casa fundada pela rainha Leonor de Lencastre em 1498, em Lisboa.

A pesquisa atinge várias áreas de investigação. Florença, Lisboa, Washington e São Paulo são as etapas do trabalho, que é um testemunho desta obra meritória que permanece no tempo. Chamam a atenção as dificuldades financeiras cíclicas por que passaram e passam todas elas. Misericórdia, lembra o autor, deriva do latim miseris cor dare. E os miseráveis são todas as pessoas que, de um modo ou de outro, se encontram em necessidade. As mais recentes pesquisas histórico-científicas identificam as raízes das Misericórdias nas primeiras Societas romanas, que tinham inspiração religiosa na manifestação civil.

As causas principais da crise relata da coincidem: maiores responsabilidades e menores aportes financeiros.

A Misericórdia de Lisboa (1851) passou por grave crise financeira e diversas medidas foram implementadas: em síntese, “maior rigor no controle das despesas e na fiscalização das obras; prestação de contas ao governo”.

“Simultaneamente, em face da aplicação das leis de desamortização, a Misericórdia de Lisboa viu-se obrigada a vender uma parte significativa dos bens imobiliários e a aplicar o produto da venda em títulos do tesouro.” No caso das Santas Casas de Misericórdia no Brasil, “nem todas as realidades atingem o mesmo padrão, mesmo por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), do qual depende grande parte dos recursos para sua gestão. Compreende-se facilmente que as do interior de um Estado ou as da periferia são penalizadas ainda mais em relação às existentes nos grandes centros urbanos”.

“Considerando que mais de 50% da população é assistida pelas Santas Casas de Misericórdia e por outros organismos filantrópicos com um gasto muito contido em relação a outras instituições públicas, vê-se bem como é necessária uma reforma na direção da subsidiariedade.” Como síntese final, o padre Puca cita um dado impressionante: “As milhares de Santas Casas de Misericórdia brasileiras somam dois terços dos leitos hospitalares no País. Ao menos 60% de seus serviços são dedicados aos pobres. Elas também têm servido para o ensino médico, comumente sendo solicitadas por escolas médicas.

Vítimas de uma falta de interesse crônica para com a saúde pública, elas sobrevivem graças aos esforços daqueles que trabalham nelas e ao trabalho voluntário de membros das comunidades locais. Seus conselhos administrativos tentam conciliar as diferenças entre o alto custo da medicina moderna e os pagamentos simbólicos frequentemente atrasados, buscando renda atendendo clientes privados e economizando com sua própria produção de alguns remédios, alimentos, caixões e outros bens. Muitas vezes o presidente deve lutar incansavelmente com as autoridades para conseguir o pagamento de impostos devido a seus hospitais. As Misericórdias costumavam receber doações, sendo incluídas em testamentos privados, uma tradição que praticamente desapareceu com a instituição de planos de saúde oficiais e privados”.

E conclui: “As admiráveis Misericórdias estão entre as mais dedicadas, extensas, perseverantes e duráveis instituições humanas”.

O autor sugere algumas digressões, como a diferença entre caridade e filantropia, a relação entre caridade e justiça. O livro proporciona pistas para investigações mais acuradas.

O importante papel dos hospitais filantrópicos, responsáveis por mais da metade dos atendimentos realizados pelo SUS, sinaliza as urgentes e inadiáveis providências que precisam ser tomadas pelo poder público.

Entre as medidas, incluem-se programa de renegociação das dívidas das filantrópicas (a exemplo de medidas que o governo federal já adotou para outros setores)e reposição parcial ou total das perdas acumuladas em anos anteriores; agilização do sistema de repasse de pagamentos (hoje há demora de meses entre o atendimento e a chegada do dinheiro público); revisão e adequação da tabela do SUS à realidade dos custos do atendimento médico-hospitalar; e oferta de linhas de financiamento favorecidas para os hospitais filantrópicos(novamente a exemplo do que é feito para outros setores), como a recente aprovação pelo Congresso de medida provisória que prorroga o vencimento de dívidas de clubes esportivos.

É cada vez mais urgente a revisão da política pública de saúde, para evitar a repetição da crise que o Conselho Federal de Medicina, manifestando a indignação de 400 mil médicos, chamou de “mais um episódio dramático na história da saúde pública brasileira”.Crise que pode prejudicar milhões de pessoas por ano, incluindo aquelas que viajam de rincões remotos em busca de tratamento adequado oferecido pelos hospitais filantrópicos. Crise que também pode se agravar com a pressão dos milhares de pacientes que estão abandonando os planos de saúde complementar, por questão de custo e queda de qualidade no atendimento particular, e engrossa mas filas às portas estreitas da rede pública de saúde.




