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Saiba como identificar os sinais e sintomas

 

Farmacêuticos lotaram a plenária do CRF-SPFarmacêuticos lotaram a plenária do CRF-SPFarmacêuticos lotaram a plenária do CRF-SPSão Paulo, 22 de março de 2016.

No Estado de São Paulo foram 29 casos de febre amarela, com oito óbitos, sendo que 25 casos ainda estão sob investigação, conforme dados da Divisão de Zoonoses do Estado de São Paulo, apresentados durante a capacitação sobre essa doença infecciosa aguda, que aconteceu na terça-feira, 22/03, na sede do CRF-SP e foi transmitida ao vivo.

A capacitação voltada apenas a farmacêuticos reuniu especialistas para destacar o histórico e cenário atual da doença, além de vacina, diagnóstico laboratorial, além das formas de identificação de sinais e sintomas, tratamento e cuidados farmacêuticos.

A situação epidemiológica foi abordada pela médica veterinária dra. Roberta Spínola, diretora da Divisão de Zoonoses do Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac”. Ela destacou que desde 2000, os municípios de Ribeirão Preto, Barretos, Franca, Jales e São José do Rio Preto são consideradas áreas de recomendação da vacina, ou seja, os moradores são orientados a se vacinarem, o mesmo aconteceu com São João da Boa Vista em 2014. “O homem está invadindo as áreas verdes, tanto que alguns casos aconteceram em condomínios que permeavam áreas de conservação ambiental”.

Vacina

Atualmente os laboratórios Fiocruz e a Sanofi produzem a vacina para a febre amarela. Duas cepas deram origem à vacina, que é composta pelo vírus atenuado 17D cultivado em ovos embrionados de galinha, sacarose e glutamato de sódio.Vacina deve ser utilizada racionalmente Vacina deve ser utilizada racionalmente Vacina deve ser utilizada racionalmente

O médico infectologista dr. Eder Gatti, Diretor Técnico da Divisão de Imunização do Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac”, alertou sobre a possibilidade da febre amarela se tornar urbana, já que a contaminação passaria a ser entre homem e mosquito aedes aegypt diretamente, diferente do que acontece hoje em que ela é transmitida em macacos e os casos em humanos são considerados acidentais. “A vacina oferece 95% de proteção a partir do décimo dia. Nosso objetivo é reduzir incidência da febre amarela selvagem, impedir a transmissão urbana e detectar precocemente a circulação viral”.

Nos municípios com circulação do vírus da febre amarela indica-se aplicar uma dose aos 6 meses de idade, uma outra dose aos 9 meses e uma dose de reforço aos 4 anos. Ele também chamou a atenção para os riscos da vacinação inadvertida, já que a vacina possui contraindicações como:

• Mães amamentando lactentes até 6 meses de vida

• Gestantes

• Pessoas com histórico de reação anafilática após ingestão de ovo

• Pessoas imunodeprimidas, imunodeficiência congênita ou adquirida, em uso de terapêutica imunodepressora, quimioterapia, radioterapia e corticoides em doses elevadas

• Pessoas que fazem uso de medicações antimetabólicas (azatioprina e ciclofosfamida), biológicos (Infliximabe, Etanercepte, Golimumabe, Certolizumabe, Abatacept, Belimumabe, Ustequinumabe, Canaquinumabe, Tocilizumabe, Rituximabe), história pregressa de doença do timo (miastenia gravis, timoma).

Dr. Eder também chamou a atenção para que a vacinação seja realizada de maneira racional, tendo em vista os eventos adversos da vacina, tais como reação local, febre, mialgia e cefaleia (3o dia após a vacinação), doença viscerotrópica aguda (disfunção aguda de múltiplos órgãos, reação rara, no então de alta letalidade) e doença neurológica aguda.

O médico destacou que os farmacêuticos possuem um papel muito importante, já que estão próximos da população. “A vacinação não pode ser irrestrita, deve haver um questionário para evitar finais trágicos de pessoas vacinadas, como já aconteceu”.

Dr. Roberta Spínola e dr. Eder Gatti Dr. Roberta Spínola e dr. Eder Gatti Dr. Roberta Spínola mostrou o cenário da doença e dr. Eder Gatti falou sobre a vacina

Cuidados Farmacêuticos

Doença febril aguda, a febre amarela é de curta duração (no máximo 12 dias) e de gravidade variável. A forma grave caracteriza-se clinicamente por manifestações de insuficiência hepática e renal, que podem levar à morte.

Os principais sintomas foram apresentados pela assessora técnica do CRF-SP, dra. Amouni Mourad e podem ser identificados como: febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômito, dores no corpo, icterícia (a pele e os olhos ficam amarelos) e hemorragias (de gengivas, nariz, estômago, intestino e urina). Dra. Amouni destacou “se não tomarmos consciência de que é o criadouro que causa epidemias de nada adiantará nenhum trabalho”. Ela ainda alerta “Não é para sair matando macacos, aliás eles nos ajudam, pois são os principais indicadores de estão os vírus”.

Dra. Amouni enfatizou que o farmacêutico precisa lidar com o alarde da população, já que o diagnóstico da doença é muito difícil e pode ser confundido com outras doenças infecciosas do sistema respiratório, digestivo ou urinário. Quanto ao tratamento, não existe nenhum específico para combater a febre amarela. “Consiste apenas em aliviar os sintomas da doença, como febre, dor de cabeça, náuseas e vômitos. Assim, são recomendados repouso e ingestão pelo menos 2 litros de água ou de água de coco por dia para evitar a desidratação provocada pelos vômitos”.

O uso de medicamentos como antipiréticos (paracetamol e dipirona) podem ser recomendados desde que respeitadas as interações medicamentosas. Não são recomendados os medicamentos que contenham ácido acetilsalicílico porque podem causar hemorragias, assim como acontece em caso de dengue.

Dra. Amouni Mourad falou sobre os cuidados farmacêuticos e dr. Marcos Machado Ferreira destacou o diagnóstico laboratorialDra. Amouni Mourad falou sobre os cuidados farmacêuticos e dr. Marcos Machado Ferreira destacou o diagnóstico laboratorialDra. Amouni Mourad falou sobre os cuidados farmacêuticos e dr. Marcos Machado Ferreira destacou o diagnóstico laboratorial

Diagnóstico laboratorial

O diretor-tesoureiro do CRF-SP, dr. Marcos Machado Ferreira, finalizou a capacitação dando ênfase ao diagnóstico laboratorial. “Apesar de não haver um exame específico que diagnostique a febre amarela, uma série de índices constantes em outros exames podem auxiliar na identificação da doença. São eles hemograma, coagulagrama, transaminases, bilirrubinas, fosfatase alcalina e Gama GT, ureia e creatinina e presença de albuminúria”.

Ele detalhou cada um dos índices dos exames que devem ser atentados e observados para criar indicativos de que há suspeita de febre amarela como é o caso do possível aumento de leucócitos e diminuição das plaquetas, assim como a presença de proteína em grande quantidade na urina.

Capacitação online

Em breve, o conteúdo da capacitação estará disponível na Academia Virtual de Farmácia que pode ser acessada pelo portal do CRF-SP. Acompanhe!

 

Thais Noronha

Assessoria de Comunicação CRF-SP

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