ANVISA aprova, em regime de priorização, tratamento oral para pacientes com leucemia linfoide crônica

27/07/2015 - Portal Segs


Já aprovado nos EUA, ibrutinibe contou com designação de breakthrough terapy pela agência regulatória norte-americana (FDA), que possibilitou ter aprovação acelerada naquele país.

A Janssen Brasil anunciou hoje que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) acaba de aprovar o medicamento IMBRUVICATM (ibrutinibe) para o tratamento de pacientes com leucemia linfoide crônica/ linfoma linfocítico de pequenas células (LLC/LLPC)[i], que não responderam ao tratamento inicial ou que apresentaram recaídas. O ibrutinibe é um antineoplásico oral -, de dose única diária, que atua como inibidor da tirosina quinase de Bruton (BTK), uma proteína diretamente ligada à proliferação e sobrevivência das células responsáveis pela LLC.

O ibrutinibe como agente único, ou seja em monoterapia, proporcionou um ganho significativo na sobrevida livre de progressão e sobrevida global em pacientes com LLC que não alcançaram resultados com o primeiro tratamento ou nos quais a doença recaiu. 7,8 A LLC é um câncer do sangue, de crescimento lento, que atinge as células brancas do sangue (linfócitos), com maior prevalência em pacientes com uma média de idade de 72 anos no diagnóstico.[ii] A doença geralmente progride e os pacientes têm poucas opções de tratamento, recebendo muitas vezes a prescrição de várias linhas de terapia, à medida que sofrem recaídas ou se tornam resistentes aos tratamentos[iii].

“O tratamento da LLC é desafiador e muitos médicos precisam submeter seus pacientes a diferentes tipos de tratamentos à medida que a doença recai. Tem havido uma necessidade significativa de novas alternativas para os pacientes com LLC/LLPC e a aprovação de ibrutinibe significa um grande passo para termos à disposição um tratamento oral propicia uma redução significativa no risco de progressão da doença ou morte dos pacientes”, diz o Dr. Luis Henrique Boechat, diretor Médico da Janssen Brasil.

Pesquisa idealizada pela Janssen e realizada pelo IBOPE Inteligência, em março deste ano com mais de 2.000 brasileiros, reforça a importância da aprovação de um medicamento como ibrutinibe no Brasil. O levantamento apontou que 72% dos entrevistados concordam que a quimioterapia convencional, por infusão intravenosa é agressiva e afeta a qualidade de vida do paciente, e 61% expressaram preferência por medicação oral caso tivessem leucemia e pudessem escolher o tratamento.

O novo medicamento um tratamento dirigido, que funciona bloqueando uma proteína específica chamada BTK.1 Estudos mostraram que o bloqueio da BTK inibe a multiplicação e o espalhamentocancerígenas.1

Ibrutinibe já está aprovado em 49 países, incluindo os 28 países que compõem a União Europeia, América Latina (México e Uruguai), Canadá e Estados Unidos, onde recebeu a designação de breakthrough therapy, termo utilizado pelo Food and Drug Administration (FDA), o que concedeu ao medicamento aprovação acelerada neste país. Essa designação é conferida pelo FDA somente para terapias inovadoras, com o objetivo de acelerar o desenvolvimento e revisão de medicamentos para doenças graves ou que signifiquem risco de vida para os pacientes.

A segurança e a eficácia de ibrutinibe foram avaliadas em um estudo Fase 3, multicêntrico, aberto e randomizado (RESONATE™, PCYC-1112) em pacientes com LLC recidivada ou refratária que receberam pelo menos uma terapia anterior (n=391). Os pacientes foram medicados com 420 mg de ibrutinibe oral (n=195) diariamente até a a progressão da doença ou toxicidade inaceitável ou com ofatumumabe intravenoso por até 24 semanas ( dose inicial de 300 mg, seguida por 11 doses de 2.000 mg/l). O objetivo primário do estudo foi a avaliação da taxa de sobrevida livre de progressão (SLP), avaliada por um Comitê de Revisão Independente (IRC), e os objetivos secundários foram a taxa de sobrevida global (SG), taxa de resposta geral (TRG) e avaliação de segurança. O seguimento médio foi de 9,4 meses.7,8

Sobre o ibrutinibe

Ibrutinibe funciona bloqueando uma proteína específica chamada tirosina quinase de Bruton (BTK).1 A proteína BTK transmite sinais importantes que dizem às células B para amadurecer e produzir anticorpos e está envolvida na multiplicação e propagação de células neoplásicas específicas.1,4 O ibrutinibe bloqueia a BTK, inibindo a sobrevivência da célula neoplásica e sua replicação1.

Sobre a leucemia linfoide crônica.

A leucemia linfoide crônica (LLC) é um câncer do sangue, de crescimento lento, que surge mais comumente a partir de células B, um tipo de glóbulo branco (linfócito) que se origina na medula óssea.5,6 A LLC é predominantemente uma doença dos idosos, com média de idade de 72 no momento do diagnóstico.




Esperanças para uma população que envelhece

26/07/2015 - O Estado de S.Paulo

Colunista: Jairo Bouer


Na última semana, apareceram notícias animadoras de novas terapias que, no futuro, podem ser capazes de reduzir o impacto de duas das doenças cada vez mais frequentes em uma população que envelhece, o câncer e o Alzheimer.

A primeira novidade foi anunciada durante a conferência da Associação Internacional de Alzheimer, em Washington (EUA), e divulgada pelos jornais Daily Mail e The New York Times. Um novo estudo mostra que a droga solanezumab foi capaz de retardar em 30% a evolução da doença em seus estágios mais moderados, quando o tratamento é iniciado logo após o surgimento dos primeiros sintomas.

Segundo os especialistas, essa é a primeira novidade no tratamento do Alzheimer na última década. Até então, os remédios disponíveis não tratavam a causa, mas aliviavam temporariamente os sintomas (esquecimento, desorientação, dificuldades cognitivas), ao melhorar o processo de transmissão das informações pelas células nervosas. O problema é que, com a progressão da doença, eles perdiam a eficácia.

Além dessa nova droga, outras duas terapias da mesma classe estão sendo testadas. Elas são anticorpos monoclonais (substâncias produzidas pelo nosso corpo, mas modificadas e fabricadas em laboratório), que combatem a deposição da proteína beta-amiloide no sistema nervoso central. Essas placas de proteína, que bloqueiam as conexões entre os neurônios, são consideradas hoje a principal causa do Alzheimer.

O acúmulo da beta-amiloide começa a acontecer de forma regular de 10 a 15 anos antes dos primeiros sintomas ficarem evidentes. A doença afeta hoje cerca de 40 milhões de pessoas no mundo, e esse número deve praticamente dobrar até 2030. Mais de 60% dos casos estão em países em desenvolvimento.

Mas os pesquisadores advertem que, embora os resultados iniciais sejam animadores, novos estudos devem ser feitos para saber se os efeitos são duradouros, se a droga é segura e se os eventuais benefícios observados podem ser extensivos a um número maior de pacientes. Por enquanto, é apenas uma luz no fim do túnel.

Câncer. Ainda nessa classe de anticorpos monoclonais, têm surgido novidades importantes, também, para outra área da Medicina: o tratamento de diversos tipos de câncer. Na última semana, a Comissão Europeia aprovou o uso do pembrolizumab para casos de melanoma não operável, um tumor de pele extremamente agressivo. Nos Estados Unidos, o FDA já havia aprovado o medicamento para esse uso em setembro de 2014.

Essa droga e outras da mesma categoria que vêm sendo testadas são uma alternativa importante aos tratamentos disponíveis hoje, como a quimioterapia, que traz muitas complicações e efeitos colaterais. Além disso, elas estão sendo empregadas como uma espécie de “terapia de resgate” para os casos mais graves de diversos tipos de câncer.

O mecanismo de ação é, no mínimo, engenhoso. O nosso sistema imunológico é capaz de identificar e combater eventuais células tumorais que apareçam no nosso corpo, ao identificar alguns marcadores.

No entanto, alguns tumores usam “armadilhas” para inativar nossas células de defesa, como os linfócitos T. Os linfócitos têm receptores específicos, que se ligam aos “antígenos” apresentados pelo tumor. O problema é que algumas dessas vias de ligação acabam inativando a ação de defesa dessas células, uma estratégia de escape do tumor.

O que os anticorpos monoclonais fazem é oferecer uma espécie de “escudo” para os receptores de nossas células T que, assim, não ficam imobilizadas pelo tumor e podem destruir seu alvo.

A nova categoria de drogas está sendo testada para diversos tipos de tumores, como pulmão, bexiga, cabeça e pescoço, esôfago e mama, entre outros. Se tudo der certo, no futuro, além dos recursos atuais, contaremos cada vez mais com alternativas para fortalecer nossas defesas no combate ao câncer.




Hepatite, a epidemia silenciosa e esquecida

28/07/2015 - Folha de S.Paulo


Por que doenças como a Aids mobilizam tanto e as hepatites, que matam muito mais, são ainda tão ignoradas? Eu e outros colegas já fizemos muitas vezes essa pergunta, mas não custa nada repeti-la nesta terça (28), Dia Mundial contra a Hepatite. Vários eventos estão previstos para alertar sobre essa epidemia silenciosa que afeta mais de 2 milhões de brasileiros, dos quais menos de 5% são tratados. Como tantas outras efemérides em saúde, é nesse dia em que a doença sai debaixo do manto da invisibilidade que a encobre e mostra a sua cara. Depois, cai no esquecimento de novo por mais um ano.

Todo mundo conhece alguém que já teve ou tem algum tipo de hepatite. Eu perdi uma prima, à época com 11 anos, vítima de hepatite A fulminante, fato raro já que, na infância, a A tende a ser benigna. Na gravidez ou em uma faixa etária mais avançada, ela pode matar. Como se pega? Água suja. E não adianta achar que você está protegido só porque vive em ambientes com ótimas condições sanitárias. É só viajar, comer algum alimento mal lavado e pimba!

Como costuma dizer o médico Drauzio Varella, as hepatites não têm o mesmo "charme" da Aids, por isso não consegue ter a mesma visibilidade. Para ele, a Aids é uma epidemia que desde o início atingiu pessoas com mais acesso aos meios de comunicação, além de envolver uma discussão moral, prato cheio para os jornalistas.

De uma forma ou de outra, todos corremos o risco de nos infectar com algum tipo de hepatite. Nós, mulheres, por exemplo, nos salões de beleza. A pesquisadora Andréia Schunck, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, visitou cem salões de beleza (dos mais simples aos mais chiques) de São Paulo. Passou pelo menos seis horas em cada salão. Encontrou procedimentos inadequados em todos eles. As manicures não lavavam as mãos, não lavavam os equipamentos e já os colocavam direto na autoclave. Também usavam nelas mesmas o material que usavam nas clientes. Andréia encontrou 10% de infectadas. O vírus B apareceu em 8% da amostra e o vírus C em 2%.

As manicures têm o direito de tomar a vacina que previne a hepatite B. É de graça, no SUS. Mas só 15% sabiam disso, segundo a pesquisa de Andréia.

Para a hepatite C ainda não há vacina, uma pena já que o vírus C é transmitido com muita facilidade. Enquanto na hepatites B, apenas 5% dos infectados se tornam portadores crônicos, na hepatite C são 80%. O vírus B não induz o câncer de fígado, mas ele causa cirrose, que pode aumentar a incidência de câncer de fígado.

A boa notícia para os portadores de hepatite C é que uma nova terapia que aumenta as chances de cura e diminui o tempo de tratamento estará disponível no SUS até dezembro deste ano, conforme anunciou o ministro da Saúde, Artur Chioro, nesta segunda (27). O tratamento é composto pelos medicamentos daclatasvir, simeprevir e sofosbuvir. Com ele, o Brasil será um dos primeiros países em desenvolvimento a ofertar a terapia no sistema público, que só neste ano vai custar até R$ 500 milhões.

O tratamento é importante, mas não dá para descuidar da prevenção e do diagnóstico precoce. Neste 28 de julho, a mensagem é simples: façam o teste. É o primeiro passo para a cura.




SUS terá novo tratamento para hepatite C

28/07/2015 - Folha de S.Paulo


Uma nova terapia para a cura de pacientes com hepatite C estará disponível no SUS até dezembro deste ano, de acordo com o Ministério da Saúde.

Composta por remédios até então disponíveis apenas no exterior, o índice de cura chega a 90%. O tratamento que há hoje na rede pública tem chances de cura de até 47%. Já o tempo passa de um ano, em média, para três meses.

Pacientes que não podiam receber os outros tratamentos vão se beneficiar deste.




Governo destina R$ 30,1 milhões para serviços de saúde no Paraná

27/07/2015 - Portal Brasil


O Ministério da Saúde vai repassar R$ 30,1 milhões para ações e serviços públicos de saúde no Paraná. A verba servirá para ampliação e melhoria dos serviços oferecidos na Rede de Urgências e Emergências e na Rede Cegonha do estado.

O recurso inclui a expansão da rede de atendimento, com a habilitação de 116 novos leitos, e repasse de recursos para o custeio de procedimentos e incentivos para a qualificação das unidades hospitalares que atendem à população por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). A portaria nº 1.053, que aprova o recurso, foi publicada no Diário Oficial da União da última sexta-feira (24).

Também serão destinados mais R$ 12 milhões, em parcela única, para a habilitação de 31 leitos de UTI Neonatal e mais 85 leitos de UTI Adulto, e a cada mês o ministério repassará mais R$ 1,5 milhão para manter o funcionamento destes leitos, valor que aumentará em R$ 18 milhões por ano o orçamento da Saúde do Paraná.

O depósito será feito pelo Ministério da Saúde ao Fundo Estadual de Saúde do Paraná, que gerencia e distribui as verbas para as instituições de saúde que atendem pelo SUS. Os recursos serão incorporados ao Limite Financeiro de Média e Alta Complexidade (Teto Mac) do estado.

Entre 2012 e 2014, o governo federal destinou R$ 3,3 bilhões para ações e serviços públicos de saúde do Paraná, subindo de R$ 899,2 milhões em 2012 para R$ 961,8 milhões em 2014. E o investimento não para de crescer: em 2015, o Ministério da Saúde já destinou R$ 615,8 milhões ao estado.

Rede Cegonha

Com a habilitação dos leitos de UTI Neonatal, a Rede Cegonha do Estado do Paraná também será reforçada e a assistência integral à saúde de mulheres e crianças será intensificada. Por meio da estratégia da Rede Cegonha, o governo federal tem incentivado, por exemplo, o parto normal humanizado.

Entre as ações adotadas pela pasta está a implantação de Centros de Parto Normal, onde a mulher é acompanhada por uma enfermeira obstetra ou obstetriz, em um ambiente devidamente preparado para que possa se movimentar livremente e ter acesso a métodos não farmacológicos de alívio da dor.

O Ministério da Saúde também está desenvolvendo uma série de ações voltadas para a formação e capacitação de profissionais de saúde, como médicos, enfermeiras obstétricas e obstetrizes.

As secretarias de saúde dos estados e municípios também estão contando com o apoio do Ministério da Saúde para reorganizarem a rede de assistência, tanto no sentido técnico quanto no financiamento, criando estratégias e políticas de atendimento mais eficientes e ampliando leitos nas áreas de maior necessidade, como os leitos de UTI e os leitos de UTI Neonatal.




Campanha “Por Mais Tempo”

27/07/2015 - Tribuna Hoje


Começa a ganhar visibilidade em todo o país a Campanha Por mais Tempo, cujo objetivo é fazer com que as pessoas vivam mais depois de diagnosticar um câncer de mama metastático. A campanha pretende trazer esperança para as pacientes e ao mesmo tempo pressionar o governo federal pela distribuição de medicamentos mais modernos na rede pública. Dados mundiais mostram que até 30% dos casos de câncer de mama em todo o mundo evoluem para a fase metastática, que é quando o tumor se espalha para outros orgãos. O Instituto Nacional do Câncer projeta que 57 mil novos casos de câncer de mama devam surgir este ano no país. É o tipo de doença mais frequente entre as mulheres e representa 22% de todos os casos de câncer. Além disso, cerca de 50% são descobertos em estagio avançado. Outro aspecto citado é que as mulheres com planos de saúde têm acesso a medicamentos mais modernos do que as que buscam auxilio na rede pública, por isso a necessidade de se pressionar o governo, para colocar á disposição medicamentos mais modernos e eficientes. Muitas novidades terapêuticas garantem anos de vida a mais para as pacientes. Na próxima quinta feira (30) as entidades não governamentais envolvidas com a campanha, estarão colocando uma ampulheta gigante na Rodoviária do Plano Piloto de Brasília. A escultura é de uma ampulheta “que corre para cima” e tem a finalidade de representar a luta contra o tempo enfrentada pelas pacientes e alertar para a necessidade de tratamentos mais avançados na rede pública.

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